jornalismo interpretativo AULA

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Transcript jornalismo interpretativo AULA

+
Clarissa Josgrilberg
Pereira
Virgínia Salomão
Jornalismo Interpretativo
+
Autores pesquisados
 Sérgio Vilas
 Edivaldo
Boas – reportagem interpretativa
Pereira Lima – reportagem interpretativa
 Daniela
Santos & Eliane Oliveira - reportagem
interpretativa
 Cremilda
Medina & Leandro -jornalismo
interpretativo
 Felipe
Pena - história e interpretação
 Nanchara
Carolina Sperb - jornalismo
interpretativo
+
VILAS BOAS, Sérgio. O estilo magazine: o texto em revista.
Novas Buscas em comunicação. Vol.52. São Paulo:
Summus, 1996
Com
mais tempo para extrapolações analíticas
do fato, as revistas podem produzir textos mais
criativos, utilizando recursos estilísticos
geralmente incompatíveis com a velocidade do
jornalismo diário. A reportagem interpretativa é o
forte. (p.9)
Quando
a notícia salta de uma simples nota para
uma reportagem, é preciso ir além, detalhar,
questionar as causas e efeitos, interpretar, causar
+
VILAS BOAS, Sérgio. O estilo magazine: o texto em revista.
Novas Buscas em comunicação. Vol.52. São Paulo:
Summus, 1996
Vilas Boas cita Nilson Lage
 Investigação “parte-se
de um fato para revelar outros,
mais ou menos ocultados, e, por meio deles, o perfil de
uma situação de interesse jornalístico”.
 Interpretação “o
conjunto de fatos é observado da
perspectiva metodológica de uma dada ciência (as
interpretações mais freqüentes são sociológicas e
econômicas)” (Lage, 1982, p.83)
+
VILAS BOAS, Sérgio. O estilo magazine: o texto em revista.
Novas Buscas em comunicação. Vol.52. São Paulo:
Summus, 1996
A
interpretação é uma das características do jornalismo
de revista.
No
jornalismo interpretativo está inserida a reportagem
individual e investigativa. (...) Interpretar é dar a
informação sem opinar, expondo ao leitor o quadro
completo de uma situação atual. (p.77)
+ LIMA, Edvaldo Pereira: Páginas ampliadas: o livro-
reportagem como extensão do jornalismo e da literatura.
Campinas (SP): Unicamp, 1993
Jornalismo interpretativo:
Busca
não deixar a audiência desprovida de meios para
compreender o seu tempo, as causas e as origens dos
fenômenos que presencia, suas consequências no futuro.
Ele
cita Medina e Paulo Roberto Leandro
‘a reportagem interpretativa determina um sentido
desse aqui num circuito mais amplo, reconstitui o já no
antes e no depois, deixa os limites do acontecer para um
estar acontecendo atemporal, ou menos presente’. (p.25)
+ LIMA, Edvaldo Pereira: Páginas ampliadas: o
livro-reportagem como extensão do
jornalismo e da literatura. Campinas (SP):
Unicamp, 1993
O JI elucida por meio do:
contexto
do fato nuclear
- (visão da rede de forças)

da projeção – (do presente e
do passado os
desdobramentos e
conseqüências possíveis)

