Transcript - GEAC-UFV

M.Sc. Kelly C. S. Pontes
Doutoranda em Cirurgia de Pequenos Animais - UFV
• Cavidade oral: glândulas salivares.
• Esôfago: esofagotomia cervical e torácica.
• Estômago: gastrotomia, gastrostomia, gastropexia.
Cavidade Oral
Glândulas Salivares
• Carnívoros: grande quantidade de saliva.
• Remove partículas alimentares dos dentes; agentes
antimicrobianos; tamponamento de ácidos e bases fracos;
lubrifica a boca e protege o epitélio.
• Termorregulação de espécies com hábitos de limpeza
externa (resfriamento pela evaporação).
• Glândula: produção de saliva.
• Ducto salivar: drenagem da saliva.
Principais Glândulas Salivares no Gato
1 – Parótida
2 – Mandibular
3 – Sublingual
4 – Zigomática
5 - Molar
Principais Glândulas Salivares no Cão
1 – Parótida
2 – Mandibular
3 – Sublingual
4 – Zigomática
Mandibular: compartilha cápsula de tecido conjuntivo comum com parte da
sublingual. Ponto de referência imediatamente palpável por trás do ângulo da
mandíbula.
Cães: entre veias linguofacial e maxilar.
Gatos: veias se unem sobre a superfície lateral da glândula.
Abertura dos ductos: base do frênulo lingual.
2 – Mandibular
3 – Sublingual
v. maxilar
v. linguofacial
Parótida
Mandibular
v. jugular externa
Sialocele ou Mucocele Salivar
• Coleção anormal de saliva nos tecidos,
revestida por tecido conjuntivo inflamatório.
• Extravasamento anormal no subcutâneo pelos
ductos ou glândulas.
• Traumatismo, obstrução.
• Tumefação indolor e flutuante na região
intermandibular , ventral à região cervical ou
sob a base da língua.
• Animais assintomáticos, ptialismo, disfagia.
Rânula
Diagnóstico
•
•
•
•
Aspirado.
Muco cor ouro ou sanguinolento.
Viscoso.
Diagnóstico definitivo: coloração com ácido
periódico de Schiff (PAS).
Tratamento
• Reconhecimento do lado afetado?
• Ressecção das glândulas
sublingual) e dutos.
(mandibular
• Drenagem da mucocele cervical.
• Incisão ventral cervical. Dreno (2-3 dias).
• Bandagem frouxa.
e
• Drenagem rânula.
• Marsupialização (incisão elíptica, sutura
tecido adjacente).
• Contração e cicatrização da rânula.
Técnica de Remoção de Glândula
Salivar (Mandibular e Sublingual)
• Suturas:
– Cápsula e subcutâneo: fio monofilamentar
absorvível.
– Pele: monofilamentar não absorvível.
Esôfago
• Posicionamento dorsal à traquéia.
• 4ª vértebra posiciona-se à esquerda da traquéia.
• Constrição torácica reposiciona-se dorsalmente.
• Passa pelo mediastino.
• Hiato esofágico do diafragma.
• Chega ao estômago ou rúmem.
Pontos de Estenose
• Constrição cervical: esfíncter cricofaríngeo.
• Constrição
coração.
bronco-aórtica:
base
• Constrição diafragmática: hiato,
esôfago penetra no diafragma.
do
onde
• Entrada do tórax: tecidos moles impedem a
dilatação.
Parede Esofágica
•
•
•
•
Túnica mucosa
Túnica submucosa
Túnica muscular (circular interna e longitudinal externa)
Túnica adventícia (tecido conjuntivo circunjacente do pescoço
e do tórax)
Princípios Gerais na Cirurgia Esofágica
• Elementos que
deiscência:
aumentam
risco
– Ausência de revestimento seroso (fibrose).
– Ausência de omento.
– Irrigação sanguínea segmentada.
de
– Tensão, movimentos, distensão.
– Movimento de saliva e alimento sobre a incisão.
– Estado do paciente.
Obstrução do Esôfago
• Parcial: sinais clínicos leves, ausentes ou
intermitentes.
• Completa: sinais dependem da causa,
localização e duração.
• Regurgitação X Vômito
• Regurgitação retardada (obstrução crônica):
– Obstrução parcial; dilatação cranial à
obstrução.
• Regurgitação imediata após alimentação:
– Obstruções agudas.
– Obstrução alta.
Complicações
• Megaesôfago – Proximal à obstrução.
– Lesões secundárias nas terminações nervosas e
músculos da parede esofágica.
– Motilidade esofágica comprometida mesmo após
remoção da obstrução.
• Pneumonia por aspiração – Regurgitação.
• Desnutrição
infecção).
(anestesia,
• Perfuração esofágica.
cicatrização,
Diagnóstico
• História clínica
• Exame físico
• Exames complementares:
– Endoscopia (tratamento).
– Radiografia simples e contrastada.
