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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"
Campus de Marília
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Comércio Internacional
Aula 1
Teorias do Comércio Internacional (Revisão)
Bibliografia
• CARVALHO, M. A.; LEITE DA SILVA, C. R. Comércio
Internacional. São Paulo: Saraiva, 2004:1-108
• CHANG, H. The myth of free trade and the secret history
of capitalism. New York: Bloomsbury Press, 2008:40-64.
• SILBER, S. Teorias do comércio internacional in
VASCONCELOS, M. A. S., LIMA, S., SILBER, S. Gestão de
Negócios Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2010:1-27
Tópicos de discussão
•
•
•
•
Comércio internacional e seus porquês
Teorias “puras” de Comércio Internacional
– O mercantilismo
– Teoria das Vantagens Absolutas de Adam Smith
– Teoria das Vantagens Comparativas de David Ricardo
– Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill
– Teoria de Heckscher-Ohlin-Samuelson
– Teorema de Stolper-Samuelson
A Nova Teoria do Comércio Internacional
– Limites da abordagem tradicional
– Economias de escala diferenciação dos produtos
– Comércio intra-setorial
– Comércio intra-firma
Teoria da Proteção
–
Tarifas
– Subsídios
– Outras formas de proteção
– Medidas de grau de proteção
•
Política Comercial na Prática
– Os argumentos a favor do protecionismo
O Comércio Internacional e seu porquês
• O porquê da especialização das nações
• Porque os países mantêm relações
comerciais entre si?
• Porque o comércio internacional afeta a
distribuição de renda e o nível de bem
estar das nações?
As teorias “puras” do comércio internacional
• O Mercantilismo
• Teoria das Vantagens Absolutas de Adam Smith
• Teoria das Vantagens Comparativas de David
Ricardo
• Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill
• Teoria de Heckscher-Ohlin-Samuelson
• Teorema de Stolper-Samuelson
Mercantilismo
• Na visão mercantilista uma nação seria
tanto mais rica quanto maior fosse sua
população e seu estoque de metais
preciosos
– Poder militar para o Estado
– Acúmulo de riquezas (ouro e prata) para a
burguesia (em contraposição à posse de
terras pela Igreja e pela nobreza).
Mercantilismo
• O mercantilismo era mais um doutrina política do
que uma teoria econômica stritu senso, com
objetivos não só econômicos como também
político-estratégicos.
• Em resumo advogava:
– Intenso protecionismo estatal
– Ampla intervenção do Estado na economia
Teoria das Vantagens Absolutas
• Adam Smith (1723-1790) em Riqueza das
Nações (1776) estabeleceu as bases do
moderno pensamento econômico a
respeito das vantagens do comércio.
• Para ele, “a riqueza não consiste em
dinheiro, ou ouro e prata, mas naquilo que
o dinheiro pode comprar” (teoria do
valor-trabalho).
Teoria das Vantagens Absolutas
• Para Adam Smith , a falha dos mercantilistas foi
não perceber que uma troca deve beneficiar as
duas partes envolvidas no negócio, sem que se
registre necessariamente, um déficit para uma
das nações envolvidas.
• Sua teoria das vantagens absolutas atestava que
o comércio seria vantajoso sempre que houvesse
diferenças de custos de produção de bens entre
países.
• O comércio se justificaria apenas quando fosse
mais barato adquirir itens produzidos em outra
economia.
Teoria das Vantagens Absolutas
• Diz-se que um país tem vantagem absoluta na
produção de um determinado bem ou serviço se
ele for capaz de produzi-lo e oferece-lo a um
preço de custo inferior aos dos concorrentes.
• Na visão de Adam Smith esta vantagem absoluta
decorreria da produtividade do trabalho, que está
relacionada com a especialização.
• No caso de produtos agrícolas, a condição
climática favorável é fundamental.
Teoria das Vantagens Absolutas
• Problemas não resolvidos por Smith:
– a proporção em que seriam feitas as trocas
entre os dois países, ou seja, quais seriam os
termos de troca ou relações de troca entre as
mercadorias.
– O que aconteceria se um país não produzisse
nenhuma mercadoria a custos menores que
seus possíveis parceiros comerciais? Estaria
essa nação condenada a ficar excluída dos
benefícios da especialização e das trocas?
Teoria das Vantagens Comparativas
• A partir da crítica à teoria de Smith, David
Ricardo (1772-1823), em Princípios de Economia
Política e Tributação (1817) formulou a teoria das
vantagens comparativas.
