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1° Seminário Setorial da Federação
Interestadual de Metalúrgicos e
Metalúrgicas do Brasil
Setor Automobilístico
Apresentação:
Narcísio Ramos Penido
Breve Histórico da industria
automobilística no Brasil
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1891
Primeiro carro motorizado, da marca Peugeot, chega ao Brasil, importado por
Alberto Santos Dumont.
1919
Ford se instala no Brasil, no centro de São Paulo.
1925
General Motors abre fábrica no bairro Ipiranga, em São Paulo; meses depois,
circula no país o primeiro veículo da marca Chevrolet.
Entre 1920 e 1934, número de carros de passeio em circulação no
país passa de 5.596 para 43.657.
Número de caminhões salta de 222 para 25.858.
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
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Esforço de guerra nos países industrializados provoca
escassez de peças de reposição no Brasil, uma vez que as
fábricas aqui instaladas não produziam peças internamente –
apenas montavam carros com peças importadas.
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Getúlio Vargas proíbe importação de carros montados e cria
obstáculos para a importação de peças; Ford e GM identificam
necessidade de investir na construção de fábricas no país para
não perderem mercado em expansão.
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Indústria se instala em São Paulo à custa de
volumosos incentivos fiscais.
O Período JK
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1956
Juscelino Kubitschek cria o Grupo Executivo da Indústria
Automobilística (GEIA) com o objetivo de estimular a fabricação local
e não somente a montagem de veículos no Brasil.
Neste período, cerca de 70% do capital estrangeiro investido no Brasil
entraram sob a forma de máquinas e equipamentos, compostos
basicamente de fábricas usadas, obsoletas nos Estados Unidos, mas
“modernas” aqui, voltadas para a produção de bens de consumo “de
luxo”, destacando-se a indústria automobilística.
Os investimentos nessa indústria, em conseqüência, aumentaram
764% entre 1954-55 e 1958-59.
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Em 1956, em Santa Bárbara d’Oeste (SP), é
fabricado o primeiro carro nacional – ROMI ISETTA
Nesta mesma época, a VEMAG produz camioneta
sob licença da DKW.
A partir de 1958, sedãs são montados sob a mesma
licença – índice de nacionalização é crescente.
1957
Primeira fábrica da nova fase entra em operação
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1959
Volkswagen se instala em São Bernardo do
Campo (SP). O primeiro modelo fabricado é
a Kombi, seguida pelo Volkswagen Sedã –
que ficaria conhecido como Fusca.
Nesta época, Ford e GM montavam no país
apenas caminhões; a partir de 1968, passam
a montar também automóveis.
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1976
Fiat se instala em Betim.
Até a década de 1990, importações eram
proibidas.
Ford, GM, Volks e Fiat constituem grupo
chamado de “as quatro grandes”.
Novas montadoras
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2001
RENAULT, PEUGEOT e CITROEN se
instalam no Brasil.
Mercedes Benz, que já fabricava caminhões
e ônibus em São Bernardo do Campo (SP),
sob a nomenclatura Daimler Benz do Brasil,
em 1998 inaugura fábrica em Juiz de Fora
(MG) e passa a produzir também
automóveis.
A AUTOLATINA
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Surgiu em 1987, de um acordo entre as montadoras Volkswagen e
Ford. Idéia era integrar fábricas e operações, para reduzir custos de
fabricação e potencializar os pontos fortes de cada uma delas.
Joint-venture entra em operação em 1990. Volks tinha o controle de
51% das ações e Ford os 49% restantes – sem que a identidade das
marcas fosse alterada. Não se tratou de uma fusão, mas de um
acordo operacional com benefício para ambas as fabricantes.
A razão principal para a criação da joint-venture era o momento vivido
pela indústria automobilística no país – marcado pela retração do
mercado interno e tímida inserção internacional. Outro objetivo era
aumentar as margens de lucro de ambas as empresas, uma vez que
tanto a Volks quanto a Ford enfrentavam uma crise de vendas e
perdiam espaço no mercado brasileiro.