do perfil – (visa emocionar e
elucidar - retrato completo)
antecedentes
– (resgata
as origens do problema)
suporte
especializado –
(pesquisas de opinião
pública ou entrevistas)
LIMA, Edvaldo Pereira: Páginas ampliadas: o livroreportagem como extensão do jornalismo e da
literatura. Campinas (SP): Unicamp, 1993
+
Ele diz que não é uma relação simplista de causa e efeito:
“É tecer esse encontro de relações entre a rede de causas e a
rede de efeitos, o objetivo do jornalismo interpretativo, ao
procurar fornecer uma leitura precisa, ampla, da complexa
realidade que nos cerca neste agitado século XX”. (p.26)
+
SANTOS, Daniela de
Almeida &
OLIVEIRA,Eliane Freire
de. A (des)caracterização
do livro-reportagem em
projetos experimentais
de Jornalismo. Sessão de
Temas Livres
As autoras citam
Chaparro:
“Para o autor, o
jornalismo de
periodicidade diária terá
de assumir uma nova
vocação interpretativa e
argumentativa para
oferecer à sociedade a
análise e a discussão
dos acontecimentos – o
que, em suma, cabe à
reportagem.” (pág. 5-6)
+
Sobre o papel da notícia, Cremilda
Medina explica que, às respostas
clássicas do texto informativo, somamse questões como: em que contexto,
com que raízes e com que
envolvimento humano.
•A
transformação da notícia em
reportagem interpretativa se faz em
três direções: a interpretação dá
sentido, no tempo e no espaço, ao
acontecimento isolado, relacionando-o
ao seu contexto. (pág. 6)
SANTOS, Daniela de
Almeida &
OLIVEIRA,Eliane
Freire de. A
(des)caracterização
do livro-reportagem
em projetos
experimentais de
Jornalismo. Sessão
de Temas Livres
PENA, Felipe. Teoria da biografia sem fim.
Rio de Janeiro: Mauad, 2004
A
reinterpretação do passado, sugerida por Damasceno, passa
pela rediscussão dos conceitos de tempo e memória .
+
Para
Derrida, essa reconceitualização significa abdicar da noção
de linearidade temporal e substitui-la por simultaneidade. No
momento em que lembramos de algo, o que era passado torna-se
narrativa e articula-se no presente, sendo, portanto simultâneo a
este presente. E o futuro seria (...) articulado apenas no discurso, o
que também o tornará presente. (p.22-23)
PENA, Felipe. Teoria da biografia sem fim.
Rio de Janeiro: Mauad, 2004
O
que parece claro na abordagem da Nova História
+
(...) é, então, a implementação de uma nova atitude em relação ao
evento, que obrigue o jornalista a ler não a partir do evento, mas a
partir dos pressupostos de formação do evento.
E isto quer dizer definir métodos, reavaliar fontes, escolher
unidades de observação, estabelecer relações entre os elementos
e chegar a modelos de estudo, sem, entretanto, deixar de considerar
as múltiplas variáveis. (p.47)
+ PENA, Felipe. Teoria da biografia sem fim. Rio de Janeiro:
Mauad, 2004
Pena cita Michel de Certeau:
A
história, assim como o jornalismo, não reconstitui a
realidade, mas interpreta-a. Certeau defende o modelo
subjetivo, pelo qual toda interpretação histórica depende de um
sistema de referência.
E
o lugar de onde se fala está no centro das discussões. Mais do
que o público, são os pares do historiador os destinatários da
obra. (...) Para Certeau, é impossível analisar o discurso histórico
fora da instituição em torno da qual ele se organiza. (p.48).
Nanachara Carolina. A influência da utilização do
+SPERB,
hipertexto na produção de jornalismo interpretativo para
Internet. In GT de Jornalismo no VIII Intercom Sul
O jornalismo interpretativo consiste em coletar, redigir
e divulgar informações. (pág.4)

A
expressão: JI está sendo combatida pelos
pesquisadores (própria ideia ou dos entrevistados) ao
mostrar vários ângulos da notícia.
O
JI utiliza algumas das técnicas da comunicação de
massas –além de explicar e informar, também ensina,
mede e valoriza, oferecendo a interpretação mais ampla
possível.(ERBOLATO, 2004)
+ SPERB, Nanachara Carolina. A influência da utilização do
hipertexto na produção de jornalismo interpretativo para
Internet. In GT de Jornalismo no VIII Intercom Sul
JI

oferece ao leitor as causas e conseqüências, estabelece
conexões entre um fato e uma situação ou contexto mais
amplo.

