Leishmanioses - disciplina de doenças infecciosas
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Transcript Leishmanioses - disciplina de doenças infecciosas
Leishmanioses
Thaís Lôbo Herzer
Leishmania spp.
Leishmania spp.
Parasitas de células fagocitárias (macrófagos)
Formas promastigotas e amastigotas
Forma Infectante
Forma Diagnóstica
Leishmania spp. – O Vetor
Fêmeas de flebotomíneos (mosquito palha)
Lutzomyia longipalpis - principal no Brasil
Leishmania spp. - Reservatórios
Homens
Caninos
Cão doméstico
Marsupiais
Roedores
...
Leishmania spp – Ciclo de Vida
Leishmanioses – Espectro Clínico
Leishmaniose Visceral
Leishmaniose Mucocutânea
Leishmaniose Tegumentar Americana
Leishmaniose Visceral - Introdução
Kala-azar: fere negra (hindu)
90% casos do mundo: Leste da Índia e
Bangladesh, Sudão e Brasil
90% casos do Brasil: Nordeste (Bahia,
Ceará, Piauí e Maranhão)
Rural Urbana
Infecção X Doença:
Crianças 6,5:1
Adultos 18:1
Período de Incubação: 2-6meses (10 dias-
1ano)
Leishmaniose Visceral Epidemiologia
L. infantum
L. chagasi
L. donovani
LEISHMANIOSE VISCERAL - Casos confirmados Notificados no Sistema de
Informação de Agravos de Notificação - Sinan
Casos confirmados por Ano Notificação segundo UF Notificação
Período: 2001-2006
UF Notificação
TOTAL
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Total
2.859 2.775 3.344 3.776 3.850 3.926 20.530
Pará
165
182
193
370
484
501
1.895
Maranhão
502
553
735
435
395
371
2.991
Piauí
140
191
446
549
495
367
2.188
Ceara
291
250
241
313
410
635
2.140
Rio Grande do Norte
160
77
75
61
53
75
501
Pernambuco
270
102
75
95
98
104
744
Alagoas
244
123
52
59
58
48
584
Bahia
342
311
374
465
516
376
2.384
Minas Gerais
162
317
369
620
479
437
2.384
São Paulo
97
144
197
168
184
281
1.071
Tocantins
181
233
277
183
192
248
1.314
89
177
194
238
240
241
1.179
Mato Grosso do Sul
Leishmaniose Visceral – Quadro
Clínico
Gerais: Febre alta e intermitente, perda de
peso, astenia
Hepatoesplenomegalia (baço mais
proeminente)
Pancitopenia (Invasão da medula óssea +
hiperesplenismo)
Anemia / Infecções Secundárias /
Hemorragias
Outros: Linfadenopatia, diarréia, dor
abdominal, icterícia, tosse seca, edema,
derrames cavitários, insuficiência
renal/cardíaca
Leishmaniose Visceral Grave
Leishmaniose Visceral Grave
Sinais de alerta:
6-12 meses de idade
50-65 anos de idade
Suspeita de Infecção bacteriana
Recidiva ou Reativação
Diarréia ou vômitos
Edema localizado
Febre >60 dias
Leishmaniose Visceral Grave
Sinais de gravidade:
Idade <6 meses e >65 anos
Icterícia
Fenômenos Hemorrágicos
Anasarca
Toxemia
Desnutrição grave
Co-morbidade (inclusive infecção bacteriana)
Leishmaniose Visceral – Complicações
Insuficiência Hepática
Insuficiência Renal (glomerulonefrite por
imunocomplexos)
Insuficiência Cardíaca (Miopatia, Anemia)
Infecção Bacteriana (sepse, PNM, ITU ...)
