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MESTRES DA POESIA
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MESTRES DA POESIA
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“...Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida.
À sombra de uma cruz, e escrevam nela: -Foi poeta – sonhou – e amou na vida.” Álvares de Azevedo
José Antonio Jacob Alceu Wamosy
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SAIR
SONETO DE FIDELIDADE
De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa lhe dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure
SONETO DE DESPEDIDA
Uma lua no céu apareceu Cheia e branca; foi quando, emocionada A mulher a meu lado estremeceu E se entregou sem que eu dissesse nada.
Larguei-as pela jovem madrugada Ambas cheias e brancas e sem véu Perdida uma, a outra abandonada Uma nua na terra, outra no céu.
Mas não partira delas; a mais louca Apaixonou-me o pensamento; dei-o Feliz – eu de amor pouco e vida pouca Mas que tinha deixado em meu enleio Um sorriso de carne em sua boca Uma gota de leite no seu seio.
Vicente de Carvalho
VELHO TEMA
Só a leve esperança, em toda a vida, Disfarça a pena de viver, mais nada; Nem é mais a existência, resumida, Que uma grande esperança malograda O eterno sonho da alma desterrada, Sonho que a traz ansiosa e embevecida, É uma hora feliz, sempre adiada E que não chega nunca em toda a vida.
Essa felicidade que supomos, Árvore milagrosa que sonhamos Toda arreada de dourados pomos, Existe, sim mas nós não a alcançamos Porque está sempre apenas onde a pomos E nunca a pomos onde nós estamos.
Fernando Pessoa
SÚBITA MÃO DE ALGUM FANTASMA OCULTO
Súbita mão de algum fantasma oculto Entre as dobras da noite e do meu sono Sacode-me e eu acordo, e no abandono Da noite não enxergo gesto ou vulto.
Mas um terror antigo, que insepulto Trago no coração, como de um trono Desce e se afirma meu senhor e dono Sem ordem, sem meneio e sem insulto.
E eu sinto a minha vida de repente Presa por uma corda de Inconsciente A qualquer mão noturna que me guia.
Sinto que sou ninguém salvo uma sombra De um vulto que não vejo e que me assombra, E em nada existo como a treva fria.
Clique na página para ler mais Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
PASSOS DA CRUZ
XI Não sou eu quem descrevo. Eu sou a tela E oculta mão colora alguém em mim.
Pus a alma no nexo de perdê-la E o meu princípio floresceu sem Fim.
Que importa o tédio que dentro em mim gela, E o leve Outono, e as galas, e o marfim, E a congruência da alma que se vela Como os sonhados pálios de cetim?
Disperso... E a hora como um leque fecha-se...
Minha alma é um arco tendo ao fundo o mar...
O tédio? A mágoa? A vida? O sonho? Deixa-se...
E, abrindo as asas sobre Renovar, A erma sombra do vôo começado Pestaneja no campo abandonado...
Olavo Bilac
MALDIÇÃO
Se por vinte anos, nesta furna escura, Deixei dormir a minha maldição, Hoje, velha e cansada da amargura, Minha alma se abrirá como um vulcão.
E, em torrentes de cólera e loucura, Sobre a tua cabeça ferverão Vinte anos de silêncio e de tortura, Vinte anos de agonia e solidão...
Maldita sejas pelo ideal perdido!
Pelo mal que fizeste sem querer!
Pelo amor que morreu sem ter nascido!
Pelas horas vividas sem prazer!
Pela tristeza do que eu tenho sido!
Pelo esplendor do que eu deixei de ser!...
VELHAS ÁRVORES
Olha estas velhas árvores, mais belas Do que as árvores novas, mais amigas: Tanto mais belas quanto mais antigas, Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas Vivem, livres de fomes e fadigas; E em seus galhos abrigam-se as cantigas E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade! Envelheçamos rindo! Envelheçamos Como as árvores fortes envelhecem; Na glória da alegria e da bondade, Agasalhando os pássaros nos ramos, Dando sombra e consolo aos que padecem!
