Sabrina Alberti Nóbrega de Oliveira

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Transcript Sabrina Alberti Nóbrega de Oliveira

Pós-graduação em Análises Clínicas
MÓDULO HEMOTERAPIA
Sabrina Alberti Nóbrega de Oliveira
nov/2013
Ministério da Saúde
Fundação Oswaldo Cruz
Departamento de Imunologia
Laboratório de Sangue e Hemoderivados
I
NTRODUÇÃO
BREVE HISTÓRICO
Dois grandes períodos:
• Empírico, também conhecido como fase heróica,
cujas primeiras referências remontam aos gregos e
vai até 1900;
• Científico a partir de 1900, quando, passou de
experimentos para efetivo agente terapêutico.
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PERÍODO EMPÍRICO
Grécia Antiga: “sangue como sustentáculo
da vida”
Hipócrates: Teoria dos Humores
(4 tipos fundamentais de fluidos)
sangue, linfa, bílis negra e bílis amarela
Gladiadores romanos: ingestão
de sangue dos derrotados para
adquirir mais força e corajem
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 Papa Inocêncio VIII (1492)
1ª transfusão de sangue
3 jovens “sadios de corpo e alma”
> ÓBITO
 Willian Harvey (1627): teoria e comprovação
morfológica e experimental da circulação
sanguinea
Era da Experimentação Clínica: estudos de
transfusão em animais e humanos.
 Dr. Jean Baptiste Denis (1667): transfusão
de sangue de carneiro p/ paciente portador de
tifo > ÓBITO (vômitos, diarréia, urina escura,
pulsação acelerada etc)
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PERÍODO CIENTÍFICO
 Karl Landesteiner
1900: descoberta dos tipos sangüíneos
• A, B, AB (c/ elementos de A e B)
• 0 (zero) não contém elementos A e B,
denominado posteriormente como O (vogal)
1942: descoberta do Fator Rh
• Fator Rh positivo (presença do fator)
• Fator Rh negativo (ausência do fator)
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Compatibilidades e incompatibilidades entre indivíduos
 base científica para utilização do sangue como agente terapêutico
 base sólida para a transfusão de sangue e seus componentes
+ descoberta de anticoagulantes (Loitt e Mollison)
início do processo de armazenamento/estocagem de sangue
 Moscou (1926): Centro de Hematologia e Transfusão de Sangue
 década de 30: centros de transfusões pelo mundo todo
 década de 40: doação sistemática de sangue no Brasil
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No Brasil
ÉPOCA
1877
EVENTO
Provável 1ª transfusão no Rio de Janeiro
déc. 20
Cadastro doadores, sem estocagem do sangue, tranfusão braço-a-braço
déc. 30
1º serviço organizado de transfusão no RJ, transfusão braço-a-braço,
sem exames de triagem
Pós 2ª
Guerra
1ºs bancos de sangue privados, doação remunerada +problemas
econômicos = disseminação de doenças
1950
1ª Lei Federal: abono do dia de trabalho para doação
1969
OMS realiza diagnóstico da situação da hemoterapia no país
déc. 70
1979
déc. 80
Doadores de sangue em sua maioria remunerados
SBHH promove a doação voluntária de sangue
AIDS favorece aumento da pressão pela segurança transfusional
1980: Programa Nacional do Sangue (PRÓ-SANGUE)
1988: Constituição veta comercialização de sangue/hemodederivados
1998
Instituição da Meta Mobilizadora Nacional
2004
Lei autoriza criação da Empresa Brasileira de Hemoderivados e
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Biotecnologia / HEMOBRÁS
Atualmente
Os serviços hemoterápicos brasileiros são regidos pela
norma técnica:
RDC nº 57, 16 de dezembro/2010 - ANVISA
Portaria nº 1353, 14 de junho/2011, Ministério da Saúde
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Ciclo do Sangue
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RECEPÇÃO DE DOADORES

Cadastro

18 a 65 anos*

Acima de 50 kg

Bom estado de saúde

Não estar em jejum

Questionário
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TRIAGEM CLÍNICA

Entrevista individual;

Profissional de saúde de nível superior;

Evitar janela imunológica;

Garantia de privacidade e sigilo das
informações prestadas.

