OFTALMOPATIAS AULA 3
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Transcript OFTALMOPATIAS AULA 3
OFTALMOPATIAS
CARLOS EDUARDO CORADASSI
MEDICINA VETERINÁRIA – CESCAGE
CLÍNICA DE PEQUENOS ANIMAIS II
PATOLOGIAS DO CRISTALINO
CATARATA
LUXAÇÃO DE CRISTALINO
CATARATA
A catarata é uma opacidade no cristalino.
O cristalino dos cães é uma lente biconvexa com
pouco poder de acomodação (capacidade de focar
objetos a distâncias variadas).
O cristalino possui uma cápsula anterior e uma
posterior ambas parecidas com celofane.
ETIOLOGIA
Defeito genético, inflamação intra-ocular,
doenças da retina, traumatismos, diabetes e
senilidade.
PREDISPOSIÇÃO RACIAL:
Afghan Hound,Beagle ,Cavalier,Cocker
Spaniel,Golden retriever,Husky
Siberiano,Labrador retriever,Old English
Sheepdog,Pastor Alemão,Pointer,Poodle Toy e
Miniatura,Schnauzer Miniatura,Setter
Irlandês, Welsh Corgi e West Highland White
Terrier
ESCLEROSE DE CRISTALINO
TRATAMENTO
Cirúrgico
SELEÇÃO DO PACIENTE E AVALIAÇÃO
PRÉ-OPERATÓRIA
A seleção criteriosa de pacientes a serem
submetidos à remoção da catarata é importante
critério quando se almeja bons resultados.
Animais nervosos e agressivos devem ser
evitados, pois podem comprometer o sucesso
pós-operatório.
Avaliações clínicas e laboratoriais devem ser
conduzidas previamente à seleção dos animais.
CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS
Inúmeros protocolos clínicos pré-operatórios têm sido
propostos.
Em sua maioria, os objetivos comuns incluem dilatação
pupilar e prevenção da inflamação intra-ocular e de
endoftalmite pósoperatórias.
Midriáticos, anti-inflamatórios e antibióticos têm sido
empregados para tal finalidade.
A dilatação pupilar permite boa visibilidade da periferia
da lente, facilitando as manobras cirúrgicas.
A cicloplegia é, igualmente, importante na prevenção de
sinéquias pós-operatórias.
Para o controle da uveíte são utilizados esteróides
associados com antiinflamatórios
não esteroidais.
TÉCNICAS DE REMOÇÃO DA
CATARATA
O tratamento da catarata é essencialmente
cirúrgico.
As técnicas de remoção da catarata têm se
modificado nas últimas décadas.
Inicialmente, houve uma mudança da
extração intra para a extracapsular do
cristalino e, mais recentemente, para a
facoemulsificação.
A técnica intracapsular é utilizada apenas em
situações especiais, como em casos de luxação
da lente.
A facoemulsificação comparada às demais técnicas de
remoção da catarata proporciona os melhores resultados.
Dentre as principais vantagens da facoemulsificação estão
a pequena incisão (Figura 2), a manutenção da pressão
intra-ocular intra-operatória, a pouca manipulação das
estruturas internas ao bulbo do olho e o menor tempo
operatório.
A facoemulsificação é, atualmente a técnica de eleição
para o tratamento de pacientes com catarata, quer em
Medicina quer em Veterinária, porquanto os seus
resultados são bem mais vantajosos, comparativamente às
técnicas convencionais.
FACOEMULSIFICAÇÃO
Remoção da
catarata em cães
utilizando a
facoemulsificação.
COMPLICAÇÕES PRÉ E PÓSOPERATÓRIAS
Entre as intercorrências pré operatórias mais freqüentes da
remoção da catarata em cães, incluem-se a miose, o
prolapso da íris, as hemorragias intra-oculares e a expansão
do vítreo.
Entre as complicações pósoperatórias
mais freqüentes encontram-se uveítes, hipertensão intraocular transitória, edema corneano, sinéquia, endoftalmite,
opacificação da cápsula posterior da lente e descolamento de
retina.
As complicações podem ser evitadas, em grande parte, com
adequada preparação do paciente e, principalmente, com
mínima manipulação intraocular no curso do procedimento
cirúrgico.