Carlos Drummond de Andrade
RETORNO
Meu ser em mim palpita como fora do chumbo da atmosfera constritora. Meu ser palpita em mim tal qual se fora a mesma hora de abril, tornada agora. Que face antiga já se năo descora lendo a efígie do corvo na da aurora? Que aura mansa e feliz dança e redoura meu existir, de morte imorredoura? Sou eu nos meus vinte anos de lavoura de sucos agressivos, que elabora uma alquimia severa, a cada hora. Sou eu ardendo em mim, sou eu embora năo me conheça mais na minha flora que, fauna, me devora quanto é pura.
OFICINA IRRITADA
Eu quero compor um soneto duro como poeta algum ousara escrever. Eu quero pintar um soneto escuro, seco, abafado, difícil de ler. Quero que meu soneto, no futuro, năo desperte em ninguém nenhum prazer. E que, no seu maligno ar imaturo, ao mesmo tempo saiba ser, năo ser. Esse meu verbo antipático e impuro há de pungir, há de fazer sofrer, tendăo de Vênus sob o pedicuro. Ninguém o lembrará: tiro no muro, căo mijando no caos, enquanto Arcturo, claro enigma, se deixa surpreender.
INGRATIDÃO
RAUL DE LEÔNI
HISTÓRIA ANTIGA Nunca mais me esqueci! ... Eu era criança E em meu velho quintal, ao sol-nascente, Plantei, com a minha mão ingênua e mansa, Uma linda amendoeira adolescente.
No meu grande otimismo de inocente, Eu nunca soube por que foi... um dia, Ela me olhou indiferentemente, Perguntei-lhe por que era... Não sabia...
Era a mais rútila e íntima esperança...
Cresceu... cresceu... e aos poucos, suavemente, Pendeu os ramos sobre um muro em frente E foi frutificar na vizinhança...
Desde então transformou-se de repente A nossa intimidade correntia Em saudações de simples cortesia E a vida foi andando para a frente...
Daí por diante, pela vida inteira, Todas as grandes árvores que em minhas Terras, num sonho esplêndido semeio, Nunca mais nos falamos... vai distante...
Mas, quando a vejo, há sempre um vago instante Em que seu mudo olhar no meu repousa, Como aquela magnífica amendoeira, E florescem nas chácaras vizinhas E vão dar frutos no pomar alheio...
E eu sinto, sem no entanto compreendê-la, Que ela tenta dizer-me qualquer cousa, Mas que é tarde demais para dizê-la...
FAGUNDES VARELA SONETO
Desponta a estrela d’alva, a noite morre, Pulam no mato alígeros cantores, E a doce brisa no arraial das flores, Lânguidas queixas murmurando, corre.
VISÕES DA NOITE
Passai tristes fantasmas! O que é feito Das mulheres que amei, gentis e puras?
Umas devoram negras amarguras, Repousam outras em marmóreo leito!
Volúvel tribo a solidão percorre Das borboletas de brilhantes cores; Soluça o arroio; diz a rola amores Nas verdes balsas donde o orvalho escorre.
Tudo é luz e esplendor; tudo se esfuma Às carícias d’aurora, ao céu risonho, Ao flóreo bafo que o sertão perfuma!
Outras no encalço de fatal proveito Buscam à noite as saturnais escuras, Onde empenhando as murchas formosuras Ao demônio do ouro rendem preito!
Todas sem mais amor! Sem mais paixões!
Mais uma fibra trêmula e sentida!
Mais um leve calor nos corações!
Porém minh’alma triste e sem um sonho Repete olhando o prado, o rio, a espuma: -Oh! Mundo encantador, tu és medonho!
Pálidas sombras de ilusão perdida, Minh’alma está deserta de emoções, Passai, passai, não me poupeis a vida!
AUGUSTO DOS ANJOS VERSOS ÍNTIMOS VANDALISMO
Meu coração tem catedrais imensas, Templos de priscas e longínquas datas, Onde um nume de amor, em serenatas, Canta a aleluia virginal das crenças.
Na ogiva fúlgida e nas colunatas Vertem lustrais irradiações intensas Cintilações de lâmpadas suspensas E as ametistas e os florões e as pratas.
Com os velhos Templários medievais Entrei um dia nessas catedrais E nesses templos claros e risonhos...
E erguendo os gládios e brandindo as hastas, No desespero dos iconoclastas Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!