trata de projetar o significado e o sentido das ocorrências
em três direções: antecedentes de um fato, contexto social
e conseqüências –nada surge isoladamente, pois um
acontecimento é parte de uma situação geral. (pág.4-5)
.
+
SPERB, Nanachara Carolina. A influência da
utilização do hipertexto na produção de
jornalismo interpretativo para Internet. In GT
de Jornalismo no VIII Intercom Sul
Ela cita Erbolato:
O
novo jornalismo, mesmo ao contrário do
que julgam alguns jornalistas americanos,
deseja aprofundar-se na análise das
ocorrências e complementá-las com
matérias paralelas, mas sem que seja
emitida qualquer opinião. (pág.4-5)
+
SPERB, Nanachara Carolina. A influência da utilização do
hipertexto na produção de jornalismo interpretativo para
Internet. In GT de Jornalismo no VIII Intercom Sul
O
JI exige que a informação tenha mais investigação e
aprofundamento e se materializa na reportagem (ou
grande reportagem).
As
notícias necessitam ser interpretadas para que o
leitor tenha acesso completo à origem da notícia,
saiba do alcance dos fatos e circunstâncias no
momento que acontecem, e possa explorar o resultado
deles no futuro (interpretação), analise os fatos e
situações descritas anteriormente (análise).
(p.5-6)
+ SPERB, Nanachara Carolina. A influência da utilização do
hipertexto na produção de jornalismo interpretativo para
Internet. In GT de Jornalismo no VIII Inercom Sul

Limites entre interpretar e opinar:

Se o jornalista ultrapassa os limites da busca do sentido
das diferentes forças que atuam em uma situação,
configurada em suas origens e em suas possíveis
projeções, se submete os dados colhidos e o sentido
encontrado a uma escala de valores própria, pessoal,
estará em pleno domínio da opinão (BELTRÃO, 1976,
p.48).
Ver artigo:
http://encipecom.metodista.br/mediawiki/images/6/6a/
GT4-_19-_O_genero_interpretativo-_Lailton_e_Janine.pdf
+ SPERB, Nanachara Carolina. A influência da utilização do
hipertexto na produção de jornalismo interpretativo para
Internet. In GT de Jornalismo no VIII Intercom Sul
Ela cita Dines:
o
indivíduo não quer saber somente o que acontece
em sua volta, mas de sua situação em relação ao
acontecimento. (pág.6)
Ela cita Solange Migliorance (dissertação ECA/USP)
 Isto
só se consegue –segundo Dines– com o
engrandecimento da informação a tal ponto que ela
contenha os seguintes elementos: a dimensão
comparada, a remissão ao passado, a interligação
com outros fatos, a incorporação do fato a uma
tendência e a sua projeção para o futuro.
José Marques. Jornalismo Opinativo,
+ MELO,
gêneros opinativos no jornalismo brasileiro.
3ª ed, rev. e ampliada. Campos de Jordão:
Mantiqueira, 2003.
CLASSIFICAÇÕES ESTRANGGEIRAS
EUA
Fraser
Alemanha
Dovifat
Espanha
Martínez
Alberto
Informativ
o
Notícia
Report
Entrevista
Informativ
o
Notícia
Reportagem
Bond
Noticiário
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Reportagem
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História de
interesse
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Editorial
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De opinião
Editorial
Artigos
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Amenos
Folhetim
Crítica
Recreio e
Espelho
Peru
Juan Gargurevich,
nota informativa
entrevista
crônica
testemunh
o
gêneros
Interpregráficos
tativo
campanha
Editorial
Comentário folhetim
coluna
Glosa,
resenha
Crítica
editorial
Ensaio
reportagem
Artigo
Argentia
Eugenio
Castelli
Bolívia
Rivandeneira
Prada
Informativ
o
Notícia
Crônica
Reportagem
Informação
Gazetinha
Suelto
Nota e artigo
Crônica
Nota da redação
Entrevista
Opinião
Editorial
Comentário
Nota
Crítica
Ameno
Notas
pitorescas
Opinião
Editorial
Campanha
Crítica
Entretenimento
MELO, José Marques. Jornalismo Opinativo,
gêneros opinativos no jornalismo brasileiro. 3ª
ed, rev. e ampliada. Campos de Jordão:
Mantiqueira, 2003.
+
CLASSIFICAÇÕES BRASILEIRAS
Na
revisão que MM fez, poucas inovações – no JI a
grande mudança foi o “desenvolvimento da
reportagem, com o esforço analítico e documental
que procurou situar mais precisamente o cidadão
diante dos acontecimentos.” ( p.47)
Luiz Beltrão
José Marques de Melo
Jornalismo Informativo
Notícia
Reportagem
História de interesse humano
Informação pela imagem
Jornalismo informativo
Nota
Notícia
Reportagem
Entrevista
Jornalismo Interpretativo
Reportagem em profundidade
Jornalismo opinativo
Editorial
Comentário
Artigo
Resenha
Coluna
Crônica caricatura
Carta
Jornalismo opinativo
Editorial
Artigo
Crônica
Opinião ilustrada
Opinião do leitor
MELO, José Marques. Jornalismo Opinativo,
gêneros opinativos no jornalismo brasileiro. 3ª
ed, rev. e ampliada. Campos de Jordão:
Mantiqueira, 2003.
Beltrão sugere uma separação dos gêneros
segundo as funções (informar, explicar e orientar)
+
Incongruências
reportagem e reportagem em profundidade –
mesma técnica de captação, redação e edição
história de interesse humano como gênero
autônomo – na prática = matéria fria (não perde a
atualidade) = reportagem
autonomia da fotografia e de recursos por imagem:
podem ser notícias (uma faceta privilegiada),
complementos de notícia (articula texto e imagem)
ou reportagens (suficientes para narrar)
MELO, José Marques. Jornalismo Opinativo, gêneros opinativos no
jornalismo brasileiro. 3ª ed, rev. e ampliada. Campos de Jordão:
Mantiqueira, 2003.
Critérios
1º) agrupamento dos gêneros em
categorias:
+
reprodução
do real – descrever o real
jornalisticamente a partir do atual e do novo
leitura do real – ler o real significa
identificar o valor do atual e do novo na
conjuntura
O
jornalismo articula-se em dois núcleos:
informação (saber o
opinião (saber o que
que passa) - descrição
se pensa dobre o que
passa) – versão dos fatos
MELO, José Marques. Jornalismo Opinativo, gêneros
opinativos no jornalismo brasileiro. 3ª ed, rev. e
ampliada. Campos de Jordão: Mantiqueira, 2003.
JMM entende que “a interpretação (...) cumpre-se
perfeitamente através do jornalismo informativo. O
mesmo ocorre com a diversão, mero recurso narrativo”.
+
2º) identificação dos gêneros a partir da estrutura dos
relatos jornalísticos - não se refere à estrutura do texto,
imagens e sons, mas sim a articulação entre os
acontecimentos (real), sua expressão jornalística
(relato) e a apreensão pela coletividade (leitura)
MELO, José Marques. Jornalismo Opinativo,
gêneros opinativos no jornalismo brasileiro. 3ª
ed, rev. e ampliada. Campos de Jordão:
Mantiqueira, 2003.
“Os
+
gêneros que correspondem ao universo da
informação se estruturam a partir de um referencial
exterior `instituição jornalística: sua expressão depende
diretamente da eclosão e evolução dos acontecimentos
e da relação que os mediadores profissionais
(jornalistas) estabelecem em relação aos seus
protagonistas (personalidades ou organizações).” Os
opinativos não: são controlados pela instituição
