O livro da minha vida 31-10-2015 16:48:24 Este trabalho visa divulgar as preferências literárias de alguns dos nossos professores e alunos. Desta forma, assinalamos, hoje 23/04/10 o Dia Mundial.

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Transcript O livro da minha vida 31-10-2015 16:48:24 Este trabalho visa divulgar as preferências literárias de alguns dos nossos professores e alunos. Desta forma, assinalamos, hoje 23/04/10 o Dia Mundial.

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O livro da minha vida

31-10-2015 16:48:24

1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

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4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
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5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
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6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

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7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

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8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

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9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
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Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

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Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

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Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

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Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

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Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
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Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

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É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
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Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

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Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

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Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
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Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
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Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

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O livro da minha vida

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Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

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Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


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Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

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Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
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Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

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Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

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Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

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A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

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Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
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Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
31-10-2015 16:48:25

21

Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

31-10-2015 16:48:25

22

31-10-2015 16:48:25

23


Slide 3

O livro da minha vida

31-10-2015 16:48:24

1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

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Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
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21

Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

31-10-2015 16:48:25

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23


Slide 4

O livro da minha vida

31-10-2015 16:48:24

1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
31-10-2015 16:48:25

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Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

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Slide 5

O livro da minha vida

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1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


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Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

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Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
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Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

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Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

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Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
31-10-2015 16:48:25

21

Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

31-10-2015 16:48:25

22

31-10-2015 16:48:25

23


Slide 6

O livro da minha vida

31-10-2015 16:48:24

1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

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Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

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Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

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Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

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Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
31-10-2015 16:48:25

21

Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

31-10-2015 16:48:25

22

31-10-2015 16:48:25

23


Slide 7

O livro da minha vida

31-10-2015 16:48:24

1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
31-10-2015 16:48:25

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Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

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Slide 8

O livro da minha vida

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1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

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Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

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Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

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Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
31-10-2015 16:48:25

21

Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

31-10-2015 16:48:25

22

31-10-2015 16:48:25

23


Slide 9

O livro da minha vida

31-10-2015 16:48:24

1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

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Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

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Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

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Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
31-10-2015 16:48:25

21

Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

31-10-2015 16:48:25

22

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23


Slide 10

O livro da minha vida

31-10-2015 16:48:24

1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

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Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

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Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
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Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

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O livro da minha vida

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1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


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Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

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Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

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Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

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Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

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A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

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Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
31-10-2015 16:48:25

21

Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

31-10-2015 16:48:25

22

31-10-2015 16:48:25

23


Slide 12

O livro da minha vida

31-10-2015 16:48:24

1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

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Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

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Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
31-10-2015 16:48:25

21

Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

31-10-2015 16:48:25

22

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23


Slide 13

O livro da minha vida

31-10-2015 16:48:24

1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

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É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
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17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

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Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

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Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

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Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
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Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

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O livro da minha vida

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1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

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Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

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Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

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Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

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Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
31-10-2015 16:48:25

21

Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

31-10-2015 16:48:25

22

31-10-2015 16:48:25

23


Slide 15

O livro da minha vida

31-10-2015 16:48:24

1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

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Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

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18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
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21

Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

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22

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23


Slide 16

O livro da minha vida

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1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

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8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
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10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
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15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

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É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
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Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

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Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

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Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
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Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
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Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

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O livro da minha vida

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1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

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Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


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Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

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Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
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Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

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Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

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Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
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21

Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

31-10-2015 16:48:25

22

31-10-2015 16:48:25

23


Slide 18

O livro da minha vida

31-10-2015 16:48:24

1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

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A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

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Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
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Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

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Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

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Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

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Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

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Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

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É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
31-10-2015 16:48:25

21

Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

31-10-2015 16:48:25

22

31-10-2015 16:48:25

23


Slide 19

O livro da minha vida

31-10-2015 16:48:24

1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

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Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

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Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

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Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

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Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
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Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

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O livro da minha vida

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1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

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Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

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Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

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Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
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21

Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

31-10-2015 16:48:25

22

31-10-2015 16:48:25

23


Slide 21

O livro da minha vida

31-10-2015 16:48:24

1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

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Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

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Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

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Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

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É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
31-10-2015 16:48:25

21

Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

31-10-2015 16:48:25

22

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23


Slide 22

O livro da minha vida

31-10-2015 16:48:24

1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

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Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

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Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

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Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
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Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
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Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

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O livro da minha vida

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1

Este trabalho visa divulgar as preferências
literárias de alguns dos nossos professores e
alunos.
Desta forma, assinalamos,
hoje
23/04/10
o

Dia Mundial do Livro.
31-10-2015 16:48:24

2

Como mentora desta ideia, partilho convosco um pouco dos meus gostos a
este nível. Deixo-vos algumas referências a três livros que me marcaram, por um
ou outro motivo.

