Análise do Processo de Assoreamento

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Transcript Análise do Processo de Assoreamento

Análise do Processo de Assoreamento
da Baía de Antonina:
Assoreamento X Dragagem
Prof. Dr. Eduardo Vedor de Paula
Comércio Internacional: Portos e Navios Maiores
Cenário Nacional
Fonte: THERRY et MELLO, 2003
Cenário Nacional
http://www.antaq.gov.br
Localização da área de
drenagem da baía de Antonina
Serra do Mar
Geologia – Gnaisses, Migmatitos e Granitos
Pedologia – CX e RL
Declividades - >30%
Pluviosidade > 2.800 mm
Planície Litorânea
Geologia – Sedimentos Recentes
Pedologia – GX, CY e RY
Declividades <5%
Pluviosidade entre 2.000 e 2.800 mm
Problemática
B)
A)
1
1
2
2
2002
1930
Ponto 1 – Cumeada da Serra do Faisqueira
Ponto 2 – Trapiche na Feira Mar (sede municipal de Antonina)
ODRESKI (2002)
Programa CAD (2005)
SOARES e LAMOUR (2006)
CATTANI (2009)
Cobertura vegetal e uso da terra na área de
drenagem da baía de Antonina em 2005
Classe
Floresta estágio médio ou avançado
Mangue
Floresta estágio inicial
Pastagem e campo
Reflorestamento
Agricultura
Área urbanizada e construída
Estrada rural
Solo exposto ou mineração
Fonte: Mesquita, 2011
Área (Km²)
1.226,70
49,66
79,97
83,90
3,01
24,10
12,49
19,77
1,42
%
81,72
3,31
5,33
5,59
0,20
1,61
0,83
1,32
0,09
720000
730000
740000
750000
760000
710000
720000
730000
740000
750000
760000
7150000
7150000
7160000
7160000
7170000
7170000
7180000
7180000
7190000
7190000
7200000
7200000
7210000
7210000
7220000
Unidades de Conservação
710000
7220000
700000
700000
Legenda
Baía de Paranaguá
Área Indígena
Floresta Estadual
APA Estadual
APA Federal
N
Parque Federal
Parque Estadual
Estação Ecológica Estadual
Área de Interesse Especial de Turismo
Área de Drenagem da Baía de Paranaguá
5
0
5 Km
Fonte: SEMA, 2002
e IAP, 2005
Questão
Diante das crescentes taxas de assoreamento da baía de
Antonina quais são as áreas que mais contribuem com a
produção de sedimentos? E porquê?
Objetivo Geral
Refere-se à estimativa da produção de sedimentos nas
bacias hidrográficas que drenam para a baía de Antonina,
priorizando-se a delimitação e a hierarquização das áreas
que disponibilizam esses sedimentos.
Roteiro
Metodológico
Síntese dos Resultados
Unidades Hidrográficas
Nome
Antonina
Morretes
Paranaguá
Quatro Barras
Piraquara
Guaraqueçaba
Campina Grande do Sul
Área Oficial
(Km2)
876,99
687,78
806,76
181,30
225,26
2317,99
540,83
Área
Área
Estudada
Estudada (%)
(Km2)
867,99
98,97
599,96
87,23
29,39
3,64
22,37
12,34
17,67
7,84
12,79
0,55
3,08
0,57
Código
Unidade Geológica
Peso
APIsn
Complexo Serra Negra
1,5
APIcmq
Complexo Cachoeira
1,0
APIcca
Complexo Cachoeira
1,9
APIcq
Complexo Cachoeira
1,7
APIcga
Complexo Cachoeira
2,0
APIcgm
Complexo Cachoeira
1,7
APIcxm
Complexo Cachoeira
1,8
APIrmx
Complexo Metamórfico Indiferenciado
1,7
APIg3
CGG -Complexo Granítico-Gnáissico
1,2
APIg7
CGG -Complexo Granítico-Gnáissico
1,2
APIg8
CGG -Complexo Granítico-Gnáissico
1,2
APImge
CGM -Complexo Gnáissico-Migmatítico
1,3
APImgm
CGM -Complexo Gnáissico-Migmatítico
1,3
APImgr
CGM -Complexo Gnáissico-Migmatítico
1,3
APImga
CGM -Complexo Gnáissico-Migmatítico
