ConsciÊncia-fonolÓgica

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Transcript ConsciÊncia-fonolÓgica

Consciência
fonológica
Profª. Edimar Roberto L Sartoro
Pedagogo e Mestre em Psicologia.
Consciência fonológica: o que é?

A consciência fonológica é a capacidade de
compreender a maneira pela qual a linguagem
oral pode ser dividida em componentes cada
vez menores: sentenças em palavras, palavras
em sílabas e sílabas em fonemas
(CARVALHO & ALVAREZ, 2000 e
FERREIRO et al., 2003).

Assim, o termo consciência fonológica é
definido como sendo a consciência de que as
palavras (oral e escrita) são constituídas por
diversos sons ou grupos de sons e que elas
podem ser segmentadas em unidades
menores.
A natureza e a importância
consciência fonológica


da
Antes que possa ter qualquer compreensão
do princípio alfabético, as crianças devem
entender que aqueles sons associados às letras
são os mesmos sons da fala. Para quem já
sabe ler e escrever, essa compreensão parece
muito básica, quase transparente.
No entanto, pesquisas demonstram que a
própria noção de que a linguagem falada é
composta de sequências desses pequenos sons
não surge de forma natural ou fácil em seres
humanos.
Por que a consciência fonêmica é tão difícil?


O problema, em grande medida, é que as pessoas
não prestam atenção aos sons da fala ao
produzirem ou escutarem um discurso. A atenção
dirige-se ao significado e ao enunciado como um
todo.
Sendo assim, o desafio é encontrar formas de
fazer com que as crianças notem os fonemas,
descubram sua existência e a possibilidade de
separá-los.
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
Os fonemas são unidades de fala que são representadas
pelas letras de uma língua alfabética.
É importante notar que os fonemas não são pronunciados
na forma de unidades separadas. Na verdade eles são
coarticulados, ou seja, quando falamos, fundimos os sons
em unidades silábicas. Por exemplo, quando falamos cama
em voz alta, não produzimos quatro fones distintos: [k] [ã]
[m] [a].
Nossa pronúncia da consoante inicial é influenciada pela
vogal, e esta é influenciada pelas consoantes que vem antes
e depois dela.

É a compreensão do nível fonêmico que dá às
crianças a possibilidade de entender como o
alfabeto funciona – uma compreensão que é
fundamental para aprender a ler e escrever.

As habilidades de consciência fonológica são
divididas em três tipos:



consciência da sílaba,
consciência intrassilábicas (aliterações e rimas)
a consciência do fonema.
Consciência de palavras
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É capacidade de segmentar a frase em
palavras e, além disso, perceber a relação
entre elas e organizá-las numa seqüência que
dê sentido.
Exercício: contar o número de palavras numa
frase, ordenar corretamente uma oração
ouvida com palavras desordenadas.
Consciência da sílaba

A sílaba é formada por um fonema ou
conjunto de fonemas pronunciados em uma
única emissão de som. Che-guei; pi-a-da. Não
há sílaba sem vogal.
Consciência silábica

Fazem parte da consciência silábica as
atividades de síntese (unir sílabas de modo a
formar palavras), segmentação (separar uma
palavra em sílabas), identificação da sílaba
inicial, medial ou final, produção de uma
palavra com uma dada sílaba, exclusão
(retirar uma sílaba da palavra a fim de que
outra palavra seja formada) e transposição
(inverter uma sequência de sílabas para
formar uma palavra).
Consciência fonêmica
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


Consiste na capacidade de analisar os fonemas que
compõem a palavra. Tal capacidade, a mais refinada da
consciência fonológica, é também a última a ser
adquirida pela criança.
Fonema: menor unidade de som, constituem as pedras
fundamentas para a construção da linguagem.
Os fonemas são responsáveis pelos diferentes
significado das palavras. As vezes são muito sutis:
compare /b/ e /p/. Mas tais diferenças produzem
distinções profundas nos significados: compare bote
com pote.
A sensibilidade aos sons dos fonemas precisa ser
conquista conscientemente.
Consciência fonêmica