Tinha apenas 8 anos, quando li o Triunfo dos Porcos . Esta obra foi
publicada pela primeira vez em 1945. Consideraram-na “a clássica fábula política
deste século”. Mordaz e com grande perspicácia, George Orwell narra-nos uma
revolução entre os animais de uma quinta. A traição ao idealismo devido à ambição
do poder, movida pela corrupção e pela mentira , está bem presente.
Maneiras de ser e viver opostas ao meu lema.

Novidade nos tempos que correm?


31-10-2015 16:48:24

3

Um dos livros que marcou o início da minha adolescência foi
Mulherzinhas de Louisa May Alcott ” que nos conta a história do
quotidiano de quatro irmãs. Das boas maneiras ao desafio de trabalhar
para ter independência económica e aos castigos sofridos por uma delas
na escola, tudo é discutido. Há também o factor solidariedade familiar,
visto que as irmãs mais velhas trabalham para ajudar no sustento familiar.
Por que me tocou?
Pela união demonstrada pela família, pelos valores incutidos,
pelo facto de eu ser filha única e sentir a falta de alguém com quem
partilhar o meu dia…

31-10-2015 16:48:24

4

Fernão Capelo Gaivota de
Richard Bach

“Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas
comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o
mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais 'alto'.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a
descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as
outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até
os próprios pais sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a
experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...”
Li este livro no IPO, enquanto acompanhava a minha mãe, em fase
terminal…
Apenas foram precisas 3 horas para conhecer o livro que mais me marcou.
Também eu queria voar, saber mais, sonhar… mas a vida nem sempre nos
dá asas…

Iolanda
31-10-2015 16:48:24

5

Alexandra Pinto
Excerto: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos
pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma
pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu
ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as
tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville
Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por
uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da
moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a
força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para
ferir… e curar."
Este livro marcou-me por ter sido o último que li. Gosto imenso deste autor
pela clareza da escrita e pelo facto de nos tornar tão presentes nas suas descrições e
cenários quase palpáveis durante a leitura e, na minha modesta opinião, Nicholas Sparks
superou-se neste livro. Pelo menos, a mim, reconquistou-me e, ainda que não pela
primeira vez fez-me chorar...
Tenho pena de não ter escrito a minha opinião assim que acabei de ler este
livro, pois seria certamente um relato muito mais emocionado desta leitura. Uma
história que nos leva dos sorrisos às lágrimas e ainda nos consegue mostrar que é
possível arranjar motivos para sorrir por entre lágrimas. Trata-se de uma história de
amor, enfim como tantas outras, sobretudo que são denominador comum a este autor,
mas também de auto-descoberta e amadurecimento. Amor juvenil, amor de pais e filhos,
amor pelo que nos rodeia e auto-descoberta e amadurecimento perante as dificuldades e
uma realidade que muitas vezes é dura.
31-10-2015 16:48:24

6

Adriano Santos
Resumo do conteúdo:
Os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, ressurge para
terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica. O livro
levanta uma série de interessantes questões morais sobre o papel da
religião nos dias de hoje, saltando à vista um "duelo"
entre espiritualidade e ciência, num mundo que, aparentemente, não está
ainda pronto para isto. A acção desenvolve-se, quase na sua totalidade, em
Roma.
Porquê da escolha:
Embora seja uma obra de ficção, encontramos descrições reais e contextos
históricos verosímeis, que conferem algum sabor de realidade. Este livro
tem muito do que gosto: acção, suspense, mistério , muita e boa
informação histórica.

31-10-2015 16:48:24

7

Liliana Simões
Excerto
"Ainda me lembro daquele amanhecer em que o meu pai me levou pela primeira vez
a visitar o cemitério dos Livros Esquecidos. Desfiavam-se os primeiros dias do Verão
de 1945 e caminhávamos pelas ruas de uma Barcelona apanhada sob céus de cinza
e um sol de vapor que se derramava sobre a Rambla de Santa Mónica numa
grinalda de cobre líquido.”