Sinais vitais
(peso, pulso,
temperatura e pressão arterial);

Triagem hematológica
(hemoglobina ou hematócrito).
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Rejeição de um doador
pré-triagem
+
triagem clínica
apto para a doação
rejeição temporária
ou definitiva
auto-exclusão:
após ter recebido as informações
na captação e na triagem
orientação e
encaminhamento para
atendimento especializado
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COLETA DE SANGUE
Identificação de bolsas e tubos
3733071119009
LGM
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COLETA DE SANGUE
Assepsia & Punção Venosa
• Clorexidina
• Álcool 70%
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COLETA DE SANGUE
Bolsa de sangue total e amostras
Volume:
< 8mL/kg mulheres
< 9 mL/kg homens
Volume máximo: 450 +/- 45 mL
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Término da Coleta de Sangue
Máximo 15 minutos de coleta
Compressão da veia puncionada
Lanche
• reposição hídrica e eletrólitos
• observação do doador
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P
rocessamento
FRACIONAMENTO DE HEMOCOMPONENTES
Sangue
total
CH: concentrado de hemácias
CP: concentrado de plaquetas
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Centrifugação e Separação
Centrifugação
Separação
SANGUE
TOTAL
Centrifugação
CH
Separação
PLASMA
PLAQUETAS
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ARMAZENAMENTO
2 - 8°C
-20°C
20-22°C
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E
L
xames
aboratoriais
Exames Laboratoriais

Testes Sorológicos
 Infecções transmitidas pelo sangue

Imunohematologia
 Tipo sanguíneo (ABO)
 Fator Rh
 Pesquisa de Ac Irregulares
 Hemoglobina S
 Fenotipagem eritrocitária
 Estudo HLA
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Exames Laboratoriais
SOROLOGIA
Triagem Sorológica no Brasil
RDC 57 ANVISA, dez/2010 - Seção VI

Hepatite B

Hepatite C

HIV (1 e 2)

HTLV (I e II)

Chagas

Sífilis
OU INDETERMINADO
Art. 94
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Hepatite B
O principal problema  CRONICIDADE
Adultos
Recém-nascidos
Forma aguda
(com ou sem sintomas)
10-30 %
Forma crônica
70-90%
Risco de evolução p/ cirrose
ou hepatocarcinoma
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Transmissão

Sexual

Parenteral
uso de drogas
transfusão
transplantes
transmissão nosocomial

Mãe para filho
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Vírus da Hepatite B
Capsídeo
HBcAg
HBs (M)
(HBeAg solúvel)
HBs (S)
HBV-DNA
HBs (L)
Envelope
HBsAg
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Marcadores sorológicos da Hepatite B
Antígenos
Anticorpos
 Anti HBc
 HBs Ag
 Anti HBe
 HBe Ag
 Anti HBs
HBs Ag
HBc Ag
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Perfil sorológico da hepatite B aguda
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Perfil sorológico da hepatite B crônica
HBV DNA
Anti-HBc total
HBsAg
Anti-HBc IgM
Estado inativo
HBe Ag
Estado ativo
Anti-HBe
[]
1
2
3
4
5
6
meses
8
12
24
36
48
60
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HBs Ag
Anti-HBc
IgM
Anti-HBc
Total
HBe Ag
Anti-HBe Anti-HBs
Total
Total
Interpretação
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Negativo Negativo
Infecção Aguda
por HBV
Positivo há Negativo
mais de 6
meses
Positivo
Negativo
Positivo
Positivo há Positivo
mais 6
meses
Positivo
Positivo
Negativo Negativo Infecção Crônica
por HBV
Ativa
Positivo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo Infecção Crônica
por HBV
Inativa
Positivo
Imunidade para
HBV
Infecção passada
Negativo Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Positivo
Vacinação para
HBV
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Janela imunológica na infecção pelo HBV
HBV-DNA (PCR)
HBsAg
Anti-HBc
Anti-HBs
ALT
Dias após-infecção
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Janelas imunológicas
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Hepatite C
Epidemiologia





