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Segurança em
Laboratórios
Tiago Lemos Menezes
Engenheiro Químico
Ambiotech Engenharia Ambiental
CREA-RS: 127.165
Objetivo
Trazer aos participantes do mesmo algumas
ferramentas básicas referentes à segurança
em Laboratórios de produtos químicos.
Informar sobre produtos químicos com seus
riscos para saúde, manuseio, rotulagem,
cuidados, organização interna do
laboratório, utilização de materiais de
segurança,etc.
Histórico desse trabalho
 O presente trabalho surgiu da necessidade do
departamento de Hematologia do HUSM em
melhorar todas as condições de seus
laboratórios:
 Foi feito um inventário de seus produtos
químicos
 Fichas de segurança de todos os produtos
utilizados
 Proposta de Layout para esse laboratório
 Gerenciamento de Descarte
 Palestra para todos os profissionais envolvidos
nesse departamento
Introdução
 O trabalho realizado em laboratórios está
sempre cercados de perigos e acidentes.
 Acidentes ocorrem freqüentemente em
virtude da pressa excessiva na obtenção
dos resultados.
 Excesso de confiança dos trabalhadores.
 São produtos químicos dos mais variados
com diversos efeitos sobre o organismo
 Esses efeitos podem ser a curto ou longo
prazo.
Fatores de risco em
Laboratórios
 Físicos
Ruído, temperaturas extremas, radiações
ionizantes e não-ionizantes, vibração
 Biológicos
Agentes patogênicos e infectantes
 Químicos
Aerodispersóides, gases e vapores
 Ergonômicos
Fatores de stress físico e/ou mental no
trabalho
Risco inerente x
Risco efetivo
 Risco inerente: característico da
substância. Está relacionado com as
propriedades químicas e físicas da
mesma.
 Risco efetivo: probabilidade de contato
com a substância. Está diretamente
relacionado com as condições de
trabalho com o agente de risco
 Dano: conseqüência da concretização do
risco
Danos
 À integridade física (morte ou incapacitação
para o trabalho)
Acidentes  quedas, incêndio, explosão, etc.
 À saúde do indivíduo exposto
Efeitos agudos
Efeitos crônicos
 À saúde e integridade das gerações futuras
(descendentes dos indivíduos expostos)
Efeitos mutagênicos
Efeitos teratogênios
Efeitos sobre o poder reprodutivo
Riscos inerentes às
substâncias
químicas
Os produtos químicos
como fatores de risco
 As substâncias químicas podem ser
agrupadas, segundo suas características
de periculosidade, em:
asfixiantes
explosivos
comburentes
inflamáveis
tóxicos
carcinogênicos
corrosivos
mutagênicos
irritantes
teratogênicos
danosos ao
alergênicos
meio ambiente
Asfixiantes
 Simples: sua presença diminui a
concentração de oxigênio do ar. Por isso são
perigosos em concentrações muito elevadas.
Exemplos: N2 , He e outros gases nobres,
CO2, etc.
 Químicos: impedem a chegada de O2 aos
tecidos. Sua atuação pode ocorrer de
diferentes maneiras, por exemplo: o CO fixase na hemoglobina no lugar do O2; o HCN
fixa-se na citocromooxidase; e, o H2S além
de bloquear a citocromooxidase, afeta o
centro regulador do sistema respiratório.
Explosivos
 Substâncias que podem explodir sob efeito de
calor, choque ou fricção. As temperaturas de
detonação são muito variáveis: nitroglicerina,
117 oC; isocianato de mercúrio, 180 oC;
trinitrotolueno (TNT), 470 oC.
 Certas substâncias formam misturas explosivas
com outras. Por exemplo: cloratos com certos
materiais combustíveis, tetrahidroresorcinol
com metais
 Outras tornam-se explosivas em determinadas
concentrações. Ex: ácido perclórico a 50%
Comburentes (oxidantes)
 Substâncias que em contato com outras
produzem reação fortemente exotérmica.
Ex: sulfonítrica, sulfocrômica, nitritos de
sódio e potássio, percloratos,
permanganato de potássio, peróxidos e
hidroperóxidos.