– Ricardo notou que a idéia de vantagens absolutas
determina o padrão de trocas internas em um país com
perfeita mobilidade de fatores de produção, levando, no
limite, à uniformização dos preços dos fatores.
– No mercado internacional, contudo, a lógica é distinta,
dada a baixa (ou inexistente) mobilidade de fatores
entre os países. Há a necessidade de considerar a
estrutura produtiva de cada país.
Teoria das Vantagens Comparativas
– A contribuição fundamental de Ricardo à teoria do
comércio internacional é o princípio das vantagens
comparativas: o importante, no interior de uma mesma
nação, são as diferenças relativas entre as condições de
produção dos bens que podem ser definidas a partir do
custo de oportunidade.
– Sacrificando-se uma unidade de um bem, as duas
nações aumentam em proporções diferentes a produção
de outro bem.
– Existe, então, a vantagem comparativa que leva cada
nação a especializar-se na produção do bem que ela
pode produzir relativamente de maneira mais eficaz que
a outra.
– Se a especialização se faz segundo este princípio, e se
as nações entram na troca, elas podem então
simultaneamente ganhar nas trocas em um sentido
preciso: obtêm uma maior quantidade de bens do que a
quantidade que seria disponível em autarquia.
A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill
• Enquanto David Ricardo preocupou-se em
demonstrar os ganhos de comércio decorrentes
do comércio internacional, John Stuart Mill
(1806-1873), em sua obra Princípios de
Economia Política (1873), procurou discutir a
questão da divisão dos ganhos entre os países.
• Para J.S.Mill a questão da demanda internacional
do produtos é determinante.
A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill
• Se um país oferece, no mercado
internacional, produtos pouco
demandados no mercado mundial,
ele obterá um preço pouco elevado e
o país se beneficiará pouco do ganho
de comércio mundial ou até mesmo
terá um ganho nulo.
A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill
• Esse país deverá, então, diversificar
sua produção, mesmo que ela não
tenha uma vantagem comparativa
máxima ou uma desvantagem
comparativa mínima na sua
produção.
Questionamentos ao modelo clássico
Se o comércio existe em função das diferenças
em custos comparativos, então o que explica
essas diferenças?
Por que as funções de produção diferem entre
países?
Por que supor custos constantes?
Por que considerar apenas um fator de
produção, quando os processos produtivos eram
crescentemente dependentes do capital?
Teorema de Heckscher-Ohlin
• Origem: artigo de 1919, publicado em
sueco por Eli Filip Heckscher, só traduzido
paro o inglês em 1949
• Em 1933, as idéias de Heckscher foram
divulgadas com a tradução para o inglês da
tese de doutoramento de Bertil Ohlin, seu
aluno.
Teorema de Heckscher-Ohlin
“Cada país se especializa e exporta o
bem que requer utilização mais
intensiva de seu fator de produção
mais abundante”
Teorema de Heckscher-Ohlin
M
Ew*
Mw*
Mw
M*
Ew
E
U=2
Eb
Mb
U=1
Eb*
Mb*
O
Xw*
Xw
X * Xb
Xb*
X
Teorema da Equalização do Preço dos
Fatores de Produção
• As nações trocam mercadorias
porque não podem trocar fatores de
produção
• O comércio de bens é uma forma
indireta de comerciar os fatores de
produção contidos nas mercadorias
Teorema da Equalização do Preço dos
Fatores de Produção
• O teorema da equalização dos
preços demonstra que o comércio
de mercadorias tem o mesmo efeito
sobre as taxas de salário e retorno
sobre o capital físico que a
mobilidade desses fatores
Teorema de Stolper-Samuelson
• O comércio beneficia o fator de
produção abundante em detrimento
do fator de produção escasso de
cada país.
A Nova Teoria do Comércio Internacional
• Limites da abordagem tradicional
• Economias de escala diferenciação dos
produtos
• Comércio intra-setorial
• Comércio intra-firma
Limites da abordagem tradicional
• O questionamento das vantagens
comparativas
– As tentativas de verificação empírica das
teorias tradicionais são geralmente
decepcionantes: os fluxos comerciais
registrados não podem ser explicados pelas
vantagens comparativas das nações.
– O “Paradoxo de Leontief” (1953)
Limites da abordagem tradicional
– Contrariamente aos ensinamentos da teoria
tradicional, o comércio internacional se
desenvolve mais entre as nações mais
desenvolvidas cujas dotações fatoriais têm
poucas diferenças.
– Trata-se, então de um comércio entre nações
muito pouco diferenciadas umas das outras, ao
passo que a teoria tradicional coloca como
essencial o papel das diferentes características
das nações para explicar a troca internacional.
