SEMIO Neurolgica III – APOSTILA – Nicandro
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Transcript SEMIO Neurolgica III – APOSTILA – Nicandro
SEMIOLOGIA
NEUROLÓGICA III
Nicandro Figueiredo
Neurocirurgia
INTRODUÇÃO
Objetivos
Proporcionar conhecimentos fundamentais da
neurociência aplicados à prática médica
Estudar a correlação semiológica com aplicação direta
Semiologia, neuroanatomia, neurofisiologia, imaginologia, clínica
médica, clínica cirúrgica, urgência
Ensinar o exame neurológico básico para o médico
generalista
Propiciar o atendimento ambulatorial dos pacientes com
acometimento neurológico
Estimular o estudo contínuo e a pesquisa
Metodologia – semiologia neurológica
Aulas teóricas (6as. feiras e/ou sábados)
Sala de aula com recursos audiovisuais
Aulas práticas (6as. feiras e/ou sábados)
Professores
Acadêmicos (sub-grupos)
Laboratório de habilidades
Neurologia e neurocirurgia geral
• Prof Alexandre Serra
Neurocirurgia da coluna, medula e nervos espinais
• Prof Nicandro Figueiredo
Treinar o exame neurológico
Discutir as principais afecções neurológicas e
neurocirúrgicas
Materiais para as aulas práticas
01 martelo de reflexos;
01 oftalmoscópio para fundoscopia;
02 diapasões:
01 para teste de palestesia (128 ou 256 Hz)
01 para teste de audição (1024 Hz);
Bateria de odores com 03 recipientes pequenos:
01 contendo café;
01 contendo canela;
01 contendo tabaco;
01 fita métrica;
01 mini-lanterna para exame do reflexo pupilar e cavidade oral;
01 pacote com algodão para teste de sensibilidade;
01 caixa de palito de dentes para teste de sensibilidade;
01 estetoscópio (ausculta das carótidas, entre outras)
01 esfigmomanômetro;
01 pacote com espátulas descartáveis para exame da cavidade oral;
01 jaleco para uso médico-hospitalar;
PROVAS
AULAS
CIRURGIA
PESQUISA
PRÁTICA CLÍNICA
AVALIAÇÕES
Semiologia neurológica
Parte da semiologia geral
Avaliações mistas
1. Teórica
2. Prática (prova oral e/ou conceito)
AVALIAÇÃO TEÓRICA
Prova teórica
Preferência pelas questões semiológicas e
de correlação anatomo-clínica
Temas discutidos na disciplina, nas
atividades práticas, e indicados nas
principais referências
Predominantemente objetiva
Questões de múltipla escolha (5 opções)
AVALIAÇÃO PRÁTICA
Conceito
Conceito da atividade prática
Avaliação subjetiva diária
Ficha de avaliação da semiologia
Prova oral
Avaliação prática oral
Simulação do exame e correlações
Metodologia da prova oral
Prova sucinta
Duração aproximada = 5 minutos
Baseada no tema discutido nas aulas
Nota de 0 a 10
O examinador pergunta por exemplo:
1) Demonstre como se avalia o reflexo patelar.
2) Qual a via neural deste reflexo?
3) Caso o paciente apresente sequela de uma lesão
extensa em hemisfério cerebral D, como estaria
este reflexo? Explique.
Bibliografia básica
Campbell, W. DeJong, o exame neurológico. 6ª. ed., GK, 2007.
Porto, C. Semiologia médica. 5ª. ed., GK, 2004.
Bibliografia complementar
An, H. Essentials of spine. T, 2008.
Rowland, L. Merrit, tratado de neurologia. 10 ª ed., GK, 2002.
Henriques, F. G. Fundamentos de neurologia para o clínico geral.
FHDF, 1984.
Fuller, G. Neurological examination made easy. 2ª. ed., LW&W, 1999.
Carpenter, M: Neuroanatomy. 4ª. ed., LW&W, 1995.
Mummaneni, P.; Lenke, L.; Haid, R. Spinal deformity. QMP, 2008.
