Transcript Compactação
CAMPUS BRASÍLIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL MECÂNICA DOS SOLOS E GEOLOGIA CLASSIFICAÇÃO E COMPACTAÇÃO DO SOLO 1. SOLOS Estado das areia - Compacidade • Índice de vazio não é suficiente para representar o estado de uma areia 1,5 1 Areia A Areia B 0,5 0 0 0,5 índice de vazio 1 1. SOLOS Estado das areia - Compacidade Descrição da areia emin emax Areia uniforme de grãos angulares 0,70 1,10 Areia bem graduada de grãos angulares 0,45 0,75 Areia uniforme de grão arredondados 0,45 0,75 0,65Areia bem graduada de grãos arredondados 0,35 0,65 1. SOLOS Estado das areia - Compacidade Classificação CR Areia fofa <0,33 Areia de média compacidade 0,33<CR<0,66 Areia compacta >0,66 emax enat CR emax emin 1. SOLOS Estado das argilas – Consistência • O estado das argilas são indicados pela resistência. 1. SOLOS Estado das argilas – Consistência • Classificação Classificação R(kPa) Muito mole <25 Mole 25 a 50 Média 50 a 100 Rija 100 a 200 Muito rija 200 a 400 Dura > 400 1. SOLOS Estado das argilas – Sensitividade • Conceito – redução da resistência quando a argila é manuseada. Está associada a estrutura das partículas. indeformada R S Amolgada R Sensitividade Classificação 1 Insensitiva 1a2 Baixa sensitividade 2a4 Média sensitividade 4a8 Sensitiva >8 Ultra-sensitividade CLASSIFICAÇÃO DO SOLOS O objetivo da classificação dos solos, sob o ponto de vista de engenharia, é poder estimar o provável comportamento do solo ou, pelo menos , o de orientar o programa de investigação necessário para permitir a adequada análise de um problema geotécnico. A classificação dos solos é feita em duas etapas: 1a Etapa (Classificação preliminar) – durante a coleta no campo é feita com base na textura, aparência da amostra, cor, cheiro, presença de matéria orgânica, provável composição mineralógica, história geológica, etc. 2a Etapa – consiste na determinação das características físicas do solo, através dos ensaios de laboratório, chamados de ensaios de caracterização. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS Os solos são classificados de modo a formular métodos de projeto baseados em algumas propriedades de cada grupo. Deste modo foram desenvolvidos diversos sistemas de classificação, cada um adequado a uma utilização ou método de projeto. Existem vário sistemas de classificação: Classificação granulométrica Classificação trilinear Sistema Unificado (SUCS) Classificação TRB (antiga HRB) Classificação MCT ( Metodologia de solos tropicais) Classificação Granulométrica Solos Grossos: solos com 0,074mm e suas partículas tem forma arredondada poliédrica, e angulosa. Pedregulho: São classificados como pedregulho as partículas de solo com dimensões maiores que 2,0mm (DNER, MIT, ABMT) Areia: as partículas com dimensões entre 2,0mm e 0,074mm (DNER), 2,0mm e 0,05mm (MIT) ou ainda 2,0mm e 0,06mm (ABNT). Solos Finos: quando as partículas que constituem o solo possuem dimensões menores que 0,074mm (DNER), ou 0,06mm (ABNT) Argila: A fração granulométrica do solo classificada como argila (diâmetro inferior a 0,002mm) se caracteriza pela sua plasticidade marcante. Silte: solos de granulação fina apresentam pouca ou nenhuma plasticidade. CLASSICAÇÃO TRILINEAR Diagrama Trilinear 1. SOLOS CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS SISTEMA UNIFICADO (SUCS) Considera porcentagens de pedregulhos, areias e finos, forma da curva granulométrica, plasticidade e compressibilidade. A classificação unificada fundamenta-se: • Na textura; • Na plasticidade; SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS (SUCS) SISTEMA UNIFICADO (SUCS) GW SOLOS DE GRADUAÇÃO GROSSA mais de 50% retido na peneira n o 200 Pedregulhos 50% ou mais da fração graúda retida na peneira n o 4 Areias mais de 50% da fração graúda passando na peneira n o 4 SOLOS DE GRADUAÇÃO FINA Siltes e Argilas w L < 50 50% ou mais passando na peneira n o 200 Siltes e Argilas w > 50 L Pedregulho sem finos Pedregulho com finos Areias sem finos Areias com finos Solos altamente orgânicos Pedregulhos bem graduados ou misturas de areia e pedregulho com nenhum fino GP Pedregulhos mau graduados ou misturas de areia e pedregulho com pouco ou nenhum fino GM Pedregulhos siltosos ou misturas de pedregulho, areia e silte GC Pedregulhos argilosos ou misturas de pedregulho, areia e argila SW Areias bem graduadas ou areiaspedregulhosas, com pouco ou nenhum finos SP Areias mal graduadas