Aula sobre Financiamento do Desenvolvimento

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Transcript Aula sobre Financiamento do Desenvolvimento

Sistema Financeiro e
Financiamento do Desenvolvimento
Doutorado em Economia e
Doutorado em Desenvolvimento Econômico
Disciplina: Desenvolvimento Capitalista no Brasil
1º semestre de 2012
Fernando Nogueira da Costa
Professor do IE-UNICAMP
http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/
1
Estrutura da apresentação
Abordagem Institucional
Abordagem Conceitual
Abordagem da Política Financeira
Abordagem da Política de Crédito
Desenvolvimento Capitalista no Brasil:
Conclusão
2
Abordagem Institucional
3
Capitalismos nacionais
Cada nação
tende a desenvolver
estilo de capitalismo
culturalmente distinto.
Cada Estado
incorpora determinada
configuração de poder
e autoridade, refletida
na criação e operação
de suas instituições.
Cada capitalismo
tem sua própria
configuração de
mercado, Estado e
outras instituições
para a coordenação
e a governança dos
setores de atividades.
Os analistas acabaram
por particularizar
cada capitalismo,
como fosse nacional
ou étnico, tal como
o capitalismo norteamericano, o europeu,
ou o japonês, etc.
4
A economia de mercado no mundo
é composta de distintos
mercados de capitais, cada qual com
mercado de ações, bancos privados e
bancos públicos cumprindo
a missão de “dar saltos na história”.
O capitalismo mundial é
combinado e desigual,
pois há diferenças nacionais,
históricas e institucionais.
Variedades de
Capitalismos
Para tirar a defasagem
na dinâmica concorrencial,
as nações-estados usam
diferentes instituições financeiras.
Em nível mais abstrato, pode-se falar em
capitalismo mundial, porém,
quando se diminui a abstração,
incorporando na análise as instituições
financeiras, é necessário datar e
localizar os capitalismos financeiros.
5
Walt W. Rostow: visão monoeconômica
• take-off = decolagem, arranco ou impulso brusco,
exógeno ao sistema econômico
Essas cinco etapas do desenvolvimento têm
conteúdo idêntico para todos os países,
independentemente do momento
em que cada qual se industrializa.
• Ritmo pentamétrico:
a sociedade tradicional
as precondições
para
o arranco
o arranco
propriamente
dito
a marcha para
a maturidade
a era do
consumo
de massa
6
Alexander Gerschenkron
demonstrou que
a industrialização tardia
dos países europeus,
como na Alemanha e na Rússia,
diferiu da revolução industrial
inglesa.
O papel dos bancos e do Estado,
na centralização do capital
necessário ao grande
investimento inicial,
é completamente diferente
do representado na
industrialização originária.
7
Gerschenkron forneceu
apoio histórico à
argumentação contra a
monoeconomia.
Pode haver mais de um
caminho em direção ao
desenvolvimento.
Os países que decidiram
industrializar-se tenderam
a forjar suas próprias
políticas, instituições,
sequências e ideologias,
para alcançar a meta.
8
Regimes macro-financeiros
economia de
endividamento
ou com cobertura
financeira
economia de
autofinanciamento
ou com fundos
próprios
9
Duas alternativas de
financiamento a termo na
industrialização brasileira:
financiamento direto
(ou autofinanciamento) via
reinvestimento de
lucro da indústria,
acumulado em função de:
redistribuição de renda
entre o setor industrial e
o agrícola implícita em suas
relações de troca;
aumento da produtividade
industrial acima dos salários
reais, e ampliado por
remarcação de preços em
ritmo superior aos custos.
financiamento indireto via
intermediários financeiros
e/ou:
entrada de capital
estrangeiro, mecanismo
cambial, tributação e/ou
outro instrumento
governamental.
Setor Externo:
principalmente,
no financiamento de importações.
Setor Privado:
recorre ao autofinanciamento
1. pelo aumento da participação
societária de matrizes ou
associadas, através do ingresso de
capital externo (IDE – Investimento
Direto Estrangeiro), ou 2. pela
utilização de lucros retidos,
depreciação e reservas.