• Também auxilia diagnóstico pneumonia aspiração.
Causas
• Intramural (Spirocerca lupi)
• Intraluminal (Corpo estranho)
• Extraluminal (Anomalia de anel vascular)
Corpos Estranhos Esofágicos
• Ossos, agulhas, anzóis, gravetos de madeira,
brinquedos, etc.
• Parcial ou completa.
• Pequenos animais: obstrução torácica.
• Sinais Agudos: regurgitação,
deglutição dolorosa, inapetência.
sialorréia,
• Sinais Crônicos: perda de peso, pneumonia,
dilatação proximal à obstrução.
Complicações
• Ulceração da mucosa e esofagite.
• Necrose por compressão: perfuração.
• Mediastinite, pleurite.
• Fístula traqueoesofágica.
• Lesões submucosa e muscular: fibrose e constrição.
Tratamento
• Não-cirúrgico.
• Cirúrgico.
– Cervical.
– Torácica.
– Gastrotomia.
• Ossos: empurrados para o estômago (digestão
em 7-10 dias), observação.
• Anzol: endoscopia + cirurgia.
Considerações Anestésicas
• Corrigir desequilíbrios (hídrico e
eletrolítico);
• Protocolos/ respiração controlada.
Esofagotomia Cervical
• Separar o esôfago com compressas úmidas.
• Sucção ou deslocamento do conteúdo
esofágico.
• Oclusão cranial e caudal.
Remoção de CE (Incisão longitudinal)
• Suturas de fixação adjacentes ao local de incisão.
• Incisão longitudinal (muscular mais longa que
mucosa).
• Parede esofágica normal: incisão sobre corpo estranho.
• Parede comprometida: incisão caudal ao corpo estranho.
• Sutura em duas camadas.
– Sutura de Swift e simples separados.
• Padrão simples separados (todas as camadas,
exceto mucosa).
• Esôfago: poligliconato, podiaxanona,
poliglactina.
• Músculos: categute
• Pele: náilon
Pós-operatório
• Suspensão de alimentação oral por 24 a 48
horas.
• Alimentação parenteral.
• Água após 24 horas. Em ausência de
complicações, oferecer alimento líquido.
• Alimentação líquida continuada por 5 a 7
dias.
• Retorno
à
alimentação
gradualmente na 2ª semana.
• Sonda de gastrostomia.
normal,
Prognóstico
• Dilatação proximal: reservado.
Esofagotomia Torácica
Estômago
Gastrotomia
Indicações
• Corpo estranho gástrico.
• Neoplasias.
• Úlceras gástricas.
• Perfuração ou ruptura (traumatismo).
Princípios Cirúrgicos
Princípios Cirúrgicos
• Prevenção de contaminação:
– Suturas de apoio.
– Uso de compressas úmidas (manutenção da
umidade).
– Irrigação intraperitoneal pós-procedimento.
– Designação instrumentos “limpos” e “sujos”.
Princípios Cirúrgicos
• Sutura de apoio:
– Aplicação antes da incisão.
– Atravessa toda parede.
– Fio monofilamentar 2-0 ou 3-0.
– Pegar 1cm de tecido. Pinças hemostáticas.
– Remoção.
Princípios Cirúrgicos
• Substituir compressas contaminadas.
• Irrigação: solução aquecida (37 a 39ºC).
Vasodilatação, hipotensão e aderências.
– Sucção de todo líquido (atuação imune contra
microrganismos e debris é melhor).
– Trocar luvas e instrumental.
Princípios Cirúrgicos
Preparação do Paciente
• Correção hídrica e eletrolítica.
• Jejum.
• Esvaziamento por intubação orogástrica: não
indicado.
Princípios Cirúrgicos
• Probabilidades vômito
durante cirurgia ou após:
– Bloqueadores de HCl.
– Diminuem danos ao
respiratório.
– Efeito pró-cinético.
ou
esôfago
regurgitação
e
sistema
Princípios Cirúrgicos
• Redução tônus esfíncter esofágico: refluxo
esofágico e regurgitação silenciosa (durante
cirurgia), esofagite e pneumonite.
– Atropina, acepromazina, xilazina, midazolam oral
(felinos), meperidina.
Princípios Cirúrgicos
• Decúbito dorsal: mesa inclinada (melhora
acesso, minimiza refluxo e regurgitação).
• Tricotomia e assepsia.
• Considerar antibióticos eficazes contra
contaminantes orais:
– Ampicilina, amoxicilina, clindamicina e
cefalosporinas.
Princípios Cirúrgicos
Considerações Anestésicas
• Intubação orotraqueal.
• Temperatura corporal.
• Oxigenação pré-anestésica (dor e distensão
abdominal comprometem a oxigenação).
Princípios Cirúrgicos
• Ílio paralítico: incisão do peritônio, exposição
e manipulação do TGI reduzem atividade
mioelétrica normal.
