Transcript boletim número 70 - Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia
16 Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013 &
(11) 3082 6919 • 3082 2518 Uma publicação da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé) - distribuição gratuita Filiada à International Federation of Foot and Ankle Societies e à Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
Ano 18 • nº 70 out/nov/dez - 2013 Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé
Uma publicação da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé) - distribuição gratuita Filiada à International Federation of Foot and Ankle Societies e à Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
2010 ˜ 2013 - fecha-se um ciclo
Curso 35 Anos ABTPé Cursos Científicos na nova Sede Inauguração da nova Sede Congresso Brasileiro Fortaleza Congresso Brasileiro Foz do Iguaçu Curso Internacional Pé Infantil Atividades Culturais na nova Sede
E tantas, tantas mais, que nem um dia de 24h consegue contar....
Jornada Iberoamericana Poços de Caldas Cursos Internacionais Florianópolis Clubes do Pé pelo Brasil Curso Internacional Santos Aniversário 90 anos Prof. Napoli
2014 - Renova-se a ABTPé!
Editorial
Rafael Trevisan Ortiz
Valorização profissional e suas causas
A
paciente de 47 anos entrou no consultório com suas sandálias de salto alto e bico fino. Queixava-se de dor no antepé há três meses. O exame físico evi denciava calosidades sob as cabeças metatarsais centrais e as radiografias mostravam aumento do comprimento do segundo e terceiro metatarsais. Era uma metatarsalgia mecânica típica: a paciente nasceu com um fator predisponente (desequilíbrio da fórmula metatarsal) e submeteu sua genética desfavorável ao estímulo externo neces sário para o desencadeamento dos sintomas (uso habitual de um calçado que agredia seu pé). Quando comecei a explicar esta si tuação para ela, ela me interrompeu: “Mas eu uso exatamente os mesmos tipos de calçados desde meus vinte anos de idade! Não mudei nada em minha vida recentemente! Então, como você ex plica que somente agora estes sintomas apareceram?”.
Dentre os diversos sistemas que foram formulados pelo homem para compreender o universo, poucos são tão úteis quanto cau sa-e-efeito: não existe fenômeno natural que ocorra sem uma causa precedente. Assim, o que quer que haja, decorre de algo. Isso vale para calosidades nos pés, para a entrada numa faculda de de medicina, para o sucesso de um casamento, ou para a va lorização de um profissional.
Ocorre que, para alguns fenômenos complexos, o efeito não surge de forma imediata. Há necessidade que o evento causador se repi ta, durante diversos ciclos, até que exista massa crítica necessária e suficiente para manifestar resultados evidentes. Funciona como se fosse um copo, em que a cada dia se coloca uma gota de água. O copo vai enchendo, sem que este enchimento seja notado, até o dia em que o copo fica repleto. A partir deste dia, para cada gota colocada no copo, ocorre o transbordamento dele, e a água é der ramada. Não foi uma única gota que resultou no transbordamento do copo, mas sim o resultado da somatória de gotas que enche ram o copo ao longo de anos. No caso da paciente acima, ela pre cisou usar um determinado número de vezes seus pés deficientes com um tipo específico de calçado para que os sintomas pudes sem se tornar óbvios. A partir do momento em que a fadiga dos tecidos se estabelece ou que a capacidade reparadora diminui em decorrência do envelhecimento natural, neste momento é que os sintomas parecem surgir aos olhos da paciente.
Causa-e-efeito operam a todo instante, em incontáveis níveis e eventos na vida de uma pessoa, e não é útil apenas para enten der a doença de uma paciente. Quando se utiliza esta ferramenta para compreender processos significativamente mais comple xos, como a valorização profissional, fica evidente que os prazos são alongados e demorados. É nestas situações que um traço específico de personalidade pode ajudar: a paciência.
Na última visita do Dalai Lama ao Brasil, em 2011, ele ofereceu algumas palestras e, dentre elas, houve uma em que ele aborda va o tema “Virtudes”. As virtudes são qualidades morais que regu lam as ações humanas e elas trariam efeitos benéficos não ape nas para quem recebe seus resultados, mas fundamentalmente para quem as pratica. São exemplos de virtudes: generosidade, compaixão, gratidão, diligência, humildade, paciência. Quase to das estas virtudes têm em comum o fato de que elas somente podem ser desenvolvidas quando as condições são favoráveis. Ou seja, algum grau mínimo de conforto deve estar presente para que elas possam ser praticadas. Grosso modo, elas são prati cadas de quem tem mais para quem tem menos. A paciência, contudo, foge a esta regra. Na verdade, ela só pode ser desenvol vida quando as coisas estão realmente ruins. Ninguém precisa de paciência quando tudo está correndo às mil maravilhas. No dis curso bem-humorado do Dalai Lama os problemas da vida se riam grandes oportunidades para desenvolvermos nossa paciên cia até seu ápice e, portanto, deveríamos ser tremendamente gratos por tudo que acontece de errado: “Puxa vida, mas que di ficuldade espetacular! Esta é uma situação muito conveniente para treinar paciência!”.
Brincadeiras a parte, manter a calma e perseverar, apesar das difi culdades e da demora, são características de personalidade muito úteis enquanto se é médico-residente, enquanto se está no come ço da curva de aprendizagem de uma técnica cirúrgica, enquanto se conversa com um paciente que causa aborrecimento, enquan to se defronta com um chefe rude, ou mesmo na convivência com a família, com amigos, no lazer ou na fila do supermercado. Manter a mente estável apesar das adversidades permite tomar boas deci sões, não se precipitar através de ações intempestivas, e diminui o estresse. Isso tudo está associado a felicidade.