Figura 3 - Imagem
30 dias após a
remoção
da catarata
utilizando a
facoemulsificação
em cão.
LENTES INTRA-OCULARES
O implante de lentes intra-oculares é tecnicamente
possível e melhora a acuidade visual
Uma grande quantidade de lentes intra-oculares está
disponível para uso em cães.
Em virtude das diferenças de tamanho e de
poder refrativo as lentes intra-oculares de uso
humano devem ser evitadas e somente devem ser
empregadas lentes específicas para a espécie canina
CATARATAS NÃO-TRATADAS
Em casos onde a remoção da catarata não seja
realizada poderemos ter perda de proteína da
lente e subseqüente uveíte lente induzida que
deverá ser tratada.
As complicações mais comuns da uveíte lente
induzida são glaucoma e phthisis bulbi.
Além disso, cataratas hipermaturas tem risco
maior de subluxação ou luxação da lente o que
poderão levar a complicações secundárias.
LUXAÇÃO DE CRISTALINO
A luxação lenticular ocorre quando existem lesões
com conseqüente ruptura parcial ou total dos
ligamentos suspensórios lenticulares (zonulares).
Nos casos aonde temos uma ruptura parcial das
zônulas ciliares existe uma movimentação
lenticular perceptível ao exame oftálmico
(lentidonese).
Seta indicando os
ligamentos
suspensórios
lenticulares
ETIOLOGIA
Luxação primária é resultado de uma tendência
hereditária das zônulas de enfraquecerem e
quebrarem (zonulólise), ou raramente, uma má
formação congênita dessas zônulas.
Com a perda das zônulas existe a possibilidade de
ruptura do ligamento hialoideocapsular (ligamento
de Wieger) e da membrana hialóidea anterior
resultando em deslocamento vítreo.
A luxação congênita é frequentemente associada
com microfaquia.
A luxação secundária da lente ( a forma mais comum
em gatos) é resultado da ruptura zonular causada
por distensão do globo, inflamação crônica intraocular ou neoplasias.
PRÉ-DISPOSIÇÃO
Luxação primária da lente é usualmente vista
em cães adultos.
Poodle Toy, Shar pei, Whippet, Elkhound
Norueguês e raças terriers são mais comumente
afetadas.
Luxação secundária ocorre tanto em cães quanto
em gatos.
SINAIS
Dor ocular (fotofobia), congestão episcleral e
edema corneano difuso, especialmente se
glaucoma está presente.
O edema corneano, que pode ser causado devido
a lente tocar o endotélio, resultando em lesão
celular.
Câmara anterior está profunda ou rasa.
Iridodonese (movimentação iridiana anormal).
Afaquia crescente. ( destruição do cristalino)
Poodle Toy
com
catarata
imatura
apresentand
o
subluxação
lenticular
com sinal de
"Aphakic
crescent".
FATORES DE RISCO
A herança paterna da luxação primária é incerta.
Embora a luxação de lente possa causar glaucoma
secundário, nos casos de glaucoma podemos ter buftalmia
e luxação de lente. O histórico clínico usualmente
diferencia as duas condições.
Luxação primária da lente e o glaucoma primário podem
ocorrer simultaneamente em algumas raças, como em
Jack Russell terrier e Sharpei.
Uveíte, especialmente luxação crônica induz uveíte.
Neoplasia intra-ocular pode fisicamente luxar a lente.
Trauma raramente causa luxação da lente sem sinais
severos de uveíte ou hifema
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Uveíte e glaucoma também causam dor ocular, congestão e
edema corneano.
Distrofia do endotélio pode causar edema e tornar difícil a
visualização de estruturas intra-oculares.
Exame oftálmico cuidadoso usualmente permite
diferenciar a luxação lenticular das demais afecções
oculares.
BIOQUÍMICA/URINÁLISE
Os resultados são normais, a menos que a luxação for uma
seqüela de um distúrbio sistêmico que causou uveíte ou
disseminação de neoplasia.
OUTROS TESTES LABORATORIAIS
IMAGEM
Radiografia torácica e ultra-sonografia abdominal pode
ser indicado quando a luxação for conseqüência de uma
neoplasia intra-ocular.
Ultra-sonografia ocular é útil em animais com edema
corneano ou nebulosidade ocular média.
OUTROS PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS
Exame oftálmico completo, incluindo tonometria, é
indicado.