31-10-2015 16:48:25

8

A Sombra do Vento é um livro com uma sedução muito particular, difícil
é interromper a leitura, quebrar o ritmo. Terminá-lo, deixa saudades da companhia
das palavras de Carlos Ruiz Zafón.
Tendo como cenário a lindíssima cidade de Barcelona, a narrativa situase em 1945 e tudo começa quando a enternecedora personagem de Daniel Sempere
recebe do pai, como prenda pelo seu décimo primeiro aniversário, a visita ao
místico Cemitério dos Livros Esquecidos, uma secreta biblioteca onde encontra o
livro que iria mudar para sempre a sua vida: A Sombra do Vento, de Julien Carax. É
então que Daniel Sempere empreende uma obsessiva busca dos livros do autor
Júlien Carax, vindo a descobrir que todos os exemplares da sua obra estão a ser
queimados em circunstâncias muito estranhas.
Daniel vê-se envolvido numa série de mistérios e segredos que acabam
por desvelar uma história de amor entre Julien Carx, jovem de condição humilde e
Penélope Aldaya, oriunda de uma ilustre família. Nesta teia envolvente onde se
cruzam pelos recônditos espaços de Barcelona diversas personagens, Daniel
descobre também o seu amor.

31-10-2015 16:48:25

9

Carlos Martins
Este livro marcou-me bastante há vinte anos e continua a marcar-me pela simples razão,
deu-me a conhecer que a vida se faz pelo conformismo cósmico, búdico. Não me refiro a um
conformismo cego, banal, ignorante, mas pelo conformismo que se pauta pela razão emocional que
ilumina a nossa alma para uma aceitação da vida e não para uma renúncia da mesma.
Que poder temos nós, simples mortais andantes, sobre o Universo? O livro aqui referido
poderá nos dar essa resposta, basta abri-lo...
Nem sempre a liberdade encontra o acto que a realiza e poucas vezes o indivíduo
consegue captar e dominar as forças negras de que é joguete. «A vida é um fim em si mesmo», mas
quase sempre se consome sem objecto, na indiferença e na solidão mais absoluta.
Para Lenz — para Büchner escrevendo

— a Natureza é bela (e esplendidamente descrita), os seres simpáticos e prestáveis. Mal o «mal»
interior, de que a vítima se acusa e se pune, torna-a terrífica e as criaturas ineficazes. A ternura e a
inteligência, aquela que só uma compreensão profunda pode conferir-se, fazem deste Lenz, talvez a
obra mais insubstituível de Büchner.
«Tudo se consuma em mim mesmo; se ao menos houvesse uma saída, uma abertura
para o que trago cá dentro, mas não tenho gritos para exprimir a dor, nem gestos para a
alegria, nem harmonia para a felicidade»:Este trecho conduz-nos ao tema central da sua obra, a
alienação e a representação do desejo.
31-10-2015 16:48:25

10

Luís Pedro Silva
Narciso e Goldmundo - O livro que me fez crescer…
Escrito pelo Nobel Hermann Hesse, este é um livro repleto de uma leve, mas
ao mesmo tempo poderosa, reflexão sobre o sentido da vida e lugar de cada indivíduo
na sociedade.
De um lado Narciso, homem ponderado, instruído da mais erudita sabedoria
e sagaz observador da natureza humana. Encontra na religião o sentido da sua
existência e um amor de difícil concretização.
Do outro Goldmundo, eterno jovem, perspicaz, poderosamente selvagem e
arguto. Na miríade de mulheres encontra a satisfação de uma alma inquieta e faz
demanda constante pelo significado da sua existência o seu modo de vida.

31-10-2015 16:48:25

11

Joana Ribeiro
Li O Manual dos Inquisidores com a nostalgia de uma época que não vivi.
Não das gentes bolorentas e decrépitas, dos desprovidos de espírito reivindicativo e de
talento para sonhar, dos corruptos e dos devassos, da libertinagem silenciosa num país
de brandos costumes, dos hábitos mundanos e desumanos escondidos pelos ditames
morais de uma mentalidade fascista que teimou em perdurar para além do 25 de Abril. A
nostalgia que nos acompanha a ler esta fotografia em sépia de um Portugal envelhecido
e cinzento e, simultaneamente, ingénuo e pueril, como uma criança que se adapta aos
seus primeiros dias de escola – chamemos-lhe as primeiras lições e desilusões da
Democracia – é intemporal. Obriga-nos a reavaliar a nossa capacidade de conhecer os
outros e a questionar a legitimidade de os julgar num tribunal maniqueísta. A crueldade
e a brandura desinteressada, o despotismo e a abnegação, a soberba e humildade, a
fraqueza e a energia, a frustração e o sucesso, a tristeza e o contentamento, o amor e o
desamor não são substantivos opostos e necessariamente incompatíveis. São faces de
uma mesma moeda. Materializam-se no comportamento das personagens e confundemnos, tal como a estrutura analéptica do livro.