E dentre as boas decisões que devem ser tomadas, uma delas é escolher um professor qualificado. As bases da medicina foram bem expostas por Hipócrates, e mesmo uma leitura superficial do seu Juramento já esclarece a importância que o mestre tem para um médico. Sem alguém experimentado que impeça que o aluno vagueie a esmo ou se perca em sua autoimagem envaide cida ou vacilante, a iatrogenia é o único resultado esperado. A vida é cheia de bons e maus exemplos, mas professor não é o sujeito que vai colocar o conhecimento dentro da cabeça de nin guém. O professor é apenas o indivíduo a quem o aluno se sub mete por acreditar que ele conseguirá construir as condições necessárias para a sua aprendizagem. Encontrar um professor, ou uma companhia, é um processo individual, pessoal, e frequente mente não compartilhável. Mais do que transmitir o conheci mento, o professor cria condições para que o aluno faça o conhe cimento despertar em si mesmo. O professor ensina o aluno a “aprender a aprender”; neste processo, o professor ensina o aluno a, oportunamente, prescindir dos seus ensinamentos. Mantendo esta mentalidade de aprendiz o aluno reconhecerá em todos a figura do mestre e em cada situação uma oportunidade para aprendizagem. Mas, até alcançar este grau de amadurecimento, a figura do professor qualificado é imprescindível. Ser um profissional valorizado não é um evento que surge de uma hora para outra. A valorização é o fruto frágil e refinado de um processo longo. Mirar a excelência, ter uma boa compreen são das próprias habilidades e limitações, ter proximidade de al guém que possa lançar luzes no caminho, cultivar alguns traços específicos de personalidade: todos são elementos que podem ser treinados ao longo da carreira. Assim, a manifestação destas características singulares será proveitosa para o sujeito e também trará benefícios ao restante da sociedade.
2 Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013 &
(11) 3082 6919 • 3082 2518
Palavra do Presidente
Augusto César Monteiro
São Paulo / SP
Discurso do Presidente da ABTPé por ocasião da soleni dade de encerramento da gestão da Diretoria 2012/2013 e transmissão do cargo à Diretoria eleita
Boa noite a todos os amigos e colegas presentes.
Chegamos ao final de mais um ano e, coincidente mente, ao término do segundo mandato da Diretoria União e Desenvolvimento à frente da ABTPé.
Assim, uma breve menção à trajetória percorrida neste período se impõe.
Acreditamos havermos sido bem sucedidos no inten to de unirmos os colegas associados por intermédio da realização de inúmeros eventos de interesse para a especialidade, já que a tônica da gestão se pautou no enfoque à EDUCAÇÃO CONTINUADA.
Com efeito, diversos foram os eventos realizados tanto em nossa bela sede como em Congressos e Cursos esparsos, abordando variados temas rele vantes para nossa atuação profissional, durante os quais buscou-se não apenas a excelência científica - nosso constante compromisso institucional; como também propiciarmos a todos os participantes mo mentos de descontração e congraçamento entre amigos e familiares, como tem sido a tônica dos eventos de nossa especialidade ao longo dos anos. Buscamos, também, estreitarmos o relacionamento interinstitucional, mediante a realização de eventos e cursos em parceria com outras Sociedades de su bespecialidades, como a SBOP e a ASAMI, exempli ficativamente, bem como com os outros comitês de especialidade da SBOT.
Fizemo-nos presentes, outrossim, em todos os Con gressos Americanos da Especialidade, com vistas à consolidação da imagem da ABTPé em termos in ternacionais.
Procuramos prestigiar o boletim da ABTPé, tão bem coordenado pelo Dr. Rafael Trevisan Ortiz, impor tantíssimo veículo de comunicação e divulgação acerca das atividades de interesse dos associados, assim como nossa revista institucional - Revista AB TPé - tão bem dirigida pelo Dr. Antônio Egydio de Carvalho Junior-, relevantíssimo espaço disponibili zado de maneira indistinta e democrática aos asso ciados, para a divulgação de trabalhos científicos de excelência, importando realçar todo o empenho rea lizado com vistas a sua indexação, a qual certamente sobrevirá em breve.
Buscamos expandir a educação continuada median te a realização do CLUBE DO PÉ pelo Brasil por todas as CINCO regiões de nosso país continental.
Em conclusão, pessoalmente agradeço a todos os colegas que integraram as Diretorias dos biênios 2010/2011 e 2012/2013, sem os quais todo este tra balho desempenhado, com grande entusiasmo e verdadeiro amor, não seria possível.
Agradeço, oportunamente, e o faço na pessoa da nos sa secretária Hui Li, a todos os funcionários e colabora dores da ABTPé, pelo convívio quase que diário e pela dedicação dispensada a nossa querida Associação.
Agradeço, ainda, a nossos patrocinadores durante este período de quatro anos, pela profícua e frutuo sa parceria.
Enfim, o momento é de grande satisfação pelo tra balho realizado; de desejar sorte e sucesso à nova Diretoria da ABTPé em sua gestão; de agradecimen to especial a todos os colegas associados - destina tários últimos de nossa atuação, os quais nestes dois biênios participaram ativamente e nos brindaram com suas presenças massivas nos eventos promovi dos pelo ABTPé, contribuindo, decisivamente, para o seu sucesso.
Me despeço afinal, sem antes deixar pública e ex pressamente consignado haver sido das maiores emoções e uma enorme satisfação pessoal em mi nha vida, ter a honra de presidir esta Associação de excelência científica e social!!!
Não poderia deixar de agradecer sinceramente a minha família, a qual me apoiou em todos os mo mentos vividos nos últimos quatro anos, durante os quais a palavra de ordem e a prioridade foram AB TPé, ABTPé e ABTPé!
Obrigado Evy Maria de Araújo Monteiro, minha que rida esposa e meus filhos, Renata de Araújo Monteiro Yoshida e Augusto César Monteiro Filho, presentes de maneira marcante e decisiva em nossas vidas -; agradecimento este extensível a seus consortes, Ra fael Yoshida e Vanessa Ana Bieluczyk Monteiro, a meus netos - (a família está crescendo), os quais tam bém integram, afetivamente, a família ABTPé. OBRIGADO A TODOS pela confiança e amizade!
www.abtpe.org.br
Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013
3
Nova Diretoria - Gestão 2014/2015
José Vicente Pansini
Curitiba / PR
Prezados Colegas da ABTPé É uma grande honra para o Grupo TRANSIÇÃO E ALTERNÂNCIA ser depositário da confiança dos senhores para presidir a nossa Asso ciação no Biênio 2014/2015. Sou apenas o Capitão deste time jo vem, preparado e corajoso, para o cumprimento dessa difícil tarefa.
Nosso lema é TRABALHO – DISPONIBILIDADE para fazer a ABTPÉ MAIOR e MELHOR.
A transformação permanente é uma das certezas do nosso Uni verso. Nada é tão bom que não possa ser melhorado e nada é tão ruim que não possa piorar. Que as mudanças sejam para melhor!
Acreditamos que quanto maior for o crescimento científico, mo ral, ético e social de cada associado maior e melhor será, inevita velmente, a nossa sociedade.