A palavra falada é formada por combinações de unidades
mínimas de som (fonemas). Na escrita, a representação do
fonema ocorre através de letras.
Por isso, o fonema não pode ser confundido com a letra. O
fonema é a menor unidade sonora da língua, enquanto a letra
é um sinal gráfico e visual, cuja função é representar o
fonema de acordo com as normas da língua.
A correspondência entre letra e som não ocorre em todas as
situações, pois uma mesma letra pode representar fonemas
distintos, como o x nas palavras: próximo, exato.
Sons e letras


Uma distinção que deve ser claramente
mantida é a distinção entre sons e letras. As
letras, ou grafemas, são os elementos mínimos
da escrita. Os sons, por sua vez, são os
elementos mínimos da língua (os fonemas).
A escrita alfabética atribui às letras a
representação dos sons. Portanto, a relação
entre as letras e os sons é uma relação de
representação.
Exemplos
Consciência de Sílaba
Consciência fonêmica
Rima
A rima representa a correspondência
fonêmica entre duas palavras a partir da
vogal da sílaba tônica.
 A igualdade deve ser sonora e não apenas
gráfica: as palavras OSSO e PESCOÇO
rimam, pois o som em que terminam é
igual, independente da forma ortográfica.

Aliteração
Já a aliteração, também recurso poético,
como a rima, representa a repetição da
mesma sílaba ou fonema na posição inicial
das palavras. Os trava-línguas são um
bom exemplo de utilização de aliteração,
pois repetem, no decorrer da frase, várias
vezes o mesmo fonema.
 “O rato roeu a roupa do rei de Roma”

Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno
pintor português

Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor
português, pintava
portas, paredes, portais.
Porém,
pediu
para
parar
porque
preferiu
pintar
panfletos.
Partindo
para
Piracicaba,
pintou
prateleiras
para
poder
progredir.
Posteriormente,
partiu
para
Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí,
pois pretendia praticar pinturas para pessoas
pobres. Porém, pouco praticou, porque Padre
Paulo
pediu
para
pintar
panelas,
porem posteriormente pintou pratos para poder
pagar promessas.
Fala e Língua: qual a diferença?
Ninguém fala igual a ninguém. Por
exemplo, sabemos que uma pessoa
oriunda do nordeste do Brasil fala
diferente de uma pessoa oriunda do
sudeste, ou do sul.
 Mas se as pessoas falam diferente, como é
que elas se entendem?
 Elas se entendem porque falam a mesma
língua (e não porque têm a mesma fala).
A fala é, portanto, individual, enquanto
que a língua é coletiva. Ver vídeo.

Consciência Fonológica: construções
da lecto-escrita


Pesquisadores apontam que a compreensão da
consciência fonológica colabora significativamente
para o aprendizado da leitura e da escrita
(CARDOSO-MARTINS, 1995).
Para Ferreiro (2004, p. 9) “(...) a língua foi
aprendida em contextos de comunicação, mas,
para compreender a escrita, é preciso considerála como um objeto em si e descobrir algumas de
suas propriedades específicas que não são
evidentes no ato de comunicação”.
A escola precisa conhecer e utilizar em
sua abordagem metodológica o trabalho
com a consciência fonológica;
 Se o professor consegue explorar os
aspectos da consciência fonológica, em
suas aulas, ele estará ajudando no
entendimento da relação entre a oralidade
e a escrita e, consequentemente, no
processo educacional em geral.

