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FUNDAMENTOS DA
CLASSIFICAÇÃO
BIOLÓGICA
professor Expedito Lucena
BREVE HISTÓRIA DA CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS
-Agrupar os seres vivos de acordo com padrões
compartilhados, tem ajudado os cientistas a organizar e a
compreender melhor a diversidade da vida-(biodiversidade).
Biodiversidade: São os diferentes tipos de seres vivos
existentes no planeta.
Sistemática: É o ramo da biologia que estuda a diversidade
biológica ou biodiversidade.
Os cientistas dividem os mais de 2 milhões de seres vivos
catalogados em categorias de acordo com suas características
comuns: grupo das plantas; grupo dos animais, etc.
Classificação biológica ou Taxonomia: É um sistema que
busca eficiência para organizar e compreender a diversidade
biológica, ele distribui os seres vivos em grupos hierárquicos
denominados táxons ou categorias taxonômicas- em que
categorias menores estão incluídas em categorias maiores.
PRIMEIRAS CLASSIFICAÇÕES IMPORTANTES
-Um sistema usado na Grécia antiga classificava os animais em
aquáticos, terrestres e aéreos(critério: ambiente). As plantas
eram classificadas em ervas, arbustos e árvores.(critério:
tamanho).
-Aristóteles(348-323 a.c. Grécia)-Destacou a importância da
organização corporal dos seres vivos como critério para dividilos em grupos. lançando assim as bases da sistemática
moderna. Essas ideias foram retomadas mais de 2 mil anos
depois, por Lineu.
-No Séc. IV a.c. Santo Agostinho(354-430) classificou os animais
em úteis, nocivos e indiferentes ao homem.(critério: utilidade).-A partir do renascimento(sec. XIV, XV e XVI): Desenvolvimento
de sistemas de classificação que agrupassem os seres vivos de
acordo com suas características típicas como a estrutura
corporal(anatomia) e funções orgânicas(fisiologia) - natureza
biológica. Surgia assim os sistemas naturais de classificação.
O SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE LINEU
Botânico sueco Karl Von Linnée- Lineu(1707-1778)Suas ideias foram publicadas no livro Sistema Naturae
(Sistema Natural) em 1735.
-Acreditava no fixismo.
- Critérios de classificação dos seres vivos adotados
por Lineu: características estruturais(anatômicas) e
funcionais(fisiológicas).
Exemplos: animais de acordo com a forma corporal;
plantas de acordo com a forma corporal e a estrutura
das flores e frutos.
Karl Von Linnée- Lineu (1707-1778)
A nomenclatura binomial de Lineu
-Associação entre classificação dos seres vivos e um
sistema planejado de nomenclatura científica
universal.
Lineu sugeriu que o nome científico de todos os seres
vivos fosse sempre composto por duas palavras, a
primeira referindo-se ao epíteto genérico e a
segunda, ao epíteto específico. Ex: Cão doméstico Canis familiares.
Por atribuir dois nomes a cada espécie, o sistema
criado por Lineu ficou conhecido como nomenclatura
binomial, e é utilizado até hoje.
Regras da nomenclatura binomial:
-Os nomes devem ser escritos em latim ou latinizados
-A primeira letra do epíteto genérico deve ser sempre maiúscula e as outras
minúsculas
-Todas as letras do epíteto específico devem ser escritas em minúsculo
-Os nomes devem ser destacados do texto grafados em itálico ou
sublinhados(grifados).
Ex: Musa paradisiaca ou Musa paradisiaca
Epíteto genérico = um substantivo
Epíteto específico = um adjetivo
-Ao se referir a um organismo de certo gênero, por exemplo
devemos escrever o gênero seguido de sp: “Deve se tratar de
um Canis sp.”
-Para nos referirmos simultaneamente a várias espécies do
mesmo gênero, acrescentamos a abreviatura spp após o
nome do gênero. Exemplo: “Os Canis spp, possuem dieta
essencialmente carnívora”.
-O epíteto específico não pode ser escrito sozinho, pois
podem existir em outros gêneros, espécies com esse mesmo
epíteto específico.
Exemplo: Musca domestica(mosca comum);
Curcuma domestica(cúrcuma-planta);
Nandina domestica(tipo de bambu);
Monodelphis domestica(marsupial da america do sul)
Ao ser escrito pela primeira vez em um texto, o nome
científico deve ser escrito por extenso(completo).Nas
demais vezes a parte genérica pode ser abreviada.
Exemplo: O Canis familiares..... C. familiares.