Risco de cronicidade é de 80–90%
Modo de Transmissão: mesmo da hepatite B, com
baixa participação da vertente sexual
Período de Incubação: média de 5 a 10 semanas
Grande variabilidade genética: HCV-RNA (RNA
polimerase sem atividade de proof-reading)
Genótipos de 1 a 6, diversos subtipos
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Testes Sorológicos para hepatite C

Testes de 1ª geração
c100-3 (NS4)  150 dias

Testes de 2ª geração
c100-3 (NS4), c33c (NS3) e c22-3 (core)  80 dias

Testes de 3ª geração
NS3, NS4, NS5 e core  70 dias
HCV Core Antígeno: detecção 14 dias após o contágio
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HIV  Terceira e Quarta
Geração de testes
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Prevalência no Adulto
(15 a 49 anos)
OMS-1999
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Mortalidade por AIDS desde o início da epidemia
 Adultos
mulheres
 Crianças < 15 anos
TOTAL
14.3 milhões
(7 milhões)
3.8 milhões
___________
18.1 milhões
OMS-2000
OMS - ONUSIDA-Dez 97
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Marcadores Sorológicos do HIV
Anticorpos
RNA
p 24
dias 0
11-12 14-15
20-21
janela antigenemia
sorológica
28-29
Anticorpos anti-HIV
detectáveis com ELISA
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Ag/Ab - QUARTA GERAÇÃO
Detecção dos Anticorpos anti-HIV 1,2
e do antígeno p24 simultaneamente
peptídeos (HIV-1, HIV-2)
anticorpo monoclonal
anti-p24
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Doença de Chagas
Carlos Justiniano Ribeiro Chagas
1879 - 1934
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Agente Etiológico
Trypanosoma cruzi
3 formas:
 Tripomastigota
 Amastigota
 Epimastigota
Vetores
Triatoma infestans
Panstrongylus megistus
Rhodnius prolixus
Triatoma dimidiata
Triatoma brasiliensis
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Focos do Barbeiro
banquinho contaminado
casa de pau-a-pique
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Ciclo Biológico
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Transmissão do T. cruzi
•
•
•
•
•
•
Vetorial (fezes do barbeiro)
Transfusional (Sangue e Derivados)
Congênita
Oral
Acidental
Transplantes
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Período de Incubação
•
•
•
5 a 14 dias após a picada do vetor
30 a 40 dias por transfusão
As formas crônicas se manifestam mais de 10 anos após
a infecção inicial
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ASPECTOS CLÍNICOS
FASE AGUDA
- SINAL DE ROMAÑA
(entumescimento unilateral das pálpebras)
- CHAGOMA DE INOCULAÇÃO
A fase aguda permanece por cerca de 2 meses
O DIAGNÓSTICO PRECOCE DA INFECÇÃO PELO T. cruzi E O
TRATAMENTO RÁPIDO PODEM CURAR O PACIENTE.
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ASPECTOS CLÍNICOS
FASE CRÔNICA
FORMA INTERMEDIÁRIA >>> Assintomática
FORMA CARDÍACA >>> Cardiomegalia
(Raio X de Tórax / Eletrocardiograma / Ecocardiograma)
FORMA DIGESTIVA >>> Megacólon / Megaesôfago
(Exame Radiológico)
A fase crônica pode perdurar por 15 a 20 anos ou por toda vida
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Medidas Preventivas
• Melhoria das condições de vida da população pobre,
principalmente das habitações
• Reforma das casas de barro, taipa ou madeira, transformandoas em casa de alvenaria ou vedando suas frestas e buracos
• Educação sanitária
• Aplicação de inseticidas nas moradias das regiões endêmicas
• Controle de qualidade do sangue nos Bancos de Sangue
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DIAGNÓSTICOS LABORATORIAIS



