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Norma Regulamentadora n. 15
ANEXOS N.º 3 e 9
TEMPERATURAS EXTREMAS
1
Temperatura Extremas Conceito
Toda temperatura ambiental superior
a 45 ºC ou inferior a 12,50  2,50 ºC
Temperatura interna do corpo humano
=
40
ºC
(temperatura
ótima
metabólica)
Temperatura
externa
do
corpo
humano = 36.80  0,20 ºC (axilar, oral
e retal)
2
Temperaturas Extremas
3
Temperaturas Extremas
Calor ou Energia Térmica
É a energia transmitida de um corpo para outro
quando há uma diferença de temperatura, ela é,
basicamente, ditada pelo movimento molecular dos
corpos em estudo.
- Unidades de calor:
- Jaules (J)
- British Thermical Unity (BTU)
- Quilocalorias (kcal) = Sistema Internacional
É a quantidade de energia necessária para elevar em
1ºC um quilograma de água a uma pressão de 1
atmosfera (14.5 ºC para 15,5 ºC).
4
Temperaturas Extremas
1ª Lei da Termodinâmica
“Quando dois corpos de diferentes temperaturas são
submetidos ao mesmo ambiente haverá uma tendência a um
equilíbrio térmico de modo a igualarem-se suas
temperaturas”.
T1 = T2
Quando o organismo humano está submetido a uma fonte
geradora de calor maior que a sua, este organismo tende a
absorver esta energia para torná-los isotérmicos. O
diferencial será positivo.
Toi < Ta
 Tof = Ta, logo
To > 0
Dizemos então que o organismo está submetido a situação de
risco de exposição ao calor (no senso comum).
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Temperaturas Extremas
1ª Lei da Termodinâmica
Contrariamente, quando o organismo humano está
submetido a uma fonte geradora de calor menor
que a sua, este organismo tende a liberar esta
energia para torná-los isotérmicos. O diferencial
será negativo.
Toi > Ta
 Tof = Ta, logo
To < 0
Dizemos então que o organismo está submetido a
situação de risco de exposição ao frio. Deste modo
deduz-se que o frio é ausência de calor.
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Temperaturas Extremas
As trocas térmicas entre corpos vivos e o ambiente
Condução  fluxo de calor do corpo com temperatura
maior para o de temperatura menor.
Se: TA > TB e Tamb  TA; Tamb  TB
Este fluxo torna-se nulo, no momento em que as
temperaturas dos dois corpos se igualam.
Condução-convecção  condução
Se um dos corpos é um fluido (ar ou água).
Haverá fluxo de calor entre os dois corpos provocando
movimentação do fluído.
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Temperaturas Extremas
As trocas térmicas entre corpos vivos e o ambiente
Radiação  emissão de radiação
infravermelha
do
corpo
com
temperatura maior para o corpo de
temperatura menor. Este fenômeno
ocorre, mesmo não havendo um meio
de propagação entre eles. O calor
transmitido através deste mecanismo é
denominado calor radiante
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Temperaturas Extremas
As trocas térmicas entre corpos vivos e o ambiente
Evaporação  passagem de um líquido adsorvido a
superfície do corpo sólido para o estado gasoso em
função da quantidade de vapor existente no meio em
uma determinada temperatura e da velocidade do ar
na superfície do sólido. Considerando-se que a
pressão de vapor no meio se mantém constante para
que um líquido passe a vapor, no processo de
evaporação, é necessário que. o mesmo absorva
calor. No caso citado, o líquido retira calor do
sólido para passar a vapor. Concluindo, pode-se
afirmar que o sólido perdeu calor para o meio
ambiente, pelo mecanismo de evaporação.
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Temperaturas Extremas
Perda e ganho de energia térmica pelo organismo
(sobrecarga térmica)
S= M±C±R-E
Onde:
S - calor acumulado no organismo (sobrecarga térmica).