Apostilas e textos disponíveis em arquivo
Material complementar digital
História
Exame
neurológico
Exames
complementares
Termos em neurociência
MOTRICIDADE
Graduação
Paralisia parcial = paresia
Paralisia total = plegia
Localização do déficit
Mono = 1 membro
Para = mmii
Di = 2 partes simétricas bilaterais
Tri = 3 membros
Tetra = 4 membros
Hemi = hemicorpo
Completa = + face
Incompleta = poupa a face
Termos em neurociência
SENSIBILIDADE
Graduação
redução = hipoestesia (ou hipestesia)
aumento = hiperestesia
ausência = anestesia
Analgesia
Termanestesia
Topoanestesia
Estereoanestesia
alteração espontânea (sensação anormal) =
parestesia
alteração provocada (perversão da interpretação)
= disestesia
Localização
território radicular ou neural
segmento ou região
nível sensitivo
SISTEMA
MOTOR
Nicandro Figueiredo
Neurocirurgia
SISTEMA MOTOR
Níveis da atividade motora
Unidade motora
Neurônio motor inferior (via final comum)
Neurônio motor ά na medula e tronco encefálico
Segmentar
Medula espinal e tronco encefálico
Medeia reflexos simples
Recebe influência de diversos sistemas supra-segmentares descendentes
Subcortical
Cerebelo
Núcleos da base
Extra-piramidal
Cortical
Área motora 2ária
Área motora 1ária
Corticospinal (piramidal) e cortico-bulbar
CONTROLE DA MOTRICIDADE
Córtex cerebral
Envia impulsos aos centros inferiores
Ativam padrões de função armazenados no
tronco, núcleos da base, cerebelo e medula
• Controle muscular
Envia impulsos diretos
Neurônio motor da medula
• Controle de movimentos finos e precisos das mãos e dedos
Área motora 1ária
Giro pré-central
Origina o trato corticospinal e nuclear
Destruição
Paralisia CL
Estimulação
Contrações musculares CL
Córtex pré-motor
Área para habilidades manuais
Á frente da área motora das mãos e dedos
Destruição
• Apraxia motora das mãos
Área de rotação da cabeça
Movimentos associados aos oculares
Centro oculógiro frontal
Giro frontal médio (próximo à área motora
para a face)
Destruição
Desvio dos olhos HL à lesão
Estimulação
Desvio dos olhos CL à lesão
E
D
III
VI
VIA PIRAMIDAL
Trato corticospinal - TCS
Origem: córtex cerebral
Área motora 1ária, 2ária, e lobo parietal
Término: neurônios internunciais ou
motores alfa
Função: movimentos voluntários, rápidos,
dependentes de habilidade
Trato corticospinal
Córtex cerebral
coroa radiada
cápsula interna (post.)
pedúnculos cerebrais
ponte
pirâmide
medula
EXTRA-PIRAMIDAIS
Rubro
Reticulo
Teto
Vestibulospinal
Origem
Tronco encefálico
Função
Mais relacionados a
movimentos automáticos,
tônus e postura
EXTRA-PIRAMIDAIS
Trato rubrospinal
Via
N. rubro ► neurônios motores
Função
Facilitação da atividade
muscular (flexora)
Atua em conjunto com o
sistema lateral da medula (TCS
e TRS)
• Motricidade voluntária (discreta
e grosseira)
EXTRA-PIRAMIDAIS
Trato reticulospinal
Via
Formação reticular
►neurônios motores
Função
Sistema reticular pontino
• Envia sinais excitatórios para
a medula
Sistema reticular bulbar
• Envia sinais inibitórios para a
medula
Influencia os movimentos
voluntários e reflexos; e
fibras que descem para o
SNA
EXTRA-PIRAMIDAIS
Trato tetospinal
Via
Colículo sup. ►
neurônios motores (C)
Função
Movimentos reflexos
de movimentação da
cabeça em resposta à
estímulos visuais
EXTRA-PIRAMIDAIS