Diagnóstico Parasitológico
Diagnóstico Radiológico
Diagnóstico Sorológico
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Sífilis
Epidemiologia

Doença infecto-contagiosa sistêmica

Evolução crônica

Manifestações cutâneas temporárias

Agente etiológico: espiroqueta Treponema pallidum

Sinonímia: Lues, sifilose, mal venéreo, peste sexual etc

Transmissão: sexual, vertical, transfusão de sangue e
inoculação acidental.

Período de Incubação: geralmente de 1 a 3 semanas
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Evolução da Sífilis
• Sífilis Adquirida
- Recente:
. primária: cancro duro
. secundária: disseminação no organismo
. sífilis latente: + grave
- Tardia: qdo. não há tratamento > formas cutânea,
óssea, cardiovascular, nervosa, etc
•
Sífilis Congênita
- Precoce: manifestações clínicas logo após o
nascimento.
- Tardia: após segundo ano de vida.
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TESTES SOROLÓGICOS
 Obrigatoriedade de registro ANVISA (art.72)
 Testes com alta sensibilidade (art.89)
C
SENSIBILIDADE
&
ESPECIFICIDADE
Capacidade do teste de
detectar infectados
Capacidade do teste
definir não-infectados
Banco de sangue (triagem)
Lab. Clínico (confirmatório)
 Falso-pos:
Esclarecimento/acompanhamento de indivíduos com
bolsas descartadas
 Falso-neg:
Avaliação da história clínica
do paciente
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Marcadores sorológicos
RDC 57, art. 89
INFECÇÃO
MARCADOR
Chagas
Anti-T.cruzi
Hepatite B
HBsAg
Anti-HBc
Hepatite C
Anti-HCV ou HCV Ag/Ab
HTLV
Anti-HTLV I/II
HIV
Anti-HIV 1/2 + HIV Ag/Ab
Sífilis
Anti-T.pallidum ou não-treponêmico
Ag: antígeno, Ab: anticorpo
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Imunoensaios

Interação Ag-Ac

Ligaçao não-covalente  reversível, estável, específica

Testes in vitro
Precipitação
Aglutinação
Ensaios líticos
Imunofluorescência
Radioimunoensaio
Enzimaimunoensaio
Quimioluminescência
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Ensaio imunoenzimático_ELISA

Até 1971: radioimunoensaio
Microplaca de ELISA

Adsorção em fase sólida
Borracha de silicone, pérolas de agarose, poliacrilamida, partículas
magnetizadas, micropartículas de látex, microplacas plásticas
(poliestireno, polivinil, polipropileno)

Detecção:
Enzima + Substrato/cromógeno > oxi-redução
= produto solúvel colorido
H2O2
PEROXIDASE
H2O
½ O2
TMB
cor
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Imunoensaio de micropartículas (MEIA)

EIE de micropartículas (MEIA)
Micropartículas revestidas com anticorpo
anti-analito e amostras são incubadas
Uma alíquota da mistura de reação é
Axsym/Abbott
transferida para matriz de fibra de vidro
Conjugado (fosfatase alcalina) liga-se
ao complexo da micropartícula
Substrato MUP é adicionado à matriz.
Produto fluorescente (MU) é medido.
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Ensaios quimioluminescentes (CMIA)
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Etapas

Sanduíche: Ex:
detecção
de Ag
Anticorpo
Amostra +
ELISA
Conjugado
Substrato/cromógeno