Setor Público:
diretamente
pelo setor financeiro estatal
ou via incentivos fiscais e
concessão de subsídios cambiais
à importação de equipamentos.
Fontes dos
fundos para
o processo de
industrialização
Zysman: tipologia do mercado financeiro
Modelo dos países
anglo-saxões:
baseado em
mercado de capitais;
Modelo franco-nipônico:
baseado em
crédito público;
Modelo germânico:
baseado em
crédito privado.
12
Sistemas financeiros nacionais: variações
Importância dos diferentes mercados na transferência de
recursos entre aplicações e investimento:
sistemas baseados em mercado de capitais X
sistemas baseados em crédito
Maneira pela qual os preços são fixados
nesses mercados: preços competitivos,
preços de oligopólios privados ou
preços fixados pelo governo.
Atuação assumida
pelo governo no
sistema financeiro:
alocação de recursos
entre setores
competidores
administração
quantitativa direta
ou manipulação das
condições de mercado
controle de agregados
monetários
13
Tipos de sistemas financeiros:
correlacionados aos modelos de transição
Estados Unidos e Inglaterra
França e Japão
Alemanha
sistemas financeiros
baseados em mercado
de capitais
com preços
determinados
competitivamente,
tiveram condução
empresarial do
crescimento.
sistemas financeiros
baseados em crédito
e preços administrados,
tiveram condução estatal
do processo de
salto de etapas.
com uma instituição
estatal dominante,
dentro de sistema
financeiro baseado em
crédito privado,
houve elementos de
negociação política nos
processos de mudança.
14
Tropicalização Antropofágica Miscigenada
crédito
público
insuficiente
mercado de
capitais
raquítico
crédito
privado
incipiente
A economia brasileira possui traços não
plenamente desenvolvidos dos três
modelos de financiamento a prazo.
15
Primeira Lei
Tropicalização Antropofágica Miscigenada
“O comportamento dos
Bancos Públicos é,
por definição, o desejado
pelo Governo da ocasião,
seja ele monetarista,
seja desenvolvimentista,
ou, quase sempre,
apenas pragmático”.
Segunda Lei
“Independentemente dos
homens e de suas
intenções, sempre que o
Banco Central se entrega
à austeridade financeira,
os Bancos Públicos
escancaram os cofres,
com a inevitabilidade
quase de uma lei natural”.
Leis da
Tropicalização Antropofágica Miscigenada
Não interpretar essas leis
no sentido negativo:
“os bancos públicos
inviabilizam
a política monetária”.
Muito antes pelo contrário!
Primeiro,
a dosagem de suas operações
é instrumento básico de
política monetária.
No final das contas,
controlar com uma mão,
liberar com outra,
é melhor para o País.
Segundo,
o direcionamento setorial do
crédito dá-lhe flexibilidade.
Crédito direcionado a setores
prioritários: “amortecedor”
de recessão provocada pela
ânsia de controle monetário
geral por parte da
autoridade monetária.
Breve história da riqueza
brasileira
Desde a Colônia, a manutenção da riqueza em nosso país
não ocorre de forma estritamente monetária;
no passado, predominava o estoque de riqueza em escravos,
engenhos, terras, imóveis urbanos, etc.
A forma de manutenção de fortuna local era em bens de raiz,
havendo grande dificuldade para
transformar a fortuna em dinheiro.
Após a Independência, desde o século XIX,
as emissões de títulos de dívida pública forneceram
lastro para aplicações financeiras.
Contrapuseram-se, parcialmente, às fugas de capital,
antes, para o ouro ou, depois, para as divisas estrangeiras.
bolhas de ativos
“Bolhas” surgem quando os preços de
mercado dos ativos são inconsistentes
com o que os fundamentos
macroeconômicos justificariam.
Uma economia de boom
(com alto crescimento) gera bolha de ativos
quando a escala de influxos nominais de
riqueza à caça de oportunidades em ativos
(riqueza) ultrapassa a capacidade de criação
desses ativos de capital.