Inflamáveis
 A inflamabilidade depende de uma série de
parâmetros:
Flash point (ponto de fulgor): temperatura
acima da qual uma substância desprende
suficiente vapor para produzir fogo quando em
contato com o ar e uma fonte de ignição
ponto de autoignição: temperatura acima da
qual uma substância desprende vapor
suficiente para produzir fogo espontaneamente
quando em contato com o ar
pressão de vapor
ponto de ebulição
Inflamáveis
 Extremamente inflamáveis
 flash point < 0 oC , PE < 35 oC. Ex: gases combustíveis
(H2, CH4, C2H6, C2H4, etc), CO, HCN,
 flash point < 23 oC, PE < 38 oC. Ex: acetaldeído, éter
dietílico, dissulfeto de carbono
 Facilmente inflamáveis
 ponto de autoignição < temperatura ambiente. Ex: Mg,
Al, Zn, Zr em pó e seus derivados orgânicos, fósforo
branco, propano, butano, H2S
 23 oC < flash point < 38 oC, PE < 100 oC. Maioria dos
solventes orgânicos
 substâncias sólidas que em contato com a umidade do
ar ou água desprendam gases facilmente inflamáveis em
quantidades perigosas. Ex: hidretos metálicos
 Inflamáveis
 38 oC < flash point < 94 oC
Tóxicos
- efeito agudo: dose única ou exposição < 24 horas
- efeito sub-agudo: 2 semanas a 3 meses de exposição
- efeito crônico: exposição > 3 meses
- outros fatores: órgão afetado, efeito direto ou
indireto, sinergismos, efeitos cruzados
Corrosivos
Substâncias que quando em contato
com tecidos vivos ou materiais
podem exercer sobre eles efeitos
destrutivos.
 Exemplos: metais alcalinos, ácidos e
bases, desidratantes e oxidantes
Irritantes
 Substâncias não corrosivas que por contato
com a pele ou mucosas pode provocar
reação inflamatória.
 substâncias corrosivas a baixas concentrações
são irritantes
quanto mais solúvel em água, mais irritante para o
trato respiratório
solventes orgânicos são irritantes por dissolução
da camada lipídica protetora da pele. Ordem
descrescente: HC saturados, HC aromáticos,
halogenados, álcoois, ésteres, cetonas, aldeídos
Danosos ao meio ambiente
 Substâncias que apesar da baixa
toxicidade ao homem pode causar efeitos
danosos ao meio ambiente. Importante
ser considerado principalmente quando
presente nos resíduos (sólidos, líquidos
ou gasosos) de laboratório.
Carcinogênicos
 Classe I: substâncias cujo efeito carcinogênico
para o homem foi demonstrado através de estudos
epidemiológicos de causa-efeito
 Classe II: substâncias provavelmente
carcinogênicas para o homem. Estudos de toxicidade
a longo prazo efetuados em animais
 Classe III: substâncias suspeitas de causar câncer
no organismo humano, para as quais não se dispõe
de dados suficientes para provar sua atividade
carcinogênica e os estudos com animais não
fornecem provas suficientes para classificá-las na
classe II
Substâncias Carcinogênicas
Benzeno
Amianto
Aminas aromáticas
Ácido Sulfúrico
Mutagênicos
 Substâncias que podem alterar o material
genético de células somáticas ou
reprodutivas. Dividem-se em 3
categorias, como os carcinogênicos.
 O número de substâncias
reconhecidamente mutagênicas é muito
maior do que o de carcinogênicas
 Considera-se que alguns tipos de câncer
são resultado da evolução de processos
mutagênicos.
Teratogênicos
 Substâncias que podem produzir
alterações no feto durante seu
desenvolvimento intra-uterino
(malformações)
 Estão divididas em duas classes:
I: substâncias para as quais o efeito
teratogênico foi demonstrado por estudos de
causa-efeito
II: substâncias provavelmente teratogênicas
ao homem
Intoxicações por produtos em
Laboratórios
 As intoxicações acidentais ou
intencionais são importantes causas de
doenças.
 A OMS estima em torno de 1,5 a 3% de
intoxicações anualmente.
 Cerca de 0,1 a 0,4% resultem em óbito.
 No Brasil isto representa em torno de 4
milhões de casos anualmente.
O que é intoxicação?
Seria a INGESTÃO, INALAÇÃO ou
CONTATO com substâncias
possíveis e que podem causar
envenenamento.
Podem ser de origem:
animal,vegetal,mineral ou químico.
70% das intoxicações são agudas.
90% são por via oral.
Meios de penetração no
organismo
Inalação
Absorção
Ingestão
Sítios de intoxicação e suas
consequências
 Cérebro/sistema central: intoxicações
agudas podem causar anestesia e
crônicas, provocar lesões irreparáveis
 Olhos: solventes orgânicos têm ação
irritante aguda nas mucosas dos olhos.