Trato vestibulospinal
Via
N. vestibulares ► neurônios motores
Função
Envia sinais excitatórios para a medula
Facilitação da atividade muscular (extensora ou
anti-gravitária)
• Manutenção do equilíbrio
Fisiologia da espasticidade
Modelo experimental de rigidez
Animal descerebrado por secção no mesencéfalo
Preserva
Sistema reticular da ponte
Envia sinais excitatórios à medula
Sistema vestibular
Envia sinais excitatórios à medula (atividade extensora)
Compromete
Via de estimulação do sistema reticular bulbar proveniente
do córtex, n. rubro e n. da base
Reduz o envio de sinais inibitórios à medula
Sistema lateral da medula
TCS
• Paralisia CL
Trato rubrospinal
• Reduz o envio de sinais excitatórios flexores à medula
Paralisia espástica CL em extensão
Córtex motor
N. Base
N. rubro
Influência
sobre a
medula
Excitatória
Inibitória
N. reticular
pontino
N. Vestibular
N. reticular
bulbar
Medula
POSTURA DE DESCEREBRAÇÃO
Postura anormal associada com lesões do tronco encefálico (entre os núcleos rubros e
vestibulares). Os reflexos extensores são exagerados levando à extensão rígida dos membros
acompanhada de hiperreflexia e opistotono
EXAME DO SISTEMA MOTOR
Avaliação do sistema motor
Força e potência motora
Tono muscular
Volume e contorno dos músculos
Movimentos anormais
Coordenação
EXAME DA MOTRICIDADE
Graduação da paralisia
Paralisia parcial = paresia
Paralisia total = plegia
Escala de força muscular (Medical Research Council)
0
nenhuma contração
1
traço de contração
2
movimento sem vencer a gravidade
3
movimento contra a gravidade
4 -
movimento contra a gravidade e resistência ligeira
4
movimento contra a gravidade e resistência moderada
4 +
movimento contra a gravidade e resistência forte
5
força normal
EXAME DA MOTRICIDADE
Localização do déficit
Mono = 1 membro
Para = mmii
Di = partes simétricas bilaterais
Tri = 3 membros
Tetra = 4 membros
Hemi = hemicorpo
Completa = + face
Incompleta = poupa a face
Miótomos
C5 ► abdução ombro
C6 ► extensão punho
C7 ► extensão cotovelo
C8 ► flexão 5o. dedo
T1 ► abdução 5o. dedo
L2 ► flexão quadril
L3-4 ► extensão joelho
L4 ► dorsoflexão pé
L5 ► extensão hálux
S1 ► plantoflexão pé
MOTRICIDADE
Músculo – segmento medular/raiz neural
Mmss
Deltóide (C5)
Bíceps (C5-6)
Extensão do punho (C7)
Flexão do punho (C6-7)
Tríceps (C7)
Flexor longo dedos (C8)
Interósseos (C8-T1)
MOTRICIDADE
Músculo – segmento medular/raiz
neural
Mmii
Iliopsoas (L1-2)
Quadríceps (L3-4)
Tibial anterior (L4)
Extensor dedos (L5)
Flexor dedos (S1)
LESÃO PIRAMIDAL
Síndrome do neurônio motor superior
Perda do movimento voluntário especializado
Paralisia
Tende a envolver extremidades inteiras ou determinados grupos
musculares
Desorganiza os movimentos
Desinibição dos centros segmentares inferiores
Hipertonia
Reflexos
Profundos aumentados
Superficiais reduzidos
Reflexos patológicos
• Inicia com choque neural (encefálico ou medular) e evolui para
espasticidade
LESÃO PIRAMIDAL
ENCEFÁLICA
Perda do movimento voluntário especializado
Paralisia
Tende a envolver a face e as extremidades inteiras ou determinados
grupos musculares
Hemiplegia ou hemiparesia completa
Acomete a hemiface (1/2 inferior) e o hemicorpo CL
Etiologias mais comuns
Lesões focais e difusas hemisféricas
AVE
TCE
Neoplasias