As bolhas de ativos, seguidas por
colapsos de ativos, são virtualmente
onipresentes em economias (ou em
mercados) com fronteiras delimitadas.
riqueza de “novos ricos”
Grande parte da riqueza
de “novos ricos”, no
Brasil, surgiu de atividades
não-produtivas, geralmente
ligadas a ganhos de capital
por meio de valorizações
patrimoniais, como a
venda de bens – imóveis,
fazendas, empresas,
participações, etc. –
comprados com
preços baixos e
vendidos após forte alta.
Os empreendedores
pioneiros investiram,
inicialmente,
em “zonas de fronteiras”
(ou espaços urbanos)
ainda não atendidos por
determinadas atividades.
Com o controle
monopolista de
mercados locais,
obtiveram “ganhos de
fundadores”
extraordinários,
devido ao progressivo
crescimento das cidades.
Economia de boom
com bolhas imobiliárias
As bolhas de ativos, no Brasil,
pouco ocorreram em mercado de ações,
mais em mercado imobiliário.
A demanda por imóveis
era determinada pela
elevação do grau de
urbanização da população.
A sobra de renda dos
mais ricos permitia
construir a “casa própria”
e/ou investir em imóveis,
aplicação que era
antes considerada
segura e rentável.
Entre 1900 e 1973,
a taxa de crescimento
médio anual do PIB
brasileiro (4,9%)
foi a maior do mundo.
Tinha mercado
secundário organizado
que dava, então,
relativa liquidez.
Economia de Endividamento versus
Economia de Mercado de Capitais
Aqui, até agora, se constituiu
Economia de Endividamento,
mas não
Economia de Mercado de Capitais.
Ainda não houve no mundo
nenhuma experiência de
conversão da primeira nessa última,
típica dos países anglo-saxões.
Pelo contrário, mais uma vez
(assim como em 1929),
a bolsa de valores de Nova York
absorve ações (ADRs) das grandes
empresas do resto do mundo,
esvaziando as congêneres.
22
O desafio histórico será a
junção dessas “economias”
via securitização,
termo oriundo da
palavra inglesa “security”.
Significa o processo de
transformação de
dívidas com determinado
credor em
dívidas com compradores
de títulos ou contratos
originados no montante
dessa dívida.
Na realidade, trata-se da
conversão de empréstimos
bancários (e outros ativos)
em títulos (securities)
para a venda a investidores,
em mercados secundários
organizados.
23
Abordagem Conceitual
24
circuito de financiamento
Bancos
Comerciais
Finance
Investimento
Pagamento das Dívidas
Empresas Não
Financeiras
Funding
Mercado de
Capitais
Efeito
Multiplicador
Bancos de
Investimento
Renda
Famílias
Lançamento
Primário
Fundos de Longo Prazo
Gastos
Aplicações
Investidores
Institucionais
(EPC, SS, FIF)
Empresas Não
Financeiras
Crédito ao
Consumidor e
Financiamento
Habitacional
25
empréstimos criam
depósitos
O sistema bancário
multiplica a quantidade de
moeda à medida que
empresta, porque:
o sistema bancário
funciona como rede;
os depositantes retiram
pouco papel-moeda
do total de depósitos.
Para os bancos, qualquer
disponibilidade em seu
passivo, não utilizada em
novos empréstimos ou
aplicações financeiras
implica
custos de oportunidade,
considerando-se alguma
melhor oportunidade de
benefícios não aproveitada.
26
Moeda:
criada por endividamento e
destruída por pagamento de
dívida.
processo de
criação da moeda
processo de
destruição da moeda
O suprimento de moeda
cresce com o uso, ou seja,
expande-se por meio do
endividamento.
Se todos tomadores de
empréstimos os amortizassem,
liquidando-os,
simultaneamente,
toda a oferta de moeda criada
por crédito seria extinta.
alavancagem financeira
A utilização de recursos
provenientes de terceiros
na composição da estrutura do
capital de determinada empresa,
objetivando otimizar o retorno
dos investimentos realizados.
