modelo agro-exportador

Download Report

Transcript modelo agro-exportador

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COMÉRCIO INTERNACIONAL
FORMAÇÃO ECONÔMICA BRASILEIRA E AMAZÔNICA
Reflexões sobre a Economia
Brasileira
Aula 1
Ana Elizabeth Reymão, MSc
Sumário
 Estado e Capitalismo
 Liberalismo
 Intervencionismo
 Reformas neoliberais
 Estado e Capitalismo no Brasil
 Globalização
 Quadro atual
Ana Elizabeth Reymão, MSc
2
ESTADO NO CAPITALISMO:
Três fases bem distintas
1. Até a década de 1920, quando o
liberalismo econômico era hegemônico:
pequena participação do Estado no
domínio econômico
2. Padrão intervencionista (1930 a 1989)
3. Regulador: implementação de medidas
estabelecidas pelo Consenso de
Washington, após 1990.
Ana Elizabeth Reymão, MSc
3
Pensamento liberal (até o final do
século XIX):
 Exercício de três tipos diferentes de
monopólio: (i) da violência (justiça
e segurança pública); (ii) da moeda
(base monetária e arrecadação
tributária) e (iii) da regulação (de
contratos, da propriedade e do
comércio externo).
 MODELO AGRO-EXPORTADOR =>
Brasil
Ana Elizabeth Reymão, MSc
4
MODELO AGRO-EXPORTADOR
 Fase de produção e comercialização de
importantes produtos da economia
brasileira até o início do século XX,
como o açúcar, o café, o cacau, a
borracha e alguns outros.
 Setor promotor do crescimento da
economia: agricultura
Ana Elizabeth Reymão, MSc
5
MODELO AGRO-EXPORTADOR:
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Cultivo de lavouras destinadas ao
mercado internacional: monocultura de
exportação
Existência de outras lavouras, para
prover o abastecimento alimentar da
família (mandioca, milho, feijão).
Predominância do meio rural, com a vida
social e cultural inscrita no cotidiano das
grandes propriedades.
Ana Elizabeth Reymão, MSc
6
MODELO AGRO-EXPORTADOR:
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Baixo custo do uso da força de
trabalho no cultivo da lavoura comercial.
Grande flexibilidade de custos da
lavoura comercial: os não recrutados
seguiam para o setor produtor de
alimentos  explica, pelo menos em
parte, a durabilidade do modelo.
Ana Elizabeth Reymão, MSc
7
Final do século XIX e início do séc XX
Abolição da
Imigração
Escravatura + Européia =
formação do mercado
de trabalho
assalariado e do
mercado interno no
Brasil
Ana Elizabeth Reymão, MSc
8
Grande Depressão de 1929
 Ampliação do grau de intervenção do
Estado: crescente participação estatal
 Função de direcionar e impulsionar a
acumulação de capital
Ana Elizabeth Reymão, MSc
9
Ruptura do Modelo Agroexportador
 A Grande Depressão atingiu fortemente a
economia brasileira, levando a uma
redução do nível de renda (o PIB caiu de
25 a 30%) e a um aumento do índice de
preços dos produtos importados para cerca
de 33%.
 Consequentemente, notou-se uma forte
redução das importações (60%).
Ana Elizabeth Reymão, MSc
10
Ruptura
 Parte da procura antes satisfeita com as
importações passou a ser atendida pela
oferta interna. Com isso, a demanda
interna passaria a ter uma importância
crescente para dinamizar a economia
brasileira face a recessão mundial
 Avanço da industrialização
Ana Elizabeth Reymão, MSc
11
Padrão intervencionista (1930 e
1989)
 Três períodos:
1. 1930 a 1955 - constituição de um novo
aparelho de Estado (administração e
formação de quadros), com a regulação de
vários setores de atividades econômicas e
sociais, mas principalmente com atuação
direta no processo de acumulação
capitalista  visão nacionalista
Ana Elizabeth Reymão, MSc
12
1930 a 1955 (PSI – Fase 1)
 Empresas públicas: Companhia
Siderúrgica Nacional (1941), a
Companhia Vale do Rio Doce (1942),
Companhia Nacional Álcalis (1943), a
Fábrica Nacional de Motores (1943), a
Companhia Hidrelétrica de São
Francisco (1945), o BNDES (1952) e
a Petrobrás (1954)
Ana Elizabeth Reymão, MSc
13
Padrão intervencionista: Fase 2
2.