• Gliomas e meningiomas
Hematoma extra-dural agudo
Hérnia
de unco
LESÃO PIRAMIDAL
Paralisia
Cabeça
Paralisia da face
Metade inferior CL
• Movimentos voluntários
• Resposta a estímulos emocionais – paralisia facial
dissociada
Fraqueza discreta da língua
Tronco
Pouca alteração
LESÃO PIRAMIDAL
Paralisia dos mmss
Preferência pelos músculos
Distais
Extensores do punho, dos dedos e do
cotovelo
Supinadores
Rotadores externos e abdutores do
ombro
LESÃO PIRAMIDAL
Paralisia dos mmii
Preferência pelos músculos
Dorsiflexores do pé e dedos
Flexores do quadril e joelho
Rotador interno do quadril
LESÃO PIRAMIDAL
Paralisia no hemicorpo
Hemiplegia espástica CL
Braço em adução
Rotação interna no ombro
Flexão e pronação do cotovelo
Flexão do punho e dos dedos
Extensão, adução e rotação externa do quadril
Extensão do joelho
Flexão plantar e inversão do pé
LESÃO PIRAMIDAL
Hemiparesia discreta
Mmss
Exame quanto a desvio pronador (Sinal de Barré dos
mmss)
Mmss estendidos para frente
• Palma da mão para cima
• Olhos fechados
• 30 segundos
Resultado
Pronação do antebraço
Flexão do cotovelo
Rotação interna do braço
LESÃO PIRAMIDAL
Hemiparesia discreta
Mmii
Exame da flexão das pernas
Paciente em decúbito dorsal com mmii
flexionados
• Calcanhar sobre o leito
Resultado
Calcanhar afetado desliza lentamente no leito
Extensão do quadril e joelho
Rotação externa e abdução do quadril
LESÃO PIRAMIDAL
Marcha hemiplégica (ceifante, helicópode)
Membro superior
Deambula com o MS fletido 90 no cotovelo
Adução do braço
Mão fechada em leve pronação
Membro inferior
Espástico
Joelho não flexiona, forçando o movimento semicircular do MI ao deambular
LESÃO PIRAMIDAL
Testes deficitários
Mingazzini para os mmss
Teste
Em pé, olhos fechados, com os mmss elevados e
estendidos por 2-3 min
Resultado
Queda lenta do membro parético
Mingazzini para os mmii
Teste
Decúbito dorsal, olhos fechados, mmii semi-fletidos e
elevados por 2-3 min
Resultado
Queda lenta do membro parético
LESÃO PIRAMIDAL
MEDULAR
Perda do movimento voluntário especializado
Paralisia
Tende a envolver as extremidades inteiras ou determinados grupos
musculares
Plegias
Acomete os membros
Etiologias mais comuns
Lesões ou compressões da medula espinal
TRM
Doenças discais degenerativas
Neoplasias
• Metástases, tumores intradurais (extra e intramedulares)
C5-T1
L1-S3
EXAME SUMÁRIO DA FUNÇÃO MEDULAR
Motricidade
Paralisia completa = plegia
Membros superiores = diplegia braquial
Membros inferiores = paraplegia
4 membros = tetraplegia
Hemicorpo = hemiplegia
Completa = + face
Paralisia parcial = paresia
Sensibilidade
Ausência = anestesia
Redução = hipoestesia
Alteração = parestesia
RELAÇÃO COM O NÍVEL DA LESÃO MEDULAR
Cervical
Alta = tetraplegia + anestesia + def. respiratória
Baixa = diparesia braquial + paraplegia + anestesia
paralisia visceral
Torácica
Alta = paraplegia + anestesia
paralisia visceral
Baixa = paraplegia + anestesia
distúrbio esfincteriano
Lombossacral
Paraparesia + anestesia
American Spinal Injury Association
Escala
de deficiência ASIA
A = ausência de função motora e sensitiva abaixo do nível
neurológico
B = há apenas função sensitiva abaixo do nível neurológico
C = há função motora abaixo do nível neurológico, sendo a
maioria dos músculos-chave com um grau < 3