M - calor produzido pelo metabolismo (sempre positivo e depende da atividade
física);
C - calor ganho ou perdido por condução-convecção;
R - calor ganho ou perdido por radiação;
E - calor perdido por evaporação (sempre negativo e depende da umidade
relativa do ar);
OBS.:
Há também perda ou ganho de calor pelo organismo pela respiração e na
ingestão de alimentos quentes ou frios, porém não serão consideradas.
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Temperaturas Extremas
Quando S = 0, dizemos que o organismo se
encontra em equilíbrio térmico.
Nas exposições a altas temperaturas a equação
apresenta-se:
S=M+C+R-E
Nas exposições a baixas temperaturas a equação
apresenta-se:
S=M-C-R-E
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Temperaturas Extremas
Atividades ocupacionais
Com ganho de calor
- indústria siderúrgica
- indústria do vidro
- indústria têxtil
- fundições
- trabalho de campo (lavoura e construção civil)
- ambientes confinados da indústria de
construção naval e civil
- outros ramos industriais onde há processos
com liberação de grandes quantidades de energia
térmica (fonte específica ou da carga solar)
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Temperaturas Extremas
Atividades ocupacionais
Com perda de calor
- trabalhos ao ar livre em climas frios em
regiões de grandes altitudes
- trabalhos ao ar livre em algumas zonas
temperadas, no inverno
- em ambientes artificiais, como as câmaras
frigoríficas de conservação.
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Temperaturas Extremas
Principais fatores que influem nas trocas térmicas
Calor radiante (fontes que emitem R.I.V.).
Este fator é o de maior peso ponderal,
pois contribui significativamente para a
elevação da sobrecarga térmica. Na
ausência de fontes radiantes ou
controladas, o organismo humano
perderá calor por mecanismo da
radiação.
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Temperaturas Extremas
Principais fatores que influem nas trocas térmicas
Velocidade do ar (o aumento da
velocidade do ar acelera a troca de
camadas de ar, aumentando o fluxo de
calor entre este e o ar).
Na condução-convecção:
relação var  Tamb
Na evaporação:
relação var  calamb.
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Temperaturas Extremas
Principais fatores que influem nas trocas térmicas
Temperatura do ar
Tc  Tamb.
Umidade relativa do ar
O organismo humano perde até 600
Kcal/hora pela evaporação.
calor  1/ u.r.a.
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Temperaturas Extremas
Principais fatores que influem nas trocas térmicas
Tipo de atividade
Quanto mais intensa for a atividade física maior será
o calor produzido pelo metabolismo. Para
indivíduos que trabalham em ambientes quentes, o
calor decorrente da atividade física constituirá
parte do calor total ganho pelo organismo e,
portanto, deve ser considerado, na quantificação
da sobrecarga térmica. Para aqueles que
trabalham em ambientes frios, o calor decorrente
da atividade física constituirá em fator de equilíbrio
relativo para a perda de calor total.
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Temperaturas Extremas
Avaliação de energia térmica
temperaturas extremas
em
ambientes
de
- É importante considerar a intenção da avaliação
pericial.
- Avaliação de riscos para caracterização de atividade
insalubre = índices de sobrecarga térmica (NR 15)
- Avaliação de conforto térmico = índices de
temperatura efetiva (NR 9, 17 e 29).
- Em ambos os casos as avaliações dependerão de
medições ambientais, avaliação temporal de jornada
laboral, modo operacional, sistemas de proteção
coletiva e utilização de equipamentos de proteção
individual.
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Temperaturas Extremas
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Temperaturas Extremas
Índices a serem considerados
Existem diversos índices que correlacionam as variáveis que influem nas
trocas entre o indivíduo e o meio ambiente. Entre estes índices os mais
conhecidos são:
INSALUBRIDADE
Índice de Sobrecarga Térmica (IST)
e
Índice de Bulbo Úmido - Termômetro de Globo
(IBUTG)
CONFORTO ERGONÔMICO
Temperatura Temperatura
Efetiva
Efetiva
Corrigida
(TE)
(TEC)
VARIÁVEIS
Temperatura do ar
Umidade do ar
Velocidade do ar
Calor Radiante
Tipo de Atividade
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Temperaturas Extremas
Medidores
Temperatura do ar (tbs)= medida com
termômetro de mercúrio comum graduado de
-10 a + 100 ºC, de funcionamento confiável,
permitindo leituras até 1/10 de grau
centígrado. A leitura é feita quando o
termômetro está estabilizado (30 minutos).
