Esclerose múltipla
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Esclerose múltipla
Rie Nadia Asso
Ambulatório neurologia
Famema – 4ª série
Esclerose Múltipla
• Doença crônica que acomete adultos jovens
• Caracteriza-se por: Múltiplas áreas de inflamação,
desmielinização e esclerose na substância branca do SNC
• Doença auto-imune:
Ataca mielina ou os oligodendrócitos (sintetiza mielina)
interrompem condução nervosa
• Remitente-recorrente: mais frequente nas fases
iniciais, episódios alternados de surtos (mínimos de 1
mês) e remissões.
• Secundariamente progressiva: após 5 a 10 anos,
comprometimento hemisférico-medular (surto
progressivo) [variante de Charcot]
• Primariamente progressiva: menos frequente,
instalação de sinais e sintomas lentamente
progressivos, desde o início da doença
• [variante de Marburg]: déficits graves e morte
Epidemiologia
• Acomete aproximadamente 1 milhão de indivíduos
no mundo
• Em Botucatu, a prevalência é de 17:100 000
• Inicia-se entre 30 e 40 anos
• Mulheres (1,4 a 3,1%)
• Raça branca
Fisiopatologia
• Características inflamatórias:
- Presença de infiltrado de linfócitos e
plasmócitos no tecido cerebral de distribuição
perivenular e pericapilar
• No início, a reação ocorre na substância branca
• Na evolução, ocorre desmielinização na
substância branca periventricular.
Fisiopatologia (2)
• MHC no cromossomo 6 = determinante para EM. o
MHC codifica o gene dos antígenos de
histocompatibilidade envolvendo apresentação de
antígenos às células T
Redução:
Céls. T CD8+ supressoras
• Céls. T CD4 + CD45RA (induz céls.supressoras)
Aumento: céls T auxiliadoras-indutoras
Ativação: céls B secretoras
Fisiopatologia (3)
• As concentrações das lesões estão relacionadas à
liberação de mediadores inflamatórios e proteínas
plasmáticas.
• Com a participação de linfócitos T : CD4 (nas lesões
recentes) e CD8 (nas lesões avançadas)
• As citocinas podem ser produzida pelas células neurais
e gliais do SNC ou podem passar vir da circulação
periférica
Fisiopatologia (4)
• Receptores para citocinas e a produção de IL-6,
TNF-α, TGF-β pelos astrócitos
• O principal antígeno envolvido é a proteína
básica de mielina
Fisiopatologia (5)
Indivíduos geneticamente predispostos
Hiperatividade imunológica
alterações na barreira hematoencefálica
PROCESSO INFLAMATÓRIO (passagem de células T pela
barreira)
desmielinização
Patologia
• Atrofia e alargamento dos sulcos cerebrais , com
dilatação dos ventrículos laterais e terceiro ventrículos
• Áreas acinzentadas irregulares = lesões antigas
• Áreas cor-de-rosa = lesões agudas
• As placas são circunscritas e estão difusamente
disseminadas por todas partes do cérebro e medula
espinhal.
• As lesões do cérebro tendem a se agrupar em torno dos
ventrículos laterais e do terceiro ventrículo
Axial T2-weighted (A) and axial fluid attenuated inversion recovery (FLAIR) (B) images show
multiple, ovoid shaped, hyperintensefoci consistent with MS plaques. Sagittal FLAIR (C) image also
shows these lesions to be radiating out from the corpus callosum. Axial precontrastT1-weighted (D)
image shows that many of these lesions are hypointense, consistent with black holes. Axial
postgadoliniumfat saturated T1-weighted (E) image shows that some of these plaques enhance in a
ring-like fashion consistent with active plaques.
• Axial flair image (A) show two plaques in the internal capsule, one in the
anterior limb and one in the posterior limb. Diffusion tensor fractional
anisotropy map (B) shows asymmetric hypointensity (decreased anisotropy)
in these regions (arrows), consistent with loss of axonal integrity.
Quadro Clínico
• Sinais e sintomas são variáveis de acordo com o
paciente e são de caráter evolutivo.
• Danos se disseminam pelo tempo e espaço
• Inicia-se com um surto: forma polissintomática
• 80% comprometimento motor
paraparesia
Quadro Clínico (2)
• Motor: fraqueza muscular, espasticidade Reflexos
(hiper-reflexia, Babinsk, abdominais ausentes)
• Cerebelares = prognóstico desfavorável (ataxia,
tremor, nistagmo, disartria)
• Sensitivos: alteração posicional/vibratório, alteração
de dor, temperatura ou tato, dor (moderada a grave)
Quadro Clínico (3)
• Nervos cranianos/ tronco cerebral: visão afetada,
distúrbios oculares, vertigens
• Autonômico: disfunção vesical, disfunção
intestinal, disfunção sexual, sudorese
• Psiquiátrico: depressão, euforia
• Fadiga
Diagnóstico de Mc. Donald et al.
• 2 ou + surtos e evidências clínicas de 2 lesões
• 2 surtos, evidência clínica de 1 lesão e disseminação
à RM no espaço ou banda oligoclonal de IgG em LCR
ou 1 novo surto da doença
• 1 surto, evidência clínica de 2 ou mais lesões e
disseminação à RM no tempo ou 1 novo surto da
doença
• 1 surto, evidência clínica de 1 lesão e
disseminação à RM no espaço ou banda
oligoclonal de IgG em LCR e 2 ou + lesões à RM
compatíveis com esclerose múltipla e
disseminação à RM no tempo ou um novo surto
Diagnóstico diferencial
• Doenças inflamatórias (Lupus eritematoso sistêmico,
Síndrome de Sjögren)
• Doenças Infecciosas (Doença de Lyme (Borrelia),
AIDS)
• Adrenoleucodistrofia (ácidos graxos de cadeia muito
longa aumentados)
• Porfiria aguda intermitente
• Doenças granulomatosas (Sarcoidose)
• Síndromes medulares isoladas
• Tumores intracranianos
Tratamento
• Tratamento sintomático: aliviar espasticidade,
fraqueza muscular, ataxia, tremores e outros
• Diminuir o tempo e gravidade dos surtos,
atuando na inflamação e no edema da bainha de
mielina (preservar axônio de outros danos)
Tratamento (2)
• CORTICOESTERÓIDES: Metilprednisolona uso de
doses mais elevadas em menos tempo: 0,5 a 1g
por dia, 3 a 10 dias
Prednisona surtos mais brandos: 1mg/kg/dia em 2
a 3 semanas
• INTERFERONS (reduzir a frequência dos ataques
na fase de recidivas e remissões )
• ACETATO DE GLATIRÂMER (exerce efeito sobre
frequência e gravidade dos ataques)
Prognóstico
• Medicamentos apresenta benefícios nas formas
remitente-recorrente da moléstia, mas
frustrante nas formas progressivas da doença
• Depende da extensão, da localização das placas
desmilinização e do padrão temporal das
disseminação
OBRIGADA!!!!