D = há função motora abaixo do nível neurológico, sendo a
maioria dos músculos-chave com um grau > ou = 3
E = função motora e sensitiva normal
International standards for neurological and functional classification of SCI, 1992
SÍNDROMES MEDULARES
SÍNDROME DE SECÇÃO MEDULAR
Lesão completa
Perda imediata das funções neurológicas abaixo do nível da lesão
(choque medular)
Recuperação gradual dos reflexos e tono
Espasticidade
(hipertonia piramidal)
Reflexo bulbo-cavernoso
SÍNDROME MEDULAR ANTERIOR
Lesão da região ântero-lateral
Tratos espinotalâmicos ântero-laterais
Trato corticoespinal lateral
Território da artéria espinal anterior
SÍNDROME MEDULAR POSTERIOR
Lesão da região posterior
Fascículos do funículo posterior
Grácil e cuneiforme
Território da artéria espinal posterior
SÍNDROME DE HEMISECÇÃO MEDULAR
Lesão da metade lateral (Brown-Séquard)
Tratos espinotalâmicos ântero-laterais
Trato corticospinal lateral
Fascículo grácil e cuneiforme
SÍNDROME DE HEMISECÇÃO MEDULAR
SÍNDROME CENTRO-MEDULAR
Lesão da região central e adjacente
Parte medial dos tratos espinotalâmicos
ântero-laterais e corticoespinal lateral
Fibras que se cruzam na comissura
anterior
NEURÔNIO MOTOR INFERIOR
Perda do movimento voluntário
Paralisia
Tende a envolver grupos musculares,
neurais ou radiculares específicos
Interrompe a conexão neural do
SNC com o músculo
Lesão pode ocorrer desde a raiz anterior até
o músculo
Hipotonia
Reflexos
Profundos reduzidos
Superficiais normais ou reduzidos
ALTERAÇÕES NA FUNÇÃO MOTORA
Nível da
lesão
motora
Fraqueza
Tono
Volume
muscular
Ataxia Reflexos
profundos
Movimentos
anormais
Neurônio
motor
inferior
Focal ou
segmentar
Flácido
Atrofia
-
Reduzidos
-
Piramidal
Mono,
hemi, para
ou tetra
Espástico
N
-
Aumentados
(após a fase
de choque)
-
Rígido
N
-
Hipotônico
N
+
(distribuição
piramidal)
Extrapiramidal
Ausente ou
discreta
Cerebelar
-
N
Pendular ou
normal
-
Tremor
intencional
PARALISIA
Teste
Esforço muscular
Resistência à força do
examinador
Testes distintos para o
mesmo grupo muscular
Orgânica
Intenso, com sinais de
frustração
Uniforme
Indifere
Deixar o membro cair
Cai rapidamente
Testar movimentos dos
mmss cruzados e dedos
entrelaçados
Sinal de Hoover
(caminhada automática)
Mantém a mesma
paralisia
Tono muscular
Não orgânica
Pouco esforço, calmo
Proporcional à do
examinador, irregular
Pode demonstrar o
movimento
Ex: não faz dorsiflexão, mas
fica no calcanhar
Cai lentamente
Comete erros
Pressão descendente do Não faz a pressão no
calcanhar CL ao tentar
calcanhar CL à perna
elevar a perna fraca
“paralisada” (faz pressão na
“paralisada” ao elevar a
perna normal)
Depende do tipo de
N ou variável
paralisia
SISTEMA
SENSORIAL
Nicandro Figueiredo
Neurocirurgia
Rockies - Canada
SENSAÇÕES SOMÁTICAS
Classificação
Mecanorreceptivas
Tato e posição segmentar
Termorreceptivas
Frio e calor
Álgica
Lesão tecidual
Transmissão dos sinais táteis no SNC
Sinais táteis
Nervos espinais
Raízes posteriores
Coluna posterior da
medula
Vias sensoriais
Grácil e cuneiforme
Trato espinotalâmico
anterior
Tálamo
Córtex somestésico
SUBSTÂNCIA BRANCA
VIAS ASCENDENTES
Trato espinotalâmico anterior
Origem: col. post. da medula
Trajeto: cruza na comissura ant.
e ascende no funículo ant.
