Aula_Leishmaniose_Tegumentar_Americana[1]

Download Report

Transcript Aula_Leishmaniose_Tegumentar_Americana[1]

Leishmaniose Tegumentar
Americana - LTA
Prof. Paula Maciel Santos
Universidade de Cuiabá - UNIC
Introdução




Causada por diferentes espécies do
protozoário gênero Leishmania, que
acomete pele e mucosas
Infecção zoonótica – primariamente animais
e secundariamente o homem, evolução
crônica
Transmissão por picada de flebotomíneos –
gênero Lutzomya
Ampla distribuição mundial e no continente
americano (exceção Chile e Uruguai)
90% dos casos de leishmaniose tegumentar
no mundo ocorrem no Afeganistão, Brasil,
Irã, Peru, Arábia Saudita, Síria e Bolívia
(WHO/CID/Leish/98.9 Add.1)
Casuística






Transmissão da doença em vários municípios de
todas as unidades federadas
Aumento na incidência nos últimos 20 anos
A maior incidência na região norte e em segundo
lugar a região centro-oeste
Aumento progressivo em MT
100% dos municípios de MT com casos autóctones
(casos confirmados com infecção na residência)
Destaca-se o MT com 2.615 casos em 2008
Etiologia





Parasita intracelular obrigatório do
sistema fagocítico-mononuclear
Ciclo biológico envolvendo
obrigatoriamente mamíferos –
hospedeiros definitivos
Forma aflagelada – amastigota
(mamíferos)
Forma flagelada – flebotomíneo
Várias espécies de parasitas do
subgênero Viannia e Leishmania
Ninho de amastigotas
CICLO BIOLÓGICO E FORMAS EVOLUTIVAS
DA LEISHMANIA
Formas promastigotas metacíclicas regurgitadas por mosquitos
são depositadas na derme, onde são fagocitados por macrófagos
*
Ciclo da Leishmania sp.
AGENTE ETIOLÓGICO
Família
Tripanosomatidae
Gênero
Crithidia
Subgênero
Complexo
Espécie
Leishmania
Leishmania
L. donovani
L. chagasi
L. donnovani
L.tropica
Trypanosoma
Viannia
L. mexicana
L. brasiliensis
L. guyanensis
L. amazonensis
L. pifanoi
L. brasiliensis
L. peruviana
L. guyanensis
L. panamensis
Vetor
Inseto hematófago, pequeno, cor de palha,
com grandes asas pilosas para trás
e para cima, cabeça fletida para baixo.
Flebótomo: Pertence ao gênero Lutzomya
Vetores (Diptera, Phlebotomidae: Lutzomiya, Phlebotomus)
No Brasil, 2 espécies principais fazem a transmissão: L
longipalpis e L. wellcomei e outros.
Nomes populares: mosquito palha, cangalha, cangalhinha,
birigüi
Padrões Epidemiológicos





Derrubadas e exploração de áreas nativas
LTA é uma zoonose de animais silvestres
(gambá, rato do mato), atingindo o homem
Ocupação de antigas áreas, periurbanas
sem correlação com derrubadas, ocupação
de encostas, aglomerados semiurbanos
Associação de LTA em cães, eqüinos,
roedores possíveis reservatórios do parasita
Exposição ocupacional e lazer
LTA
Didelphidae: Metachirus nudicaudatus (Brown foureyed opossum), Brazil. Photo by L. H. Emmons.
RESERVATÓRIOS
 SILVESTRES:
Alguns roedores (ratos do mato, ratão do
banhado), marsupiais (gambá) e edentados
(preguiça, tamanduá, tatu), canídeos.
 DOMÉSTICOS:
Cão, cavalo, jumento
Epidemiologia
a. Leishmania (Leishmania) amazonensis





Distribuição pelas florestas da
Amazônia, ampliando pelo nordeste e
sudeste
Hospedeiros naturais: marsupiais,
roedores (rato-soia)
Baixa prevalência
Causa úlceras cutâneas localizadas
Inclui a forma anérgica ou cutânea
difusa
b. Leishmania (Viannia) guyanensis





Norte da bacia amazônica até as Guianas
Hospedeiros: preguiça, tamanduá,
marsupiais e roedores
Os vetores atacam em grande quantidade
Lesões únicas ou disseminadas decorrentes
de diversas picadas ou disseminação
linfática
Raro o comprometimento mucoso
c. Leishmania (Viannia) braziliensis