1,3
APImgi
CGM -Complexo Gnáissico-Migmatítico
1,3
APIsgf
CGM -Complexo Gnáissico-Migmatítico
1,3
PEg1
Suíte álcali -granitos
1,1
PEg2
Suíte álcali -granitos
1,1
PEg4
Suíte álcali -granitos
1,1
PEg6
Suíte álcali -granitos
1,1
PEg7
Suíte álcali -granitos
1,1
Egg
Formação Guaratubinha
1,1
Ega
Formação Guaratubinha
1,1
Egs
Formação Guaratubinha
2,7
Egm
Intrusivas granitóides
1,1
JKdp
Intrusivas Básicas
1,5
Ta
Formação Alexandra
2,8
QAr
Sedimentos recentes
3,0
QHa
Sedimentos recentes
3,0
QHa1
Sedimentos recentes
3,0
QHa2
Sedimentos recentes
3,0
QHmg
Sedimentos recentes
3,0
QHmo
Sedimentos recentes
3,0
Qm
Sedimentos recentes
3,0
QHcs
Sedimentos recentes
3,0
QHc
Sedimentos recentes
3,0
Qt
Sedimentos recentes
3,0
Unidades Geológicas
Classes de Declividade
Ponderação das classes de declividade
conforme suscetibilidade à produção
de sedimentos
Declividade
(%)
Declividade
(Graus)
<5
< 2,9
1,0
5 – 12
2,9 – 6,8
1,5
12 – 30
6,8 – 16,7
2,0
30 – 47
16,7 – 25,2
2,5
> 47
> 25,2
3,0
Peso
Subordens Pedológicas
Ponderação dos solos conforme
suscetibilidade à produção de
sedimentos
Sigla
OO
Subordem Pedológica
Peso
1,0
GJ
Organossolo Fólico
Gleissolo Tiomórfico
GX
Gleissolo Háplico
1,0
GX + CY
Gleissolo Háplico + Cambissolo Flúvico
1,3
GX + RY
Gleissolo Háplico + Neossolo Flúvico
1,3
CY
Cambissolo Flúvico
1,5
EK + GX
Espodossolo Humilúvico + Gleissolo Háplico
1,5
RL
Neossolo Litólico
2,0
CX
Cambissolo Háplico
2,0
CX + RL
Cambissolo Háplico + Neossolo Litólico
2,0
CX + LVA
Cambissolo Háplico + Latossolo VermelhoAmarelo
2,5
CX + PVA
Cambissolo Háplico + Argissolo VermelhoAmarelo
3,0
1,0
SUSCETIBILIDADE À EROSÃO
Areia
G
Silte
F
G
Argila
F
G
F
Colóide
(tem carga)
Começa a Flocular
Justaposição Granulométrica
Suscetibilidade Geopedológica à
Produção de Sedimentos
Suscetibilidade
Geopedológica
Valor
Muito Baixa
Baixa
Moderada
Alta
Muito Alta
1,0 – 1,3
1,4 – 1,7
1,8 – 2,2
2,3 – 2,6
2,6 – 3,0
Área (km²)
30,3
275,1
958,3
196,9
39,9
%
2,0
18,8
63,9
13,1
2,7
Estimativa da Produção de
Sedimentos no Cenário 1
Suscetibilidade
Geopedológica
+
Chuva
+
Vegetação
Natural
Estimativa da produção natural de sedimentos por unidade
hidrográfica da área de drenagem da baía de Antonina
Unidade Hidrográfica
Área
(km²)*
Produção Natural
(t.a-1)
Média
(t.km-2.a-1)
Bacia Hidrográfica do Alto Rio Cachoeira
180,21
6.092
33,8
Bacia Hidrográfica do Baixo Rio Cachoeira
134,71
1.566
11,7
Bacia Hidrográfica do Alto Rio Nhundiaquara
140,59
5.667
40,3
Bacia Hidrográfica do Baixo Rio Nhundiaquara
115,06
1.786
15,6
Bacia Hidrográfica do Rio Sagrado
135,08
2.513
18,6
Bacia Hidrográfica do Rio Pequeno
112,44
892
7,9
Bacia Hidrográfica do Rio Cacatu
106,04
3.105
29,3
Bacia Hidrográfica do Rio Faisqueira
103,17
1.103
10,7
Bacia Hidrográfica do Rio Marumbi
102,67
4.143
40,3
Bacia Hidrográfica do Rio do Pinto
87,60
2.331
26,6
Bacia Hidrográfica do Rio São João
71,17
2.365
33,2
Área Incremental 1
65,23
714
11,0
Área Incremental 2
95,81
1.375
14,7
Área Incremental 3
43,62
347
8,0
Ilhas
6,98
62
9,7
Total
1.499,07
34.061
22,7
Estimativa da Produção de
Sedimentos no Cenário 2
Suscetibilidade
Geopedológica
+
Chuva
+
Cobertura
2005