Vês ! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão - esta pantera Foi tua companheira inseparável! Acostuma-te à lama que te espera ! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro A mão que afaga é a mesma que apedreja Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga Escarra nessa boca que te beija
PARA VOCÊ
Pálida, à luz da lâmpada sombria, Sobre um leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia!
Álvares de Azevedo
Era a virgem do mar, na escuma fria, Pela maré das águas embalada...
Era um anjo entre nuvens de alvorada, Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! O seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo....
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti as noites eu velei chorando, Por ti nos sonhos morrerei sorrindo!
“...Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida.
À sombra de uma cruz, e escrevam nela: -Foi poeta – sonhou – e amou na vida.”
José Antonio Jacob
O BEIJO DE JESUS ROSEIRAS DOLOROSAS
Eu era criança, mas já percebia, O pouco pão que havia em nossa mesa E a aparência acanhada da pobreza Que tinha a nossa casa tão vazia.
De noite, antes do sono, uma certeza: A minha mãe rezava a Ave-Maria!
E ao terminar a prece eu sempre via No seu olhar uma esperança acesa.
Após a reza desligava a luz, Beijava o crucifixo, e a fé era tanta Que adormecia perto de Jesus.
Estou sozinho em meu jardim sem cores, E ainda que eu tenha mágoas, bem guardadas, Cuido dessas roseiras desmaiadas Que em meu canteiro nunca abriram flores.
Tais quais receosas almas delicadas Elas se encolhem, sobre seus temores, E abortam seus rebentos nas ramadas Enquanto vão morrendo em suas dores... Quantas almas que por serem assim, Como essas tristes plantas no jardim, Calam-se a olhar o nada... tão descrentes... Depois que ela dormia (isso que encanta) Nosso Senhor descia ali da cruz Para beijar a sua face santa.
Feito as minhas roseiras dolorosas Que só olham para a vida, indiferentes,
E não me dão espinhos e nem rosas.
Alceu Wamosy DUAS ALMAS
Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada, Entra, e, sob este teto encontrarás carinho: Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho, Vives sozinha sempre, e nunca foste amada...
A neve anda a branquear, lividamente, a estrada, E a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho Se banhem no esplendor nascente da alvorada.
E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa, Essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua, Podes partir de novo, ó nômade formosa!
Já não serei tão só, nem irás sozinha.
Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...
Francisco Otaviano
ILUSÕES DA VIDA
Quem passou pela vida em branca nuvem E em plácido repouso adormeceu; Quem não sentiu o frio da desgraça, Quem passou pela vida e não sofreu: Foi espectro de homem, não foi homem, Só passou pela vida, não viveu.
Mário Quintana
A RUA DOS CATAVENTOS
VI Na minha rua há um menininho doente.
Enquanto os outros partem para a escola, Junto à janela, sonhadoramente, Ele ouve o sapateiro bater sola.
Ouve também o carpinteiro, em frente, Que uma canção napolitana engrola.
E pouco a pouco, gradativamente, O sofrimento que ele tem se evola...
Mas nesta rua há um operário triste: Não canta nada na manhã sonora E o menino nem sonha que ele existe.
Ele trabalha silenciosamente E está compondo este soneto agora, Pra alminha boa do menino doente...
XVI Triste encanto das tardes borralheiras Que enchem de cinza o coração da gente!
A tarde lembra um passarinho doente A pipilar os pingos das goteiras...
A tarde pobre fica, horas inteiras, A espiar pelas vidraças, tristemente, O crepitar das brasas na lareira...
Meu Deus... o frio que a pobrezinha sente!
Por que é que esses Arcanjos neurastênicos Só usam névoa em seus efeitos cênicos?
Nenhum azul para te distraíres...
Ah, se eu pudesse, tardezinha pobre, Eu pintava trezentos arco-íris Nesse tristonho céu que nos encobre!...
MADRIGAL MELANCÓLICA
Manuel Bandeira
O que eu adoro em ti Não é tua beleza A beleza é em nós que existe A beleza é um conceito E a beleza é triste Não é triste em si Mas pelo que há nela De fragilidade e incerteza O que eu adoro em ti Não é a tua inteligência Mas é o espírito sutil Tão ágil e tão luminoso Ave solta no céu matinal da montanha Nem é tua ciência Do coração dos homens e das coisas O que eu adoro em ti Não é a tua graça musical Sucessiva e renovada a cada momento Graça aérea como teu próprio momento Graça que perturba e que satisfaz
POEMA DE FINADOS
Amanhã que é dia dos mortos Vai ao cemitério. Vai E procura entre as sepulturas A sepultura de meu pai.
Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho: O filho tem mais precisão.
O que resta de mim na vida É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
E em verdade estou morto ali.
O que eu adoro em ti Não é a mãe que já perdi E nem meu pai O que eu adoro em tua natureza Não é o profundo instinto matinal Em teu flanco aberto como uma ferida Nem a tua pureza. Nem a tua impureza O que adoro em ti lastima-me e consola-me O que eu adoro em ti é A VIDA !!!
Guilherme de Almeida
FELICIDADE
Ela veio bater à minha porta E falou-me a sorrir, subindo a escada: “Bom dia, árvore velha e desfolhada” E eu respondi: “Bom dia, folha morta” Entrou: e nunca mais me disse nada... Até que um dia (quando pouco importa!) houve canções na ramaria torta E houve bandos de noivos pela estrada...
Então chamou-me e disse:“Vou-me embora! Sou a felicidade! Vive agora Da lembrança do muito que te fiz” E foi assim que em plena primavera, Só quando ela partiu contou quem era...
E nunca mais eu me senti feliz!
Mário de Andrade
QUARENTA ANOS
A vida é para mim, está se vendo, uma felicidade sem repouso: eu nem sei mais se gozo, pois que o gozo só pode ser medido em se sofrendo.
Bem sei que tudo é engano, mas, sabendo disso, persisto em me enganar... Eu ouso dizer que a vida foi o bem precioso que eu adorei. Foi meu pecado... Horrendo seria, agora que a velhice avança, que me sinto completo e além da sorte, me agarrar a esta vida fementida.
Vou fazer do meu fim minha esperança, ó sono, vem!... Que eu quero amar a morte Com o mesmo engano com que amei a vida.
Castro Alves
3a SOMBRA - ESTER
Vem! no teu peito cálido e brilhante O nardo oriental melhor transpira!
Enrola-te na longa cachemira, Como as judias moles do Levante, Alva a clâmide aos ventos - roçagante... Túmido o lábio, onde o saltério gira...
Ó musa de Israel! pega da lira...
Canta os martírios de teu povo errante!
Mas năo... brisa da pátria além revoa, E ao delamber-lhe o braço de alabastro, Falou-lhe de partir... e parte... e voa. . .
Qual nas algas marinhas desce um astro...
Linda Ester! teu perfil se esvai... s'escoa...
Só me resta um perfume... um canto... um rastro...
8a SOMBRA - ÚLTIMO FANTASMA
Quem és tu, quem és tu, vulto gracioso, Que te elevas da noite na orvalhada? Tens a face nas sombras mergulhada... Sobre as névoas te libras vaporoso ...
Baixas do céu num vôo harmonioso!...
Quem és tu, bela e branca desposada?
Da laranjeira em flor a flor nevada Cerca-te a fronte, ó ser misterioso! ...
Onde nos vimos nós? És doutra esfera ?
És o ser que eu busquei do sul ao norte. . . Por quem meu peito em sonhos desespera?
Quem és tu? Quem és tu? - És minha sorte! És talvez o ideal que est'alma espera! És a glória talvez! Talvez a morte!
Florbela Espanca
EU VOZ QUE SE CALA
Amo as pedras, os astros e o luar Que beija as ervas do atalho escuro, Amo as águas de anil e o doce olhar Dos animais, divinamente puro. Amo a hera, que entende a voz do muro E dos sapos, o brando tilintar De cristais que se afagam devagar, E da minha charneca o rosto duro. Amo todos os sonhos que se calam De corações que sentem e não falam, Tudo o que é Infinito e pequenino! Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz Do nosso grande e mísero Destino!...
Eu sou a que no mundo anda perdida, Eu sou a que na vida não tem norte, Sou a irmã do sonho, e desta sorte Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa tênue e esvaecida, E que o destino amargo, triste e forte, Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...
Sou talvez a visão que alguém sonhou.
Alguém que veio ao mundo pra me ver E que nunca na vida me encontrou!