Segunda onda revolucionária (1830)

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Transcript Segunda onda revolucionária (1830)

Idade Contemporânea I
Fonte: Museu do Louvre, Paris/ Reprodução
Índice
A Europa no século XIX
Estados Unidos:
a escravidão em xeque
O imperialismo e o neocolonialismo
A liberdade conduzindo o povo, de Eugéne Delacroix, óleo sobre tela de
1830. A obra faz referência aos diversos grupos sociais que participaram da
Revolução de 1830, na França.
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A Europa no século XIX
Época de revoltas e revoluções
Entre 1814 e 1815, o chamado Congresso de Viena tenta restabelecer a velha ordem
europeia, anterior ao domínio de Napoleão.
Novas forças
(burguesia liberal, proletariado e camadas médias urbanas), advindas com a
Revolução Industrial e influenciadas pelos ideais da Revolução Francesa, emergem contra a
restauração, que implicava autoritarismo e repressão.
Três correntes políticas se afirmam nesses movimentos revolucionários: liberalismo,
nacionalismo e socialismo.
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Fonte: Royal Museum of Fine Arts of Belgium, Brusselsris/
Reprodução
Primeira onda
revolucionária (1820-1830):
Levantes no reino de Nápoles,
na península Ibérica, na França
(1820), na Grécia (1821) e na
Rússia (1825).
Em sua maioria, acabam
sufocados por forças
governamentais.
A Revolução Liberal do Porto
(1822), em Portugal, resulta
na primeira Constituição
portuguesa.
Episódio da Revolução na Bélgica de 1830, pintura de Egide Charles Gustave Wappers (1835).
Segunda onda revolucionária (1830): provoca impacto profundo nos países
situados a oeste do rio Reno. Na França, leva à derrocada da dinastia Bourbon. A
Bélgica, com ajuda dos ingleses, liberta-se da Holanda. Na Polônia, irrompe uma
revolta nacionalista, abafada pelo governo russo. Na península Itálica, eclodem
levantes contra a dominação austríaca.
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Fonte: Wikipedia / Reprodução
Terceira onda revolucionária (1848) ou Primavera dos Povos
Após uma sucessão de más colheitas, a vida da população entrava em crise. Nas cidades
atingidas pelo desemprego e pela fome, as camadas mais pobres também sofriam. Dessa
situação resultaram diversas manifestações e protestos.
Na Galícia austríaca, eclode a maior revolta camponesa desde a Revolução Francesa. Na
França, manifestações populares nas ruas levam à abdicação do rei Felipe e à proclamação
da Segunda República. Em Berlim, na Prússia, operários e burgueses entram em confronto
com tropas do governo. Na Áustria, irrompem conflitos em diversos pontos.
Em abril, na Hungria, é proclamada a
República. Na Boêmia (atual República
Tcheca) é convocado um parlamento
autônomo.
A onda revolucionária também atinge a
península Itálica, onde desencadeia fortes
sentimentos nacionalistas, liberais e
republicanos.
Cena da Revolução de 1848 em Berlim,
de autor desconhecido.
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Formação da Itália
Início do século XIX: península Itálica dividida
em reinos e ducados. Boa parte desses Estados
está sob o domínio da Áustria.
Onda revolucionária incentiva a mobilização para
a expulsão dos austríacos e a reunião de todos
os reinos e ducados em um único país.
1833 e 1844: várias tentativas de
insurreição promovidas pelo republicano
Giuseppe Mazzini.
1859: o reino de Piemonte-Sardenha alia-se
ao imperador da França, Napoleão III
(1808-1879) e entra em guerra contra a
Áustria.
Vitorioso, o reino de Piemonte e Sardenha
amplia seu território, anexando os ducados
de Parma, Modena e Toscana e parte dos
Estados Pontifícios.
1860: Giuseppe Garibaldi (1807-1882),
líder do corpo de republicanos chamados
“camisas vermelhas”, invade o reino de
Nápoles e derrota as tropas de Francisco
II,da Casa de Bourbon, que controlava o Sul
do que hoje é a Itália.
1861: eleito o primeiro parlamento italiano.
Rei Vítor Emanuel II (1820-1878), de
Piemonte e Sardenha, é reconhecido rei da
Itália.