Estimativa da produção de sedimentos em 2005 por unidade
hidrográfica da área de drenagem da baía de Antonina
Unidade Hidrográfica
Área
(km2)*
Produção 2005
(t.a-1)
Média
(t.km-2.a-1)
Bacia Hidrográfica do Alto Rio Cachoeira
180,21
8.257
45,8
Bacia Hidrográfica do Baixo Rio Cachoeira
134,71
4.130
30,7
Bacia Hidrográfica do Alto Rio Nhundiaquara
140,59
7.344
52,2
Bacia Hidrográfica do Baixo Rio Nhundiaquara
115,06
5.841
50,8
Bacia Hidrográfica do Rio Sagrado
135,08
7.290
54,0
Bacia Hidrográfica do Rio Pequeno
112,44
2.117
18,9
Bacia Hidrográfica do Rio Cacatu
106,04
3.188
30,1
Bacia Hidrográfica do Rio Faisqueira
103,17
1.883
18,3
Bacia Hidrográfica do Rio Marumbi
102,67
5.919
57,7
Bacia Hidrográfica do Rio do Pinto
87,60
5.212
59,5
Bacia Hidrográfica do Rio São João
71,17
2.760
38,8
Área Incremental 1
65,23
2.662
40,8
Área Incremental 2
95,81
3.517
37,2
Área Incremental 3
43,62
392
9,0
Ilhas
6,98
68
9,7
Total
1.499,07
60.580
40,4
Estimativa do acréscimo na produção de sedimentos quando
comparados os Cenários 1 e 2 (por unidade hidrográfica)
Unidade Hidrográfica
Acréscimo na Produção de Sedimentos
t.km-2.a-1
t.a-1
%
Bacia Hidrográfica do Alto Rio Cachoeira
2.165
12,0
35,5
Bacia Hidrográfica do Alto Rio Nhundiaquara
2.564
19,0
163,7
Bacia Hidrográfica do Baixo Rio Cachoeira
1.677
11,9
29,6
Bacia Hidrográfica do Baixo Rio Nhundiaquara
4.055
35,2
227,0
Bacia Hidrográfica do Rio Sagrado
4.777
35,4
190,1
Bacia Hidrográfica do Rio Pequeno
1.225
10,9
137,3
83
0,8
2,7
780
7,6
70,7
Bacia Hidrográfica do Rio Marumbi
1.776
17,3
42,9
Bacia Hidrográfica do Rio do Pinto
2.881
32,9
123,6
395
5,6
16,7
Área Incremental 1
1.948
29,9
272,8
Área Incremental 2
2.142
22,4
155,8
Área Incremental 3
45
1,0
13,0
Ilhas
6
0,9
9,7
Total
26.519
17,7
77,9
Bacia Hidrográfica do Rio Cacatu
Bacia Hidrográfica do Rio Faisqueira
Bacia Hidrográfica do Rio São João
Considerações Finais da Tese
- A maior produção de sedimentos foi identificada nas porções de sopé da
Serra do Mar, Morros e Colinas, nas quais a densidade de estradas rurais,
bem como os percentuais de uso agropecuário demonstraram-se elevados.
- Quando se analisa a espacialidade do potencial à produção de sedimentos em
comparação aos dados de suscetibilidade geopedológica, torna-se evidente a
significativa importância exercida pela vegetação na proteção ao solo.
- Na comparação entre os dois cenários analisados no presente estudo,
verificou-se que a unidade hidrográfica que apresenta aumento absoluto
mais significativo na produção de sedimentos foi a bacia do rio Sagrado.
- No comparação das estimativas de produção de sedimentos com os estudos de
MANTOVANELLI (1999) e GIBERTONI et al. (2008), percebeu-se coerência entre os
mesmos. Este último estudo também permitiu a estimativa da contribuição do
aporte sedimentar decorrente da operação da usina GPS, o qual é referente à cerca
de 25% do volume total gerado na área de drenagem da baía de Antonina.
Considerações sobre os eventos convectivos no
litoral do Paraná
Para se ter uma idéia da espacialização da chuva, apresenta-se o campo de
precipitação acumulada das 9hs do dia 11/03 às 9hs do dia 12/03.