jornalística; autoria (quem emite a opinião) e
angulagem (perspectiva temporal ou espacial que dá
sentido à opinião.
(p.65)
Classificação José Marques de Melo
JMM (2003, p.65)
JMM (2006 - power point)
Jornalismo informativo
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Jornalismo Informativo
Nota
Notícia
Reportagem
Entrevista
Jornalismo opinativo
Editoria
Comentário
Artigo
Resenha
Coluna
Crônica
Caricatura
Carta
Jornalismo Interpretativo
Dossiê
Perfil
Enquete
Cronologia
Classificação – José Marques de Melo (2006)
Categoria periodística: Jornalismo
Gêneros e Formatos
Informativo
Nota
Notícia
Reportagem
Entrevista
Interpretativo
Dossiê
Perfil
Enquete
Cronologia
Opinativo
Editorial
Comentário
Artigo
Resenha
Coluna
Crônica
Caricatura
Carta
Diversional
Utilitário
História
Indicador
de interesse Cotação
humano
Roteiro
Serviço
História
colorida
DOSSIÊ - Definição
Mosaico destinado a facilitar a
compreensão
•dos fatos noticiosos. Condensação de
dados sob a forma de “boxes”, ilustrados
com gráficos, mapas ou tabelas.
• Trata-se de matéria destinada a
complementar
•as narrativas principais de uma edição
•ou para celebrar efemérides.
•
+
•Mini-dossiê (saiba
•Dossiê temático
mais)
PERFIL - Definição
+
•Relato
biográfico sintético,
• identificando os “agentes” noticiosos.
•
os protagonistas
•mais freqüentes da cena jornalístico,
•incluindo figuras que adquirem
notoriedade ocasional.
•Focaliza
ENQUETE - Definição
Relato das narrativas ou pontos de vista
de
• cidadãos aleatoriamente escolhidos.
•Tanto pode ser restrita aos “olimpianos”
•quanto abrangente, incluindo os
“cidadãos comuns”
• Destina-se a acionar os mecanismos
psicológicos de
•“projeção” ou “identificação”.
•Tanto pode ser “quantitativa” (ibope)
•quanto “qualitativa” (mini-depoimento)
•ou combinar as duas formas.
•
+
CRONOLOGIA – Definição
•Reconstituição
+
do acontecimento de
acordo com variáveis temporais
(secular, anual, semanal, horária).
Destina-se a reconstituir o fluxo das
ocorrências, permitindo sua melhor
compreensão pelo receptor. Trata-se
de ilustração que complementa a
cobertura de fatos extraordinários
•ou cuja dinâmica tem como
•alavanca o fator “tempo”.
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
 Filosofia:
A essência do jornalismo é a informação de
atualidade, ou seja, de fatos, situações e idéias que
estejam ocorrendo, desenrolando-se ou atuando em
e sobre determinada comunidade no momento
preciso de sua manifestação. (p.11)
 “O
objeto do jornalismo é a atualidade de
interesse abrangente, que se projeta dos limites
espaciais em que se origina para atingir vastos
círculos de pessoas e instituições que, sem o seu
conhecimento, seriam alvos indefesos e
inadvertidos dos efeitos da ação desencadeada,
quer lhes fossem, ou não, benéficos.” (p.11)
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
O autor cita José Marti (libertador e pai
da imprensa cubana):
 (...)
toca-lhe ‘elogiar, explicar, ensinar,
guiar, dirigir; toca-lhe, enfim, propor
soluções, amadurecê-las, torná-las
fáceis, submetê-las à censura,
reformá-las; toca-lhe estabelecer e
fundamentar ensinamentos’, se pretende
ser respeitado e, conforme os seus
serviços e merecimentos, protegido e
honrado pela sociedade.
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
 A interpretação jornalística consiste no ato de
submeter os dados recolhidos a uma seleção
crítica, a fim de proporcionar ao público os que
são realmente significativos. ( p.12)
 Essa
aptidão de tirar o essencial do acidental, o
permanente do corrente (...) exige lastro
cultural e ético, além de vocação, e se
desenvolve pela experiência. (p.13)
O
jornalismo não se dirige a um indivíduo ou a
um grupo determinado, mas a toda sociedade.
(p.13)
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
 Sem o conhecimento da atualidade, sequer
por um dia, por horas apenas, a vida social
mergulharia no caos. (p.14)
 podemos
conceituar o Jornalismo como
a informação de idéias, situações e fatos
atuais, interpretados à luz do interesse
coletivo e transmitidos periodicamente à
sociedade com o objetivo de difundir
conhecimentos e orientar a opinião
pública no sentido de promover o bem
comum. (p.27)
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
O
jornalismo é informação para que a
massa promova uma ação construtiva
do bem comum. Isto só acontece se o
agente conhece os fatos, as idéias que
os geram, os antecedentes e possíveis
conseqüências.
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
Cultura, massa e meios de comunicação
 Cultura
é o “processo mediante o qual a
sociedade humana se liberta de
condicionamentos naturais e das limitações
do psiquismo animal e progride na
estruturação de um mundo em que os atos
construtivos resultam em comportamentos
inteligentes, baseados na reflexão e na crítica e
carregados de significados vivenciais”. (p.3839)
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
 A massa, inclui também homens cultos.
A
estes (...) é que se deve o surgimento do
jornalismo interpretativo, um jornalismo em
profundidade, à base de investigação, que
começa a representar a nova posição da
imemorial atividade social da informação de
atualidade. Um jornalismo que oferece todos
os elementos da realidade, a fim de que a
massa, ela própria, a interprete.
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
Beltrão cita A. Salvador (Cultura e educação brasileira. 2ª ed.
Petrópolis: Vozes, 1971)