Limites da abordagem tradicional
• O questionamento das vantagens
comparativas
– Novas análises foram desenvolvidas, sobretudo nos
anos sessenta, cujo ponto comum é a proposta de
uma explicação das trocas internacionais que não
se baseia nas vantagens comparativas.
– Entre as linhas de pesquisa exploradas, as mais
importantes são relativas ao papel desempenhado
pela tecnologia, a diferenciação dos produtos e os
rendimentos de escala.
Economias de Escala
As economias de escala podem ser:
Internas à firma: quando cada firma pode obter custos
médios mais baixos se produz em escala crescente.
Externas à firma: quando o custo médio de cada firma
depende do tamanho da indústria a que pertence.
Economias de Escala Internas
Quando as técnicas de produção e de organização
das empresas é tal que existem economias
internas às empresas, várias estruturas de
mercado além da concorrência podem prevalecer,
dependendo do fato destas economias serem
contínuas ou limitadas num nível particular de
produção.
No primeiro caso o mercado torna-se um
monopólio.
No segundo caso o mercado torna-se um
oligopólio.
Economias de Escala Externas
O tamanho do mercado interno de uma nação,
diante de economias de escala externas, pode ser
um fator explicativo do comércio internacional.
As especializações internacionais que resultam das
economias de escala externas são estáveis,
mesmo que as vantagens comparativas se
modifiquem.
“acidentes históricos”, que originam uma produção
num dado país específico, podem ser decisivos na
criação dos fluxos comerciais internacionais.
Economias de Escala Externas
O comércio internacional, fonte de deterioração do
bem estar
Desde Ricardo, o essencial da teoria do comércio
internacional demonstra que a passagem de uma
situação de autarquia a uma situação de troca com o
resto do mundo melhora a posição de uma economia:
maior número de bens estão disponíveis a um preço
mais baixo.
Esse resultado pode ser questionado a partir do
momento em que existem economias de escala externas.
Economias de Escala Externas
Diferenciação de Produtos
A existência de produtos semelhantes, mas que
possuem características específicas que os
diferenciam segundo algum desses critérios abre –
do ponto de vista do comércio internacional – a
possibilidade de intercâmbios entre dois países,
com exportações e importações simultâneas de
produtos normalmente classificados como
idênticos.
Dois tipos de diferenciação são considerados:
vertical e horizontal
Diferenciação de Produtos
Diferenciação Vertical: está relacionada com a
qualidade do produto (Exemplo: automóvel com
air-bag e freio ABS).
Diferenciação Horizontal: se baseia na
especificação do produto (odor de um perfume,
sabor de queijo, características de um vinho).
Nos dois casos, o efeito é o mesmo: o vendedor
dispõe de um monopólio relativo sobre o seu
produto, limitado pela existência de substitutos
imperfeitos.
Comércio Intra-setorial
A existência do comércio intra-setorial está associada
a diversos fatores:
Diferenciação de produtos
Flutuações sazonais na oferta
Estruturas de demanda por faixa de renda
Comércio Intra-firma
A incorporação de elementos como rendimentos de
escala, concorrência imperfeita e diferenciação de
produtos permite conceber a especialização no
comércio em produtos que não correspondem à
dotação relativa de fatores produtivos, bem como dá
margem a processos produtivos complementares,
entre plantas produtivas situadas em países distintos,
levando à intensificação de transações intrafirma.
Teoria da Proteção
• Tarifas
• Subsídios
• Outras formas de proteção
• Medidas de grau de proteção
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
37
Teoria da Proteção
• O livre comércio é mais exceção do que regra.
• Os governos intervêm para proteger o
produtor nacional.
• Ao conjunto de mecanismos de proteção se
denomina política comercial.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
38
Tarifas
• O imposto sobre importações – denominado
tarifa – é cobrado quando a mercadoria entra
no país.
• Pode ser:
– Específico
– Ad valorem
– Misto
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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Tarifas (Exemplos)
• A tarifa de US$ 450,00 cobrada por tonelada de suco de laranja
brasileiro importada pelos EUA , independente do preço do produto
é um imposto específico
• A tarifa de importação de US$ 0,54 litro/galão de álcool importado
pelos EUA também é um imposto específico.
• A Tarifa Externa Comum de 14% acordada entre os membros do
Mercosul é um imposto ad valorem.
• Uma cobrança de US$ 50 por unidade importada + 20% sobre o
preço é um imposto misto.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
40
Tarifas
• A tarifa média fixada pelas economias desenvolvidas
situa-se em torno de 5%, mas os picos tarifários são
elevados.
