FORMAÇÃO DE CATEQUISTAS 3.º Encontro paroquial

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Transcript FORMAÇÃO DE CATEQUISTAS 3.º Encontro paroquial

FORMAÇÃO DE CATEQUISTAS
3.º Encontro paroquial
O catecumenado, a catequese, as festas e
celebrações da catequese
7/abril/2014
No último encontro, falámos das tarefas da catequese:
•
•
•
•
•
Iniciar e favorecer o conhecimento da fé;
Iniciar na participação litúrgica;
Iniciar na vida nova (formação moral);
Iniciar para a vida comunitária;
Iniciar para a Missão.
Neste encontro, pretendemos ficar a conhecer o
processo da Iniciação Cristã, na Igreja antiga e a proposta
do Ritual da Iniciação Cristã de Adultos (RICA), que deve
inspirar a nossa Catequese.
Introdução
•
•
•
•
Catecúmeno
Catecumenado
Catequese
Catequizar
• Do grego “Kat-eco”
(fazer eco, instruir por palavras)
• Do latim “catechumenus”
•
Catequese – escutar / dar ouvidos
Um CRISTÃO não nasce, faz-se.
Séc. I – Anúncio – conversão – Batismo
Pós Batismo – catequese dos Apóstolos
Séc. II – A Igreja começa a fazer preparação para o Batismo – muito simples
Séc. III – A Igreja organiza um processo para dar seriedade à Iniciação Cristã
CATECUMENADO / CATECUMENATO
CATECUMENADO




CARACTERÍSTICAS
Fazer caminho em grupo
Participação da comunidade
Reuniões de catequese e oração
Gestos simbólicos rituais:
• Exorcismos
• Escrutínios
• Entregas simbólicas:
» Evangelhos
» Símbolo da Fé
» Pai Nosso
ETAPAS
«petentes» ou «competentes»
«electi» ou «eleitos» - catecúmenos
«iluminate», iluminados ou «neófitos»
Na Vigília Pascal, celebravam os 3
Sacramentos de Iniciação – Batismo,
Confirmação e Eucaristia
Fontes: livros com referências dos Padres da Igreja;
Escritos de Hipólito (séc. III)
Séc. IV – Generalização do Batismo nas crianças – Testemunhos no NT
responsabilidade dos pais, padrinhos, avós,…
No séc. V, praticamente, desaparece o Catecumenado
Volta nas MISSÕES
Em 1962, o Papa João XXIII restabelece o catecumenado com 7 etapas
Concílio Vaticano II (SC) – Reforma completa do Ritual
Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos (RICA: 1972) – quatro etapas:
Pré-catecumenado
Catecumenado
Eleição
Mistagogia
1. A Iniciação Cristã dos Adultos
REALIDADE ATUAL
 Menos batizados
 Menor participação na Eucaristia
 Celebração do Crisma – muito
residual
CATEQUESE
- aquisição de competências;
- assimilação dos valores evangélicos;
- prática de virtudes na vida pessoal,
familiar e social;
- momentos de oração com a aproximação
 Iniciação Cristã – não pode ser
um processo ritual
a Cristo;
- vida de missão na comunidade e no
mundo
Conclusão: FORMAÇÃO CRISTÃ PERMANENTE
2. A Iniciação Cristã, segundo o CIC (1229-1233)
Modelo generalizado
Batismo – 1.ª infância
Eucaristia – 3.º ano Cat. (8/9 anos)
Crisma – 10.º ano cat. (16 anos)
Modelo normal / típico (RICA)
Os 3 sacramentos de Iniciação celebrados na Vigília Pascal
O Ritual do batismo de crianças – 1969, inspirado no
RICA, que só entrou em vigor em 1972
3. A urgência da Iniciação Cristã no Magistério Universal
e da Igreja em Portugal
13 de maio de 1983 – após a visita de João Paulo II
Mais tarde – implementação do RICA
Bento XVI – 2010
Dois modelos – You Cat (n.º 197)
“É cada vez menos realista dar por suposto que a fé existe”
Batismo de crianças
pais crentes
1.º anúncio
pastoral global
“Para a validade do Batismo, os próprios sujeitos do batismo têm de ser
crentes convictos e convertidos e, para que a celebração seja lícita, têm de ter
percorrido o caminho da Iniciação Cristã, começando com o catecumenado.
Em tempos de cristandade podia ter-se a ilusão de que já se nascia cristão.”
4. Apresentação do Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos - RICA
6 capítulos:
I – Ritual do catecumenado em vários degraus;
II – Ritual simplificado da Iniciação dos Adultos;
III – Ritual breve da Iniciação de um adulto em perigo próximo ou em artigo
de morte;
IV – Preparação para a Confirmação e para a Eucaristia dos adultos que,
batizados em criança, não receberam a catequese;
V – Ritual da Iniciação das crianças em idade de catequese;
VI – Textos vários para a celebração da Iniciação Cristã dos adultos.
Apêndice: Rito da admissão na plena comunhão da Igreja Católica de alguém
já validamente batizado;
• Preliminares gerais da Iniciação Cristã;
• Preliminares específicos
FINALIDADES
Maturação do sentido de Igreja, da
penitência, oração e espiritualidade
cristã
DURAÇÃO