O homem cultural que a [massa] integra e a constitui ‘é capaz
de afastar-se da realidade e olhar reflexivamente sobre o
mundo; interpreta-o com a sua inteligência especulativa,
estrutura-o com o seu espírito organizador, carrega-o de
significados com sua intenção espiritual, orienta-o com sua
vontade para rumos que lhe convém’. (p.4)
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
 Para
evitar o melancólico fim de tantas
revistas e jornais é que os editores partiram
para o que se denominou jornalismo em
profundidade ou jornalismo investigativo.
(p.44)
 Esse
jornalismo se propunha a completar a
informação audiovisual, ampliar a
informação superficial que apenas dizia o
que havia ocorrido.” ( p.44)
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
 Ele cita Dines sobre o jornalismo
investigativo no Brasil (1963, JB):
 Jornalismo
investigativo não é jornalismo
de sensações nem de escândalos. Ele
relaciona-se com o jornalismo
interpretativo ou analítico, pois, ai inquirir
sobre as causas e suas origens dos fatos,
busca também a ligação entre eles e
oferece a explicação de sua ocorrência’.

( p.45)
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
A
interpretação de que se trata é a do
jornalista. O que se oferece a esse público é
aquilo que julgamos nós que necessita saber e
o material informativo deve ser por nós
analisado, como parte de uma opinião
jornalística. (p.46)
O
jornalismo interpretativo é o objetivismo
multiangular da atualidade apresentada
pelos agentes da informação pública para
que nós próprios, os receptores, o analisemos,
julguemos e possamos agir com acerto.
(p.46)
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
Jornalismo e Interpretação (ele cita Clemente
Santamarina - Manual de Periodismo. Buenos
Aires, 1947)
A análise preliminar de submeter os dados
recolhidos a uma seleção crítica, e transformá-la
em matéria para a divulgação é a interpretação
jornalística. Interpretação que é um exercício da
inteligência e do discernimento de um agente
qualificado, com excepcional aptidão para
apreender toda a significação do fato para a
comunidade”. (p.46)
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980