tálamo córtex
Função: tato leve
Trato espinotalâmico lateral
Origem: coluna post. da medula
Trajeto: cruza na comissura ant. e
ascende no funículo lateral tálamo
córtex
Função: dor e temperatura
Fascículos grácil e cuneiforme
Origem: gânglio da raíz dorsal
Cuneiforme: C - T alta
Grácil: T baixa - coccígea
Trajeto: funículo post. HL
no bulbo tálamo córtex
núcleos
Função: sentido de posição segmentar
e movimento, tato discriminativo,
sensibilidade vibratória e estereoestesia
HOMÚNCULO SENSITIVO
SISTEMA SENSORIAL
Tipos de sensações
Exteroceptivas
Informações do meio ambiente
Funções somatossensitiva e sentidos especiais
• Ex: dor, tato, entre outras
Proprioceptivas
Orientação dos membros e do corpo no espaço
• Ex: cinestesia, posição segmentar, entre outras
Interoceptivas
Funções internas
• Ex: PA, [CO2] no sangue, entre outras
EXAME DA SENSIBILIDADE
Modalidades de sensação
1ária
Detecção direta da sensação
Ex: tato, pressão, temperatura, sentido de posição articular,
vibração
2ária
Requer síntese e interpretação de modalidades 1árias pelo
córtex cerebral
Ex: discriminação de 2 pontos, estereognosia, localização tátil,
entre outras
EXAME DA SENSIBILIDADE
Sensação exteroceptiva
Dor
Paciente de olhos fechados e devidamente instruído
Toque leve com objeto pontiagudo
Comparando-se os 2 lados
Mensuração subjetiva (%)
Começa pelas áreas de < sensibilidade
Compara-se com uma figura sensorial
Via espinotalâmica tálamo córtex parietal
EXAME DA SENSIBILIDADE
Sensação exteroceptiva
Temperatura
Tubos de teste com água
Quente = 5-10°
Fria = 40-45°
• Normalmente comprometem-se =
A dor e temperatura em geral estão igualmente
envolvidas em lesões sensoriais
Via espinotalâmica tálamo córtex parietal
EXAME DA SENSIBILIDADE
Sensações proprioceptivas
Sentido de cinestesia e posição
Paciente de olhos fechados e devidamente instruído
Segura-se o dedo do paciente e movimenta para cima e para
baixo
Pergunta sobre o movimento e a sua direção
Déficit proprioceptivo
Ataxia sensorial
• Ataxia e incoordenação que se agrava com a supressão da visão
Teste de Romberg
• Fica em pé com os olhos abertos
• Fecha os olhos
• Desequilíbrio
Ex: tabes dorsalis, neuropatia periférica, entre outras
Via cordonal posterior tálamo córtex parietal
EXAME DA SENSIBILIDADE
Sensações proprioceptivas
Sentido vibratório (palestesia)
Paciente de olhos fechados e devidamente instruído
Vibra o diapasão (128Hz) em proeminências ósseas
Avalia-se a percepção e sua duração
Ocorre redução da sensação nos mmii e com a idade
Via cordonal posterior tálamo córtex
parietal
FUNÇÃO SENSORIAL CEREBRAL
Córtex parietal
Recebe, correlaciona, localiza, sintetiza e refina
as informações sensoriais 1árias
Funções perceptivas e discriminativas
Modalidades sensoriais sub-corticais
Ex: dor e temperatura
Modalidades sensoriais corticais
Ex: estereognosia, grafestesia, discriminação 2
pontos, funções gnósticas
EXAME DA SENSIBILIDADE
Funções sensoriais corticais
Estereognosia
Paciente de olhos fechados e mãos abertas
Coloca-se um objeto em sua mão e descreve-se
Tamanho
Forma
Identificação
Avalia-se
Percepção, compreensão, reconhecimento e identificação da
forma e natureza dos objetos pelo tato manual
Via cordonal posterior tálamo córtex parietal
EXAME DA SENSIBILIDADE
Funções sensoriais corticais
Discriminação de 2 pontos
Paciente de olhos fechados
Coloca-se um compasso sobre sua pele e pede-se
Distância mínima em que são discernidos 2 pontos
• Ponta da língua = 1 mm
• Lábios = 2-3 mm
• Palma da mão = 8-12 mm
• Dorso da mão = 20-30 mm
Avalia-se
Tato agudo e percepção
Via cordonal posterior tálamo córtex parietal
EXAME DA SENSIBILIDADE
Funções sensoriais corticais
Imagem corporal
Identificação das partes do próprio corpo pelo
paciente
Avalia-se
Atenção, percepção e reconhecimento das partes do corpo
e do meio
Vias sensitivas córtex parietal (lóbulo
parietal inferior não-dominante)
SENSIBILIDADE
Terminologia
Hipoestesia = redução da sensibilidade
Hiperestesia = aumento da sensibilidade
Anestesia = ausência da sensibilidade
Analgesia
Astereognosia
Parestesia = alteração espontânea (sensação anormal)
Disestesia = alteração provocada (perversão da
interpretação)
Alodinia = dor em resposta a um estímulo não
doloroso
Cinestesia = sensação de movimento
Palestesia = sensação vibratória
SEMIOTÉCNICA
Exame da sensibilidade
Ambiente
Silencioso e tranquilo
Paciente
Rupas sucintas, bem orientado e de olhos fechados
Teste
Diversos estímulos em diferentes partes do corpo e
comparar
Perguntar ao paciente
Sente algo?
O que está sentindo?
Aonde?