TRATAMENTO
Luxação de lente é tratada tanto cirurgica como
medicamentosamente visando o glaucoma
secundário.
Em geral, lente luxada com olho potencialmente
visual é melhor tratado removendo-se a lente.
Olhos cegos irreversivelmente ou olhos com lente
luxada por neoplasia intra-ocular são tratados
frequentemente com enucleação ou, se apropriado,
um dos procedimentos onde o globo é salvo
(ciclocriocirurgia, evisceração e prótese intraescleral).
MEDICAMENTOS
DROGAS E FLUIDOS
Se a pressão intra-ocular é normal,a luxação é primária, e
a lente encontra-se no segmento posterior, aplica-se
miótico tópico ( p.e. 0,125% brometo de decamecarium, de
12-24horas), reduzindo as chances da lente ir para câmara
anterior e causar glaucoma.
Alta pressão intra-ocular (> 40mmHg) é tratada com
Manitol (1g/kg/IV por 20 min), inibidores da anidrase
carbônica e uso antiinflamatório tópico.
Estes medicamentos podem ser iniciados e o paciente deve
ser enviado a um oftalmologista veterinário
imediatamente para a extração da lente.
CONTRA-INDICAÇÕES/POSSÍVEIS
INTERAÇÕES
Aplicação de miótico tópico é contra-indicado se
a lente está na câmara anterior, exceto nos casos
aonde a cirurgia de extração da lente será
imediatamente realizada.
RECOMENDAÇÕES
* Se a cirurgia não for realizada e há uma luxação
primária e posterior que pode ser mantida
medicamentosamente, a pressão intra-ocular deve ser
avaliada inicialmente 24 horas antes do começo do
tratamento medicamentoso e frequentemente após. Uma
vez que a pressão intra-ocular está estável, o paciente
deve ser avaliado no mínimo trimestralmente.
Glaucoma secundário e descolamento de retina podem
ocorrer.
Se somente uma lente está envolvida no momento do
exame, a outra lente poderá luxar posteriormente.
UVEÍTE ANTERIOR
UVEÍTES
As uveítes anteriores são caracterizadas pela
inflamação preponderante do segmento anterior
do olho. Hiperemia conjuntival, reação de câmara
anterior com células e “flare”, precipitados
ceráticos e sinéquias posteriores são sinais que
compõem o quadro inflamatório. Aspectos clínicos
de algumas doenças sistêmicas envolvidas na
etiologia das uveítes anteriores serão abordados
neste artigo.
UVEÍTE ANTERIOR
ANATOMIA
- Íris: regula a
quantia de luz que
penetra na retina.
Corpo
ciliar:
produz o humor
aquoso e regula
acomodação
do
cristalino.
- Coróide
ÚVEA ANTERIOR
UVEÍTE ANTERIOR
ETIOLOGIA
- Trauma (cirurgia ocular);
- Secundária (inflamação da córnea/esclera);
- Hipersensibilidade (piometra/tonsilite, ...);
- Auto-imune (extrav. das proteínas da lente);
- Cães: brucelose, leptospirose, raiva, etc.;
- Gatos: toxoplasmose, PIF, FeLV, FIV, micose
sistêmica, etc.;
- Idiopática.
UVEÍTE ANTERIOR
SINAIS CLÍNICOS
- Fotofobia/blefarospasmo/epífora;
- Distúrbio de visão (uni ou bilateral);
- Dor intra-ocular;
- Hiperemia conjuntival;
- Congestão dos vasos circuncorneais;
- Hifema/hipópio;
- Sinéquia posterior;
- Pressão intra-ocular baixa ou alta.
UVEÍTE ANTERIOR
UVEÍTE ANTERIOR
UVEÍTE ANTERIOR
DIAGNÓSTICO
- História e exame clínico;
- Uveítes bilaterais sugerem doenças sistêmicas;
- Hematócrito/bioquímica sérica/urinálise;
- Sorologia (leptospirose/toxoplasmose);
- Centese ocular (neoplasia, cultura bacteriana);
- Diagnóstico diferencial: conjuntivite, ceratite,
glaucoma (pode ser secundário).
