Figuras de Linguagem
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Transcript Figuras de Linguagem
Figuras de Linguagem
Jacira Fernandes
Figuras de linguagem
Chamadas também de Figuras de Estilo
conferem ao texto ou à expressão um recurso
especial de escrita provido de maior
intensidade. Elas se dividem em três tipos:
a) Figuras de palavras (ou tropos)
b) Figuras de construção (ou de sintaxe)
c) Figuras de pensamento
Figuras de Palavras
Desvios de significação a que são
submetidas as palavras, quando se deseja
atingir um efeito expressivo.
Metafora: É o desvio da significação própria de
uma palavra, nascido de uma comparação
mental ou característica comum entre dois
seres ou fatos. Ex.: As derrotas são amargas.
Murcharam-lhe os entusiasmos da mocidade.
Comparação: Consiste em pôr em confronto
pessoas ou coisas, a fim de destacar semelhanças.
Ex.: A criança é tal qual uma plantinha delicada: precisa
de amor e atenção.
Metonímia: Consiste em usar uma palavra por
outra, com a qual se acha relacionada.
a) o efeito pela causa: Os aviões semeiam a morte.
(as bombas= a causa; a morte= o efeito)
b) O autor pela obra: Nas horas de folga lia
Camões.
c) o continente pelo conteúdo: Tomou uma taça
de vinho.
d) O instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele é
bom de garfo. / As penas mais brilhantes do país
reverenciavam a memória do grande morto.
e) O sinal pela coisa significada: O trono estava
abalado.
f) O lugar pelos seus habitantes ou produtos:
Aprecio o madeira.
g) O abstrato pelo concreto: A mocidade é
entusiasta. / Difícil conduzir aquela bondade
trôpega ao cárcere, onde curtiam pena os
malfeitores. (( bondade= o bom velho)
Graciliano Ramos).
h) A parte pelo todo: Ele não tinha teto onde se
abrigasse. / Maria completou vinte primaveras./
João trabalha dobrado para sustentar oito
bocas.
i) O singular pelo plural: O homem é imortal.
J) a espécie ou a classe pelo indivíduo: Os átilas
das instituições.( destruidores) / O Judas da
classe. (traidor)
k) a qualidade pela espécie: Os mortais ( em vez
de homens).
m) a matéria pelo objeto: Ouvia-se o tinir dos
cristais.
Perífrase: É uma expressão que designa os
seres por meio de algum de seus atributos:
O rei dos animais foi generoso. (leão)
Sinestesia: É transferência de percepções da
esfera de um sentido para a de outro, do que
resulta uma fusão de impressões sensoriais de
grande poder sugestivo.Ex.: Em seu olhar gelado
percebi uma ponta de desprezo.
Figuras de construção
Construções que se afastam das estruturas
regulares ou comuns e que visam transmitir à
frase mais concisão, expressividade ou
elegância.
Elipse: É a omissão de um termo que facilmente
podemos subentender no contexto. É uma
espécie de economia de palavras. Ex.: Eles
tremiam
por
si;eu
pela
sorte
da
Espanha.(Alexandre Herculano)
Pleonasmo: É o emprego de palavras
redundantes, com fim de reforçar a expressão.
Ex.: Foi o que vi com meus próprios olhos./ A
mim resta-me a independência para chorar.
Polissíndeto: É a repetição intencional do
conectivo coordenando. Ex.: Trejeita, e caneta,e
ri nervosamente. ( Antônio Tomás)
Inversão: Consiste em alterar a ordem normal
dos termos ou orações com fim de lhes dar
destaque. Ex.: Justo ela diz que é, mas eu não
acho não.
Anacoluto: É a quebra ou interrupção do fio da
frase, ficando termos sintaticamente desligados
do resto do período, sem função. Ex.: “Eu não me
importa a desonra do mundo.” (Camilo Castelo
Branco)
Silepse : Ocorre esta figura quando efetuamos a
concordância não com os termos expressos,
mas com a ideia a eles associada em nossa
mente. Sendo dividida da seguinte forma:
a) De gênero:
Vossa Majestade será informado acerca de tudo.
A certa altura, a gente tem que estar cansado.
b) de número:Corria gente de todos os lados, e
gritavam. (Mário Barreto)
c) de pessoa: Ele e eu temos a mesma opinião.
(ele e eu = nós)/Aliás todos os sertanejos somos
assim. (Raquel de Queirós)
Onomatopéia: Consiste no aproveitamento de
palavras cuja pronuncia imita o som ou a voz
natural dos seres. Ex.: Pedrinho, sem mais
palavras, deu rédea e, lept! lept! arrancou
estrada afora. (Monteiro Lobato)
Repetição: Consiste em reiterar (repetir)
palavras ou orações para enfatizar a afirmação
ou sugerir insistência, progressão.Ex.: O surdo
pede que repitam, que repitam a última frase.
(Cecília Meireles)
Figuras de Pensamento
Antítese: Aproximação da palavras ou
expressões de sentido oposto. Ex.: Como era
possível beleza e horror, vida e morte
harmonizarem-se assim no mesmo quadro?
(Érico Veríssimo)
Apóstrofe: É a interrupção que faz o orador ou
escritor para se dirigir a pessoas ou coisas
presentes ou ausentes, reais ou fictícias. Ex.:
Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?
Eufemismo: Consiste em suavizar a expressão
de uma ideia triste, molesta ou desagradável.
Ex.: Fulano foi desta para melhor.
Gradação: É uma sequência de ideias dispostas
em sentido ascendente ou descendente.
Ex.:Uma palavra, um gesto, um olhar bastava
para despertar suspeita.
Hipérbole: Afirmação exagerada. Ex.: Chorou
rios de lágrimas.
Ironia: É a figura pela qual dizemos o contrário
do que pensamos, quase sempre com intenção
sarcástica. Ex.: Fizeste um excelente serviço.
(para dizer péssimo)
Paradoxo: É o uso intencional de um
contrassenso. Ex.: Valentia covarde assaltar
pessoas indefesas.
Personificação: É a figura pela qual fazemos os
seres inanimados ou irracionais agirem e
sentirem como pessoas humanas. Ex.: Os sinos
chamam para o amor.
Reticência: Consiste em suspender o
pensamento deixando-o meio velado.Ex.: De
todas, porém, a que me cativou logo foi uma...
uma... não sei se digo. (Machado de Assis)
Retificação: É a figura que retifica uma
afirmação anterior. Ex.: É uma jóia, ou melhor,
uma preciosidade, esse quadro.