Competitivo: Ex: detecção de Ac
Anticorpo
Antígeno
Amostra +
MEIA
Conjugado
Substrato
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Determinação de resultados
absorbância
ou D.O.
Fonte: Prof. Aelson Brum
Sistema
de leitura
ELISA: Espectrofotômetro
Axsym (MEIA) – fluorômetro
Architect (CMIA) – luminômetro
[S/CO]
Não-reagente
Reagente
cutoff
Exemplo:
(testes nãocompetitivos)
D.O.
0,0
0,8
1,0
1,2
3,0
zona cinza (20%)
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Ensaio de floculação_Sífilis

Teste não-treponêmico (prova lipídica ou reagínica)

Reaginas (IgM/IgG) contra cardiolipina
mitocôndria
Principais causas de reações falso-positivas
T.pallidum
Infecções/infestações
Doenças imunes
Outras condições
malária
hepatite
hanseníase
sarampo
varicela
Tripanossomíase
lúpus sistêmico
poliarterite nodosa
artrite reumatóide
gestação
drogas ilícitas
senilidade
tifo
mononucleose
tuberculose
Leptospirose
Pneumonia viral
filariose
SÍFILIS
(+) lesão primária
(-) tratados (3-12 meses)
não tratados (anos)
An Bras Dermatol. 2005;80(3):299-302

VDRL (Veneral Disease Research Laboratory), RPR (Rapid Plasma Reagin)
Reagente – titulação
Soro doador +
Suspensão
antigênica
Não-reagente
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Ensaios confirmatórios
RDC 57, art.96
“Não é obrigatório que o serviço de hemoterapia
realize os testes confirmatórios para a definição
de diagnóstico.
§ 1º Os testes confirmatórios podem ser
realizados pelo próprio serviço de hemoterapia
ou as amostras encaminhadas para laboratórios
de referência.
§ 2º Em ambas as situações descritas no
parágrafo anterior, o doador deve ser chamado
pelo serviço de hemoterapia que realizou a coleta
do seu sangue para devidas orientações de
acordo com o resultado obtido e, se for o caso,
encaminhado para um serviço de saúde para
acompanhamento (...)”
Art. 94, § 3º
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Ensaios confirmatórios_Sífilis

Teste treponêmico (Anti-T.pallidum)

 alta sensibilidade e especificidade/  “cicatriz sorológica” (triagem
neg)

FTA-ABS
TPHA
(Fluorescent Treponemal Antibody Absorbed Test)
(Treponema Pallidum Haemagglutination Assay)
Presença de aglutinação
Positivo
Soro + diluído
HemáciasT.pallidumAg
Ausência de aglutinação
Negativo
Soro - diluído
HemáciasT.pallidumAg
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Ensaios confirmatórios_HIV-1/2
pos
neg

Imunoblot

EIE
HIV-2_____
Ctl soro_____
p17_____
p24_____
p31_____
HIV-1
p39_____
gp41____[
p55/51pol_____
p66pol_____
gp120_____
gp160_____
 tiras de nitrocelulose
 Produto colorido insolúvel
 Anti-HIV p/ diferentes Ags
Padrão
Interpretação
Nenhuma banda p/ HIV
NEGATIVO
Somente p17
NEGATIVO
2 ENV + GAG ou POL
HIV-1 POSITIVO
2 ENV + GAG ou POL
+ HIV-2
HIV-1 POSITIVO c/
indicação de HIV-2
Qq padrão não-incuido no
critério p/ positivo
INDETERMINADO
Qq padrão não-incuido no
critério p/ positivo + HIV-2
INDETERMINADO c/
indicação de HIV-2
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Segurança transfusional

Sistema da Qualidade

Janela imunológica/ limite de detecção dos testes
Equipamentos
Materiais
(art.13,14)
RDC 57
(art.11,13,14)
QUALIDADE
Pessoal
Métodos
(art.7)
(art.13,14)
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Segurança transfusional