1866: anexação de Veneza.
1870: conquista do restante dos Estados
Pontifícios.
O papa Pio XI não reconhece o novo Estado
e refugia-se no Vaticano.
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Unificação da Alemanha
Confederação Germânica: bloco formado por
39 Estados, dos quais os mais importantes
eram Prússia e Áustria.
1862: o rei da Prússia, Guilherme I, nomeia
Otto von Bismarck para o cargo de chanceler
(primeiro-ministro). O aristocrata, que
ficaria conhecido como Chanceler de
Ferro, defendia a unificação dos Estados
germânicos.
1864: Bismarck alia-se ao governo da
Áustria e lança-se em uma guerra contra a
Dinamarca.
1866: Pela demora de Bismarck em
dividir o território conquistado com os
austríacos, o governo da Áustria declara
guerra à Prússia.
A Áustria, derrotada, se submete à
reforma política proposta por Bismarck.
Confederação Germânica é extinta.
Cria-se a Confederação Germânica do
Norte.
Napoleão III exige que os Estados
germânicos do Sul não se integrem à
Confederação. O governo da Prússia
assume uma atitude agressiva contra
a França.
1870: França e Prússia entram em
guerra. Prussianos prendem Napoleão
III e cercam Paris.
1871: Bismarck usa o palácio de
Versalhes para proclamar o II Reich da
Alemanha unificada, sob o governo de
Guilherme I.
Franceses cedem à Alemanha, Alsácia
e Lorena.
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Fonte: Wikipedia / Reprodução
Com a prisão de Napoleão III, os
republicanos franceses instauram a
Terceira República. Assume o poder,
um representante da burguesia,
Adolphe Thiers, que firma com
Bismarck um acordo de paz.
Os trabalhadores não concordam com
os termos do acordo e se rebelam.
Com o auxílio da Guarda Nacional,
tomam o poder em Paris, em 18 de
março de 1871.
Em substituição ao governo, os
revolucionários criam a Comuna de
Paris. Composta de 90 pessoas eleitas
por voto universal masculino.
A Comuna durou apenas dois meses,
até ser sufocada por tropas do
governo, mas é considerada o primeiro
governo de origem proletária.
Cartaz com os dizeres:
A Comuna de Paris DECRETA:
1. O alistamento obrigatório é abolido;
2. A guarda nacional é a única força militar permitida em Paris;
3. Todos os cidadãos válidos fazem parte da guarda nacional.
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Estados Unidos: a escravidão em xeque
Avanço para o Oeste
World history atlas – Mapping the human journey.
London: Dorling Kindersley, 2005.
1776: surgimento dos Estados Unidos,
com a emancipação das Treze Colônias
inglesas da América do Norte.
1783: Inglaterra reconhece a
independência de suas ex-colônias.
Estadunidenses iniciam a conquista em
direção ao Oeste do rio Mississípi.
1776-1783: guerras contra a
Inglaterra.
1846-1848: guerras contra o México.
1848-1849: Corrida do Ouro na
Califórnia.
A expansão dos Estados Unidos
1862: lei Homestead Act, que concedia
gratuitamente pequenos lotes de terra
no Oeste a colonos imigrantes.
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Escravistas versus antiescravistas
1820: os Estados Unidos são formados por 22 estados. Os estados do Norte empregavam
mão de obra livre; os estados do Sul, mão de obra escrava.
Compromisso do Missouri: estabelecia que os novos estados situados ao Norte deveriam
adotar o trabalho livre e os que ficassem ao Sul poderiam escolher o trabalho escravo.
Década de 1930: o avanço para o Oeste ameaça o equilíbrio de forças na representação
do Congresso, o que consequentemente coloca em pauta a questão da escravidão. Boa
parte do mundo ocidental já havia extinguido essa forma de trabalho.
1850: havia nos Estados Unidos mais de 2 mil associações escravagistas.
1852: lançamento do romance A cabana do pai Tomás, libelo contra a escravidão.
1854: o Partido Republicano adere à campanha abolicionista.
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1860: Abraham Lincoln (1809-1865),
do Partido Republicano, é eleito
presidente dos Estados Unidos.