1955 a 1964 - Plano de Metas (JK):
A partir desse momento, o nacionalismo perdeu alguma
importância, dando lugar a uma nova articulação entre
Estado, capital privado nacional e capital privado
internacional.
Essa articulação trilateral de interesses envolveu a
presença de ampla participação de recursos externos e
possibilitou tanto ao setor privado quanto ao Estado o
avanço na internalização do padrão de industrialização.
Estado: ocupar os espaços vazios.
Ana Elizabeth Reymão, MSc
14
Padrão intervencionista: Fase 3
3.
1964 a 1989 - assegurar o desenvolvimento
de espaços vazios e garantir a aplicação da
ideologia de segurança nacional.


Expansão das empresas estatais
Base de financiamento do Estado: dependia dos
recursos orçamentários, dos re-investimentos das
empresas estatais e de formas indiretas de tributação e
emissão monetária
Nos anos 80, com a crise da dívida externa, o setor
produtivo passou a perder eficiência e eficácia.

Ana Elizabeth Reymão, MSc
15
REVISÃO NO PAPEL DO
ESTADO APÓS 1990
 Realização das reformas administrativa, tributária
e previdenciária, bem como a preocupação com a
promoção de um intenso programa de
privatização.
 Transferência de ativos públicos para o setor
privado, como forma de estabelecer um novo eixo
condutor do desenvolvimento econômico e social.
 Ao Estado coube um espaço regulador, voltado
ao estímulo da competição e da eficiência dos
mercados
Ana Elizabeth Reymão, MSc
16
Transformações Importantes nos
Anos 80 – Ideologia liberal
 Estado Mínimo
 Argumento da busca de elevação da
competitividade e de maior participação de
novos grupos organizados da sociedade no
processo de tomada de decisão
governamental:
 Descentralização
 Introdução de mecanismos de mercado e
competição administrada, através da privatização
de segmentos estatais em setores produtivos
Ana Elizabeth Reymão, MSc
17
Estado e globalização:
GLOBALIZAÇÃO
Transformações da política mundial, que
tem presenciado a reconfiguração de
poder e a relatividade das fronteiras.
 O processo através do qual se expande
o mercado e onde as fronteiras
nacionais parecem desaparecer
Ana Elizabeth Reymão, MSc
18
Continuação do processo de
internacionalização do capital, que se
iniciou com:
A extensão do comércio de mercadorias e
serviços
 Expansão dos empréstimos e financiamentos
 Generalização do deslocamento do capital industrial
através do desenvolvimento das multinacionais.
Faz-se necessário:
Elevação da mobilidade de capital no mundo, ou seja,
redução das barreiras para transações internacionais com
ativos financeiros
Ana Elizabeth Reymão, MSc
19
A globalização engendra
1- Mudanças qualitativas no caráter da atividade
econômica e social do país.
2- Transformações da política mundial:
 reconfiguração de poder: os Estados nacionais
vão perdendo cada vez mais espaço em
relação à formulação de política econômica
 relatividade das fronteiras
Ana Elizabeth Reymão, MSc
20
Características da fase atual da
globalização
1. Deslocamento espacial das diferentes
etapas do processo produtivo, de forma a
integrar vantagens nacionais diferentes
2. Desenvolvimento tecnológico acentuado,
nas áreas de telemática e informática,
usando-o de forma a possibilitar o
deslocamento espacial das fases de
produção e reduzindo tempo e espaço no
processo de comercialização;
Ana Elizabeth Reymão, MSc
21
Características da fase atual da
globalização
3. Elevação da produtividade do
trabalho: as novas técnicas
aumentam a produtividade, em
geral, reduzem a demanda de mãode-obra
4. Igualdade de padrões de consumo,
para permitir aumento de escala;
Ana Elizabeth Reymão, MSc
22
Características da fase atual da
Globalização
5. Mobilidade externa de capitais, buscando
rentabilidade máximas e curto prazo; e
6. Difusão dos preços e padrões de gestão e
produção, mantendo, todavia, diferenças
de condições produtivas que são
aproveitadas no deslocamento da
produção.
Ana Elizabeth Reymão, MSc
23
Novos mapas geopolíticos
 Transnacionalismo: mundo cada
vez mais interdependente
 Instituições internacionais
 Cooperação
 Blocos Econômicos
Ana Elizabeth Reymão, MSc
24
Novos mapas geopolíticos
 Maior interdependência regional e
global entre os Estados
 Esses não conseguem oferecer os
benefícios fundamentais a seus cidadãos
sem a cooperação internacional, e até
esta pode ser insuficiente diante dos
problemas globais (meio ambiente,
pobreza, saúde pública)
Ana Elizabeth Reymão, MSc
25
Novos mapas econômicos