Testemunho eclesial
Acolhimento
Encontros de Grupo
Oração
Adesão ao Kerygma
NOME


1ª evangelização
(Kerygna)
Conversão Inicial
Conhecimento dos rudimentos da
fé


Participação nas
celebrações previstas

Aprofundamento do
mistério da salvação
Conversão moral
Colaboração na
Evangelização


Ilimitada
De um a mais anos
Pré-Catecúmenos
Simpatizantes
Catecúmenos
Entrega dos Evangelhos
Rito de
Admissão ao
Catecumenado
Celebrações da Palavra
Exorcismos
Bênçãos
3º
DEGRA
U
2º
DEGRA
U


Catequese integral
Mudança de mentalidades e
costumes
Profissão de fé e
testemunho
Intervenção dos vários
ministros
PURIFICAÇÃO
E ILUMINAÇÃO
4º TEMPO
MISTAGOGIA

Preparação mais intensa
Retiro


Testemunho dos fiéis
sobre os catecúmenos

Participação nas
celebrações previstas

Incentivar o desejo de
um mais pleno encontro
com Cristo, já
experimentado como
Dador de água viva, Luz
do Mundo e
Ressurreição;

Rito do Acolhimento
CELEBRAÇÕES
CATECUMENADO
3º TEMPO
I
Domingo
Quaresma
Iniciação Sacramental




2º TEMPO
Eleição
Inscrição do nome
INTERVENÇÃO DA
COMUNIDADE
TRAÇOS DOMINANTES



1º
DEGRA
U
PRÉ-CATECUMENADO
Entrada no Catecumenado
Tempos
e
Degraus
1º TEMPO

Testemunho de
fraternidade
Participação nas
celebrações previstas

Assimilação da
iniciação recebida

Plena inserção na
comunidade dos fiéis
Adesão plena à Igreja
Quaresma
Vigília Pascal
Eleitos
Rito de
Eleição