Com este espírito, a Nova Diretoria traçou os planos para o próxi mo Biênio. Aqui adiantamos algumas atividades a ser implemen tadas. Manteremos o que está funcionando bem e tentaremos otimizar o que for possível.
PLANOS ABTPé – 2014/2015
1) Quatro cursos regionalizados ao ano - METODOLOGIA CIENTÍFI CA - em quatro sedes regionais a ser programadas com o maior número de pessoas a ser beneficiadas, com menores custos para deslocamento e hospedagem. Almejamos, com estes cur sos, MELHORAR e AUMENTAR a produtividade científica dos associados, o que pode propiciar a sobrevivência e o aprimora mento da REVISTA ABTPé (sagrado espaço para nossas publica ções) e, mais importante ainda: APRIMORAR individualmente cada Associado/Autor! Quem escreve ou prepara trabalho cien tífico controla a evolução do seu paciente. Nós acreditamos que quem é capaz de controlar a evolução de seus pacientes é também capaz de evoluir, identificando erros e otimizando acertos. Rever nossos Pacientes com Metodologia Científica é o Primeiro Passo no nosso Crescimento Intelectual e Científico!
2) CURSOS ANUAIS: dois cursos no ano de 2014 e um curso no ano de 2015, visto que em 2015 teremos, também, o nosso Congresso da ABTPé em Belo Horizonte. Estes cursos anuais deverão respon der aos anseios e necessidades reais dos membros da Nossa So ciedade como um todo e representar consistentemente EVOLU ÇÃO do Conhecimento e, se não possível a Padronização de conduta, pelo menos a Informação completa para escolha da melhor conduta. Os temas propostos são: A) CURSO DE ARTRO PLASTIA do tornozelo - queremos capacitar cada associado, antes que cada um se obrigue a aprender fazendo sozinho!!! B) LESÕES ESPORTIVAS – PÉ E TORNOZELO – queremos capacitar cada asso ciado a ocupar espaço na Traumatologia Esportiva, hoje ocupado por não especialistas em cirurgias do pé e tornozelo. Temos certe za que o paciente/atleta será o maior beneficiado com nossa maior atenção voltada para estas lesões!! C) COMPLICAÇÕES NAS CIRURGIAS DE PÉ E TORNOZELO - SOLUÇÕES OTIMIZADAS E/OU TRATAMENTO DE SALVAÇÃO. Pensamos que este curso seria pro veitoso para cada um de nós. Por maior que seja o nosso conheci mento sobre as patologias do pé e do tornozelo, ele ainda pode ser insuficiente para determinadas complicações!
3) CLUBES DO PÉ: Avaliação individual: quais deles foram produti vos ou nem tanto. Manter todos? Ampliar o número deles? Mu dar as sedes? Regionalizar em números menores?
4) REVISTA ABTPé: O que pode ser incrementado? Indexar como? Terceirizar a parte gráfica?
5) CONGRESSO BIANUAL DA ABTPÉ E DIA DA ESPECIALIDADE NO CBOT. Criar espaços para mais pessoas, PESSOAS NOVAS SE POSSÍVEL, com bagagem científica e casuística consisten te, mostrarem seus trabalhos nos nossos eventos científi cos!!!! Cada membro da ABTPé pode ser escalado como Pa lestrante nos nossos Congressos e Cursos. BASTA QUERER E ESTAR CAPACITADO!
Nosso Grupo reafirma o compromisso de fazer um administração convergente, somando o talento e a boa vontade de todos em benefício da ABTPé. Queremos fazer um bom trabalho e temos certeza de contar com a solidariedade de todos os senhores!!
Um BOM ANO de 2014 para todos nós, muita paz, saúde e vida longa também para todos os nossos familiares.
4 Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013 &
(11) 3082 6919 • 3082 2518
Clube do Pé Especial
Márcio Benevento
São Paulo / SP
Posse da Nova Diretoria
E
m 13 de dezembro último a nova Diretoria da nossa As sociação tomou posse. Pansini recebeu do nosso queri do Augusto a honraria de comandá-la nos próximos dois anos. Pessoas diferentes, personalidades diversas, ideias próprias, mas objetivos comuns.
Há quatro ou cinco anos atrás, num jantar comemorativo de aniver sário do Clube do Pé, sentei-me a mesma mesa do Augusto e ele me disse que havia sido sondado para a candidatura à Presidência da nossa entidade e que queria ouvir minha opinião.
Disse-lhe que o julgava pronto e competente para o cargo, mas que teria muitas dificuldades. Uma por suceder o Nelson, que re virou a Associação em todos os sentidos fazendo uma gestão fan tástica. E outra porque, além de administrar a rotina da Associa ção, teria de enfrentar um novo desafio que seria a nova Sede, agora em uma grande casa, necessitando de maior pessoal, tendo mais gastos, enfim, multiplicando obrigações. Temia por estas mudanças drásticas e previ que teria necessidade de maior tempo e trabalho para tudo funcionar.
Hoje vejo que fui precipitado e cauteloso demais. O Augusto, além da grande administração nestes quatro anos, manteve a casa impecável e sempre pronta aos eventos e reuniões. Mais que isso, manteve nosso caixa em alta.
Augusto, você não nos surpreendeu, você só mostrou sua realida de, dedicação e capacidade de trabalho.
Parabéns, Augusto, e em nome da Associação, muito obrigado.
Seu discurso foi já de saudades e emocionante. Suas lágrimas nos contagiaram. Suas palavras não saíram no momento porque vie ram de dentro do coração.
Seu último ato em homenagear o nosso eterno patrono, Prof. Na poli, com uma placa e foto na sala da Presidência, provendo o re conhecimento histórico da doação da Sede feita por ele, foi mais um momento marcante.
O Pansini falou em melhorar o que já está perfeito. Vai valorizar a parte acadêmica trabalhando na formação dos jovens e sedi mentando as publicações e os órgãos de divulgação, sobretudo nossa revista.
Boa Sorte, colega.
O Rafael, baseado em seu dedicado Boletim, nos fez rever os qua tro anos desta gestão. Lembrou nossas lutas, nossas vitórias, os eventos, os convidados, os balanços, os lucros, etc. Mostra a nossa história já documentada em nossos Boletins. Foi um trabalho ár duo, mas a sua apresentação animada e apaixonada mostrou-nos a sensação da realização plena.