ou areias com pedregulhosas com pouco ou nenhum finos SM Areias siltosas – misturas de areia e silte SC Areias argilosas – misturas de areia e argila ML Siltes inorgânicos – areias muito finas – areias finas siltosas e argilosas CL Argilas inorgânicas de baixa e média plasticidade - argilas pedregulhosas, arenosas e siltosas OL Siltes orgânicos – argilas siltosas orgânicas de baixa plasticidade MH Siltes – Areias finas ou siltes mecânicos – Siltes plásticos CH Argilas inorgânicas de alta plasticidade OH Argilas orgânicas de alta e média plasticidade PT Turfas e outros solos altamente orgânicos SISTEMAS HRB A classificação H.R.B. (Highway Research Board) tem origem na classificação do Public Roads Administration. Fundamenta-se na granulometria, limite de liquidez e índice de plasticidade e foi proposta para analisar materiais para base e sub-base de pavimentos Sistema de Classificação Rodoviário Os solos são classificados em grupos, de A-1 a A-7. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO TRB (ANTIGA HRB) A classificação TRB fundamenta-se: • Na textura; • Na plasticidade; • No Índice de Grupo: O índice de grupo é calculado a partir dos resultados granulométricos e de plasticidade. 1. SOLOS CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO MCT A metologia MCT teve origem nos estudos elaborados por Parsons (1976) e foi introduzida no Brasil por Nogami e Villibor (1980). Este sistema de classificação, pelas próprias dimensões dos corpos de prova (50x50 mm) se destina aos solos finos. 2 L = Laterítico NS' NG' N = Não Laterítico Índice e' NA 1,5 NA' A = Areia A’ = Arenoso 1 LA LG' LA' G’ = Argiloso 0,5 0 0,5 1 1,5 Coeficiente c' 2 2,5 3 S’ = Siltoso CLASSIFICAÇÃO MCT N - Solos de comportamento não L - Solos de comportamento laterítico laterítico NA NA’ NS’ NG’ LA LA’ LG’ Areias Arenosos Siltosos Argilosos Areias Arenosos Argilosos CLASSE GRUPOS GRANULOMETRIA TÍPICA (MINERAIS) MINI CBR sem Capacidade imersão de (%) (2) Perda de Suporte suporte por imersão (%) (2) Expansão (%) (1) areias, areias areias siltosas, siltosas, areias siltes argilosas (q) siltes argilas, areias areias siltes argilas com argilosas, arenosos arenosas e pouca argilas argilosos siltosas argila arenosas (k, m) argilas, argilas arenosas muito alto > 30 alto 12 - 30 alto a alto médio a alto alto alto a alto médio 4 – 12 médio alto muito alto baixo <4 alta > 70 média média 40-70 a baixa baixa alta alta baixa baixa baixa baixa < 40 alta > 3 baixa baixa alta alta a baixa baixa baixa média 0,5 – 3 média (2) Contração (%) média 0,5 – 3 baixa - baixa a média alta a baixa baixa a média a baixa < 0,5 média média média média alta Permeabilidade alta > (-3) média média baixa média (2) logk (cm/s) média (-3)a(-6) a baixa a a a baixa baixa baixa < (-6) alta baixa média baixa IP wL Plasticidade alta > 30 > 70 baixa média a média a alta NP a baixa a média a (%) média 7 - 30 30 - 70 a NP NP alta baixa média alta baixa <7 < 30 PROPRIEDADES TÍPICAS DOS GRUPOS DOS SOLOS (1) q = quartzo, m = micas, k = caulinitas (2) corpos de prova compactados na umidade ótima da energia normal, com sobrecarga padrão quando pertinente, sem fração retida na peneira de 2mm de abertura COMPACTAÇÃO DOS SOLOS COMPACTAÇÃO DEFINIÇÃO: Ação mecânica por meio da qual se impõe ao solo uma redução de seu índice de vazios (Vv/Vs). Antes da Compactação Similaridade com Adensamento quanto à redução de vazios Água Água Solo Solo Após a Compactação Ar Ar COMPACTAÇÃO DOS SOLOS Diferença do processo de Adensamento – quanto ao meio • adensamento --> expulsão de água • compactação --> expulsão de ar – quanto ao tempo • adensamento --> lento • compactação --> rápido Efeito da compactação – melhoria das propriedades mecânicas e hidráulicas do solo gd (ef) = função (tipo de solo, tipo de compactação, energia aplicada, estado inicial do solo) COMPACTAÇÃO DOS SOLOS Tipos de compactação – Estática • compressão (rolo liso) • amassamento (rolo pé de carneiro) – Dinâmica • impacto • vibratória COMPACTAÇÃO DOS SOLOS TEORIA DA COMPACTAÇÃO Proctor, 1933 Compactação, uma função de 4 variáveis: – peso específico aparente seco, gd – teor de umidade, w – energia (incluindo método de compactação e nº de passadas) – tipo de solo (gradação, mineralogia, química) RAMO SECO Figura 1 – Curva de compactação RAMO ÚMIDO Relação rd (gd) x w, como ela varia: – Ramo seco – Com o aumento de w a sucção diminui e/ou a lubrificação