• O Brasil tem um teto tarifário de 35%, mas aplica uma
média geral, para produtos industrializados ou não, de
10,7%.
• A maior parte dos produtos está com 14%, a Tarifa
Externa Comum (TEC) do Mercosul.
• Em 1990, o valor médio da tarifa era de 43%.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
41
Tarifas
• A idéia de que a economia do Brasil segue muito fechada cai ao
compará-la à de outros países.
• As tarifas alfandegárias do Brasil recuaram do patamar médio de 50%
observado na década de 80 para o nível atual em torno de 10%.
• Corrobora ainda essa tese, a existência de um regime tarifário sem
cotas e com alíquota máxima de 35%.
• Outras economias, tanto desenvolvidas quanto emergentes, apesar
de terem tarifas médias mais baixas que a brasileira, aplicam "picos
tarifários" e outras barreiras não tarifárias.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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Efeito das tarifas sobre a concorrência
• Se a proteção é oferecida a um bem num mercado
concorrencial, mesmo que as importações venham a ser
excluídas, ainda haverá alguma concorrência entre os produtores
domésticos.
• Se o mercado é caracterizado por oligopólio ou monopólio, a
exclusão dos concorrentes estrangeiros resulta em pouca disputa
no mercado e conseqüente desestímulo para redução de preços
e melhoria da qualidade.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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Efeito das tarifas sobre a renda
• A argumentação clássica acerca da liberdade de
comércio parte do pressuposto do pleno emprego
dos recursos.
• Se a economia passa por um período de recessão,
a tarifa pode ser utilizada para estimular a renda e
o emprego.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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SUBSÍDIOS
• Consiste em pagamentos, diretos ou indiretos,
feitos pelo governo, para encorajar
exportações ou desencorajar importações.
• Equivale a um imposto negativo e representa
uma redução de custo para o produtor
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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SUBSÍDIOS
• A concessão de subsídios se dá por meio de:
– Pagamentos em dinheiro
– Redução de impostos
– Financiamentos a taxas de juros inferiores às do mercado
– Compra direta do governo para posterior revenda a preço mais baixo
aos consumidores
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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Outras formas de proteção
•
•
•
•
•
•
•
•
Quotas de importação
Controles cambiais
Proibição de importação
Monopólio estatal
Leis de compras de produtos nacionais
Depósitos prévios à importação
Barreiras não tarifárias
Acordos voluntários de restrições de exportações (AVRE)
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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A política comercial na prática
• Argumentos a favor do protecionismo
–
–
–
–
–
–
–
4/13/2015
Proteção á indústria nascente
Estímulo à Substituição de importações
Redução do diferencial de salários
Impedimento ao comércio desleal
Promoção da segurança nacional
Melhoria da balança de pagamento
Favorecimento das barganhas internacionais
Luís Antonio Paulino
48
Argumentos a favor do protecionismo
• Proteção da “indústria nascente”
– O termo “indústria nascente” refere-se à etapa do
desenvolvimento em que a indústria ainda não alcançou
um nível de produção que lhe permita beneficiar-se das
economias de escala.
– A idéia e garantir uma reserva de mercado temporária
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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Indústria nascente e economias de escala
Argumentos a favor do protecionismo
• Proteção da “indústria nascente”
– Cabe lembrar que os Estados Unidos, Alemanha e Japão se industrializaram
protegendo suas indústrias com base nesse argumento, desenvolvido
inicialmente pelo economista e político alemão Friedrich List.
– A esse respeito ler:
• LIST, Friedrich. Sistema Nacional de Economia Política. São Paulo: Abril Cultural,
1983.
• HAMILTON, A. Relatório sobre manufaturas. Rio de Janeiro, Solidariedade Iberoamericana, 1995.
• CHANG, Ha-Joon, A Estratégia do desenvolvimento em perspectiva histórica. São
Paulo: Editora Unesp, 2004
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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Friedrich List e o Protecionismo na Alemanha e nos
Estados Unidos
• Escola histórica alemã (1840): abordagem relativista – “Uma doutrina
econômica adequada para um país em determinado momento pode não ser
para outro em outra época”.
• List contestou a doutrina do laissez-faire e a liberdade de comércio,
argumentando que eram políticas econômicas apropriadas para países com
elevado desenvolvimento industrial, mas inconveniente para países menos
desenvolvidos.