UVEÍTE ANTERIOR
TRATAMENTO
- Corticóides
# Prednisolona/prednisona: 1-2 mg/kg VO ou
parenteral associado de prednisolona 1% ou
dexametasona 0,1% tópicas a cada 2-3 horas. Não
usar em úlcera de córnea.
- AINES
# AAS: 10 mg/kg 12/12 hs. (cães) e a cada 48
hs. para gatos. Em tratamentos longos, a dose em
1/3. Uveítes crônicas.
UVEÍTE ANTERIOR
# Flunixin meglumine: 0,5-1 mg/kg IV a cada 2
dias. Não exceder 3 injeções. Muito eficiente contra
dor ocular.
- Midráticos
# Atropina 1%: 1 gota/4x ao dia. a
permeabilidade dos vasos da barreira aquosangüínea, reduzindo o extravasamento de humor
aquoso. Não usar no glaucoma e por tempo
prolongado (pode produzir CCS).
UVEÍTE ANTERIOR
- Antibióticos
# Cefalexina/cefalotina
# Enrofloxacin
# Cloranfenicol: 50 mg/kg 8/8 hs.
- Imunossupressores
# Ciclosporina A:10 mg/kg 12/24 hs. VO. Pode
causar nefro e hepatotoxicidade. Utilizar nos casos
refratários, na terapia prolongada com
prednisolona.
GLAUCOMA
O glaucoma é uma doença caracterizada pelo aumento
da pressão intraocular (PIO), causando danos na
retina e promovendo cegueira.
A PIO elevada, leva à perda de campo visual e
escavamento de disco óptico.
Recentemente foi descrito a existência de
glaucomas de baixa pressão, hipertensões
oculares sem alterações de campo visual e papila
óptica e glaucomas crônicos simples com
apresentação de cegueira posterior em humanos.
As alterações no fundo do olho do cão são
semelhantes às descritas no homem e no gato,
sendo comum encontrar danos progressivos nas
camadas internas da retina, principalmente nas
camadas de células ganglionares.
Nas fases iniciais de elevação da PIO a
capacidade de resolução visual nos cães assim
como em humanos, ainda não está perdida.17
O tratamento:
É paliativo, visando apenas a diminuição e
controle da PIO em níveis de normalidade e,
quanto a proteção do nervo óptico, ainda estão
sendo realizados estudos.
ETIOPATOGENIA
Pouco se sabe sobre a etiopatogenia.
Trata-se de uma doença muito complexa e ainda não
esclarecida.
A explicação mais conhecida e mais aceita é que a PIO
elevada é a responsável pelas lesões irreversíveis de
disco óptico e células ganglionares retinianas, levando
à cegueira, como consequência.
Este aumento de PIO pode
ocorrer por goniodisgenesia,
obstrução do ângulo
íridocorneal, bloqueio
pupilar, luxação ou
subluxação de cristalino, ou
seja, qualquer anormalidade
que prejudique o perfeito
fluxo de drenagem do humor
aquoso (HA) desde a câmara
posterior até o plexo venoso
escleral
A lesão do disco óptico ocorre à partir da
compressão mecânica da lâmina crivosa, devido
ao aumento da PIO.
Ocorre uma interrupção no fluxo axoplasmático
posterior nos corpos celulares ganglionares,
dentro das camadas de células ganglionares da
retina, causando uma isquemia, seguida de
atrofia
As células ganglionares da retina perdem sua
capacidade de desempenhar conexões sinápticas
corticais, e morrem por apoptose.
O glutamato, principal aminoácido neurotransmissor
excitatório do SNC, é liberado em níveis tóxicos pelas
células de Müller no segmento posterior do globo
ocular de pacientes glaucomatosos, devido a uma
disfunção destas células, induzida pela alteração de
permeabilidade das células ganglionares.
Este meio tóxico causa danos aos axônios e células que
não foram destruídas pela compressão mecânica
anteriormente.
O excesso de glutamato intravítreo também causa
uma série de alterações e inclusive a liberação de
radicais livres, promovendo a morte de fotorreceptores,
de células ganglionares e uma degeneração progressiva
do nervo óptico
CLASSIFICAÇÃO
O glaucoma pode ser classificado como
agudo e crônico.
Dentro desta classificação, como primário,
secundário ou congênito.6,10 Gonioscópicamente,
pode ser dividido em ângulo aberto, estreito, e
fechado, podendo haver variações neste conceito.