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Temperaturas Extremas
Umidade relativa do ar = psicrômetro [2
termômetros idênticos ao acima referido
colocados paralelamente; um possui o seu
bulbo revestido por tecido (cadarço
abraçando o bulbo e mergulhado em água
destilada durante a medição, ficando o bulbo
distante 2,5 cm da superfície do recipiente
que contem água)]. Faz-se a duas leituras: a
temperatura de bulbo seco (tbs) e a
temperatura de bulbo úmido (tbn).
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Temperaturas Extremas
Velocidade do ar = medido pelo
anemômetro. Os mais indicados para o
levantamento
de
calor
são
anemômetros sensíveis a pequenos
fluxos de ar e fazem leituras contínuas
da movimentação de ar não direcional.
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Temperaturas Extremas
Calor radiante = medido indiretamente através
de um aparelho denominado termômetro de
globo (tg). É composto de uma esfera oca de
cobre com aproximadamente 15 cm de
diâmetro e um 1 mm de espessura, pintada
externamente de preto-fosco; e um
termômetro de 0 a 150 ºC em escala de 1/5
de grau centígrado) cujo bulbo deve localizarse no centro da esfera.
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Temperaturas Extremas
Tipo de atividade exercida pelo trabalhador = Sua
avaliação é estimada através da tabela que
estabelece valores em função da atividade
exercida
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Temperaturas Extremas
Limites de Tolerância para “Calor”
A legislação brasileira, estabelece que a exposição
ao calor deve ser avaliada através do Índice de
Bulbo Úmido - Termômetro de Globo (IBUTG).
Para ambientes internos ou externos sem carga
solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
Para ambientes externos com carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
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Temperaturas Extremas
Regime de trabalho-descanso com descanso
no próprio local de trabalho (por hora):
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Temperaturas Extremas
Baixas temperaturas ou Frio - Fatores de medição
Os mesmos fatores ambientais analisados e considerados no
estudo do calor influem na intensidade da exposição ao
frio, embora pouco se conheça sobre a sua quantificação e
controle.
Não existem, até o momento, índices especiais completos e
detalhados que permitam uma avaliação correta e precisa
das condições de exposição ao frio intenso.
A perda de calor através da respiração não é considerada na
avaliação. Esta, aliada a outros fatores, e é a principal
causa dos ataques cardíacos sofridos por indivíduos mais
expostos ao frio. Sabe-se que a 20 ºC o organismo perde 8
kcal/h, e a -10 ºC é de 16 kcal/h
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Temperaturas Extremas
O fluxo de ar que circunda o organismo humano é
fator de grande influência no esfriamento do
mesmo.
Sabe-se que os efeitos de exposição ao frio intenso
não aumentam numa relação linear com a
velocidade do ar, e sim, com a raiz quadrada
desta.
Como exemplo, pode-se afirmar que uma
temperatura de 0 ºC e velocidade do ar de 6 m/s é
equivalente a uma temperatura de -10 ºC e
velocidade do ar 0 m/s.
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Temperaturas Extremas
O trabalhador não deve permanecer por
longos períodos em ambientes com frio
intenso. Recomendam-se períodos de
trabalho intercalados por períodos de
descanso para regime de trabalho. O
regime de trabalho e descanso
recomendado
em
função
da
temperatura bulbo seco (temperatura
do ar) existente no ambiente frio é:
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Temperaturas Extremas
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Temperaturas Extremas
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Temperaturas Extremas

Termorregulação
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Temperaturas Extremas
Efeitos sobre a saúde
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Temperaturas Extremas
Reações a altas temperaturas
Exaustão pelo calor = insuficiência sangüínea no
córtex cerebral.