Ssitema da Qualidade

Janela imunológica/ limite de detecçao dos testes
Sensibilidade clínica /painéis de soro-conversão
Ensaio
ANVISA, Ministério da Saúde, Brasília, 2004.
PRISM HBsAg
Enzygnost HBsAg 5.0
Monolisa Ag HBs Ultra
Elecsys HBsAg
Murex HBsAg Version 3
ETI-MAK 4
ARCHITECT HBsAg
ADVIA Centaur HBsAg
Vitros HBsAg Reagent Pack
Imx HBsAg (V2) Reagent Pack
Immulite I/2000 HBsAg
AxSYM HBsAg (V2) Reagent Pack
ORTHO Antibody to HBsAg ELISA
Cobas Core HBsAg II EIA
Genedia HBsAg 3.0
Bioelisa HBsAg Colour
Hepanostika HBsAg Uni-Form II
J Med Virol (2006) 78:S66-S70
Fabricante
Abbott
DADE Behring
Bio-Rad
Roche
Murex
DiaSorin
Abbott
Bayer
Ortho-Clinical
Abbott
DPC
Abbott
Ortho-Clinical
Roche
Greencross
Biokit
Bio-Mérieux
Rank
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
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Exames Laboratoriais
IMUNOHEMATOLOGIA
FUNDAMENTOS BÁSICOS
Antígeno: substância reconhecida como “não-própria”
Anticorpo: produto da resposta imune ao Ag
Imunogenicidade
(Ac)
Antigenicidade
(Ag)
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Sistemas de Grupos Sanguíneos
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Exames obrigatórios
-
NA AMOSTRA DO DOADOR

Determinação do grupo ABO (com prova reversa)

Determinação do tipo Rh

Pesquisa de anticorpos irregulares (PAI)
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Bioquímica e Biossíntese
Gene Produtos primários
H
Fucosil transferase
A
N-acetilgalactosaminotransferase
B
Galactosil transferase
O
Sem função (não adiciona açúcar)
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Grupo A
Grupo B
Grupo AB
Grupo O
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Discrepâncias ABO

Quando ocorre incompatibilidade entre os resultados
observados na tipagem direta (Ag) e prova reversa (Ac)

Segundo a RDC  toda discrepância ABO deve ser
esclarecida antes da liberação dos resultados

Avaliar:
 idade
 diagnóstico
 história transfusional
 medicações
 nível de imunoglobulina
 história de gestações
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Técnicas de Tipagem ABO
Pesquisa em lâmina
Método em gel (comercial)
Método convencional (tubos): padrões de aglutinação
Reagente
Não
Reagente
1+
2+
3+
4+
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Erros técnicos comuns
1. Identificação inadequada de amostras de sangue
2. Suspensão celular muito pesada ou muito leve
3. Erro de transcrição e/ou interpretação de resultados
4. Troca de amostra
5. Falha ao adicionar reagentes
6. Falha em seguir as instruções do fabricante
7. Centrífuga descalibrada
8. Reagentes contaminados por bactérias
9. Aquecimento durante a centrifugação
10. Observação errônea de hemólise
11. Super ou sub-centrifugação
12. Vidraria mal lavada
(...)
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Sistema Rh



Antes de 1939: reação transfusional apesar da
compatibilidade ABO
1940: Landsteiner e Wiener
imunização de coelhos com hemácias de
Macacus rhesus  soro (Ac) capaz de
aglutinar aprox. 85% das hemácias humanas
1941: Wiener e Levine
Doença Hemolítica Perinatal provocada por anti-Rh
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Importância clínica



Acs Rh: reações transfusionais graves e DHPN
Ag altamente imunogênico:
• 1 - 10 mL de Eo D + administrados a
indivíduo D - :
80% de chance de formar anti-D
gravidez subseqüente com criança D +:
imunização secundária da mãe,
IgG atravessará a barreira placentária
icterícia neonatal ou DHPN
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Bioquímica e genética