Suponha que o capitalista
compre ativo por US$ 100 mil:
Suponha que ele tome
emprestado US$ 900 mil,
somando aos US$ 100 mil
para comprar mais do ativo:
Se ele passar a valer US$ 110 mil,
sua rentabilidade será de 10%.
Caso a cotação do ativo tenha se
elevado para US$ 110 mil
(mais o equivalente ao custo dos
juros), ele duplicará o capital!
Instituições Financeiras Públicas Federais:
alavancagem financeira
Em termos de custo fiscal e
orçamentos
governamentais,
IFPF podem
“fazer mais por menos”.
São 9 vezes mais,
se comparar o valor em
dinheiro necessário para
executar diretamente
políticas públicas
com a mesma quantidade de
recursos capitalizados nas
IFPF para fazer empréstimos
(e tomar depósitos).
Essas instituições podem
gerar políticas públicas cujo
gasto efetivo sai por cerca de
10% do custo fiscal potencial.
circuito monetário-financeiro
Tesouro Nacional
Colocação e
Resgates de
Títulos de
Dívida
Pública
Empresas
(PJ)
Banco Central
Over
Fundos
Renda
Tesouraria
Adm. Rec.3º
(FIF)
Crédito
Fundos
Empréstimos
& Depósitos
Pagamento
do Crédito
Famílias
(PF)
Depósitos
Consumo
Empresas
(PJ)
Títulos de Dívida Direta
Ou Ações
30
Efeito deslocamento
Crowding out
Se o governo tomar financiamento
no mercado, a elevação da taxa de
juros que o governo está disposto a
pagar (e pode fazê-lo) deslocaria
tomadores não-governamentais que
não teriam condições de pagá-la.
Crowding in
Aqui e agora:
o governo força
a queda da taxa de juros.
Quando os gastos governamentais
estimulam os investimentos
privados, em vez de deslocá-los
ou substituí-los.
Aqui e agora:
os gastos governamentais com a
capitalização dos bancos públicos
federais alavancam
os gastos privados.
Queda da
taxa de juros
Depreciação
da moeda
nacional
Crescimento
do PIB
Crescimento
da demanda
sem inflação
Diminuição
dos encargos
financeiros
Maior
capacidade
produtiva
Queda da
relação
dívida / PIB
Ganho fiscal
por meio de
tributos,
tributos e
lucros retidos
Diminuição
do déficit
nominal
Alavancagem
do dinheiro
público
Elevação do
superávit
primário
Caplitalização
dos bancos
públicos
Margem
fiscal
Abordagem da
Política Financeira
33
Empréstimos
17%
44%
Bancos Públicos
39%
Bancos Privados Nacionais
Bancos Estrangeiros
Títulos de dívida pública = 58% do funding
Financiamento Total:
Funding:
1.
Empréstimos bancários:
R$ 2,1 trilhões –
relação crédito / PIB: 49,6 %;
•
2.
Dívida mobiliária federal
(fora do Banco Central):
R$ 1,8 trilhão –
relação dívida / PIB: 42,3%;
1.
M1 (papel-moeda em poder do público e
depósitos a vista): R$ 258 bilhões;
2.
M2 (M1 + depósitos de poupança
[R$ 434 bilhões] + depósitos a prazo
[R$ 919 bilhões]): R$ 1,6 trilhão.
3.
M3 (M2 + quotas de fundos de renda fixa
[R$ 1,5 trilhão] + títulos públicos que lastreiam
operações compromissadas): R$ 3,2 trilhões;
4.
M4 (M3 + títulos públicos de detentores não
financeiros): R$ 3,8 trilhões = 90% do PIB.