• Defendia que o protecionismo era política econômica lógica e recomendável
para os EUA e a Alemanha, que naquele momento encontravam-se no estágio
agrícola-manufatureiro.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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Alexander Hamilton e a escola americana de
economia política
• A escola americana de economia política, também
conhecida como "sistema nacional", é uma doutrina
macroeconômica que dominou a política econômica
dos Estados Unidos desde a Guerra de Secessão até a
metade do século XX.
• Usada na retórica política norte-americana desde 1824
até hoje, foi aplicada como política governamental por
muitas décadas durante esse período.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
53
Alexander Hamilton e a escola americana de
economia política
• Os elementos fundamentais da escola americana foram
promovidos por John Quincy Adams e seu Partido Republicano
Nacional, Henry Clay e o Partido Whig, e Abraham Lincoln
mediante o primitivo Partido Republicano, os quais abraçaram,
implementaram e defenderam este sistema de política
econômica.
• Durante o período em que foi aplicado o sistema americano, os
Estados Unidos tornaram-se a maior economia do mundo, com o
mais alto padrão de vida, ultrapassando o Império Britânico por
volta de 1880.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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Alexander Hamilton e a escola americana de
economia política
• É uma escola econômica baseada no programa econômico de Hamilton e foi
proposta com o objetivo de possibilitar aos Estados Unidos a independência
econômica e a auto-suficiência nacional.
• Consistia nestas três políticas centrais:
– proteção da indústria mediante tarifas alfandegárias elevadas e seletivas
(especialmente entre 1861 e 1932) e, também mediante subsídios (especialmente
entre 1932 e 1970)
– investimentos estatais na infra-estrutura criando melhoramentos internos
planejados (especialmente no setor de transportes)
– um banco nacional com políticas que promovem o crescimento dos
empreendimentos produtivos.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
55
Argumentos a favor do protecionismo
• Proteção da “indústria nascente”
– O Brasil, o processo de industrialização baseado na “política
de substituição de importações” entre 1940 e 1970 (Getúlio
Vargas, Juscelino Kubistchek (Plano de Metas), Geisel (II
PND), baseou-se nesse estratégia.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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Argumentos a favor do protecionismo
• Redução do desemprego
“Política externa significa empregos”
Madeleine Albright
Secretária de Estado dos EUA no governo Clinton (1997-2001)
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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Estímulo à Substituição de Importações
• Argumento desenvolvido por economistas da
Comissão para América Latina (Cepal), da ONU, sob
inspiração de Raul Prebish.
• Argumento central: relações desiguais de troca
condenavam os países latino-americanos ao
subdesenvolvimento.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
58
Estímulo à Substituição de Importações
• Por relações de troca entende-se a razão entre o
preço das exportações de um país e o preço de suas
importações.
– RT = Preço das exportações/Preço das importações
• Uma redução nas relações de troca significa que,
com a mesma quantidade física exportada, o país
passa a importar menos que antes.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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Estímulo à Substituição de Importações
• Segundo Prebisch, exportando produtos primários,
os países da América Latina perdiam capacidade de
importar bens industrializados, considerados
essenciais para o crescimento.
• Para superar esse estrangulamento, propunha que
o Estado adotasse uma política de substituir os
produtos antes importados.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
60
Estímulo à Substituição de Importações
• A agregação das idéias das:
– perdas nas relações de troca
– indústria nascente
– distribuição da renda entre países
resultou no argumento da “Substituição das
Importações”, base dos programas de
industrialização da América Latina após a Segunda
Guerra Mundial.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
61
Redução do diferencial de salários
• Em uma economia dualista, caracterizada pela
coexistência de uma agricultura de subsistência e de
um setor industrial dinâmico, no qual os salários
são mais elevados, uma política protecionista em
favor da indústria, que deslocasse os trabalhadores
para o setor paga mais aumentaria o bem-estar
nacional.
• Exemplo: China
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
62
Impedimento do comércio desleal
• O comércio “desleal” distorce a estrutura das
vantagens comparativas e, consequentemente, as
relações de troca entre os países.
• Desse ponto de vista, se justificaria a pratica de
políticas defensivas contra a prática de dumping e
subsídios, por meio de medidas anti-dumping e
salvaguardas.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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Promoção da segurança nacional
• O princípio desse argumento é proteger a indústria
considerada essencial para os esquemas de defesa
do país, se a exposição à concorrência externa
inviabilizar seu desenvolvimento.
• Ex: material bélico, petróleo, segurança alimentar,
etc.
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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Outros argumentos
• Melhoria da balança de pagamentos
• Favorecimento das barganhas internacionais
4/13/2015
Luís Antonio Paulino
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