Título da Palestra Sérgio Biagi Gregório 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo Ritualismo e Espiritismo Introdução O Espiritismo tem ritual? E os espíritas? É permitida a prática de rituais.
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Título da Palestra Sérgio Biagi Gregório 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 1 Ritualismo e Espiritismo Introdução O Espiritismo tem ritual? E os espíritas? É permitida a prática de rituais nos Centros Espíritas? Como detectá-las? 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 2 Ritualismo e Espiritismo Conceito • Rito Ato religioso simbólico e institucionalizado cuja eficácia é de ordem extraempírica, pelo menos parcialmente. • Ritual Conjunto de práticas consagradas pelo uso e/ou normas, e que devem ser observadas de forma invariável em ocasiões determinadas. • Ritualismo Conjunto de ritos. Apego excessivo a cerimônias, sem suficiente atenção ao significado que veiculam. 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 3 Ritualismo e Espiritismo Considerações Iniciais A curiosidade sobre a origem das coisas é um dos principais estímulos à pesquisa científica, filosófica e religiosa. Impossibilitado, porém, de conseguir uma explicação concreta, o ser humano apela para os fatores mágicos, principalmente os mitológicos. Nesse mister, a história da Humanidade está repleta de mitos. Ritualismo vem de ritual. Ritual vem de rito. O rito está ligado ao mito. O mito vem da mitologia. A mitologia, por sua vez, nada mais é do que um conjunto de mitos. Esta correlação de ideias mostra que um elemento nunca está isolado. Ele faz parte de uma ideia mais ampla. 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 4 Ritualismo e Espiritismo O Mito, o Rito e a Religião • O que se Entende por Mito? O mito comporta um sentido próprio e um sentido figurado. Em sentido próprio, o mito significa uma fábula arquitetada pela fantasia humana para personificar entidades do espírito ou da natureza. Exemplo: Zeus é Deus na mitologia grega. Em sentido figurado, o mito é a atribuição de um valor absoluto a uma entidade relativa. Exemplo: modernamente, somos impelidos a enriquecer e ter posição de destaque; caso não o consigamos, somos desprezados pelos que o conseguiram. 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 5 Ritualismo e Espiritismo O Mito, o Rito e a Religião • O Rito As formas de culto variam muito dentro das diferentes religiões e culturas. No entanto, em quase todos os cultos realizam-se cerimônias sagradas, os ritos, cuja prática está a cargo de sacerdotes. O que se pratica no rito é relacionado no mito, a história sagrada. As palavras do mito explicam os acontecimentos sagrados e sua origem. Nas religiões primitivas acreditava-se que os próprios deuses estavam presentes durante os ritos naturais e criacionistas. 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 6 Ritualismo e Espiritismo O Mito, o Rito e a Religião • As Religiões Organizadas Dão Prosseguimento ao Rito Na Antiguidade acreditava-se que os sacrifícios cruentos proporcionavam ao homem forças revigoradoras. No rito do culto a Mitra matava-se um touro, e seu sangue era derramado sobre um homem situado debaixo do lugar da cerimônia, efetuada para conseguir a salvação e forças renovadoras. Nas Igrejas católicas, a celebração eucarística, que se realiza precisamente durante a missa, converte o altar num lugar sagrado, porque é nele que a divindade se encontra presente. Nos templos hindus, segundo tradição antiqüíssima, os sacrifícios oferecidos no altar significam que a criação e a ordenação do mundo se renovam. Nos templos egípcios, numa arca santa, guardava-se a imagem do deus, a cujo serviço estavam os sacerdotes; essa imagem era lavada, vestida, alimentada etc. 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 7 Ritualismo e Espiritismo Sincretismo Religioso • Sincretismo Significa, originariamente, união dos cretenses contra o inimigo comum, porque habitualmente estavam desunidos. No século XVII, porém, pensando que o temo procedia do verbo misturar, passou ele a significar mescla de doutrinas derivadas de diversa proveniência: católica, luterana, calvinista. A partir daí, o conceito alargou-se a toda a forma de mistura – por justaposição, composição, sobreposição ou fusão – de doutrinas, de ritos, de imagens, de símbolos. (Enciclopédia luso-brasileira de Cultura) 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 8 Ritualismo e Espiritismo Sincretismo Religioso • Sincretismo Filosófico-Religioso O Helenismo fornece subsídios para a edificação do Judaísmo e do Cristianismo, na medida em que estes passam a interpretar as revelações com base na filosofia grega, dogmatizando-as na forma de raciocínio concreto. Na Patrística (Séc. I a V), o posicionamento de Santo Agostinho (354-430), frente ao platonismo, não é meramente passivo, pois o reinterpreta para conciliá-lo com os dogmas do cristianismo, convencido de que a verdade entrevista por Platão é a mesma que se manifesta plenamente na revelação cristã. Na Escolástica (Séc. XI a XV), Santo Tomás de Aquino (1221-1274), utiliza a filosofia de Aristóteles para explicar a relação entre fé na revelação e razão. 