Eu, do grupo dos mais velhos, vejo com orgulho uma juventude atuante que nos substitui e faz continuar nossos ideais.
A Associação é a mesma, só mudam os nomes das pessoas. Se hoje ela é ativa, pujante e irreversível é devido ao trabalho e von tade de cada um de nós.
Congratulações a todos.
Salve a nossa ABTPÉ.
Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013
5 www.abtpe.org.br
45º CBOT - Curitiba
Ana Paula Simões da Silva
São Paulo / SP
Dia da Especialidade O dia que a ABTPé brilhou no 45º CBOT 2013
N
o corredor: “Que sala cheia!” e “O que está tendo aí?”. Ouço a resposta: “É a sala do Pé!”.
E assim o Dr. Augusto César Monteiro promoveu a abertura das atividades às 8h em ponto do dia 14 de novembro, na sala Barigui do Centro de Exposições de Curitiba: cadeiras concorridas para ver o dia de uma das especiali dades mais tradicionais da SBOT!
E começaram os módulos com temas interessantíssimos para o ortopedista generalista: o primeiro foi sobre Fraturas do Pé e Tor nozelo onde grandes nomes da nossa sociedade falaram sobre “Como eu trato” e deram dicas e truques para sairmos de situa ções difíceis.
O módulo II foi sobre Pé Infantil, brilhantemente apresentado por experientes profissionais, sendo sucedido pelos temas livres, mos trando assuntos novos e discussões acaloradas e cheias de entu siasmo dos jovens especialistas.
Após o almoço iniciou-se a terceira parte com as Patologias do Antepé. Quem pensou que já tinha visto de tudo se deparou com apresentações filosóficas dos nossos grandes mestres que fizeram questão de colocar as mentes pós-prandiais pra pensar. Ficou aquele gostinho de quero mais...
E o dia finalizou com a densidade dos temas Pé Reumatóide, Char cot e Infecção, que mais uma vez mostrou a importância de as suntos como esse na Medicina Brasileira. Parabéns a todos pelo sucesso, presença e brilhantismo, que nos deu mais uma vez des taque na programação nacional.
O sorriso aberto de todos após a Assembleia da ABTPé foi o coroa mento e a certeza de sucesso de audiência no Congresso!
Curso Internacional
Paulo Roberto Mattos Dias
Porto Alegre / RS
Sports Injuries of Foot and Ankle Houston, 17 a 19 de outubro
O
curso foi ministrado por médicos orto pedistas especialistas em pé e tornozelo de equipes esportivas dos Estados Uni dos, Canadá e convidados do Reino Unido. Assistimos palestras e debates importantes, principalmente em artroscopia, onde foram avaliadas lesões condrais, fraturas de stress e vários outros temas. Foram reverenciadas as duas escolas de artroscopia de pé e tornozelo mundiais, intituladas pelo Dr. Ferkel e Dr. Nick Van Dijk. Conta mos com a presença de um atleta do futebol ameri cano que nos narrou sua experiência pós trauma grave do pé, com necessidade de intervenção cirúrgica e longa recuperação com di fícil retorno ao campo, bem como a importância da relação médi co-paciente. Também tivemos a oportuni dade de presenciar discussões de casos trazidos por ortopedistas de pé e tornoze lo dos EUA. O PRP (plasma rico em plaque tas) também esteve em pauta, onde foi definido que ainda há necessidade de mais estudo para sua indicação. Por outro lado, foi visto que outra opção para lesões muito graves de tendões em atletas ame ricanos é o enxerto de cadáver fresco. Fi nalmente, a oportunidade de participar do Sport Injuries of the Foot and Ankle vem corroborar a grata satis fação de avaliar a excelente atualização dos ortopedistas de pé e tornozelo brasileiros. Enjoy your work.
6 Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013 &
(11) 3082 6919 • 3082 2518
Curso Internacional
Luiz Carlos Ribeiro Lara
Caçapava / SP
Simpósio Latinoamericano de Cirurgia Minimamente Invasiva e Percutânea do Pé e Tornozelo
N
os dias 29 e 30 de novembro, na cidade de Campos do Jordão (SP), ocorreu o Simpósio Latinoamericano de Cirurgia Minimamente Invasiva e Percutânea do Pé e Tornozelo.
Sob a coordenação do Dr. Luiz Carlos Ribeiro Lara, da UNITAU, do Dr. Rafael Trevisan Ortiz, do Hospital das Clínicas da USP e do Dr. Pérsio Miranda, de Campos do Jordão, este grandioso evento teve como objetivo trazer os maiores nomes internacionais nestas téc nicas cirúrgicas para difundi-las entre nós.
O evento contou com as participações internacionais de Dr. Joel Vernois e Dr. Olivier Laffenêtre (França), Dr. Mariano de Prado e Dr. Pau Golanó (Espanha), Dr. Paulo Carvalho (Portugal), Dr. Jorge Cas tellini, Dr. Juan Yañez Arauz e Dr. Mário Ulivarri (Argentina).
Durante os dois dias, ortopedistas e médicos residentes partici param ativamente de palestras e mesas-redondas sobre as no vas técnicas de cirurgias minimamente invasivas do pé e do tor nozelo. Foi uma verdadeira imersão nestes conhecimentos recebidos dos especialistas internacionais, que compartilharam com os ortopedistas brasileiros sua grande experiência no tema. Em números, cerca de 160 participantes, cinquenta palestras e quatro debates.
Os patrocinadores oficiais do evento foram as empresas Ortholine e Stock Surgical. No mesmo local, outras empresas especializadas na área ortopédica (Pés Sem Dor, Salvapé, Traumato Nort, MB Os teos, Bone Surgical, GM Reis, Fermed BH, T1 Ortopedia, Ortome dic) expuseram seus produtos e equipamentos.