31-10-2015 16:48:25

12

Mas não permitem que nos enganemos. Isso seria insistir em catalogar
as pessoas, ora comunistas ora fascistas, ora autoritários ora libertários, ora fortes
ora fracos, ora acostumados, ora revolucionários e em traçar os seus perfis
psicológicos.
Este livro, mais do que um retrato histórico de cariz político, social e
mental, é uma chamada de atenção para que encaremos de frente a nossa
incapacidade para conhecer o ser humano e encontremos à força um desenlace
para as histórias.

Não é que aprecie particularmente António Lobo Antunes enquanto
autor (nunca o diria enquanto pessoa), mas, se não houvesse homens conscientes
dessa incapacidade, não existiria também aquilo que elegi como “livro da minha
vida”.

31-10-2015 16:48:25

13

Fátima Laouini
A Cabana do Pai Tomás foi um livro que muito me marcou quando
era pequena... Lembro-me de o ler vezes sem conta e de ficar aterrada com a
personagem do Simon Legree, que tanto fazia sofrer o velho Pai Tomás e
outros escravos... Acho que desde muito cedo ganhei consciência humanista...
Não sendo propriamente solidária em termos práticos (por defeito, falta de
sentido prático em coisas quotidianas), sempre achei que o humanismo é algo
de muito belo, importante e verdadeiramente fundamental para a tolerância e
para a compreensão das pessoas. Custava-me muito ler as passagens em que
havia sofrimento físico das personagens, vítimas da crueldade de outras. Não
compreendia, ficava indignada... Também já havia ali um sinalzinho de culto
do direito ao protesto...:) E, numa outra faceta, lembro facilmente Eva, a
menina, tão sensível, tão loura (era assim que a tinha no meu livro...), tão fina,
tão espiritual... e o seu pai, muito emotivo e compreensivo... A menina morre
e lembro-me de ficar muito triste com essa parte em particular...

31-10-2015 16:48:25

14

Este livro aparece como arauto da causa abolicionista nos Estados Unidos.
Curiosamente o presidente que a conseguiu, Abraham Lincoln (que acabaria por ser
assassinado por um jovem simpatizante da Confederação) é também ele de signo
Aquário... Uma coincidência engraçada... ou não mera coincidência, diria... Viva a
liberdade!

Hoje, em dia… Nenhum em especial... Gosto de ler ensaios e crónicas,
essencialmente. Talvez os livros de Francesco Alberoni... Falam das pessoas, dos
comportamentos humanos, das atitudes, da psicologia... Também gosto de texto
dramático, Li as obras de Bernardo Santareno e gostei bastante, especialmente de “ A
Promessa”. Texto muito forte, personagens com carga simbólica. Também gostei das
peças de Tennessee Williams. “A Streetcar Named Desire”... Há alguns romances
clássicos de que também gosto muito.
31-10-2015 16:48:25

15

Filomena Martins
O livro “O Príncipe das Marés” é um romance escrito por Pat Conroy cujo
protagonista, a viver numa ilha da Carolina do Sul, é um treinador de futebol americano
e professor de inglês com um passado tenebroso. O autor dá-nos a conhecer uma
infância memorável partilhada pelo protagonista e seus irmãos. Descreve-nos um
cenário deslumbrante, referenciando as marés, os pântanos e as correntes no troço do
rio; as crianças vivem todo o fascínio da vida selvagem e aprendem a enfrentar a
violência do pai. Guardam, também, um terrível segredo que os atormenta.
O treinador, nascido e criado no seio de uma família disfuncional juntamente
com a sua irmã gémea e com o seu irmão mais velho, seu ídolo, pela coragem e valentia
que o conduziram a uma guerrilha cega na defesa da ilha contra os promotores da sua
destruição, trava, em adulto, uma tremenda luta para superar os traumas psicológicos de
infância.
Num enredo de drama e de romance vão-nos sendo desvendados os segredos
da família.