Ags Rh: exclusivamente eritrocitários

Alto polimorfismo:
. 45 Ags
. D, E, e, C, c: 99% dos problemas por Rh
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Proteínas RHD e RHCE

Lipoproteínas

Membrana eritrocitária (transmembrana)
atravessam 12 vezes a membrana eritrocitária
RhD
Rh C/E
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Funções da proteínas Rh

Transporte (cátions)

Integridade da membrana eritrocitária

Polimorfismo Rh e susceptibilidade à malária

Transporte de CO2
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Bioquímica e genética
Indivíduo “Rh positivo” (D positivo): 85%
possui os 2 genes Rh: RHD e RHCE
Indivíduo “Rh negativo” (D negativo):
quase todos: deleção do gene RHD
“e não recessividade do gene (dd)”
genes co-dominantes:

homozigoto: genes Rh herdados do pai e da mãe são idênticos

heterozigoto: genes herdados do pai e da mãe são diferentes
Sabrina Alberti Nóbrega de Oliveira
Sabrina Alberti Nóbrega de Oliveira
Anticorpos do Sistema Rh

Anti-D: uma vez formado persiste por muitos
anos, pois o antígeno D é altamente imunogênico
anti-D formado por indivíduos D parciais:
“aparente” aloanticorpo anti-D, contra epítopos
diferentes dos originais
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Anticorpos Rh

Clinicamente significativos
envolvidos em reações transfusionais
hemolíticas
AHAI – anemia hemolítica auto-imune
DHPN – doença hemolítica perinatal
quase todos resultam de aloimunização por
transfusão ou gravidez
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DHPN
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Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI )
Detectar anticorpos com importância clínica

Incidência baixa : 0,78 - 1,64%

Triagem com 2-3 hemácias ‘‘O” fenotipadas

Painel de 10 ou mais hemácias fenotipadas

Recomendação - 2 técnicas
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T
ransfusão
Técnica Correta
Hemólise
Contaminação
Segurança
Aproveitamento
Qualidade assistencial
Risco
Erros
Efeitos Adversos
Sobrecarga
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Hemólise
Hemólise
imunológica
Ag-Ac  destruição celular
física
Temperatura inadequada
Excesso de pressão
química
Adição de Drogas
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Hemólise
imunológica
Ag-Ac  destruição celular
ATENÇÃO PARA:
Identificação:
Pedido
Amostra
Paciente
Componente
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Hemólise
Temperatura inadequada
Excesso de pressão
física

Armazenamento e transporte

Aquecimento / congelamento inadequados

Acesso venoso

Bombas inadequadas / descalibradas

Técnica
incorreta
preparo
componente
para
bomba de seringa
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Hemólise
Química
Adição de Drogas

Somente usar SF 0,9%

Não adicionar nenhuma substância à bolsa

E se não tiver jeito?
Diluir medicações em SF 0,9% e reduzir ao
máximo o gotejamento. Atentar para sinais
sugestivos de hemólise.
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Contaminação
Bacteriana
Manipulação inadequada
Transfusão prolongada

Lavagem das mãos

Técnica estéril para manipulação da bolsa

Respeitar tempo de infusão

Atenção ao acesso venoso.
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Sobrecarga
Excesso de
volume
Velocidade infusão
Quadro clínico
 Respeitar tempo de infusão
 Respeitar volume
 Transfundir a criança sentada (cabeceira elevada)
 Atenção especial: cardiopatas e nefropatas.
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Atenção – quando solicitado

Verificar
sempre
a
prescrição
médica
/
enfermagem

Determinar urgência transfusional

Determinar melhor momento para a infusão

Checar necessidade de procedimentos
especiais
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Ato Transfusional

Contato prévio com o responsável

Solicitação para autorização – TCLE

Identificação precisa do paciente

Identificação do profissional

Orientação sobre o procedimento
O “paciente” tem o direito de recusar a transfusão!
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Atenção – antes de instalar

Verificar a compatibilidade sanguínea

Verificar aspecto do componente

Verificar acesso venoso

Verificar volume
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Volume e velocidade
Volume a ser infundido
Volume 10 a 15 ml/Kg  dose ideal
Volume 16 a 20 ml/Kg  realizar transfusão lentamente
Volume > 20 ml/Kg  risco de sobrecarga
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Início

Verificar condições clínicas e urgência

Verificar história transfusional

Identificar a presença de: febre, tosse, lesões
cutâneas, icterícia, náusea, vômito, diarreia, dor.