-

Quando as crianças entram na pré-escola,
suas habilidades lingüísticas costumam estar
bastante desenvolvidas. Contudo, geralmente
não têm qualquer
conhecimento consciente
das partes das palavras ou de como elas se
combinam e se organizam.
Na escrita alfabética a relação LETRA/SOM não
é linear. A criança em primeiro lugar deve
entender que a escrita representa o som,
depois percebe que pode fazer generalização
(o mesmo som pode representar palavras
diferentes, por exemplo: pai, pato, Paulo).
A aquisição da escrita exige que o
indivíduo reflita sobre a fala, estabeleça
relações entre os sons da fala e sua
representação na forma gráfica, entrando
em jogo a consciência fonológica.
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Leitura e Escrita
Consciência Fonológica
II PARTE.
Alfabeto Fonético
A seguir, apresentamos o alfabeto fonético utilizado para
transcrever
os
sons
do
português.
VOGAIS ORAIS
Obs: Usamos o símbolo ( ‘ ) para indicar a silaba forte (tônica) da palavra.
VOGAIS NASAIS

Em português, temos 12 vogais, sendo
que 7 são orais e 5 são nasais. A
representação gráfica (grafema) é que
varia, já dissemos linhas atrás, por causa
da origem da palavra ou evolução da
escrita e/ou do som.
VOGAIS
As vogais (do latim vocalis) são letras que
quando produzidas, não há impedimento na
passagem do ar.
Consoantes
Articulação dos sons

Ponto de articulação

Os sons consonantais são 19. Alguns deles
são representados por mais de uma letra,
como você pode observar na tabela acima.

Capacidades,
conhecimentos
e
atitudes na alfabetização, segundo a
Secretaria de Educação Básica (SEB,
2005)
I- Introduzir
T- Trabalhar
C - Consolidar
Capacidades,
1º ano
conhecimentos e atitudes
Compreender diferenças
entre a escrita alfabética e
outras escritas gráficas

Dominar
gráficas
convenções
(I) Compreender a
orientação e o alinhamento
(II)
Compreender
a função
da escrita
da língua
de
segmentação dos
portuguesa
espaços em branco e da
pontuação de final de frase
R - retomar
2º ano 3º
ano
I/T/C
R
R
I/T/C
R
R
I/T/C
I/T/C
R
R
R
R
Capacidades, conhecimentos 1º ano 2º
e atitudes
ano
3º
ano
Reconhecer unidades
fonoaudiológicas como sílaba,
rimas, terminações de palavras,
etc.
 Conhecer o alfabeto
I/T/C T
R
I/T
T/C
R
(I) Compreender a
categorização gráfica e funcional
das letras
I/T
T/C
R
(II) Conhecer e utilizar
diferentes tipos de letras (caixa
alta e cursiva)
I/T
T/C
R

Capacidades, conhecimentos 1º ano
e atitudes
2º
ano
3º
ano
Compreender a natureza
alfabética do sistema de escrita
I/T
T/C
R
Dominar as relações entre
grafemas e fonemas
I
T/C
T/C
(i) Dominar regularidades
ortográficas
I
T/C
T/C
(ii) Dominar irregularidades
ortográficas
I
I/T
T/C
Referências





BASSO, F. P. A estimulação da Consciência Fonológica e sua
repercussão no processo de aprendizagem da lecto-escrita.
Dissertação de Mestrado. Programa de Pós- Graduação em
Educação. Universidade Federal de Santa Maria, 2006.
CARVALHO, I.A.M. & ALVAREZ, R.M.A. Construção da linguagem
escrita: Aspectos da Consciência Fonológica. Revista Fono Atual,
n.1, 2000.
CARDOSO-MARTINS, C. A habilidade de crianças em idade préescolar de identificar uma palavra impressa desconhecida por
analogia a uma palavra conhecida. In: CARDOSO-MARTINS, C.
(Org). Consciência Fonológica e alfabetização. Petrópolis,
Vozes, p.101-128, 1995.
FERREIRO, E. Uma reflexão sobre a língua oral e a aprendizagem
da língua escrita. Revista Pedagógica Pátio: leitura e escrita
em questão, 2004.
MARIRYN, J. A. et al. Consciência fonológica em crianças
pequenas. Porto Alegre: Artimed, 2006.