A AUTOLATINA
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Com a operação, passaram a controlar, juntas, 60% do mercado brasileiro e 30% do
argentino.
Vendas eram feitas em separado, o que preservou a disputa de mercado por carros novos.
Experiência enfrentou sérias dificuldades internas durante os sete anos de duração do
acordo. Em primeiro lugar, a falta de investimento das matrizes. Além disso, a
concorrência entre as montadoras em âmbito mundial dificultou a troca de conhecimento
técnico. Outra razão foram os constantes desentendimentos entre a Autolatina e o governo
brasileiro por motivos diversos.
Outra razão para o desfecho foi a vontade da Volks de disputar o mercado de carros
populares – após o surgimento do Uno Mille – coisa que a Ford só faria mais tarde, com o
Ford Ka.
Pouco a pouco, porém, ambas perceberam que estavam perdendo terreno, em razão da
abertura do mercado e à entrada de novas empresas no setor.
A separação se deu em 1996.
Em 2006, havia no país 24 montadoras em 45 diferentes plantas, instaladas em sete
estados e 26 municípios e mais de 500 empresas de autopeças.
Capacidade instalada – 3,5 milhões de veículos e 98 mil máquinas agrícolas por ano – 3,6
mil concessionárias.
INICIATIVAS NACIONAIS
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Em 1954, o pequeno empreendedor Sebastião Willian Cardoso
produz, em Rio Bonito (RJ), um pequeno jipe chamado “TUPI” –
movido por um motor de gerador elétrico.
Anos depois, PUMA, GURGEL e MIURA iniciaram a fabricação de
veículos, mas não resistiram à abertura do mercado aos importados
nos anos 1990.
GURGEL entrou em falência após ter lançado o modelo BR-800 –
primeiro automóvel genuinamente brasileiro; em seguida, foi lançado
o SUPERMINI; quando o governo federal estendeu a isenção de IPI a
todos os modelos com menos de 1000 cilindradas e negou
empréstimo para instalação do projeto Delta, no Ceará, uma queda no
valor das ações levou à insolvência da iniciativa.
Até recentemente, fabricante brasileiro de maior destaque era a
TROLLER – fabricante dos modelos T4 e Pantanal – em 2007,
empresa foi comprada pela Ford.
Distribuição do espaço geográfico do
setor
Montadoras de veículos instaladas no Brasil
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AGRALE – Caxias do Sul (RS)
FIAT – Betim (MG)
FORD – Camaçari (BA), Horizonte (CE), São Bernardo do Campo
(SP) e Taubaté (SP)
GM – São Caetano do Sul (SP), São José dos Campos (SP) e
Gravataí (RS)
HONDA – Sumaré (SP)
HYUNDAI – Anápolis (GO)
INTERNATIONAL – Caxias do Sul (RS)
IVECO – Sete Lagoas (MG)
KG (Grupo Brasil) – São Bernardo do Campo (SP)
MAN – Resende (RJ)
MERCEDES-BENZ – São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora
(MG)
Distribuição do espaço geográfico do
setor
Montadoras de veículos instaladas no Brasil
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MITSUBISHI – Catalão (GO)
NISSAN – São José dos Pinhais (PR)
PEUGEOT CITROËN – Porto Real (RJ)
RENAULT – São José dos Pinhais (PR)
SCANIA – São Bernardo do Campo (SP)
TOYOTA – Indaiatuba (SP)
VOLKS – São Bernardo do Campo (SP), Taubaté
(SP) e São José dos Pinhais (PR)
VOLVO – Curitiba (PR)
Características do setor
Produção de automóveis, comerciais leves,
caminhões e ônibus
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2000 – 1.691.240
2001 – 1.817.116
2002 – 1.791.530
2003 – 1.827.791
2004 – 2.317.227
2005 – 2.530.840
2006 – 2.612.329
2007 – 2.980.108
2008 – 3.215.976
2009 – 3.182.923
Anuário da Indústria Automobilística Brasileira 2010
Fonte: ANFAVEA
Faturamento (em milhões de US$)
MONTADORAS
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2000 – 36.348
2001 – 36.954
2002 – 35.003
2003 – 33.903
2004 – 41.945
2005 – 45.269
2006 – 48.474
2007 – 57.833
2008 – 61.488
2009 – 62.238
Faturamento (em milhões de US$)
Autopeças
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AUTOPEÇAS
2000 – 13.309
2001 – 11.903
2002 – 11.309
2003 – 13.330
2004 – 18.548
2005 – 25.263
2006 – 28.548
2007 – 35.053
2008 – 40.992
2009 – 34.927
Anuário da Indústria Automobilística Brasileira 2010
Fonte: ANFAVEA
Faturamento das autopeças em 2010
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Volume 21,7% superior ao registrado em 2009
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Distribuição das vendas
Montadoras – 71,1%
Mercado externo – 13%
Reposição – 10,9%
Outras autopeças – 5%
Fonte: Sindipeças
Obs.: Levantamento realizado com 95 empresas do setor, que concentram 31,61% do faturamento global
no país.