Verificar sinais vitais: Febre e alterações de
pressão PA, FC e FR
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Ato transfusional

Escolha do acesso venoso:
Bom calibre
Avaliar o risco de hemólise
Não infundir com outras substâncias, exceto SF
0,9%

Momento ideal para transfusão:
Depende da urgência
Medicações que apresentam reações semelhantes
à reação adversa – dar intervalo entre
administrações
 avaliar se interrompe medicação
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

Montagem do sistema transfusional:
Equipo para transfusão de sangue
Equipo com câmara graduada
Só abra o sistema no momento que for instalar
Cuidado para não romper a bolsa
Identificação do paciente:
Usar mais de uma forma de identificação: pulseira
e etiqueta de identificação, placa de identificação
(imprecisa), perguntar para o acompanhante.
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

Uso de bombas infusoras:
Próprias para transfusão de sangue
Muita atenção ao acesso venoso
Pode-se usar as bombas de seringa:
Deve-se montar o sistema transfusional com
técnica estéril, sem exercer pressão no
componente. O sangue deve fluir para dentro da
seringa lentamente.
A BOMBA INFUSORA NÃO É CAPAZ DE IDENTIFICAR
REAÇÕES TRANSFUSIONAIS!!!!!
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


Iniciar a transfusão lentamente e acompanhar nos
primeiros 10 minutos.
A velocidade de infusão é determinada pelas condições
clínicas do paciente.
Lembrete:
Tempo máximo de infusão  4 horas
Tempo mínimo  quadro clínico
Crianças  ideal é transfundir
lentamente
sentadas
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e

Registrar em prontuário:
 Tipo e Nº do hemocomponente
 Data e hora da transfusão
do
início
da
transfusão
 Responsável pela instalação
 Demais observações: tipo de mecanismo de
infusão, via de administração, sinais vitais pré
transfusão.
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
Aquecimento de sangue:
Somente
em situações especiais: transfusão
maciça e presença de Ac frios
Uso de aquecedores específicos
Manter o paciente aquecido


Dica: criança em berço aquecido ou incubadora,
aumente o tamanho do infusor e coloque-o
dentro do leito. Se o calor não queima o bebê,
não vai hemolisar o componente.
Dica 2: não aquecer a bolsa com lâmpadas nem
colocar o perfusor perto do aquecedor.
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Término da transfusão
 Verificar
sinais vitais. Comparar com os do
início
 Verificar
sinais/sintomas
da
resposta
transfusional
 Registrar em prontuário:
Data e hora do término da transfusão
Sinais vitais
Demais observações
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Importante



Componentes eritrocitários só poderão ficar à
temperatura ambiente por, no máximo, 30
minutos
Componentes
plasmáticos
deverão
ser
transfundidos
até
6
horas
após
seu
descongelamento (20 – 24ºC) ou até 24
horas (2 – 6ºC)
Componentes
plaquetários
deverão
ser
transfundidos até 24 horas após saírem do
agitador e 6 horas após a realização do pool
Sabrina Alberti Nóbrega de Oliveira
SERVIÇO DE HEMOTERAPIA
Hospital Federal dos Servidores do Estado/RJ
Rua Sacadura Cabral 178, Centro
2ª a 6ª feira de 8 às 12 h
Tel: 2291-3131, ramal 3287
Sabrina Alberti Nóbrega de Oliveira
[email protected]
Sabrina Alberti Nóbrega de Oliveira