Defende o final gradual da escravidão.
1861: onze estados do Sul se separam
da União e formam uma confederação
autônoma.
Tem início uma sangrenta guerra civil
entre Norte industrializado e Sul
agrícola.
1862: governo abole a escravidão nos
estados confederados.
Abril de 1865: sem apoio externo, o
Sul acaba se rendendo ao Norte. Logo
depois o presidente Abraham Lincoln é
assassinado em Washington por um
escravista.
Fonte: Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos
Guerra de Secessão (1861-1865)
Assassinato do presidente Abraham Lincoln. Litografia de cerca de 1865.
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Expansão econômica – A Guerra de Secessão acabou por
arrasar o Sul, mas impulsionou a economia industrial dos
estados do Norte.
Nesse período ocorre: a descoberta de reservas de cobre e
petróleo, a invenção de equipamentos agrícolas, o
crescimento dos transportes ferroviário e hidroviário, o uso
do telégrafo e do telefone se espalham, as exportações dão
um salto e há um grande afluxo de imigrantes.
Política imperialista – O crescimento econômico e industrial dos
Estados Unidos fizeram com que a nação se tornasse uma
grande potência e propiciou o desenvolvimento de uma política
imperialista.
1898: Havaí é anexado aos Estados Unidos. Os norte-americanos
assumem o controle das Filipinas, das ilhas Guam, Porto Rico e
Cuba.
1904: Corolário Roosevelt – big stick policy
Fonte: Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos
Racismo e exclusão – Apesar da extinção da escravidão nos Estados Unidos, os exescravos não tinham acesso livre à terra, à educação e ao trabalho. Em 1865, surgia no
Sul a sociedade secreta de brancos racistas Ku Klux Klan.
Somente na década de 1960, após inúmeros conflitos, os afrodescendentes passaram a ter
os mesmos direitos civis e políticos do brancos.
Alexander Graham Bell, escocês, inventor
do telefone, 1904.
O imperialismo e o neocolonialismo
Segunda Revolução Industrial
1856: é aperfeiçoado na Inglaterra o processo de produção do aço. Há um consequente
avanço na metalurgia e na siderurgia.
1859: descoberto petróleo no subsolo de região da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Graças à gasolina, um dos derivados do petróleo, novas máquinas são construídas.
1879: invenção da lâmpada elétrica
1886: fabricação do automóvel.
Tendência à concentração de capital.
Capital bancário une-se ao capital industrial.
Capitalismo monopolista.
Necessidade de novos mercados consumidores e de fontes
de matérias-primas (carvão, ferro, petróleo).
As grandes empresas e bancos passam a fazer
investimentos em regiões da África, Ásia e América Latina.
Surge, assim, um novo tipo de imperialismo, chamada de
neocolonialismo.
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As justificativas para essa nova colonização da Ásia e da África, apesar de serem
econômicas, eram pautadas em uma suposta missão civilizadora. De acordo com ela, os
europeus deveriam levar aos povos ditos primitivos ou bárbaros os valores da civilização
ocidental e cristã.
Fonte: Punch Londres/Arquivo da editora
Tal processo causou a destruição de tradições e valores milenares dos povos africanos e
asiáticos.
Charge inglesa ironiza o sonho de Cecil Rhodes, colonizador e homem de negócios
inglês, de ver as possessões britânicas na África de se estenderem do extremo sul do
continente até o Egito, no norte.
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World history atlas – Mapping the human journey.
London: Dorling Kindersley, 2005.
A partilha da África
O domínio europeu na África duraria quase cem anos. Só na
segunda metade do século XX os africanos reconquistariam sua
independência. Algumas regiões, como Angola e Moçambique,
permaneceram na condição de colônia até a década de 1970.
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Duby, Georges. Grand atlas historique. Paris: Larousse, 2006.
Conflitos
 Revolta dos Cipaios (Inglaterra e Índia) – 1857
 Guerras do Ópio (Inglaterra e China) – 1838-1842/1856/1858
 Guerra dos Boxers (China e tropas de ingleses, franceses,
alemães, russos, japoneses e norte-americanos.
 Posse da Manchúria (Japão,China e Rússia) – 1904 e 1905
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