31-10-2015 16:48:25

16

É com bastante detalhe que são descritas as vivências das crianças e suas
interacções com as conturbadas personalidades dos pais e a excentricidade da avó.
O pai, um pescador de camarões, era um homem cruel, violento, imprevisível e
carregado de dívidas. A mãe, considerada pelos filhos carinhosa, amiga e meiga
mais não era do que uma mulher neurótica e manipuladora de emoções.
Contudo, um horrendo e trágico acontecimento marcara para sempre as
suas vidas… O relato dá-nos conta dos abusos que mãe e filhos sofreram; só a
personalidade manipuladora da mãe conseguiria silenciar e reportar para o
subconsciente de cada um tamanha dor, jamais esquecida…
A sua irmã gémea tenta pela primeira vez, aos treze anos, o suicídio.Esta
mulher, uma reconhecida poetisa escreve e publica o profundo sofrimento de
enormes dores, carregando o terrível manancial de emoções que tanto a atormentam.
A escritora procura a todo o custo apagar as lembranças reprimidas do passado e
tenta mais um suicídio ficando internada num hospital em Nova York. É neste
momento que o protagonista viaja até Nova York, decidido em recuperar a sanidade
de sua irmã. O treinador deixa para trás um casamento em crise, abandonando três
filhas e esposa. Estabelece, então, contactos com a psiquiatra da irmã mas a sua
relutância inicial em desvendar do subconsciente os acontecimentos dolorosos de
infância causam-lhe algum mau estar com a médica. Com o aprofundamento das
relações, médica e treinador vivem uma assombrosa história de amor em que ambos
fazem revelações emocionantes e profundas sobre infâncias perdidas… e suas
actuais experiências, sentimentos e dores … não muito diferentes.
31-10-2015 16:48:25

17

Euridice Vanessa
Um dos melhores livros que eu já li é o de Ishmael Beah baseado em factos
reais, abordando a GUERRA na Serra Leoa.
O autor foi, criança, soldado durante a guerra na Serra Leoa.
Em 1993, com 12 anos de idade, após a sua vila ter sido atacada e saqueada
pelos rebeldes da RUF (Frente Unida Revolucionaria), perde o contacto com a família
(mais tarde assassinada) e passa a vaguear de aldeia em aldeia em busca da
sobrevivência, juntamente com os outros meninos, no meio de locais mais violentos do
mundo.

31-10-2015 16:48:25

18

Aos 16 anos de idade foi afastado dos combates pela UNICEF e levado
para um centro de reabilitação aonde começou a estudar com ajuda dos funcionários
e a recuperar a sua humanidade.
Os tempos livres destas crianças eram passados a ver filmes de guerra:
Rambo- A fúria do herói, Rambo II- A vingança do herói, Comando, entre outros.
Com 13 anos encontra segurança numa aldeia que é ocupada pelo
exército, mas com o passar do tempo cada vez partiam mais soldados para a linha da
frente e voltavam menos. Os militares, ao verem a sua posição ameaçada pelos
rebeldes, decidem dar instrução militar as crianças. Apesar do Ishmael ser uma
criança meiga, descobriu que, com uma AK – 47, era capaz de actos
verdadeiramente terríveis. A sua rotina era a mesma de um militar, com a diferença
do salário e o uso abusivo de drogas desde marijuana, cocaína e “brown browm”
que era cocaína misturada com pólvora.

31-10-2015 16:48:25

19

Tãnia Freitas
Margarida Rebelo Pinto
Diário da tua ausência

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não
vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo
como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o
vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera
ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja
possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que
esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito
mais fácil viver.”
31-10-2015 16:48:25

20

Vanessa Rocha
A Saga Luz e Escuridão de Stephenie Meyer é constituída até ao
momento por quatro livros. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer são
romances que contam a história de Bella, uma adolescente que se muda para casa
do pai em Forks, e encontra a sua vida virada de pernas para o ar quando descobre
que afinal os vampiros e os lobisomens (transmutantes, porque se transformam por
completo em lobos) não existem só nas histórias de terror…
Mas a história não fica por aqui… Bella apaixona-se pelo vampiro
Edward Cullen, que lhe retribui o amor, apesar de para ele ser extremamente difícil
permanecer ao lado de Bella, pois o sangue dela é o mais doce e apetitoso que ele
alguma vez sentiu, apesar de ser um vampiro vegetariano (não se alimenta de
sangue humano), tal como toda a sua família… Estes conseguem manter-se juntos
durante algum tempo, até que no 18º aniversario de Bella, o irmão de Edward tenta
atacá-la…Edward abandona Bella, pensando estar a protegê-la, mas depressa ele se
apercebe que não pode “viver” sem ela...
Uma história de amor única, entre um vampiro e uma humana… A
história que se ama ou se odeia.
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Um agradecimento a todos
os que participaram nesta
actividade.

Iolanda

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