•
•
Financiamento total:
R$ 3,9 trilhões ou
91,9% do PIB (R$ 4,2 trilhões)
Déficit do balanço de transações
correntes (abril de 2012/12 m):
US$ 51,6 bilhões ou 2,0% do PIB
Saldos em fim de período (abril de 2012)
dos Haveres Financeiros:
35
de Títulos de Dívida Pública
Fundos de Investimento Financeiro
Títulos de Dívida Pública na Carteira dos FIF (março de 2012): 60,6% do PL (R$ 2,07 tri)
Outros Títulos de Renda Fixa (CDB [7,5%], NP, Debêntures [3,5%] e Outros): 24,5%
Renda Variável (Ações): 14,9%
Fatores determinantes da variação
DLSP / PIB
NUMERADOR:
NUMERADOR:
Resultado Nominal
Esqueletos
Resultado Primário
Privatizações
Dívida Líquida do
Setor Público/ PIB
NUMERADOR:
DENOMINADOR:
Pagamento Líquido de Juros
Crescimento do PIB
Efeito Câmbio
Variações do IGP-DI
Fatores determinantes da variação
DLSP / PIB
NUMERADOR:
Despesas menos Receitas Totais Correntes
Despesas menos Receitas
(exclusive receita e despesas com juros)
NUMERADOR:
Reconhecimento de dívidas passadas
Receitas com a venda de ativos reais
Dívida Líquida do
Setor Público/ PIB
NUMERADOR:
DENOMINADOR:
Despesas com Juros – Receita com Juros
Crescimento acumulado em 12 meses
a preços correntes
Mudança de valor em R$ da
dívida líquida denominada em US$
Valoração do PIB a cada mês pelo IGP-DI
Fatores determinantes da variação
DLSP / PIB
NUMERADOR:
NUMERADOR:
Política Fiscal do Ministério da Fazenda
Tesouro Nacional
Programa Nacional de Desestatização
Dívida Líquida do
Setor Público/ PIB
NUMERADOR:
Política de Juros do Banco Central
Política Cambial do Banco Central
DENOMINADOR:
Política de Crédito dos Bancos Públicos
Política de Combate à Inflação por
Ministério da Fazenda-Banco Central
Resultado fiscal, câmbio, PIB e inflação
O déficit nominal acumulou 1,27%
do PIB, comparativamente a 2,05%
do PIB no mesmo período de 2011.
No ano, o superávit primário atingiu 4,51% do PIB, 0,43 p.p.
do PIB superior ao registrado no mesmo período de 2011. No
acumulado em doze meses o superávit atingiu 3,22% do PIB.
A Dívida Líquida do Setor Público atingiu R$1.538,2 bilhões (36,6% do PIB) em março/2012,
reduzindo-se 0,9 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. A desvalorização cambial de 6,6%
no mês respondeu por redução de R$35,2 bilhões (0,8% do PIB) na DLSP.
53
Espaço para capitalização dos bancos públicos
Observação: o estoque da dívida pública poderá crescer até R$ 194 bilhões, neste ano,
cabendo aportes para os bancos públicos alavancarem em crédito até 9 vezes mais
do que o valor em dinheiro necessário para executar diretamente políticas públicas.
queda do juro e spread
elevação do crédito
Análise comparativa internacional
62
Caixa Econômica Federal
63
Quantidade de Financiamentos Habitacionais
TOTAL
900.000
800.000
Geisel
1.117.259
700.000
Figueiredo
2.180.697
Sarney
796.109
Collor/
Itamar
822.294
Fernando Henrique
1.875.042
Lula
2.542.165
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
1984
1983
1982
1981
1980
1979
1978
1977
1976
1975
1974
0
Posição: Setembro de 2008
Obs.: Compõe-se de financiamentos da Caixa e de outros bancos.
Fontes: BNH; SBPE/ABECIP e CAIXA.
Inclui CONSTRUCARD e Material de Construção Reforma e Ampliação.
Origem de recursos considerados com datas de início: FGTS1974; SBPE1974; FDS1993;
LH1996; FAR 1999; FAT2002; PSH2002; CONSÓRCIO2003.
65
Fontes de recursos para
crédito habitacional
incapacidade do crédito direcionado de 65% dos
depósitos de poupança manter o atual ritmo de expansão
SBPE – Captação
x
Aplicação
ANO
Créd.