Dentro dos glaucomas primários, existe a
hereditariedade e predisposição de certas raças
caninas.
Os exemplos mais comuns são os Beagle, Basset
Hound, Poodle, Terrier, Cocker Spaniel, Inglês e
Americano.
Em gatos é incomum, se comparado ao cão, mas há
relatos de que a raça Siamesa é predisposta
SINAIS CLÍNICOS
edema de córnea,
dor,
blefarospasmo,
midríase,
vasos episclerais engurgitados,
aumento da PIO,
rasamento da câmara anterior,
visão prejudicada ou perdida,
escavamento de disco óptico,
atrofia de íris,
atrofia retiniana, buftalmia,
luxação de cristalino e alteração de comportamento.
DIAGNÓSTICO
histórico,
anamnese,
sinais e sintomas e exame clínico.
Os procedimentos de diagnóstico usados no exame
clínico são tonometria
tonografia,
gonioscopia,
oftalmoscopia,
biomicroscopia,
ultra-sonografia ,eletroretinograma (ERG)
PIO
No cão a PIO é considerada normal quando
encontrada nos intervalos entre 20 à 30mmHg ou
15 à 25mmHg.
Existindo uma pequena divergência entre autores
TRATAMENTO:
Os tratamentos utilizados para controlar o glaucoma
visam diminuir e manter a PIO em níveis de
normalidade.
As drogas mais utilizadas são aquelas inibidoras da
anidrase carbônica, os mióticos colinérgicos ou agentes
parasimpaticomiméticos, agentes bloqueadores betaadrenérgicos, agentes hiperosmóticos, agonistas alfa2adrenoreceptor, prostaglandina F2-alfa e, gentamicina
intravítrea, para promover uma ablação farmacológica
do corpo ciliar.
Cirúrgicos
Os procedimentos cirúrgicos procuram criar uma nova
via alternativa para a drenagem do HA, ou diminuir a
produção do HA.
Prognóstico:
O prognóstico é desfavorável no que diz respeito ao
restabelecimento de função do olho,mas quando o olho
glaucomatoso é tratado precocemente, as
possibilidades de retardar ou até mesmo evitar os
danos funcionais irreversíveis do glaucoma são
favoráveis.
O prognóstico é reservado, quando o objetivo é a
diminuição e manutenção da PIO em níveis normais
durante um longo tempo, pois não se conhece ainda
medicação antiglaucomatosa ou a técnica cirúrgica
ideal.
Continuação
OFTALMOLOGIA
OFTALMOPATIAS
DA CÓRNEA
Córnea é um disco transparente circular e côncavoconvexo que ocupa a porção rostral do obo.
Consiste de um arranjo singular de tecido
conjuntivo, células endoteliais e membranas
basais, avascular e transparente, que tem por
funções: transmitir e refratar a luz, para uma
visão ideal e servir como uma barreira protetora
para os conteúdos oculares internos.
ÚLCERA DE CÓRNEA
A ulceração é a doença corneana mais
comumente observada em cães e gatos e é
caracterizada pela perda do epitélio e do estroma superficial, com ou sem perda do tecido
cornenano profundo(13,5).
ETIOPATOGENIA DA PATOLOGIA CLÍNICA
A ulceração da córnea exibe ampla variedade de causas,mas o
trauma é, provavelmente, o mais comum entre os agentes
envolvidos
As causas infecciosas incluem :
infecções bacterianas (possivelmente precedidas por um trauma
inicial) por Staphilococcus e Pseudomonas aeruginosa ,
infecções micóticas como a aspergilose e a candidíase e
infecções virais pelo Herpesvírus felino tipo I .
As úlceras podem ser secundárias a outras enfermidades
corneanas, como as distrofias epiteliais, o edema crônico nos
casos de glaucoma e as ceratites neurotróficas.
Quando à perda de substância têm sido incriminados
os corpos estranhos, anormalidades dos cílios
(distiquíases, triquíases e cílios ectópicos),
arranhadura por gato, traumas químicos (ácidos e
álcales), anormalidades palpebrais(entrópio, ectrópio,
lagoftalmia ou exoftalmia e buftalmia).