Emprego nas Montadoras
N° de Trabalhadores
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2000 – 89.134
2001 – 84.834
2002 – 81.737
2003 – 79.047
2004 – 88.783
2005 – 94.206
2006 – 93.243
2007 – 104.274
2008 – 109.848
2009 – 109.043
Anuário da Indústria Automobilística Brasileira 2010
Fonte: ANFAVEA
Remuneração média dos
trabalhadores nas montadoras no País
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São Bernardo do Campo – R$ 3.532,75
Taubaté – R$ 3.355,99
São José dos Campos – R$ 3.125,50
São Caetano do Sul – R$ 2.604,15
Sumaré – R$ 2.418,53
Curitiba – R$ 2.245,35
São José dos Pinhais – R$ 2.059,74
São Carlos – R$ 1.868,32
Resende – R$ 1.780,75
Gravataí – R$ 1.627,27
Betim – R$ 1.602,19
Camaçari – R$ 1.519,36
Porto Real – R$ 1.417,42
Catalão – R$ 1.076,21
Sete Lagoas – R$ 1.016,34
* Inclui: Salário, PLR, gratificações, 13º salário, adicionais (hora-extra)
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego/RAIS 2009
Exportações (2008) – destinatários
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América do Sul – 64,7%
América do Norte – 12,5%
Europa – 11,9%
África – 5,8%
Ásia – 4,1%
América Central – 0,8%
Oceania – 0,2%
Quantidade de veículos por habitante
(2008)
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Estados Unidos – 1,2
Itália – 1,5
Austrália – 1,5
Espanha – 1,6
Canadá – 1,6
Japão – 1,7
França – 1,7
Reino Unido – 1,7
Áustria – 1,8
Bélgica – 1,8
Alemanha – 1,9
Suécia – 1,9
República Tcheca – 2,0
Polônia – 2,0
Coréia do Sul – 2,9
México – 4,0
Argentina – 4,7
Brasil – 6,9
Projeção de vendas globais de
veículos
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2010 – 71,8 milhões de unidades
2012 – 80 milhões de unidades (ou mais)
2020 – 118 milhões de unidades
Projeção de vendas da China, EUA e
Brasil para 2015
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China – 19,4 milhões de unidades
Estados Unidos – 16,4 milhões de unidades
Brasil – 5 milhões de unidades
Participação nacional no mercado
mundial de automóveis
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2010 – 4º maior consumidor (atrás de China,
Estados Unidos e Japão)
Projeção para 2015 – 3º maior consumidor
(à frente do Japão)
Posição no mercado mundial em 2006 – 9º
maior mercado
Unidades comercializadas no Brasil
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2010 – 3,5 milhões de unidades*
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* Crescimento de 11,9% em relação a 2009
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Projeção de crescimento para 2011 – 5%
Ranking das montadoras em 2010
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Fiat* – 22,84%
Volkswagen – 20,95%
GM – 19,75%
Ford – 10,10%
* Em 2010, a Fiat liderou o mercado pelo
nono ano consecutivo
Participação dos importados no
mercado brasileiro
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2010 – 18,8%
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2011 – 20% (740 mil veículos)
MERCADO INTERNO VERSUS
EXPORTAÇÃO
Volume exportado em 2010
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765,7 mil unidades – acréscimo de 61,1%
em relação a 2009
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Obs.: Como foi registrada expansão de
145,3% nas exportações de veículos
desmontados – cujo valor agregado é menor
–, em valor a alta nas vendas externas foi de
49,7%.