Em exposição prolongada a córnea pode
ser afetada com perda da capacidade
visual
Coração: Alguns solventes podem
acelerar o ritmo cardíaco
Fígado: Pode ser afetado
gravemente por álcoois, ésteres
Rins: causa necrose nos tecidos
renais
Nervos: solvetes podem diminuir a
sensibilidade e força muscular das
pernas e braços
Medula e Sangue: hidrocarbonetos
aromáticos, como benzeno podem
afetar o tecido hematopoiético,
provocando má formação de
glóbulos vermelhos e anemias
Nariz: irritações agudas,
enxugamento das mucosas,
afetando a sensibilidade ao odor
Boca: mucosas bucais podem ser
sensibilizadas modificando o gosto e
causando mal hálito
Vias respiratórias: irritações das
mucosas, asfixia, etc.
Estômago: podem haver pertubações
desse orgão, comandadas pelo
sistema nervoso afetado
Pele: solventes orgânicos
lipossolúveis dissolevm a camada
de gordura que protege a pele
provocando eczemas,
dermatites,etc.
Óvulos, espermatozóides,feto:
alguns produtos químicos podem
causar mutações, dentre eles os
que emitem radiações
ionizantes(radioativos)
ROTULAGEM
Rotulagem



Marcação por
símbolos ou textos de
avisos em todos os
recipientes(novo ou
para descarte)
O Produto deve chegar
a mão do operário
contendo informações
claras para evitar
qualquer tipo de
acidente
Esses sistemas de
classificação são
baseados em
esquemas de
classificação de
substâncias perigosas
 Existem diversos
sistemas de
classificações no
mundo:
1. ILO (International
Labor Office)
2. NU (Nações Unidas)
3. ISO (International
Organization for
Standardization)
4. IMCO (International
Maritime
Consultative
Organization)
5. ABNT
6. Inmetro

1.
2.
3.
4.
As etiquetas devem conter:
Constantes físico-químicas
Informações sobre armazenagem
Informações sobre manipulação
Em caso de substância tóxica deverá
conter um guia de procedimentos a
serem adotados em caso de
intoxicação
Rotulagem de produtos
químicos segundo a
ABIQUIM
Identificação física
Símbolos
Palavras de advertência
Identificação dos perigos
Frases de precaução e avisos gerais
Pictogramas
 Outra classificação bastante difundida
a nível mundial é a classificação por
cores:
1.
2.
3.
4.
Azul: Relativo à saúde
Vermelho: Relativo à inflamabilidade
Amarelo: Relativo à reatividade
Branco: Proteção especial
O grau de risco é apontado por um
número.
Quanto maior o número, maior o risco
Algumas empresas utilizam escala de
0 a 9 e outras de 0 a 4 (sendo esta
última a mais usada)
O Diamante de Hommel é largamente
utilizado em indústrias, hospitais e
grandes companhias.
Seu uso não requer legislação federal.
Vantagem de ser de fácil entendimento.
Sistema Normalizado de
Rotulagem
 Corrosivo:
substância que causa
ataque químico local
e destruição de
superfície e tecidos
atingidos. Evite
contato com a pele.
 Tóxico: substância que
perturba ou destrói as
funções do organismo. A
inalação, ingestão e contato
com uma substância tóxica
ou os seus vapores podem
resultar em distúrbios no
organismo, queimaduras,
ferimentos graves e até a
morte. Evite inalar, ingerir e
contato com a pele.
 Explosivo: substância ou
mistura de substâncias
capaz de reagir e sofrer
reações em cadeia de
grande velocidade,
liberando calor e
ocasionando um repentino
aumento de pressão,
acompanhadas
normalmente de forte
ruído e de ações
destruidoras nos
arredores.
 Oxidante: substância
com elevada
capacidade de oxidar
uma outra. Acelera a
combustão e pode se
decompor
explosivamente
quando aquecida.
Evite manipular
substâncias
oxidantes próximas
de fontes de calor.
 Inflamável: substância
combustível. Seus
vapores formam
misturas explosivas
com o ar, podendo
provocar inclusive o
retrocesso de chamas.
Evite manipular
substâncias
inflamáveis próximas
de fonte de calor.
 Radioativo: substância
que possui a propriedade
de emitir
espontaneamente
partículas e/ou radiação
eletromagnética perigosa,
devido ao seu elevado
poder de penetração e de
ionização. Nunca
manipule substâncias
radioativas sem estar
devidamente protegido.