O autor citando a definição de LENADRO, Paulo Roberto e
MEDINA, Cremilda. A arte de tecer o presente. São Paulo,
Media, 1973):
JI “é realmente o esforço de determinar o sentido de um fato,
através da rede de forças que atuam nele – e não a atitude de
valoração desse fato ou de seu sentido, como se faz em
jornalismo opinativo”. (p.48)
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
Resumo
 1º)
O jornalismo como processo industrializado;
(...) do produto final da indústria jornalística,
participam especialistas de diferentes campos de
atividade e, mesmo entre aqueles que se
denominam jornalistas –os agentes culturais que
captam, interpretam, codificam adequadamente
ao canal (...). Em conclusão: a mensagem
jornalística é trabalho de equipe, e não
individual; o comunicador de massa é grupal e
altamente capacitado. (p.49)
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
 2º) A dinâmica da cultura alterou a percepção da
massa, capacitando-a a receber e interpretar a
mensagem, desde que não lhes sejam
escamoteados os dados essenciais.
A
falta de compreensão ou aceitação desse
estágio da cultura popular constitui um dos
fatores que mais pesam contra a implantação do
jornalismo interpretativo – entendido como a
informação que, sem opinar, coloca diante da
massa o quadro completo da situação de
atualidade. (p.49-50)
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
O
que o jornalismo contemporâneo
reclama de seus agentes, seja ele
investigativo (que inquire sobre as causas
e origens dos fatos), seja interpretativo
ou analítico (que busca a ligação entre
eles e oferece a explicação de sua
ocorrência) é uma atitude grave ,
estudiosa e sobretudo responsável.
(p.54)
+
BELTRÃO, Luiz.
Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed.
Porto Alegre: Sulina, 1980
JI – Técnica - Etapas:
A)
A identificação do
objeto (fato, idéia,
situação que
constitui o núcleo da
informação, portanto
a fonte é o jornalismo
informativo); tem
critérios de
valoração:
1) Valor absoluto – valor da
notícia em si mesma
Proximidade no tempo
(capaz de afetar a vida do
leitor)
Proximidade no espaço
(localização da ocorrência)
Número e qualidade das
pessoas envolvidas (nº
pessoas afetadas,
celebridades)
Valor material e/ou
ideológico (afetar o equilíbrio
econômico e cultural)
+
BELTRÃO, Luiz.
Jornalismo
interpretativo: filosofia
e técnica.2ª ed. Porto
Alegre: Sulina, 1980
JI – Técnica -
Etapas:
2. Valor
intrinsecamente
relativo –
proporcionado
por um detalhe
que dá um relevo
inesperado
(ave/mar)
3. Valor
extrinsecamente
relativo –
depende das
circunstâncias (banco)
+

BELTRÃO, Luiz.
Jornalismo
interpretativo:
filosofia e técnica.2ª
ed. Porto Alegre:
Sulina, 1980
JI – Técnica -
Etapas:
A documentação da ocorrência
(identificado o fato, aprofundar
essa realidade)

A decomposição da ocorrência
em seus elementos básicos –
através do conhecimento e da
análise das fontes de informação
(distinguir os propósitos das
fontes) e dos elementos que
apresentam lacunas de
significação
 3 Q – quem, que e quando
 C - como
 O – onde
 Pq – por que
 Ef – com que efeitos
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
 A investigação dos valores e aspectos opacos da ocorrência e a sua
coleta para estruturação do corpo da informação. (não é ma simples
pesquisa em arquivos que complementam a notícia e sim os dados “que
se combinam e a cuja resultante podemos chamar informação”)
O
Pq e o Ef - quase simultaneamente ao fato
 Cada testemunho, cada documento recolhido é
uma mescla de dados e de pontos de vista –
exige esforço, experiência e frieza para separar
uns dos outros até formar uma imagem nítida.
+ BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo:
filosofia e técnica.2ª ed. Porto Alegre: Sulina,
1980
 JI deve ser entendido como a informação
que, sem opinar, coloca diante da massa o
quadro completo de atualidade. [...] a
interpretação jornalística é atributo do
exercício profissional consciente. Se o
jornalista ultrapassa os limites da busca do
sentido dos diferentes forças que atual em
uma situação, configurada em suas origens
e em suas possíveis projeções, se submete
os dados colhidos e o sentido encontrado
a uma escala de valores própria, pessoal,
estará em pleno domínio de opinião.
(BELTRÃO, 2002, p. 57)
+
fim