Nota-se que os maiores volumes de chuva se concentraram no litoral do PR,
onde constatou-se valores entre 300 e 400 mm em 24hs, valores estes bastante
elevados quando comparados a climatologia
CPTEC – 2011
Suscetibilidade
Geopedológica
Fotografia – Juliana Cavichiolo
Fotografia – Juliana Cavichiolo
A)
B)
Fotografias tiradas do rio do Pinto (Morretes/PR), na ponte da PR 410
Para exemplificar a importância das chuvas convectivas no processo de carreamento de
material sedimentar à baía de Antonina, tomou-se o evento ocorrido em 27/11/2006 na
bacia do rio do Pinto, quando foram registrados 70,6 mm em 24 horas, na estação
pluviométrica de Morretes (2548038), situada à cerca de 100 metros do local ilustrado
nas fotografias.
No rio do Pinto, à cerca de 7.850 metros à montante da ponte da rodovia PR-410, temse o posto de monitoramento fluviométrico da Anhaia (82198000), no qual registrou-se
a vazão de 49,66 m³/s nesse mesmo dia, valor aproximadamente 15 vezes superior à
vazão média identificada para o ano de 2006 na estação da Anhaia.
Material Sedimentar – Bacia do Jacareí
(Agosto de 2012)
Considerações sobre as mudanças no
Código Florestal Brasileiro
Delimitação das APP´s
Categorias de APP’s
(Bacia do Rio Sagrado)
Código
APP
Categoria
Área
(km²)
%
APP1
Nascentes
5,66
8,35
APP2
Mata Ciliar
28,93
42,68
APP3
Represas
0,05
0,07
APP4
Topo de Morro
4,65
6,86
APP5
Topo de Montanha
3,72
5,49
APP6
Linhas de Cumeada
13,35
19,70
APP7
Declividade > 45°
10,86
16,02
APP8
Mangues
0,56
0,83
Total
(APP)
Todas
67,78
100,00
Porcentagem da área degradada
(atividade antrópica) na APP (x)
~ ¼ da APP de Mata Ciliar está
degradada
(Área total em km²)
Agricultura e Pecuária +
Fase Inicial da Sucessão (%)
Preservação (%)
(1) Nascente
5,66
19,60
80,40
(2) Mata ciliar
28,93
24,15
75,85
(3) Reservatório
0,05
80,00
20,00
(4) Morro
4,65
15,26
84,74
(5) Montanha
3,72
10,47
89,53
(6) Cumeada
13,35
8,30
91,70
(7) Declividade
10,86
15,46
84,54
APP’s
Dados de Cobertura Vegetal e Uso da Terra → Mapeada pela Pró-Atlântica (2002) partir
de imagens do satélite LANDSAT ETM 7, referentes ao ano de 1999.
Regras Transitórias: Recomposição (Novo Código)
Módulo fiscal é uma unidade de medida agrária usada no Brasil, instituída pela Lei nº
6.746, de 10 de dezembro de 1979.
A depender do município, um módulo fiscal varia de 5 a 110 hectares
Fonte: MMA - 2011
Fonte: MMA - 2011
Fonte: MMA - 2011
Fonte: MMA - 2011
Ações voltadas ao controle da Produção de
Sedimentos
- Publicação do Zoneamento Ecológico Econômico
do Litoral do Paraná;
- Elaboração, atualização e cumprimento dos
Planos Diretores Municipais;
- Existência de cursos voltados à formação de
gestores ambientais: UFPR Litoral, Brasílio Machado,
IFET Paranaguá, FAFIPAR;
- Licenciamentos ambientais, cada vez mais criteriosos
para a instalação e operação dos empreendimentos de
grande e médio porte;
- Implantação de Rede de Monitoramento Atmosférico.
Ações na Bacia do Rio Pequeno (Projeto RAPPs)
Educação Ambiental Técnica
Aplicação do SISLEG
Recuperação das Áreas
Degradas, com base nos
princípios da Agroflesta
Perspectivas ao Processo de Assoreamento da Baía de Antonina
= + Dragagens de Manutenção (à curto prazo)
Deslizamentos de
11/03/2011,
Novo Código Florestal.
ZEE – Litoral,
Planos Diretores Municipais,
EIA-RIMAs,
Projetos de Pesquisa Aplicada,
Rede de Monitoramento.
Obrigado!
[email protected]