SEMIOTÉCNICA
Exame da sensibilidade superficial
Tátil
Pedaço de algodão
Térmica
Tubos de ensaio
Água fria e quente (45 C)
Dolorosa
Palito de dente
SEMIOTÉCNICA
Exame da sensibilidade profunda
Vibratória (palestesia)
Diapasão (128 Hz) nas saliências ósseas
Pressão (barestesia)
Compressão das massas musculares
Cinética postural (batiestesia)
Desloca-se um segmento do corpo, fixa-o e perguntase sobre sua posição
Estereognosia
Reconhecimento pela palpação manual de objetos
Utiliza o tato discriminativo e a propriocepção consciente
LOCALIZAÇÃO SENSORIAL
Neuropatia periférica
Focal
Alteração na distribuição de um nervo
específico
Predomina a perda
Tato
• Área de perda de tato leve = mapas de inervação
• Área de perda de dor e temperatura <
LOCALIZAÇÃO SENSORIAL
Neuropatia periférica
Generalizada
Alteração na distribuição de diversos
nervos
Predomina a perda
Vibração
Segmentos distais
• Distribuição em meia e luva
• Limites mal definidos
• Podem afetar mais fibras finas (exteroceptivas) ou grossas
(proprioceptivas)
LOCALIZAÇÃO SENSORIAL
Radiculopatia
Alteração de distribuição
segmentar
Dermátomo envolvido
Predomina a perda
Tato
• Mais precoce por compressão neural
• Área de tato leve = mapas de inervação
Dor aguda
Compressão radicular
• Aumenta com a tosse e esforço
• Área de perda de dor e temperatura <
LOCALIZAÇÃO SENSORIAL
Medula espinal e tronco
encefálico
Alteração com nível sensorial
Abaixo do dermátomo correspondente
Perda sensitiva
Completa ou dissociada
• Retorno funcional variável
• Inicialmente a pressão tátil dor frio
quente
LOCALIZAÇÃO SENSORIAL
Tálamo
Estação de retransmissão sensorial
Terminal para as sensibilidades
Dor, temperatura, tato grosseiro
Alteração
Todas as modalidades sensoriais CL
Perversões sensoriais
• Dor talâmica
• Hipoestesia CL e dor desagradável aos estímulos
(“ardência”) = anestesia dolorosa (Sd. Dejerine-Roussy)
LOCALIZAÇÃO SENSORIAL
Córtex parietal
Alteração
Elevação do limiar para as sensibilidades CL
Distúrbio discriminativo
Predomina a perda
Sentido de posição
Estereognosia
Desatenção sensorial
Tato discriminativo
Autotopoagnosia
PERDA SENSORIAL
Teste
Orgânica
Não orgânica
Distribuição anatômica
Bem definida
Não segue nenhuma
Demarcação da área
Segue território neural
Articulação, prega da pele,
circunferencial
Síndrome VAOT (ausência
de visão, audição, olfação e
tato HL)
Manobra do “sim” para
sentir tocar e do “não” ao
não sentir com olhos
fechados
Manobra de entrelaçar as
Não confunde
mãos e testar a
sensibilidade
Localização
Variável
Distribuição em hemicorpo
Não se estende até a
linha média
(superposição de fibras)
+
+
Confusão, lentificação da
resposta
Frequentemente em
hemicorpo E
Alteração abrupta, inclusive
da vibração (crânio, esterno,
sínfise púbica)
CONCLUSÃO
Semiologia neurológica
Baseia-se
Neuroanatomia funcional
Neurofisiologia aplicada
Dados da semiotécnica
CONCLUSÃO
Informações relevantes extraídas da
semiologia neurológica
Nível, lado e local da lesão
Supra, infra-tentorial, medular, nervo periférico
Caráter e evolução da doença
Aguda, subaguda, crônica, progressiva, recorrente
Etiologia
Vascular, degenerativa, neoplásica,
inflamatória/infecciosa, metabólica, traumática, congênita
CONCLUSÃO
Diagnóstico
Topográfico
Localização da lesão
Sindrômico
Síndrome
Nosológico
Doença
CONCLUSÃO
Base da prática médica
Dados da semiologia
Formulação da hipótese diagnóstica
Orientação para os exames complementares
Planejamento adequado do tratamento
Acompanhamento da evolução clínica e
resultado do tratamento