O evento ainda contou com o apoio do GRECMIP europeu, da Federação Latinoamericana de Medicina e Cirurgia da Perna e Pé (FLAMeCiPP), da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé), da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - Regional São Paulo, da Associação Paulista de Medicina (APM), da Associação Médica de Campos do Jordão (AMCJ), da Unicred e do Seguros Unimed. A agência de viagens oficial foi a Torres Viagens. Cabendo organização geral à Prisma Eventos (Poços de Caldas/MG) que contou com a montadora oficial Versátil Estandes.
www.abtpe.org.br
Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013
7
Clube do Pé
Belo Horizonte
Antônio César Mezêncio da Silveira
Belo Horizonte / MG
Cerca de quarenta participantes, membros titulares da AB TPé e especializandos, estiveram presentes no Clube do Pé de Belo Horizonte no dia 30 de novembro de 2013. Conta mos com a honrosa e brilhante presença do Dr. José Antônio Veiga Sanhudo. Os temas fixação interfragmentar nas fratu ras do tornozelo, hálux rígido, hálux valgo, placa plantar e ruptura do tendão tibial posterior foram abordados através de uma ampla revisão da literatura pertinente acrescida da profícua experiência pessoal do nosso caro convidado. Em clima informal seguiram-se, após apresentação de cada tema, discussões e trocas de experiências entre os presen tes. Agradecemos à ABTPé, à TECHMEDICAL, aos colegas pre sentes e, sobretudo, ao Dr. Sanhudo pelas exposições objeti vas e práticas. Aguardamos todos os colegas da ABTPé e familiares em Belo Horizonte para o 17° Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé.
Campinas
Cíntia Kelly Bittar
Campinas / SP
No dia 6 de outubro, o tradicional Clube do Pé realizado no Hospital da PUC-Campinas – Revisão TEOT para os R3 – teve a presença de aproximadamente 60 residentes de vá rios serviços de São Paulo, Campinas e região. No 7º ano consecutivo, o grupo de professores Cíntia Bittar, Missa Takasaka, Carlos Daniel, Cristiano Milano, Rodrigo Pagnano, Mário de Cillo e Randal Ramos expôs de maneira didática e proveitosa diversas aulas de revisão sobre variados temas (fraturas, deformidades e tendinopatias nos pés e tornoze los). Após as aulas de revisão foram discutidas questões do TARO de vários anos. Os residentes puderam sanar todas as dúvidas pertinentes. Agradecemos a presença de todos os palestrantes e patrocinadores e desejamos boa sorte para todos residentes.
8 Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013 &
(11) 3082 6919 • 3082 2518
Piracicaba
Valdir Collucci Machado Leonardo Leite
Piracicaba / SP
O Clube do Pé em Piracicaba foi um sucesso. A participação ex pressiva dos colegas ortopedistas e alguns radiologistas (três de Piracicaba e um de São Paulo) muito colaborou para o êxito do evento. Estiveram presentes colegas de Piracicaba, Americana, Araraquara, Botucatu, Limeira, Rio Claro e Sorocaba. A programação científica, selecionada em conjunto com os moderadores, foi apresentada de forma descontraída. Rafael e Luiz Eduardo trouxeram vasta documentação, ótima qualida de nas projeções e uma dinâmica que deixou todos bem à vontade e muito interessados, mesmo os não especialistas em pé e tornozelo.
Nós gostaríamos de dizer ao Rafael Trevisan Ortiz e ao Luiz Edu ardo Amorim que foi imensa a nossa satisfação em recebê-los em Piracicaba, que agradecemos por terem aceitado o convite e que recebemos muitos elogios dos participantes pelo alto nível científico e pela forma como os temas foram apresentados.
Foi uma manhã intensa, durante a qual associamos ao apren dizado a oportunidade de receber amigos para um bate-papo no intervalo do coffee-break (oferecido pelo Laboratório Man tecorp/Farmasa, sob a supervisão das representantes Natalia e Nara) e no almoço oferecido pela firma Orthosystem, repre sentada pelo Maurício e colaboradores.
Não poderíamos deixar de agradecer ao Augusto, nosso dinâ mico presidente, que sempre estimula a realização do Clube do Pé e a inestimável participação das colaboradoras da ABTPé na organização e divulgação do evento. Do mesmo modo, queremos agradecer à Associação Paulista de Medicina – Pira cicaba, por ter cedido a Casa do Médico e ter colocado seus colaboradores a nossa disposição e à Rafaela, do Laboratório Jansen, pelo apoio durante o evento.
Com este panorama, sentimo-nos estimulados a promover novos encontros para a atualização das especialidades.
Gostaríamos de desejar a todos um Natal cheio de paz e ale gria e um Ano Novo próspero e com muita saúde.
www.abtpe.org.br
Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013
9
Clube do Pé
Salvador
Ivo Tetsuya Kitaoka
Salvador / BA
Interatividade foi a principal característica do Clube do Pé em Salvador, ocorrido no dia 26 de outubro. Com a pre sença da maioria dos especialistas de pé do nosso estado e sob a coordenação do nosso amigo Dr. Inácio Asaumi foram abordados os temas: correção do hálux valgo pela técnica SCARF, lesão osteocondral do tálus e reparo do ligamento deltoide nas fraturas do tornozelo. Houve mui-
São José dos Campos
ta troca de informações e conhecimentos num clima de total descontração. O evento foi enriquecido através da exposição de casos clínicos que foram trazidos pelos par ticipantes. Após uma manhã muito produtiva foi servido delicioso almoço ao ar livre tendo como prato principal os frutos do mar da Bahia. Agradeço a presença de todos os participantes.
Sérgio Luis Barreto
São José dos Campos / SP
No dia 26 de outubro foi realizado o VIII Clu be do Pé de São José dos Campos com a pre sença de aproximadamente 80 profissionais entre médicos e fisioterapeutas. O nosso en contro foi abrilhantado com palestras de alto nível sobre temas de traumatologia ministra dos pelos colegas Augusto César Monteiro, Hélio Fernandes, Marco Túlio Costa e Marcos Hideyo Sakaki, e comentados por um senhor time de craques: Osny Salomão, Márcio Be nevento, Rui Barroco e Ana Paula Simões. Fo ram debates interessantíssimos. Gostaríamos de agradecer a presença de todos os colegas que a cada ano tornam o nosso encontro mais atraente e agradável, como também o patrocínio da Ortomedic e o apoio da ABTPé, na pessoa do incansável Augustão. Já esta mos preparando o IX Clube do Pé. Até lá!
10 Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013 &
(11) 3082 6919 • 3082 2518
Curso Internacional
Mario Adames
Florianópolis / SC
II Curso de Patologias do Retropé e Tornozelo
O
II Curso de Patologias do Retropé e Tornozelo acon teceu no Hotel Il Campanário, na Praia de Jurerê In ternacional em Florianópolis, nos dias 4 e 5 de outu bro. O evento teve a coordenação do Grupo do Tornozelo e Pé de Florianópolis e o apoio institucional e funda mental da ABTPé.