Os nomes populares dos seres vivos variam nos
diferentes idiomas e também em diferentes regiões
de um mesmo país, ao passo que o nome científico é
um só: ele designa apenas uma espécie catalogada e
descrita detalhadamente pelos estudiosos, o que
evita confusões.
Paroaria coronata
Paroaria baeri
Paroaria dominicana
CATEGORIAS TAXONÔMICAS
Lineu elegeu a categoria espécie como táxon básico. Para ele
Espécie era um grupo de indivíduos dotados de certas
características estruturais típicas, ausentes em outros grupos.
Agrupou espécies semelhantes em um mesmo Gênero, e
seguindo criou táxons cada vez mais abrangentes: Ordem;
Classe; Reino. Posteriormente foram adicionadas Família,
Tribo e Filo.
CLASSIFICAÇÃO DO CÃO DOMÉSTICO
Conceito biológico de espécie(Ernst Mayr ; Theodosius
Dobzhansky 1930-1940)
“Espécie é um grupo de populações cujos individuos, em
condições naturais, são capazes de se cruzar e de produzir
descendentes férteis, estando reprodutivamente isolados de
indivíduos de outras espécies.”
Híbridos de espécies parentais:
Hibridização artificial(cativeiro): cruzamento de espécies que
não podem se cruzar em condições naturais.
Subespécies ou raças geográficas
São populações de uma mesma espécie que surgem por radiação
adaptativa e podem ser diferenciadas por critérios diagnósticos
precisos. Por exemplo existem 32 subespécies de lobos(Canis lupus)
que podem ser diferenciadas pelo tamanho do corpo, cor da
pelagem, tamanho e formato do crânio e das orelhas, espessura dos
dentes molares.
Exemplos: Canis lupus lupus; Canis lupus arabs.
Homo sapiens neanderthalensis ; Homo sapiens sapiens.
Radiação adaptativa: É o processo evolutivo em que, a partir de uma
população original, se formam novas populações com características
adaptativas próprias, que as distinguem entre si.
CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA E PARENTESCO EVOLUTIVO
A classificação biológica e a teoria da evolução
O que torna a classificação biológica moderna, é que ela atualmente se
baseia na teoria da evolução de Darwin(1859). O que se procura na
classificação biológica é utilizar características que reflitam o grau de
parentesco evolutivo entre os grupos.
Há uma tendência de abandonar as categorias taxonômicas da
classificação tradicional uma vez que, em diferentes grupos, não há
correspondência entre os táxons.
Em lugar das categorias tradicionais, muitos sistematas têm preferido
utilizar o termo CLADO, ou CLADE, para designar um grupo de espécies
constituído por uma espécie ancestral e todos os seus descendentes.
Para a teoria evolucionista, as semelhanças e diferenças entre os seres
vivos resultam de suas histórias evolutivas. Duas espécies que se
diversificaram mais recentemente de uma espécie ancestral tendem a
ter mais semelhanças entre si do que com espécies cujo grau de
parentesco evolutivo é mais antigo. Por exemplo, as semelhanças e
diferenças entre seres humanos, chimpanzés e canários refletem o grau
de parentesco evolutivo entre essas espécies.
Arvores filogenéticas ou filogenias
São diagramas em forma de árvore que representam as genealogias
evolutivas existentes entre as espécies, ou seja, representam as
relações de parentesco evolutivo entre os grupos seres vivos.
Em uma árvore filogenética, a divisão de um ramo em dois indica que
uma espécie ancestral, naquela etapa do processo, separou-se em duas
novas espécies, ou seja, ocorreu especiação. Cada espécie atual
representa a ponta de um ramo da árvore filogenética; se descermos
por um ramo dessa árvore encontraremos o ponto em que ele se une ao
ramo vizinho(um nó); esse ponto de encontro indica o ancestral mais
recente que as duas espécies têm em comum. FIG 1.11 e FIG 1.12
Até alguns anos atrás, as classificações baseavam-se quase
exclusivamente na comparação de características morfológicas dos seres
vivos. Nos últimos anos, porém, a taxonomia tem sido revolucionada
pelo emprego de técnicas avançadas da Biologia Molecular, que
permitem comparar a composição química dos seres vivos,
principalmente quanto a proteínas e ácidos nucléicos(DNA e RNA). Essa
comparação bioquímica associada aos estudos de semelhanças
anatômicas e fisiológicas(funcionais) pode fornecer pistas importantes
sobre as relações de parentesco evolutivo entre as espécies de seres
vivos. Possibilitando assim a construções de árvores filogenéticas que
expessem essas relações de parentesco evolutivo. Exemplo: FIG 1.13