entre os grãos aumenta, com isso t diminui permitindo a compactação e conseqüente aumento de gd – Ramo úmido – Continuando o aumento de w, com a oclusão da fase ar gera-se pressão neutra positiva, diminuindo a energia efetiva de compactação e, portanto, gd W> W> Ar ua>0 Água Sólido INFLUÊNCIA DA ENERGIA DE COMPACTAÇÃO Linha de Saturação Linha Ótima INFLUÊNCIA DA ENERGIA Figura 6. Variação da curva de compactação com energia INFLUÊNCIA DO TIPO DE SOLO Laboratório COMPACTAÇÃO DOS SOLOS PROPRIEDADES DO SOLO COMPACTADO Permeabilidade • k e anisotropia de k é função de (w, gd) • kmín wót (geralmente) Compressibilidade - função do nível de tensões • função do nível de tensões e de (w, gd) - solos compactados no ramo úmido são mais compressíveis que os compactados no ramo seco - solos compactados com menor energia são mais compressíveis COMPACTAÇÃO DOS SOLOS PROPRIEDADES DO SOLO COMPACTADO Resistência: regra geral - as amostras compactadas no ramo seco têm resistências superiores àquelas compactadas no ramo úmido - a resistência no ramo úmido sofre influência do método de compactação devido às diferenças de estrutura induzidas por esses métodos. CURVA DE SATURAÇÃO S .g s .g W gd S .g w g s .w Figura 3 - Curvas de saturação COMPACTAÇÃO DOS SOLOS ESTRUTURA DOS COMPACTADOS SOLOS Ramo seco pouca água, predominância de forças de atração --> estrutura floculada Ramo úmido muita água, predominância de forças de repulsão --> estrutura dispersa (orientada) ESTRUTURA DO SOLO COMPACTADO floculada dispersa Figura 4. Estrutura dos solos compactados INFLUÊNCIA DA SATURAÇÃO R Ri Ri’ Rf’ Rf w gd S = 100% wi wot wf w Figura 6. Influência da saturação no solo compactado COMPACTAÇÃO DOS SOLOS ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA (CBR) Generalidades – ensaio base de método de dimensionamento de pavimentos rodoviários – origem: EUA, 1939, Engo. Porter – introduzido no Brasil pelo Eng Murilo Lopes (dec. 60) Princípio – Procura-se obter um número (CBR) que expressa a relação entre a resistência a penetração de um pistão de diâmetro definido no solo em estudo e em um material padrão, no caso a brita. COMPACTAÇÃO DOS SOLOS ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA (CBR) Consiste na determinação da relação entre a pressão necessária para produzir uma penetração de um pistão num corpo-de-prova compactado e a pressão necessária para produzir a mesma penetração numa brita padronizada.. COMPACTAÇÃO DOS SOLOS OBJETIVOS: – Obter as condições especificadas para o campo (gd, w) – Obter um material cujo comportamento é o desejado • Resistência • Compressibilidade / Deformabilidade • Permeabilidade • Inchamento / contração COMPACTAÇÃO DOS SOLOS IMPORTANTE : Para que o comportamento seja o desejado é necessário que: – no campo o material seja semelhante ao do laboratório; – A umidade de compactação seja a prevista; – O tipo de compactação e a energia seja semelhante a de laboratório. EQUIPAMENTOS DE COMPACTAÇÃO • Rolo pé de carneiro • patas longas • compactação de baixo para cima • desnecessário preparar superfície para nova camada • Cilindros ocos com lastros de areia ou água (permite regular pressão) • baixa velocidade --> baixa produtividade • sempre que possível são substituídos por outros equipamentos de maior produção • adequados para solos coesivos • Rolos tipo “tamping”e de pneus – – – – – – são os mais utilizados atualmente patas curtas tronco cônicas (“tamping”) compactação de cima para baixo pressões mais elevadas camadas de pequena espessura (20 a 30 cm) tratamento de superfície (umidecimento e gradeamento) • Problemas na compactação: – solos muito argilosos • dificuldades de secagem • dificuldades de homogeneização – solos muito úmidos • • • • • formação de “borrachudos” equipamento afunda empolamento lateral volta parcialmente à situação inicial (elástico) estrutura é afetada – Soluções para o caso de solos muito úmidos • aeração nas áreas de empréstimo (escarificação e gradeamento) • drenagem (NA alto) com valetas e trincheiras • proteção de superfície (lonas, camada asfáltica, compactação) • secamento artificial (secagem em usina) • Solos muito secos, são de difícil compactação – correção de umidade • irrigação (aspersão) e gradeamento na praça • irrigação na área de empréstimo • umedecimento por submersão • Deve-se fazer o selamento da superfície para evitar o umedecimento por chuva • rolo liso ou de pneus • inclinação da praça