O evento contou com o suporte dos membros do Grupo do Tor nozelo e Pé de Florianópolis e ACTPé, em especial do colega Gus tavo de Batista Birro, e o suporte dos colegas Jorge Mitsuo Misu zaki e Rafael Trevisan Ortiz.
O curso transcorreu em alto nível científico. As aulas ministradas pelos colegas nacionais superaram as expectativas da comissão organiza dora e principalmente dos participantes. Nós nos propusemos a esti mular nossos palestrantes nacionais oferecendo gratuidade em suas inscrições. Os nossos convidados internacionais Juan Manuel Yañez Arauz, da Argentina, e Giovanni Carcuro, do Chile, nos abrilhantaram com grandes novidades e novos conhecimentos. A presença tão es perada do Prof. Dr. Steven L. Haddad, presidente da AOFAS, abrilhan tou o evento com novos princípios e técnicas na solução das patolo gias do Pé e Tornozelo.
Na parte social do evento tivemos uma confraternização na sexta -feira a noite. Mas durante o dia o convívio entre os participantes era intenso. Tivemos o extremo prazer de contar com uma plateia seleta de 170 participantes. De forma ativa e questionadora, eles instigaram a discussão saudável dos assuntos ministrados durante o curso.
Hoje nos sentimos realizados pelo dever cumprido e agradecemos a empresa organizadora, em nome da Sra. Patrícia Vivan, a todos os patrocinadores, mas em especial a empresa Ostheon, nosso patro cinador Master, que com o seu suporte viabilizaram a realização deste evento, a cada um dos participantes que acreditaram no nos so envolvimento com o conhecimento científico, e a cada pales trante nacional e internacional que abrilhantou o nosso evento.
Eu tenho um agradecimento especial ao nosso homenageado, Dr. Augusto César Monteiro, que foi o nosso maior estimulador e par ceiro durante os eventos realizados em Florianópolis. Esperamos que a nossa Sociedade continue atuante como foram estes últi mos quatro anos no seu comando e que você possa voltar a curtir a sua família plenamente.
Eu desejo que todos nós nos encontremos nos nossos próximos eventos da nossa Associação Brasileira de Tornozelo e Pé.
www.abtpe.org.br
Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013
11
Obituário
Prof. Dr. Hilário Maldonado
N
ascido em Pederneiras em 01 de maio de 1928.
Faleceu em Marília, em 10 de setembro de 2013, aos 85 anos. Filho de Maximino Maldonado e Helena Copedê. Casado há 50 anos com Ida Júlia Cabrini Maldonado. Pai de Hilário Maldonado Jr. (falecido em set/2008) e Flávio Maldo nado (ortopedista).
Avô de João Victor e João Pedro.
Formado em 1954 no Curso de Medicina pela Universidade do Paraná, em Curitiba.
Em 1962 fundou, organizou e instalou o Serviço de Ortopedia e Traumatologia da Santa Casa de Misericórdia de Marília e, em 1964, o Serviço de Fisioterapia da Entidade. Anos mais tarde fundou, orga nizou e instalou os mesmos Serviços (Ortopedia e Traumatologia / Fisioterapia) na FAMEMA (Unidade I - Hospital das Clínicas), no Hospital Marília (hoje Unidade II da FAMEMA – Materno-Infantil) e no Hospital São Francisco (hoje Unidade III da FAMEMA). Foi também o responsável pela funda ção, organização e instalação do Serviço de Fisioterapia da UNI MAR, um dos mais completos Serviços no interior do Estado.
Em 1967, quando da instalação da FAMEMA, foi professor assis tente de Anatomia no tópico osteologia.
Foi professor no setor de Enfermagem Ortopédica na Escola de Enfermagem da Santa Casa, sendo patrono e paraninfo de turmas.
Em 1968, organizou e presidiu a 7ª Jornada de Ortopedia e Trau matologia do Estado de São Paulo no Tênis Clube de Marília.
Em 1969 passou seis meses em Florença (Itália) em curso na Clínica Ortopédica dell’Universitá e, logo após, retornou à Itália para mais dois meses de Curso de Cirurgia Ortopédica no Ins tituto Risolli de Ortopedia, na cidade de Bologna.
Recebe o título de Doutor em Ortopedia e Traumatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1972, com o tema “Fratura Supracondiliana do Úmero na Criança – Estudo de 600 Casos” (tese com maior casuística MUNDIAL so bre Fratura Supracondiliana, até hoje).
Em 1974 recebe o parecer do Conselho Estadual de Educação e toma posse da Cadeira de Clínica Cirúrgica do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina de Marília, como Profes sor Titular.
Em 1979, organizou e presidiu a 2ª Jornada Brasileira de Medi cina e Cirurgia do Pé, tendo como convidado o Presidente da Sociedade Internacional de Medicina e Cirurgia do Pé.
Como tesoureiro, integrando a diretoria da Associação Médica de Marília (AMM), ajudou a construir e instalar a atual sede da Associação Paulista de Medicina de Marília (APM).
Em 1995 recebeu da Câmara Municipal de Marília o título de Casa de Marília.
Cidadão Mariliense pelos relevantes serviços prestados à comunidade.
Foi membro de diversas sociedades médicas e científicas nacionais e inter nacionais.
Participou de centenas de congressos, simpósios, jornadas, encontros e cursos, entre eles, em 1990, curso com o Prof. Dr. Ilizarov em Kurgan (Sibéria), Rússia.
Em 1996, durante a realização do Con gresso Nacional da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, em ceri mônia no Teatro Guaíra de Curitiba, foi homenageado como “Modelo Ideal de Congressista”, um exemplo a ser seguido pelos jovens médicos: quando não estava na tribuna apresentando seus trabalhos, estava sentado nas três primeiras fileiras da plateia, aprendendo e participando.
Em seus 59 anos de profissão atendeu, em sua clínica particu lar, cerca de 60.000 pacientes, além de outros milhares atendi dos gratuitamente no Ambulatório de Ortopedia da Santa Por ocasião de seu retorno da Itália, em 1969, foi homenageado com um belo poema, escrito pelo saudoso Dr. Romeu Ferraz, a pedido dos estudantes da Faculdade de Medicina de Marília:
Volta ao Lar – Dr. Hilário Maldonado Abrem-se flores de manhã mais belas!
Parece que há bandeiras nas janelas...
Hoje que voltas ao Torrão glorioso, Toda a cidade amanheceu festiva.
