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Medicamentos e Vacinas em
Eqüinos
Dra. Onice Souza Gauglitz
Médica Veterinária
PRINCIPAIS
DOENÇAS
CAUSADAS
POR VÍRUS
Influenza dos Eqüinos
A influenza ou gripe ou tosse cavalar é uma virose,
extremamente contagiosa, que ataca de preferência
animais de menos de 5 anos, especialmente aqueles
trazidos do campo para a cocheira.
Produz febre, calafrio, respiração acelerada,
perda de apetite, lacrimejamento, corrimento nasal,
oftalmia, inflamação da garganta, primeiro prisão de
ventre, depois diarréia fétida. Os garanhões podem
apresentar orquite e o vírus se encontra no sêmen
muito tempo depois. É freqüente o aparecimento de
edemas nas partes baixas e a presença de catarro
nas vias digestivas e respiratórias. São contagiantes
as secreções nasais, a urina e as fezes, por isso os
animais devem ser isolados, protegidos para evitar
complicações.
Os doentes devem ficar isolados em cocheiras
fechadas sem corrente de ar.
Como preventivo pode-se usar vacinas.
Encefalite Infecciosa
Esta doença é também conhecida com os nomes de
“falsa raiva”, “doença de aujesky”.
A princípio observa-se um estado de excitação
curto. Depois, incoordenação dos movimentos,
marcha irregular, ficando com os membros abertos
e sonolentos. Os animais disparam em círculos, pois a
visão é prejudicada. Os olhos giram e a terceira
pálpebra cobre o globo ocular, como no tétano.
Depois vem a fase letárgica, quando ficam
sonolentos, com a cabeça baixa, seguindo-se a
paralisia do pescoço e garganta, não podendo engolir
a saliva. Finalmente o animal se deita para morrer.
Deve-se combater os morcegos hematófagos,
insetos picadores, carrapatos, ratos, etc. que podem
veicular a doença.
Raiva
É uma virose aguda, transmitida pela mordida dos
animais raivosos.Localiza-se no cérebro e medula.
Os sintomas inquietação, tendência a morder
objetos e depravação do apetite.
O tempo de incubação é muito variável, sendo o
mais comum aparecerem os primeiros sinais entre
30 e 90 dias após a infecção, entretanto, já foram
observados e documentados casos naturais de raiva
cujo estado patente se desenvolveu em períodos tão
curtos como de 14 dias ou tão longos como de 18
meses o que é mais fácil de documentar em casos
humanos por haver informações precisas, mas
também já foram verificados casos de raiva em
bovinos com 154 dias de incubação.
Prognóstico e Terapêutica: o prognóstico é
fechado; o clínico deve considerar como 100 % letal
o êxito da enfermidade em animais que apresentem
sintomas de raiva.
Anemia Infecciosa
A anemia é uma virose extremamente
grave, transmitida de animais portadores
aos sadios por insetos, como por exemplo
pernilongos.
Os sintomas podem ser fraqueza, febre
alta e contínua, prostação, icterícia,
petéquias
na
boca,
conjuntivite,
emagrecimento rápido, anemia, etc.
Os animais que porventura a apresentem
devem ser sacrificados .
Papilomatose
Chamam a esta doença também
de “verrugas”, “figueira”. Podese propagar-se por contágio
direto, porém não entre espécies
diferentes. Previne-se com
medidas higiênicas de ordem
geral, como isolamento dos
doentes, evitar a introdução de
animais doentes, sendo rara a
benigna.
PRINCIPAIS
DOENÇAS
CAUSADAS POR
BACTÉRIAS
Infecção umbilical
Ao nascer o potro, rompe-se o cordão umbilical ou a
égua o corta com os dentes. O pedaço pendente, em
contato com o solo ou camas sujas, é uma porta
aberta a várias infecções, que podem produzir
inflamação do cordão umbilical (onfaloflebite) ,
resultando em diarréia(disenteria dos potros),
pneumonia, inflamações articulares múltiplas(artrite
dos recém-nascidos).
O cordão umbilical fica escuro, incha, apresenta
uma secreção purulenta, sobrevindo febre e diarréia.
O animal fica triste, perde a disposição de mamar e
de andar. A mortalidade é alta.
Garrotilho
O garrotilho é também chamado coriza contagiosa, adenite
eqüina.
Muito
contagiosa,
determina
uma
inflamação
mucopurulenta das mucosas nasais e faringeanas, estendendo-se
em abscessos que chega a atingir gânglios submaxilares e
faringeanas, que podem transformar-se em abscessos e chegarem
a supurar. Pode ainda atingir gânglios internos(no mediastino
emesentério) e diferentes órgãos como pulmões, fígado, baço, etc.
Há porém casos em que não se notam abscessos. O agente
patogênico é o Streptococcus-eqüi . O período de incubação vai de
04 a 10 dias, após contágio de outro animal. Começa com
inapetência, abatimento e febre alta(40-41 C), respiração difícil e
acelerada, mucosa avermelhada, aparecendo depois de 2-3dias
uma descarga mucopurulenta e depois purulenta, pelas narinas.
Pode haver tosse, que perdura por várias semanas.