Total da
Imobiliário Poupança
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Total da Poupança
Limite de 65% para créd.
imobiliário
20
23
33
45
61
96
162
249
354
484
135
150
188
215
254
300
360
432
518
622
Créd. Imobiliário
Limite de
65% para
créd.
imobiliário
88
98
122
140
165
195
234
281
337
404
622
518
484
432
354
360
300
249
254
215
188
135
162
150
96
TAXA DE CHEFIA
45
20
23
33
2005
2006
2007
2008
15%
15%
18%
21%
61
2009
2010
24%
32%
2011
2012
2013
2014
45%
58%
68%
78%
Securitização no Brasil
BANCO CENTRAL
SELIC
9% a.a.
65%
POUPADORES
Poupança
6% a.a. + TR
BANCOS
Saldo Crédito
Imobiliário
IPCA: 4,5% a.a
TR: 0,7% a.a.
DP: 6,17% a.a.
Custo Adm. + Risco: 3 p.p.
+ Margem de lucro: 3 p.p.
= Spread: 6 p.p.
Taxa Empréstimo: 12,7% a.a.
Taxa Securitização: 1 p.p.
CRI: Tx Empr - Tx Sec = 11,7% a.a.
Direcionamento
12% a.a. + TR
R$ 223 bi em abril de 2012
SECURITIZADORA
Emissão de
CRI
Estoque de
R$ 24,5 bi em 2011
INVESTIDORES
DEVEDORES
Banco do Brasil
74
BNDES
85
Investimentos em Construção,
Máquinas & Equipamentos
Investimentos em energia e transporte
Investimentos para a Copa e no PAC
93
Padrão de Financiamento dos Investimento na Indústria e Infra-estrutura
no Brasil (2001-2009)
100%
90%
1,0%
4,3%
8,6%
14,0%
2,0%
10,0%
0,0%
5,0%
6,0%
80%
14,4%
30,0%
30,0%
70%
60%
2,0%
9,0%
2,0%
10,0%
13,0%
10,0%
19,0%
21,0%
22,0%
23,4%
5,0%
7,0%
15,0%
7,0%
9,0%
15,6%
3,7%
4,2%
8,9%
3,1%
6,1%
17,0%
26,0%
16,0%
30,0%
39,6%
21,0%
50%
16,0%
40%
60,0%
30%
49,3%
49,0%
20%
57,0%
57,0%
51,0%
42,0%
39,0%
45,3%
43,6%
2008e
2009p
10%
0%
Média
2001
2002
Lucros Retidos
e-estimado p-previsto
Fonte: BNDES/APE
2003
BNDES
2004
2005
Captações Externas
Capitações
2006
2007
Debêntures
Ações
BNDES e o Mercado de Capitais
1 3 1 ,3
1 2 8 ,8
R $ b ilh ã o
1 1 0 ,2
9 2 ,2
8 4 ,2
6 4 ,9
6 1 ,8
5 2 ,3
4 7 ,1
4 0 ,0
3 0 ,1
2 4 ,5
2004
2005
2006
D e se m b o lso s d o B N D E S
2007
2008
Ago 2009
O fe rta s p rim á ria s re g istra d a s n a C V M
(ações, debêntures, notas promissórias, FIDC, FIP e outras)
Fonte: BNDES.
Crescimento do BNDES (% no Total)
97
98
A partir do 3º
trimestre de 2009,
o Tesouro Nacional
passou a ser
a principal fonte de
recursos do BNDES,
posição
historicamente
ocupada pelo FAT
recursos captados em
2009
(R$ 105 bilhões),
em 2010
(R$ 107 bilhões),
e em 2011
(R$ 50,2 bilhões),
na forma de títulos
públicos do Tesouro
Nacional
Os empréstimos e
repasses do Tesouro
Nacional e do FAT,
representavam,
respectivamente,
49,7% e 23,4% das
fontes de recursos do
BNDES em 31/12/11.
Reajuste real do salário mínimo,
aumento dos rendimentos e alta rotatividade
Devido a incentivos fiscais concedidos pelo
governo para estimular a formalização do
mercado de trabalho,
a desoneração do PIS-Pasep para as empresas
que aderiram ao Simples tem impacto direto na
diminuição do ritmo de crescimento da
arrecadação do tributo,
que é a principal fonte de recursos do FAT.