Foste colega bom, bom pai e esposo, E o povo quer que teu renome viva!
Lições ouviste na imortal Florença, Seja bendito o cérebro que pensa!
Estudando a “coluna vertebral” Voltas modesto à vida de hospital.
Anotaste as lições como o estudante E vens do Velho Mundo triunfante!
Herói que enfrenta sem temor a lida!
Tua saudade foi demais sentida Da Ortopedia professor emérito, Aceita nossas flores! Honra ao mérito.
Salve Hilário, cientistabenfeitor Que atende aos pobrezinhos por amor!
Dr. Romeu Ferraz
12 Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013 &
(11) 3082 6919 • 3082 2518
www.abtpe.org.br
Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013
13
Dicas de Leitura
Diogo Muniz de Albuquerque
Cuiabá / MT
Common pitfalls in syndesmotic rupture management: a clini cal audit
Symeonidis PD, Iselin LD, Chehade M, Stavrou P Foot Ankle Int. 2013 Mar; 34(3): 345-50
Lesões da sindesmose podem ocorrer em até 11 % de todas as lesões no tornozelo. Este é um estudo retrospectivo de todas as fraturas do tornozelo operadas em um centro de trauma nível 1 ao longo de um período de sete anos. Setenta rupturas da sindesmo se foram operadas durante o período do estudo. Houve 19 reope rações não planejadas. As três razões para reoperação identificadas foram a falta em diagnosticar a lesão sindesmótica (9/19, 47%), a incapacidade de conseguir uma redução anatômica (6/19, 31%) e a perda de redução devido à falha de fixação (4/19, 21%). O tipo de fixação não se correlacionou com a taxa de falha, nem a expe riência do cirurgião, o gênero ou a idade do paciente. A taxa de reoperação para fixação da sindesmose pode ser maior do que se pensava anteriormente. A fim de reduzir as armadilhas em seu tra tamento os autores enfatizam a importância de três pontos críticos na gestão dessas lesões: suspeitar da lesão, documentar a estabili dade da sindesmose e reduzir a fíbula anatomicamente.
Comparison of lateral opening wedge calcaneal osteotomy and medial calcaneal sliding-opening wedge cuboid-closing wedge cuneiform osteotomy for correction of planovalgus foot deformity in children
Kim JR, Shin SJ, Wang SI, Kang SM J Foot Ankle Surg. 2013 Mar-Apr; 52(2): 162-6
Este estudo compara os resultados clínicos e radiográficos entre dois procedimentos, osteotomia de abertura lateral em cunha do calcâneo (LCL) e osteotomia medial do calcâneo em cunha desli zante de abertura associada a osteotomia em cunha de abertura do cubóide e de fechamento do cuneiforme (3C) em pacientes com pé plano-valgo. Os dois procedimentos utilizados no presen te estudo foram indicados em crianças sintomáticas (dor ou ca los) nos quais o tratamento conservador (modificações no sapato ou órteses) foi aplicado por mais de um ano e não foi efetivo. Os resultados clínicos não foram significativamente diferentes entre os dois grupos nas deformidade leve a moderada. No entanto, os resultados clínicos foram melhores no grupo 3C do que no grupo LCL nas deformidades graves. Não foram observadas diferenças significativas entre os dois grupos em termos de intervalo para a união e cuidados pós-operatórios. O artigo mostra superioridade da técnica 3C em relação a LCL para a correção de pé plano valgo em crianças, especialmente nas deformidades graves.
Entrapped Posteromedial Structures in Pilon Fractures
Eastman JG, Firoozabadi R, Benirschke SK, Barei DP , Dunbar RP J Orthop Trauma 2013 Dez
Através da análise de uma coorte retrospectiva com 394 pacientes com 420 fraturas de pilão tratadas entre janeiro de 2005 a novem bro de 2011 os autores relataram a incidência de estruturas de teci dos moles posteromediais interpostos. Radiografias pré-operatórias de cada paciente e imagens de tomografia computadorizada (TC) foram revisadas. Quarenta pacientes com 40 fraturas (9,5%) tinham uma estrutura posteromedial aprisionada. O tendão tibial posterior estava interposto em 38/40 fraturas (95%) e o feixe neurovascular tibial posterior em 4/40 fraturas (10%). Déficit neurológico pré-ope ratório foi descrito em 5/40 pacientes (12%). Os autores se preocu pam em ressaltar que a presença de uma estrutura interposta pode resultar em falha na redução da fratura, função do tendão prejudi cada, lesão neurovascular e necessidade de uma nova cirurgia.
Outcomes and safety of endoscopic tarsal tunnel decompression: a systematic review
Gkotsoulias EN, Simonson DC, Roukis TS Foot Ankle Spec. 2014 Feb; 7(1): 57-60
Os autores realizaram revisão sistemática dos bancos de dados eletrônicos e outras fontes relevantes para identificar o material a respeito da segurança de descompressão endoscópica do tú nel do tarso. Apenas artigos que incluíam informação clara sobre a segurança de descompressão endoscópica do túnel do tarso com um follow-up de ao menos doze meses foram incluídos. Três estudos foram identificados envolvendo 37 pés, com um pon derado médio de acompanhamento de 27 meses. Não houve complicações permanentes relacionados com a lesão iatrogêni ca do nervo, infecção profunda, ou problemas de cicatrização de feridas documentadas, apesar de iniciar a deambulação dentro de uma semana da cirurgia. A descompressão endoscópica do túnel do tarso parece ser um procedimento seguro, com baixa taxa de recidiva ou falha e permite deambulação muito precoce.
Percutaneous distal osteotomy of the fifth metatarsal for correction of bunionette
Magnan B, Samaila E, Merlini M, Bondi M, Mezzari S, Bartolozzi P J Bone Joint Surg Am. 2011 Nov 16; 93(22): 2116-22
O objetivo deste estudo foi avaliar os resultados da osteotomia percutânea subcapital do quinto metatarsal no tratamento da bunionete e varo do quinto dedo em pacientes com um des vio em valgo do quinto metatarsal. De 1996 a 2006, trinta oste otomias distais percutâneas consecutivas do quinto metatarsal foram realizadas em vinte e um pacientes para o tratamento de uma proeminência dolorosa da cabeça do quinto metatarsal. Os pacientes foram avaliados uma média de 96 meses com um pro tocolo clínico e radiográfico que fez uso da American Orthopae dic Foot & Ankle Society Lesser Scale. Os resultados clínicos são comparáveis com os relatados com técnicas abertas tradicionais, com as vantagens de um procedimento cirúrgico minimamente invasivo e com redução do risco de complicações.