Desidratação = ineficiência muscular, redução de
secreção, perda de apetite, dificuldade de engolir,
acúmulo de ácido nos tecidos irão ocorrer com
elevada intensidade, uremia temporária, febre e
morte.
Cãibras de calor = pela redução do NaCl no sangue.
Choque térmico = devido a um distúrbio no
mecanismo termo-regulador.
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Temperaturas Extremas
Reações a baixas temperaturas
Vasoconstrição periférica = o fluxo sangüíneo é reduzido em
proporção direta com a queda da temperatura.
Tremor = com um aumento da produção de gás carbônico,
água e ácido láctico, gerando energia térmica e
vasoconstricção.
Sonolência e coma = temperatura do núcleo do corpo < 29 ºC,
o hipotálamo perde a capacidade termo-reguladora.
Os acidentes de trabalho são menores a Tamb = 18 ºC que em
outras inferiores ou superiores a esta. O aumento da
freqüência de acidentes em baixas temperaturas foi
atribuído à perda da destreza manual.
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Temperaturas Extremas
Sugestão de medidas de controle relativas ao
ambiente
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Temperaturas Extremas
Medidas relativas ao pessoal
- Aclimatização (tempo de 2 semanas);
- Ingestão de água e sal;
- Limitação do tempo de exposição;
- Equipamento de proteção individual;
- Educação e treinamento;
-
Calor
O uso de óculos com lentes especiais é necessário sempre que haja
fontes apreciáveis de calor radiante. As lentes devem reter no
mínimo 95% da radiação infravermelha incidente.
Luvas, mangotes, aventais, capuzes, devem ser utilizados para
proteção das diversas partes expostas do corpo. O EPI de
amianto aluminizado é um excelente isolante térmico,
confeccionada de tecido leve e de cor clara. Para situações
críticas usar sistema de ventilação acoplado.
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Temperaturas Extremas
Medidas relativas ao pessoal
-
Frio
A produtividade humana depende da integridade funcional do
cérebro e das mãos do homem. Em ambientes frios, devese conservar o calor do corpo para manter a temperatura
do cérebro ao redor de 37 ºC, assegurando a adequada
irrigação do sangue às extremidades.
- Aclimatação
- Vestimentas adequadas
Exposição às intempéries é inevitável, os trabalhadores
devem estar providos de roupas de proteção, que
constituam uma barreira isolante entre a superfície quente
do corpo e o meio ambiente frio. Quanto maior é a
diferença entre a temperatura da pele e a do ar circulante,
maior é o isolamento necessário para manter o microclima
que cerca a pele, a níveis confortáveis.
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Temperaturas Extremas
Quando o corpo se encontra em atividade, há um aumento de
produção de calor, sendo necessário um menor isolamento
para manter o equilíbrio entre o calor produzido e perdido.
Pesadas vestimentas não permitem o suficiente esfriamento
por evaporação, anulando, por algum tempo, o isolamento
adequado, quando o mesmo é mais necessário.
Conclui-se que a quantidade de roupa a ser vestida em um
ambiente frio, deve ser determinada de forma a não criar
problemas de troca térmica.
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Temperaturas Extremas
Insalubridade
As atividades ou operações executadas em ambiente com sobrecarga térmica
(IBUTG) acima dos Limites de Tolerância Ambiental fixados nos Quadros 1
e 2, serão consideradas insalubres em grau médio em decorrência de
laudo técnico.
As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou
em locais que apresentem condições similares, que exponham os
trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas
insalubres em grau médio decorrência de laudo de inspeção realizada no
Iocal de trabalho.
Conforto térmico
Para atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, são
recomendados as seguintes condições de conforto:
Índice de temperatura efetiva entre 20 e 23 ºC
velocidade do ar inferior a 0,75 m/s
umidade relativa do ar inferior a 40 %