As despesas do Fundo de
Amparo ao Trabalhador (FAT)
com abono salarial e segurodesemprego devem continuar
com expressivos crescimentos
nos próximos anos, refletindo:
FAT só se equilibrará
com aportes do
Tesouro Nacional.
• a política de reajuste real
do salário mínimo,
• a alta rotatividade do trabalhador
no mercado de trabalho, e
• o aumento dos rendimentos
dos brasileiros.
De acordo com a Constituição Federal, das contribuições ao Fundo PIS-PASEP, 60% se
destinam a custear o seguro-desemprego e o abono salarial e, no mínimo, 40% devem ser
destinados ao BNDES para aplicação em programas de desenvolvimento econômico.
Adicionalmente ao FAT
e ao Tesouro Nacional,
o BNDES possui outras
fontes de recursos
na composição de seu
funding, como:
Fundo da Marinha Mercante
(FMM) e Fundo PIS-PASEP;
captações no mercado externo, notadamente,
mediante empréstimos de organismos
multilaterais e emissão de bonds;
emissão de debêntures pela BNDESPAR (R$ 5,778 bilhões); e
operações compromissadas.
Em 31/12/11, essas fontes totalizaram o equivalente apenas a
12,4% do total das fontes de recursos do BNDES.
Debêntures
Emissões de debêntures
109
Fundos de Pensão
110
111
112
Desenvolvimento Capitalista no Brasil:
Conclusão
113
Estado interventor, indutor e
regulador, que propiciou salto de
etapas históricas antes percorridas
por países de capitalismo maduro
Capitalismo de
Estado
Neocorporativista
brasileiro
O Capitalismo de Estado chinês
(sob domínio do PCC) e o russo
(sob ex-KGB) são derivados de
experiências históricas com
“Socialismo de Mercado” e,
claramente, se diferenciam do
Capitalismo de Mercado
norte-americano.
ainda busca conquistar maior
autonomia tecnológica e
financeira.
Os interesses gerados na
sociedade civil
são organizados,
seja em sindicatos dos
trabalhadores,
seja em associações
empresariais.
Suas estruturas internas
centralizadas e
hierárquicas impõem
quase como obrigação
a militância políticopartidária para obter
apoio à ascensão a
postos com poder de
decisões estratégicas.
O Neocorporativismo
é forma particular de
intermediação de
interesses entre
sociedade civil e
Estado em regime
democrático com
governo trabalhista.
A aprovação do FUNPRESP
e outros fundos
de previdência
complementar.
O Estado brasileiro trocou
o controle majoritário por
minoritário ao adquirir
ações de empresas
estratégicas para elevar a
competitividade brasileira
via BNDESPAR e fundos de
pensão patrocinados.
A reestatização de
empresas estatais,
que tinham sido
privatizadas
na era neoliberal.
Configuração do novo
Capitalismo de
Estado
Neocorporativista
com maior
autonomia
tecnológica e
financeira.
se financiarem
em instituições
financeiras
públicas federais
(BNDES, BB, CEF,
BNB, BASA)
Mesmo em economia de
mercado a la Ocidente,
isto é, com livre
iniciativa de seus
empreendedores,
a tendência
predominante das
“iniciativas particulares
vencedoras” é:
se coligarem
com órgãos
governamentais
de pesquisa
(Embrapa,
Finep, etc.)
se associarem com
empresas estatais
(Petrobras, Vale, etc.)
e instituições
paraestatais como
fundos de pensão
patrocinados por
empresas estatais (Previ,
Petros, Funcef, etc.)
O Tesouro Nacional
possibilita
a realocação dos
recursos em prazos
adequados ao
financiamento dos
setores prioritários
para o
desenvolvimento
brasileiro.
O Estado nacional
situa-se no centro das
decisões cruciais de
financiamento da
economia.
O Tesouro Nacional
oferece aos
investidores
risco soberano, para
captar em longo
prazo, tanto no
mercado financeiro
doméstico, quanto
no internacional.
[email protected]
http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/
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