Há, ainda, causas relacionadas à paralisia do nervo
facial e doenças do filme lacrimal
As úlceras freqüentemente exibem sinais
clínicos clássicos, traduzidos por fotofobia,
bleforospasmo, epífora e perda da transparência
pela invasão de vasos, migração de células
inflamatórias devido ao edema, desarranjo das
lamelas de colágeno.
Resultante da reparação cicatricial, deposição de
pigmentos e de outras substâncias como lipídios
e cálcio.
As úlceras superficiais usualmente são pequenas
e resultantes de injúria mecânica. As úlceras
profundas são geralmente de formas ovuladas ou
arredondadas, de margem abrupta e circundadas
por edema e infiltração vascular(Figura 4).
Dentre as complicações, destacam-se as
perfurações e as uveítes secundárias.
A terapia consiste na profilaxia ou no controle da
infecção, da erosão e na retirada da causa.
No geral, o tratamento deve ser direcionado para a
prevenção ou eliminação da contaminação, controle da
uveíte, analgesia, interrupção da destruição tecidual,
preservação da transparência e da função corneana e
suporte tecidual(
PRINCIPAIS SINTOMAS
Dor
Blefarospasmo
Fotofobia
Epífora
Conjuntivites associadas
Alterações na anatômia da córnea
AGRAVAMENTOS
A) Perda da transparência
B) vascularização
C) Alteração do contorno ( limbo)
D)Alteração da Câmara Anterior e Íris – edema e
hipópion
DIAGNÓSTICO
Exame clínico
Exame da fluoresceína
ESTRATÉGIAS PARA TRATAMENTO
3 fatores:
- Determinar a causa
- Proteger a córnea
- Tratamento adequado
TRATAMENTO
Tratamento médico
1) CONTROLE DA INFECÇÃO
Bactérias: ATB de amplo espectro (Gentamicina,Tobramicina,
Cloranfenicol,)
Vírus: Betadine 1%
Clamídia: Tetraciclina
( Fúngicas tratamento a cada 2h)
B) Aliviar a dor:
CICLOPÉGICOS:
Atropina 1% ( 3-4 x ao dia, por 3 -5 dias )
c) Anticolagenases
Iodo 1% / povidine 1%
Acetilcisteina Tópico
Soro fresco ou sangue tópico
EDTA ( usar depois do 5 dias ) 3-4 aplicações
CICATRIZAÇÃO:
2 estágios:
A) Migração celular: após 1 hora da injúria já
ocorre deslocamento de células com objetivo de
conertura da lesão
B) Mitose: inicia em 24horas pós trauma
( causas permanentes estimulam a colagenase,
fazendo com que ocorra maior destruição
tecidual)
CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERA
SUPERFÍCIAL:
Edema do estroma:
Em 24 horas os leucócitos do filme lacrial envolvem a
base da lesão por quimiotaxia.
Se ocorrer infecção: hipópion ( pus e exsudato)
Se não correr infecção: Defesas orgânicas – colagenase
demarca o tecido fazendo uma neovascularização que se
inicia em 3-6 dias e avança a base de 1mm por dia.
Em 7 -10 dias a úlcera tem um halo de neovasularização
ao redor.
D) Agentes antiinflamatórios:
1) Corticóides: Contraindicados no tratamento das
úlceras
( podem ser usados em algumas úlceras imunomediadas)
** corticóide sistêmico não influencia na cicatrização local
CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERA PROFUNDA:
A migração epitelial é a mesma que na superfícial,
porém é inadequada para cicatrização.
Tecido de granulação preencherá o defeito.
A vascularização, regredira espontaneamente
( Quanto mais rápida a cicatrização, menos cicatriz) ***
Se o grau de destruição pela colagenase excede a
cicatrização, a úlcera aumentará de taamnho e pode
ocorrer perfuração.
Ativa-se em tão hidrolases .
Todas tem habilidade para digerir a matriz proteica da
córena, resultando em uma úlcera indolente ( boxer).
Descementocele ou perfuração são complicações
FLAPS
Anestesia local
+ Tranquilização
( 2 gotas a cada 2 min = 6 gotas)
3º Pálpebra + Pálpebra Superior:
Canto medial 2-3 pontos - Sutura de Wolf
10 dias
3º Pálpebra + conjuntiva superior
Pálpebra superior + Pálpebra inferior
( pegar junto a 3 pálpebra)