Espécie mais prevalente no homem
Distribuição muito ampla, encontrada em todas
as zonas endêmicas do país
Nas regiões sudeste e nordeste os hospedeiros
naturais são cães, eqüinos, mulas e roedores
Manifestações com lesões cutâneas únicas ou
múltiplas e com complicações de disseminação
hematogênica para as mucosas da nasofaringe
Parece existir imunidade cruzada para o
subgênero Leishmania, entretanto ela é parcial
para a Viannia. São raras as reinfecções
Diagnóstico Clínico
Leishmnaiose cutânea
Leishmaniose Cutânea
 (1) Forma Cutânea Única
 (2) Forma Cutânea Múltipla
 (3) Forma Cutânea Disseminada
 (4) Forma Recidiva Cútis
 (5) Forma Cutânea Difusa
Leishmania braziliensis
(1, 2, 3, 4)
Leishmania amazonensis
(1, 2, 3, 4, 5)
Leishmania guyanensis
(1, 2)
Diagnóstico Clínico
Leishmaniose mucosa
Leishmaniose Mucosa
 (6) Forma Mucosa Tardia
 (7) Forma Mucosa Concomitante
 (8) Forma Mucosa Contígua
 (9) Forma Mucosa Primária
 (10) Forma Mucosa Indeterminada
Leishmania braziliensis
(6, 7, 8, 9, 10)
Leishmania amazonensis
(8)
Fisiopatogenia


A abordagem da fisiopatologia da LTA
tem como ponto central o mecanismo
da relação parasito-hospedeiro que
estimula a resposta imune específica
Macrófagos:células hospedeiras,
apresentadoras de antígeno para o
sistema imune e efetoras para a
destruição do parasito
Fisiopatogenia



As celulas T “helper” CD4+ tem função
central, promovendo respostas adaptativas
adequadas
As células Th1 produzem IFN-γ e são
associadas a proteção contra patógenos
intracelulares, como as leishmanias
As células Th2 produzem IL-4, IL-5 e IL-10
e estão envolvidas nos processos alérgicos,
na proteção contra agentes extracelulares e
no agravamento nas infecções por
intracelulares
Leishmaniose tegumentar
americana (LTA)
Leishmaniose
Leishmaniose
Leishmaniose
Leishmaniose
cutânea
cutâneo-mucosa
mucosa
difusa
Cutânea




Na pele a manifestação mais comum é
a úlcera em 85% dos casos.
Úlcera característica tem contorno
circular, borda elevada, talhada à
pique, lembrando a imagem de uma
cratera.
Pouco exsudativa, fundo granuloso.
Pode ser colonizada por bactérias e
leveduras.
Lesão verrucosa simétrica em
cotovelos
Forma úlcero-vegetante
extensa, acometendo nádegas e
membros inferiores
Mucosa




Predileção por vias aéreas superiores,
principalmente septo nasal
Evolução
arrastada,
desconforto,
ardência, obstrução nasal, aumento de
secreção, formação de crostas escuras
e sangramento
Doença nas mucosas está associada à
exacerbação da resposta celular
Resposta ao tratamento é satisfatória
Forma mucosa contígua. Notar
comprometimento da pele
(verrugas) associado a infiltração nasal e labial
Lesão mucosa tardia com comprometimento de nariz
(infiltração e edema). Nariz de tapir. Lábio superior com
infiltração e lesão ulcerada atingindo a pele
Lesões mucosas
Leismaniose
difusa
Difusa





Nódulos isolados ou agrupados,
máculas, pápulas e placas infiltradas.
As lesões se disseminam e têm limites
imprecisos
Prova cutânea sempre negativa
Elevados títulos de anticorpos
Tratamento com resultados
insatisfatórios, com recidivas
constantes.
Diagnóstico Diferencial

úlceras traumáticas, úlceras de estase,
úlcera tropical, úlceras de membros
inferiores por anemia falciforme,
piodermites, paracoccidioidomicose,
neoplasias cutâneas, sífilis e
tuberculose cutânea
Formas vegetantes

esporotricose verrucosa, a
cromomicose, a
paracoccidioidomicose, a piodermite
vegetante e a tuberculose verrucosa
Lesões mucosas

paracoccidioidomicose, hanseníase
virchoviana, rinoscleroma, bouba,
sífilis terciária, granuloma médio facial
e neoplasias.
Diagnóstico
Exame direto
 Técnicas por escarificação, biópsia com impressão
por aposição (imprint) e punção aspirativa
 Histopatológico
 Cultivo do material – meio NNN ou LIT (5o dia até
1 mês)
 Positividade é inversamente proporcional ao tempo
de evolução
 Lesões com infecção secundária também limitam o
diagnóstico
Formas amastígotas (seta) de L. chagasi
no interior de macrófago
Reação Exudativa e Tuberculóide (RE). Granuloma
organizado constituído por células epitelióides, célula gigante
tipo Langhans, em arranjo peculiar - HE, 160x.
Diagnóstico
Diagnóstico imunológico
 Intradermorreação de Montenegro
(IRM) – leitura entre 48 a 72h
Tratamento



Antimonial pentavalente – droga de
primeira escolha
- Antimoniato N-metil glucamina
- Stibogluconato de sódio (não
comercializado no Brasil)
Anfotericina B
Pentamidina
Úlceras pré e pós terapêutica
Referências Bibliográficas
MANUAL DE CONTROLE DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR
AMERICANA – 2000 – MS
 TRATADO DE INFECTOLOGIA - VERONESI
http://saude.pr.gov.br/ftp/Saudeambiental/manu_leishman.pdf