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 9 Ritualismo e Espiritismo Sincretismo Religioso • Outros Sincretismos O Dogma da Santíssima Trindade do Catolicismo foi tirado das grandes religiões da Antiguidade. No Egito tínhamos a trindade Osíris, Ísis e Hórus. A Umbanda, considerada uma religião tipicamente brasileira, tem traços dos nossos indígenas, dos católicos e dos africanos. As palavras chakra e carma tão exaustivamente utilizadas no meio espírita foram extraídas do Esoterismo. O corpo fluídico de Cristo foi extraído das teorias de Roustang, um contemporâneo de Allan Kardec. 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 10 Ritualismo e Espiritismo Ritualismo no Espiritismo? • O Passe Espírita No totemismo havia a concepção de "maná", uma força espiritual que se podia captar e passar aos outros através do passe. De acordo com os seus rituais, eles levantavam as mãos e captavam tal força, hoje denominada de magnetismo. Em nosso caso, quando fazemos os movimentos de levantar as mãos para captar esses fluidos nós estamos criando uma forma de ritualismo sem o percebermos. O levantar as mãos é um ritualismo; o movimento que fazemos com as mãos para favorecer alguém, não o é, visto que há comprovações empíricas de que transmitimos energia pelas mãos, pelos olhos e pelo corpo. (Curti, 1985, p. 128 a 130) 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 11 Ritualismo e Espiritismo Ritualismo no Espiritismo? • Trabalhos Práticos Há dirigentes que costumavam fazer assentar em torno da mesa, intercaladamente, um homem e uma mulher, alegando que o sexo masculino, representando a corrente positiva, exige a sua intercalação com a negativa, para que se forme o casamento fluídico. Alguns dirigentes determinam que os Espíritos se manifestem começando da direita para a esquerda da mesa ou vice-versa, como se isso constituísse ordem na sessão. Não fazer nada sem que se consulte o mentor do trabalho. Há Centros Espíritas que, por absurdo que pareça, têm o hábito de recomendar a prática de novenas aos seus frequentadores, a fim de possam alcançar as graças desejadas... (Vieira, 1967) 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 12 Ritualismo e Espiritismo Ritualismo no Espiritismo? • Fluidificação da Água Muitos guias espirituais recomendam a fluidificação da água. Perguntaríamos: em que sentido o ato de magnetizar a água, no Centro Espírita, se torna um ritual? Quando o frequentador busca no ato um subterfúgio irreal para obter a sua cura. Ele simplesmente levaria uma garrafa de água e esperaria que tudo o mais se resolvesse como num toque de mágica, sem esforço, sem trabalho, sem estudo da doutrina etc. 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 13 Ritualismo e Espiritismo Conclusão A prática doutrinária do Espiritismo exige vigilância constante. Não confundamos os meios com os fins, a aparência com a essência. Lembremo-nos: "Todo o espírita é espiritualista, mas nem todos os espiritualistas são espíritas". Allan Kardec, instruído pelos Espíritos superiores, trouxe-nos os princípios fundamentais desta Doutrina. Os "acréscimos" vindos do esoterismo, da umbanda e do novo espiritualismo, embora respeitáveis, podem ser prejudiciais à verdadeira elaboração do pensamento espírita. 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 14 Ritualismo e Espiritismo Bibliografia Consultada CURTI, R. O Passe: Imposição de mãos. São Paulo: Lake, 1985. CUVILLIER, A. Pequeno Vocabulário da Língua Filosófica. São Paulo: Nacional, 1961. ENCICLOPÉDIA COMBI VISUAL. Barcelona: Ediciones Danae, 1974. ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.] THINES, G., LEMPEREUR, A. Dicionário Geral das Ciências Humanas. Lisboa: Edições 70, 1984. VIEIRA, E. M. Dirigentes de Sessões e Práticas Espíritas. São Paulo: Lake, 1967. Texto em HTML http://www.sergiobiagigregorio.com.br/palestra/ritualismo-e-espiritismo.htm 20/04/2012 Ritualismo e Espiritismo 15