A desregulamentação da economia
Mudanças na organização empresarial
Desregulamentação do setor financeiro
Os lucros obtidos nesse processo fogem do
controle dos países e das Autoridades Monetárias
de cada país, tornando as tendências
econômicas mais imprevisíveis
Ana Elizabeth Reymão, MSc
26
Ana Elizabeth Reymão, MSc
27
CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZA: O CASO DA
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
 Setor extremamente oligopolizado, onde
em torno de 50 empresas controlam 80%
do mercado mundial de medicamentos
 A pesquisa no setor é concentrada em sete
países (EUA, Japão, Inglaterra, Alemanha,
Suíça, França e Itália) que respondem por
80% dos investimentos em P&D na área.
 É um setor que movimenta em torno de
170 bilhões de dólares ano
Ana Elizabeth Reymão, MSc
28
Novos mapas sociais (Banco Mundial, 2001)
 Desemprego
 Incremento das disparidades entre ricos e pobres no
planeta
 Dos 6 bilhões de habitantes hoje existentes, 1,2 bilhão vive
com menos de US$ 1 dólar dia
 Em 1999 produziu-se quatro vezes mais riqueza que há
três décadas e, dos US$ 32,5 bilhões produzidos neste
mesmo ano, 80% foram gerados nos países desenvolvidos.
 Metade das famílias dos Estados do Ceará, Paraíba, Rio
Grande do Norte e Alagoas vivem com uma renda média
mensal de ½ Salário Mínimo (IBGE)
Ana Elizabeth Reymão, MSc
29
Novos mapas sociais
 Outros indicadores desta concentração informam
que 15% da população mundial que representam
os ricos:
 consomem 50% da energia comercial disponível,
 seus gastos de energia per capita são 10 vezes
superiores aos gastos dos habitantes em países de
renda baixa e
 que 90% dos usuários da internet vivem nos países ricos
Ana Elizabeth Reymão, MSc
30
O Brasil no contexto dessas
transformações
 O Brasil ocupa a 73º posição no ranking do IDH (2000) =
0,757.
 Em 1997, o IDH brasileiro era 0,739 e o país ocupava a 79ª
posição em termos mundiais.
 Noruega (0,942), Suécia (0,941) e Canadá (0,940) foram
os países de maior desenvolvimento humano no mundo.
 Os EUA haviam caído para a 6a colocação, com IDH =
0,939.
 Entre os três países de mais baixo desenvolvimento
humano estão Burundi, Níger e Serra Leoa, com IDH =
0,313, 0,277 e 0,275, respectivamente.
Ana Elizabeth Reymão, MSc
31
IDH dos Estados Brasileiros
 Os cinco estados com maiores IDH-M (2002) no Brasil
são, respectivamente:





Distrito Federal (0,844),
São Paulo (0,814),
Rio Grande do Sul (0,809),
Santa Catarina (0,806) e
Rio de Janeiro (0,802)
Situam-se na faixa de ALTO desenvolvimento humano
Brasil IDH = 0,757
PARÁ: IDH = 0,720 (Ranking = 16o em 2002)
Ana Elizabeth Reymão, MSc
32
IDH - 2000
Pará (16º)= 0,720
DF(1º) = 0,844
SP(2º)= 0,814
Belém (PA) = 0,81
Cametá (PA) = 0,67
Paragominas (PA) = 0,69 Melgaço (PA) = 0,53
Ana Elizabeth Reymão, MSc
33
Ana Elizabeth Reymão, MSc
34
Importante discutir:
 uma política de desenvolvimento
nacional
 uma política de desenvolvimento
regional
 Papel do comércio internacional
Ana Elizabeth Reymão, MSc
35
IDH REFLETE DESIGUALDADES
REGIONAIS
 Em 2000, das 100 localidades com o IDH-M mais
alto do país, apenas quatro não estão
localizados nas regiões Sul e Sudeste
(exceção Fernando de Noronha, Brasília e as
outras duas cidades são fronteiras agrícolas bemsucedidas do Centro-Oeste: Campos de Júlio
(MT) e Chapadão do Céu (GO)).
Ana Elizabeth Reymão, MSc
36