Hemorragias
Leishmaniose Visceral – Diagnóstico
Diferencial
Hepatoesplenomegalias febris:
Doenças Hematológicas (Linfoma,
Leucemias)
Doenças Infecciosas (Malária,
Enterobacteriose Septicêmica Prolongada,
Febre tifóide, Endocardite Infecciosa, Chagas
aguda, TB disseminada, Histoplasmose,
Mononucleose, Brucelose)
Leishmaniose Visceral – Exames
Complementares
HC: Pancitopenia
Albumina baixa, Gamaglobulina alta
Transaminases: normais ou pouco elevadas
SU: Hemácias, proteínas
Outros exames para solicitar: ECG, RX tórax,
Amilase, função renal
Leishmaniose Visceral – Exames
Diagnósticos
Certeza: Visualização direta ou cultura (NNN)
Medula óssea – 90% positivo
BX figado/baço
Lesões de pele
Teste de Montenegro: negativo
Positivação após cura
Sorologias (K-39)
Leishmaniose Visceral - Tratamento
Escolha: Antimonial pentavalente
(Glucantime®) - 20mg/kg/dia EV 1xd
Diluir em SF ou SG 5% e correr em 1-2h
1 amp: 81mg/ml (5ml)
Tempo de tto: 21 -28 dias
Efeitos colaterais: mialgia, artralgia, sintomas
TGI, pancreatite, cardiotoxicidade, IR
Acompanhar com ECG 1-3xsem
(prolongamento do QTc, arritmias)
Leishmaniose Visceral - Tratamento
Anfotericina B deoxicolato
1-2g/kg/dia por 14-21dias
Efeitos colaterais: Nefrotoxicidade,
Hipopotassemia, cardiotoxicidade,
hepatotoxicidade, alergia
Droga de escolha para Calazar grave,
recidivas, falha terapêutica, gestantes,
cardiopatas
Leishmaniose Visceral - Tratamento
Anfotericina B Lipossomal
Droga de escolha nos países desenvolvidos
5-7 dias de tto
No Brasil: Refratariedade a Anfo B
deoxicolato, IR, transplantados renais
Miltefosina
Droga oral desenvolvida e utilizada na Índia
Não existe no Brasil
Leishmaniose Visceral - Tratamento
Antibioticoterapia
Antibióticoprofilaxia (<2a e <500 neutrófilos)
Hemotransfusões
Hb < 7g/dl, repercuções hemodinâmicas
Plaq < 20.000/mm3
Leishmaniose Visceral - Seguimento
Melhora evidente até 1 sem do tto
Regressão mais lenta das megalias (podem
persistir por mais de 1 ano)
Repetir exames 1xsem
Acompanhamento ambulatorial por 1 ano
Leishmaniose Tegumentar Americana
(LTA) – Histórico no Brasil
1895: Primeiros casos descritos
1909: Epidemia em Bauru-SP
1911: Leishmania braziliensis
Leishmaniose Cutânea Epidemiologia
LTA - Epidemiologia
• Todos os estados brasileiros já notificaram casos autóctones
LTA - Imunopatogênese
LTA – Formas Clínicas
• Forma Cutânea
Localizada
Disseminada
Difusa
• Forma Mucosa
• Incubação: 2 semanas – 2 anos
(média = 2 meses)
LTA – Espectros Clínicos
• Forma Cutânea Localizada
LTA – Diagnóstico Diferencial
• Forma Cutânea Localizada
Esporotricose
Anemia falciforme
Tb cutânea
Cromomicose
CBC
Esporotricose
LTA – Espectro Clínico
• Forma Cutânea Disseminada
Disseminação hematogênica
Boa resposta ao tratamento
LTA – Espectro Clínico
• Forma Cutânea Difusa
Rara
Recidivas freqüentes
Refratariedade a vários esquemas
Polimorfismo regional
Principal DD: MHV
LTA – Espectro Clínico
• Forma Mucosa
Disseminação hematogênica p/ mucosas
Contigüidade c/ lesão de pele
Cav. Oral, nariz, orofaringe
LTA – Diagnóstico Diferencial
• Forma Mucosa
Paracoccidioidomicose
CBC
Rinosporidiose
Paracoccidioidomicose
LTA - Diagnóstico
• Intradermorreação de Montenegro
0,1 ml
Leitura 48-72 h
(+) ≥ 5 mm
(+) não significa doença
(-) => lesão recente, LCD,
LV, imunodeprimidos
LTA - Diagnóstico
• Pesquisa direta
Escarificação
Bx + Imprint
Sensibilidade ~ 70%
Lesões recentes, s/ infecção secundária
LTA - Diagnóstico
• Histopatológico
LTA - Diagnóstico
Sorologia
Imunofluorescência Indireta
LTA - Tratamento
• Antimonial Pentavalente (Glucantime®)
LTA - Evolução
• Forma cutânea localizada
Refratariedade = 3-5 %
• LCD
Melhora inicial, recidivas freqüentes
Esquemas alternativos: Anfo B, Glucantime
+ Interferon, Glucantime + Alopurinol,
Alopurinol + Fluconazol, Pentamidina, ...
• Forma mucosa
Recidivas freqüentes de múltiplas mucosas
acometidas
LTA - Evolução
• Acompanhamento de perto por 3 meses
• Alta após 1 ano se não houver mais lesões
• Acompanhamento mais próximo p/ pctes tratados
com LCD e LM
Avaliações ORL freqüentes