Aprofundamento da
experiência dos
sacramentos
celebrados
Participação nas
celebrações previstas
Escrutínios
Tradições:
- Entrega do Símbolo (Credo)
- Entrega do Pai-Nosso
Ritos imediatamente
preparatórios
Tempo Pascal
Neófitos
Celebração do
Baptismo,
Confirmação e
Eucaristia
Missas para os neófitos
Celebração do Aniversário da
Iniciação com o Bispo
5. Os quatro tempos
Pré-catecumenado – 1.º anúncio / evangelização / conversão
Catecumenado – catequese integral (celebrações) – EVANGELHOS
Purificação e iluminação (Quaresma) – CREDO; PAI NOSSO
Mistagogia – Sacramentos; ingresso na comunidade
Entre estes tempos, há os degraus ou etapas:
1.º - Rito de admissão ao catecumenado
2.º - Rito de eleição
3.º - Celebração dos Sacramentos de Iniciação (Vigília Pascal)
Conclusão:
Caráter processual, gradual, um itinerário/percurso (e não um curso)
Caráter eclesial/comunitário
Caráter pascal
6. O caminho batismal da Quaresma (Ano A)
1.º domingo – Tentações – renúncia, adesão a Jesus Cristo
Rito da eleição e inscrição do nome
2.º domingo – Transfiguração – batismo como transformação, sacramento da
fé e filiação divina/veste branca – luz
3.º domingo – Samaritana – batismo como mergulho, sacramento da
purificação e conversão / água viva que sacia
1.º Escrutínio – entrega do Credo
4.º domingo – Cego – batismo como sacramento de iluminação, luz /
chamamento
2.º Escrutínio
5.º domingo – Lázaro – batismo como sacramento de regeneração, morte e
ressurreição / mistério pascal
3.º Escrutínio – entrega do Pai Nosso
Na nossa Paróquia
Há 3 anos… Este ano…
1.º domingo – Receção; signação – Evangelhos
2.º domingo – Rito da eleição / inscrição do nome
3.º domingo – 1.º Escrutínio – perguntas/avaliação/exame pessoal – Pai Nosso
4.º domingo – 2.º Escrutínio – CREDO
5.º domingo – 3.º Escrutínio – Redição do Credo / Rito do Effathá / Unção com
óleo dos Catecúmenos
7. O catecumenado batismal – modelo inspirador da sua ação
catequizadora (DGC 89/91)
Sínodo dos Bispos, 1977
“o modelo de toda a catequese é o catecumenado batismal”
Catequese, um processo de iniciação cristã integral
Catequese pré-batismal (catecúmenos) – catequese bíblica, doutrinal, centrada
na História da Salvação, preparação para o Batismo, explicação do Símbolo da
Fé (Credo) e do Pai Nosso, Sacramentos de Iniciação, integração na Comunidade
Catequese pós-batismal (catequizandos) – filhos de Deus, conversão,
desenvolvendo a força do Batismo, Cristocêntrica
Catequese pós-batismal
Função de Iniciação – importância do 1.º anúncio; a catequese e os
sacramentos – Batismo, Confirmação, Eucaristia
A pastoral de iniciação cristã é vital para toda a Igreja particular
A importância da Comunidade – responsabilidade de toda a comunidade, não
apenas dos catequistas e sacerdotes. Os padrinhos
A consciência da maternidade espiritual da Igreja na educação da fé
O caráter pascal – o mistério da Páscoa de Cristo no centro de todo o
catecumenado batismal
A Vigília Pascal, centro da liturgia cristã, inspiração para toda a catequese
Intensidade, Integralidade, Gradualidade – processo formativo e escola de fé,
com etapas definidas, ritos, símbolos e sinais bíblicos e litúrgicos
A intensidade, a integralidade da formação e o seu caráter gradual
8. Celebrações e festas da Catequese: de inspiração catecumenal
Batismo – crianças – processo compactado – precisa de “catecumenado pósbatismal”
Catequese da infância e adolescência
“Não se trata apenas da necessidade de uma instrução posterior ao Batismo,
mas do desenvolvimento necessário da graça batismal no crescimento da
pessoa. É o espaço próprio da catequese.” (CIC, 1231)
“O objetivo da catequese, das crianças batizadas, é fazer descobrir e viver as
imensas riquezas do Batismo já recebido.” DGC (1977)
8. Celebrações e festas da Catequese: de inspiração catecumenal
Festas “Sacramento” – Perdão, Eucaristia e Confirmação
Festas Sacramentais – Pai Nosso, Palavra
Festas compromisso – Palavra, Credo, Vida e Envio
Celebrações não litúrgicas baseadas na “traditio”, do antigo itinerário
catecumenal
A festa do Pai Nosso – entrega do Pai Nosso
A entrega do Novo Testamento ou da Bíblia e a Festa da Palavra – entrega
dos Evangelhos no início do Catecumenado
A entrega do Credo e a Profissão de Fé – entrega do símbolo da fé, na
Quaresma
A “traditio” realizava-se em comunidade, com a presença do Bispo, que
entregava a oração e depois tinham que a recitar de cor
Resumindo
O que deve inspirar a nossa catequese:
•
•
•
•
•
A importância fundamental da função da iniciação;
A responsabilidade de toda a comunidade cristã;
O seu caráter pascal;
A intensidade e a integralidade da formação;
O seu caráter gradual, com etapas definidas.
9. Uma proposta pastoral – Pe. Dr. João Peixoto
Como tornar operacional e operativa esta proposta de toda a Igreja e para
toda a Igreja? (com base no RICA)
-
Um verdadeiro itinerário diocesano (competência do Bispo)
Estabelecer normas adequadas e operacionais
Centro Catecumenal Diocesano, com assistente diocesano e assessores
Centros Catecumenais de base – centros vicariais, intervicariais,
interparoquiais
Centros paroquiais, com um assistente e catequistas para a missão
Comunidades de origem – celebrações do itinerário da Iniciação
Ligação ao Bispo, nas etapas da Eleição e dos Sacramentos Pascais
-
As crianças não estarão dependentes destes Centros Catecumenais
Temas de reflexão
1. Há, nos catequistas, a consciência, de que toda a catequese está ao serviço
desta iniciação cristã, isto é, de que a catequese está ao serviço desta gradual e
global integração do catequizando, no mistério de Cristo e da sua Igreja?
2. Esta iniciação cristã, que a catequese deve proporcionar, tem implicada a
comunidade, é progressiva, tem um caráter pascal? Estas caraterísticas inspiram o
nosso modo de organizar e fazer catequese?
3. A entrega do Pai-Nosso e do Símbolo da Fé fazem parte do tempo quaresmal da
purificação e iluminação. Também na Catequese temos estas Festas. Perguntemonos: estas festas são percecionadas e valorizadas, pelos catequistas, pelos pais,
pelas crianças, como um “passo”, uma “marca” que define o cristão, quanto à sua
fé rezada e à sua fé professada? As nossas festas e celebrações da Catequese
ajudam a aprofundar a consciência e as consequências do Batismo? O que
poderíamos fazer para acentuar essa dimensão batismal?
4. Que “acompanhamento” é dado às crianças, não batizadas, e que se propõem
ao Batismo e à Eucaristia? Estamos a pôr em prática as sugestões do RICA?