• Escolha adequada anestésicos (controvérsias):
clorpromazina, propofol (gatos), isofluorano.
Protocolos em animais estabilizados
• Pré-medicação:
– Atropina (0,02 a 0,04mg/kg, SC, IM) + oximorfona (0,05
a 0,1mg/kg, SC, IM) ou butorfanol (0,2 a 0,4mg/kg, SC,
IM).
• Indução:
– Tiopental, propofol ou combinação de diazepam e
quetamina (0,27mg/kg e 5,5mg/kg, IV, até efeito).
• Manutenção:
– Isofluorano, sevofluorano ou halotano.
Princípios Cirúrgicos
• Analgesia pós-operatória:
tranquilizante menor.
opióide
+
• Pró-cinéticos.
• Anti-inflamatórios não esteroidais: não
indicados.
• Jejum
– Se possível de 8 a 12 horas;
– De 4 a 6 horas em pacientes pediátricos.
• Atropina ou glicopirrolato
– Como vômito, refluxo e aspiração são comuns,
considerar o uso, pois diminuem a secreção
gástrica e o dano na mucosa esofágica ou no trato
respiratório.
Princípios Cirúrgicos
Abordagens
• Celiotomia linha média ventral.
– Processo xifóide até a meio-caminho entre
umbigo e púbis.
– Ligamento falciforme: remoção.
– Tração ventral: dedo pela curvatura menor.
– Secção ligamento hepatogástrico.
• Abordagem
paracostal:
temporária de emergência.
gastrotomia
Princípios Cirúrgicos
Manipulação dos Tecidos
• Evitar instrumentos de preensão.
• Suturas de apoio.
• Proteção da dessecação: lavagem e compressas
úmidas.
• Luvas isentas de talco.
Princípios Cirúrgicos
Incisão
• Corpos estranhos móveis: centro do corpo, entre os
ramos das artérias gástrica e gastroepiplóica.
• Fixos: próximo ao corpo estranho, onde estruturas
vitais não serão lesadas.
• Levantar suturas de apoio, incisão perfurante,
aumento da incisão (tesoura).
• Sucção de fluido gástrico e muco.
• Exploração do lúmen gástrico.
Princípios Cirúrgicos
Sutura
• Duas linhas:
– Primeira fileira: hemostasia vasos submucosos
e mucosos seccionados.
– Segunda fileira: aumenta segurança contra
vazamentos.
– Simples contínua contaminante.
– Invaginante não contaminante.
Princípios Cirúrgicos
• Fio absorvível sintético, 3-0.
• Cicatrização em 14 dias.
• Grampeadores.
• Explorar abdome antes da oclusão da celiotomia.
Princípios Cirúrgicos
Considerações Gerais
• Diminuição motilidade: resulta em anorexia, vômito,
dor, distensão gastrintestinal e deiscência.
• Manter volume vascular: melhora cicatrização.
– Catecolaminas endógenas: controle dor, manutenção da
pressão sanguínea, redução estresse.
Princípios Cirúrgicos
• Dor: inibe motilidade gastrintestinal.
– Controle: analgesia epidural.
• Pró-cinéticos.
• Nutrição: estimula motilidade, cicatrização e
retorno à saúde geral.
– Imediatamente após a cirurgia.
– Enteral (sonda ou oral) ou parenteral.
Gastrostomia
Indicações
• Alimentação enteral.
– Fratura mandíbula.
– Enfermidades esofágicas.
– Suplementação nutricional (anorexia).
• Gastropexia.
Catéter de Foley
• Celiotomia.
• Incisão para a sonda:
– Caudal à última costela.
– Ventrolateral abdominal.
• Passar a pinça pelo peritônio, musculatura e
subcutâneo.
• Inflar o balão com solução salina.
• Limpeza da pele ao redor do catéter
diariamente.
• Deixar o catéter no local por 7 a 10 dias para
formação de fibrose.
• Remoção do catéter e fechamento com
bandagem. Fecha em 1-2 dias.
Gastropexia Incisional
• Objetivo:
– Aderência permanente entre antro pilórico e
parede lateral direita do corpo.
– Prevenir recidiva de mau posicionamento gástrico.
– Prevenir mau posicionamento gástrico em raças
grandes após esplenectomia.
Técnica Cirúrgica
• Localizar o antro pilórico.
• Incisão de espessura parcial (seromuscular de
5-8 cm) entre curvatura menor e maior.
• Profundidade correta revela o abaulamento
da camada mucosa.
• Determinar local da gastropexia na parede
abdominal.
– Caudal à última costela.
– Ventrolateral direita, 6-10 cm ventral à incisão da
linha média.
• Fazer incisão no peritônio e m. abdominal
transverso (tamanho semelhante à do
estômago).
• Sutura em padrão simples contínua, fio
monofilamentar absorvível ou não 2-0 ou 3-0.
• Iniciar sutura na região cranial da incisão e
deixar extremidade do fio longa.