Reconstruction of Lisfranc joint dislocations secondary to Charcot neuroarthropathy using a plantar plate
J Foot Ankle Surg. 2013 May-Jun; 52(3): 295-7 Garchar D, DiDomenico LA, Klaue K
A luxação da articulação de Lisfranc secundária a artropatia de Charcot é uma condição debilitante que muitas vezes leva à ulce ração e infecção. Após a falha do tratamento conservador (com órtese e sapato apropriado) a única opção pode ser a amputação. No entanto, tem sido visto bons resultados clínicos da aplicação de uma placa plantar do lado medial do mediopé. Neste estudo retrospectivo, 24 pacientes consecutivos (25 pés) foram subme tidos a reconstrução da Lisfranc de abril de 1999 a julho de 2004. Exames clínicos e radiográficos de acompanhamento foram rea lizados a cada três semanas durante o pós-operatório. O período médio de acompanhamento foi de 38,0 meses (variação de 17 a 64). O tempo médio para a deambulação foi de 11,68 semanas (variação de 7 a 20). A consolidação e intervalo de taxas de lo comoção mostrou que uma placa aplicada no aspecto plantar e medial do mediopé permite uma construção forte e resistente para artrodese e deambulação.
14 Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013 &
(11) 3082 6919 • 3082 2518
Agenda
JANEIRO AOFAS Advanced Foot and Ankle Course Data:
16 a 18 de janeiro
Local:
La Jolla, California / EUA
Site:
www.aofas.org
FEVEREIRO Cadaver Lab - Grupo do Pé IOT-HC-FMUSP Data:
14 e 15 de fevereiro
Local:
São Paulo / SP
Informações:
Claudia Marques, cel (11) 98786-2913
MARÇO AAOS Meeting – AOFAS Specialty Day Data:
15 de março
Local:
New Orleans, Lousiana / EUA
Site:
www.aofas.org
2º Curso Argentino-Brasileiro MIS Cirurgia Percutânea Data:
19 a 22 de março
Local:
Mendoza / Argentina
Informações:
ABRIL 16th EFAS Instructional Course Data:
10 e 11 de abril
Local:
Poznan / Polônia
Site:
www.efas.co.uk
JULHO 3º Curso Argentino-Brasileiro MIS Cirurgia Percutânea Data:
9 a11 de julho
Local:
Mendoza / Argentina
Informações:
AGOSTO XII Curso Avançado Pé e Tornozelo da Santa Casa Data:
15 e 16 de agosto
Local:
São Paulo / SP
Informações:
SETEMBRO IFFAS 5th Triennial Meeting Data:
19 a 21 de setembro
Local:
Chicago, Illinois / EUA
Site:
www.iffas.org
AOFAS Annual Meeting – AOFAS 45th Anniversary Data:
21 a 23 de setembro
Local:
Chicago, Illinois / EUA
Site:
www.aofas.org
OUTUBRO 10th EFAS International Congress Data:
16 a 18 de outubro
Local:
Barcelona / Espanha
Site:
www.effas.co.uk
NOVEMBRO 46º CBOT e XXVI SICOT Data:
19 a 22 de novembro
Local:
Centro de Convenções Sulamérica – Rio de Janeiro / RJ
Site:
www.cbotadm.com.br
2014
www.abtpe.org.br
Presidente
Augusto César Monteiro (SP)
Vice-Presidente
José Vicente Pansini (PR)
1º Secretário
Marco Túlio Costa (SP)
2º Secretário
Ricardo Malaquias de Miranda (MG)
1º Tesoureiro
João de Carvalho Neto (SP)
2º Tesoureiro
Edegmar Nunes Costa (GO)
Dir. Educação Continuada
Jorge Mitsuo Mizusaki (SP)
Dir. Ensino e Treinamento
Ricardo Cardenuto Ferreira (SP)
Dir. Ética e Defesa Profissional
Augusto Braga dos Santos (GO)
Conselho Fiscal Membros Titulares:
Nelson Astur Filho (SP) Luiz Eduardo Cardoso Amorim (RJ) Marcos de Andrade Corsato (SP)
Membros Suplentes:
Antero Tavares Cordeiro Neto (BA) Alexandre Leme Godoy dos Santos (SP) Marcelo Pires Prado (SP)
Regionais
Bahia:
Ivo Tetsuya Kitaoka (BA)
Brasil Central:
Alexandre Daher Albieri (GO)
Espírito Santo:
Roberto Casotti Lóra (ES)
Minas Gerais:
Antônio César Mezêncio da Silveira (MG)
Nordeste:
Ângelo Cortês de Oliveira (PE)
Norte:
Fábio Santana de Oliveira (PA)
Paraná:
Yugo William Sakamoto (PR)
Rio de Janeiro:
Carlos Alfredo Lobo Jasmin (RJ)
Rio Grande do Sul:
Rafael Duvélius Ott (RS)
Santa Catarina:
Renan Gallas Mombach (SC)
São Paulo:
Alfonso Apostólico Netto (SP)
COMISSÃO SOCIAL
- Luiz Carlos Ribeiro Lara (SP) - Antonio Augusto Couto de Magalhães (SP) - Eduardo Melo de Castro Moreira (SP)
COMISSÃO INFORMÁTICA
- Júlio César Falaschi Costa (MG) - Rafael Trevisan Ortiz (SP) - Antônio Francisco Ruaro (PR)
COMISSÃO ESPECIAL DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS
- Osny Salomão - Antônio Egydio de Carvalho Jr.
- José Antônio Veiga Sanhudo
Editor do Boletim
Rafael Trevisan Ortiz
ABTPé
- R. São Benedito, 1050 - Alto da Boa Vista - Santo Amaro - Cep 04735-002 S. Paulo - SP - Brasil - (11) 3082-2518 - 3082-6919 - E-mail: [email protected] www.abtpe.org.br
Diagramação :
J. Renato Autilio / Edson Luiz
Tiragem:
10.000 exemplares
Periodicidade:
trimestral Os artigos assinados podem não refletir a opinião da ABTPé e são de responsabi lidade exclusiva de seus autores.
Boletim da ABTPé
Ano 18 • nº 70 • out/nov/dez - 2013
15