PROJEÇÃO PARA 2011
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Produção
3,68 milhões de unidades
Vendas
3,69 milhões de unidades
Obs.: Em 2011, portanto, as vendas deverão
superar a quantidade de unidades
produzidas.
Perspectivas de crescimento no médio
prazo
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Até 2020
Brasil manterá taxa de crescimento na produção anual de veículos de
6% a 7%
Previsão de maior pulverização da participação das montadoras no
mercado e maior diversificação da oferta de veículos
Atualmente, 78% dos brasileiros já atingiram patamar de receita que
os possibilitaria adquirir um veículo; como a previsão é de que o país
atingirá 215 milhões de habitantes em 2020, destes, 180 milhões
terão renda para comprar um veículo – 83% do total.
Empresas do setor estão revendo, para cima, suas projeções de
expansão em toda América do Sul; utilização de capacidade instalada,
em muitos casos, já se encontra próxima de 90%.
Fonte: Roland Berger, empresa global de consultoria
RELAÇÃO COM OS TRABALHADORES
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A relação das empresas com os trabalhadores e com seus
órgãos de representação varia conforme a região.
Exemplo: enquanto no ABC paulista, já há alguns anos, os
trabalhadores estão organizados em comissões de fábricas e
livres da repressão que marcou os primeiros anos do
ressurgimento do movimento sindical combativo, em Betim,
Minas Gerais, a categoria ainda enfrenta sérios obstáculos
para se organizar: pressões internas de toda ordem, vigilância
ostensiva, presença de policiais militares e milícias armadas
em portarias de fábricas, entre outras práticas que devem ser
combatidas
DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO
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Em entrevista à edição de novembro de 2010 da revista AutoData,
Rogelio Goldfarb, ex-presidente da ANFAVEA e atual diretor de
Assuntos Corporativos e de Comunicação da Ford para a América do
Sul, afirmou que o consumidor brasileiro quer um carro mais seguro,
com melhor performance e ambientalmente correto.
E apontou o desenvolvimento tecnológico como o caminho para
atingir este objetivo.
Além disso, a tecnologia será aliada na busca de competitividade no
mercado internacional, uma vez que ele considera que a estrutura da
engenharia automotiva brasileira está aquém do desafio que o país
deverá enfrentar.
Destacou ainda que a inovação pretendida precisa se estender ao
modelo de gestão das montadoras – “Precisamos fazer mais por
menos”, afirmou.
Investimento versus remessa de
lucros
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Segundo estudo recente, dos professores do
Instituto de Economia da Universidade de
Campinas Fernando Sarti e Célio Hiratuka,
as remessas das filiais automotivas para
suas matrizes atingiram US$ 4 bilhões em
2010 – valor quase dez vezes superior aos
investimentos externos realizados por essas
filiais no mesmo período (US$ 450 milhões).
Investimento versus remessa de
lucros
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Considerado o período 2008-2010, as
remessas e dividendos totalizaram US$ 12,4
bilhões
Ante investimentos externos de apenas US$
3,6 bilhões – saldo líquido negativo de US$
8,8 bilhões, mesmo com o excelente
desempenho da produção e das vendas no
país.
Gastos públicos,lucro privado
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Ao mesmo tempo que as remessas ao exterior se
elevaram, as empresas do setor automotivo
tomaram financiamentos de 8,7 bilhões de
dólares(aproximadamente 16,3 bilhões de reais)
Isso significa que quase a totalidade dos recursos
necessários para financiar seus investimentos saiu
dos cofres públicos, enquanto parcela expressiva
dos lucros foi transferida para as matrizes
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FIM!