Os animais doentes precisam ser isolados. Dá-se-lhes água
fresca, alimentos palatáveis e tenros em pequena quantidade,
como capim verde, cenouras, feno de alfafa, etc. Evitar o uso de
farelada seca e de serragem na cama.
A prevenção contra esta doença consiste em evitar a entrada
de animais doentes, no isolamento dos doentes e na vacinação
contra o garrotilho.
Tétano
O tétano é uma doença determinada por uma toxiinfecção de um bacilo, chamado Clostridium tetani,
cujos esporos podem permanecer no solo por muito
tempo. Ataca tanto os animais domésticos como o
homem.
Os eqüinos são particularmente susceptíveis, mas
a ocorrência é relativamente rara. A infecção se dá
geralmente através de feridas acidentais ou
cirúrgicas, em contato com o esterco e com a terra,
principalmente se esta tiver sido estercada. Os
potros recém-nascidos estão sujeitos à infecção
umbilical.
No eqüino com tétano observam-se: excitação,
respiração rápida, ronqueira, orelhas eretas, narinas
dilatadas, endurecimento do pescoço e cabeça, cauda
levantada, membros afastados e rígidos, terceira
pálpebra aparente, suor e febre mais ou menos alta.
Pode-se ser prevenida vacinando-se os animais.
Mormo
O Mormo ou Lamparão ou Farcinose é uma doença infectocontagiosa dos eqüídeos, que ocorre tanto na forma aguda ou
crônica, causada pelo Malleomyces mallei e é caracterizada por um
corrimento nasal e pela presença de nódulos ou úlceras no trato
respiratório superior, pulmões e pele. Pode ser transmitida ao
homem e os carnívoros podem ser acometidos quando ingerirem
carne contaminada, ela já foi observada em ovinos e caprinos,
sendo geralmente fatal. O Mormo é uma das mais antigas doenças
conhecidas e já foi prevalente (encontrada) em todo o mundo.
Atualmente está erradicada ou efetivamente controlada em muitos
países, estando restrita geograficamente à Europa Oriental, Ásia
Menor, Ásia, Norte da África e agora Nordeste do Brasil. Foi
virtualmente erradicada do Norte da América e era considerada
inexistente no Brasil, embora tenham sido constatadas reações
positivas, ainda não se tinha comprovado casos desta enfermidade.
A doença é altamente fatal e de grande importância em qualquer
população eqüina.
Leptospirose
A leptospirose é uma das zoonoses mais importantes em
nosso país. Admite-se que os ratos portadores de
Leptospiras sejam os responsáveis pela maioria das
infecções, urinando e defecando sobre os alimentos.
A leptospirose se manifesta de diversas formas. A
forma icterícia é a mais freqüente, pois quase todos os
animais infectados apresentam icterícia. Observa-se
edema nas pálpebras, com oftalmia; no ventre e nos
membros menos freqüente. Algumas vezes pode aparecer
uma espécie de urticária com queda dos pêlos e ulcerações
em torno da boca.
Nas formas típicas, a evolução aguda produz uma febre
alta durante uns 3 dias, cólicas mais ou menos intensas,
urina avermelhada, icterícia e depressão, podendo causar
uma mortalidade de 50%. Pode-se atribuir à leptospirose a
esterilidade de algumas éguas.
Combatem-se os ratos e as moscas que contaminam as
rações, os fenos, etc.
Tratamento é feito com medicamentos à base de
antibióticos.
Brucelose
Tem sido encontrada brucelose principalmente
causando inflamação produtivo-purulenta na região
de origem e destino do ligamento nucal, sob forma
de bursite sub-occipital e inter-escapular, processo
denominado “abscesso da cernelha “. Os dois
agentes comumente isolados têm sido B. abortus e
B. suis. Abortos já foram assinalados.
Não há sintomas gerais como febre e outros,
porque a doença tem tendência ao curso crônico e à
endemicidade.
Diagnóstico:
a
suspeita
está
baseada
fundamentalmente nos sinais clínicos, entretanto o
diagnóstico sempre será sorológico.
PRINCIPAIS
DOENÇAS
CAUSADAS POR
FUNGOS
Dermatomicose ( Tinhas)
Distinguem-se duas formas de tinha, a tonsurante,
que derruba o pêlo em áreas mais ou menos
circulares, sem ou com pouco prurido e torna a pele
áspera e crostosa. Às vezes sara espontaneamente.
Na granulosa, antes dos pêlos caírem, aparecem
nódulos duros do tamanho de um grão de milho,
localizando-se de preferência no lombo, flancos e
garupa, para finalmente caírem os pêlos.
A tinha é uma doença contagiosa, passando de um a
outro animal, mesmo de outras espécies e ao homem,
pelo contágio direto, através de arreios, etc. Pôr
causa disso isolam-se os animais atacados e
desinfeta-se tudo que tiver tido contato com eles,
inclusive as mãos.
PRINCIPAIS
DOENÇAS
CAUSADAS POR
PARASITOS
Ectoparasitas
Carrapatos
Os carrapatos são os ectoparasitas mais comuns dos eqüinos em
nosso meio nos animais de campo, principalmente naqueles mais
peludos e que não recebem raspadeira e escova.
Os prejuízos são de várias ordens e muito variáveis em
gravidade. Suas picadas irritam e provocam o emagrecimento dos
animais. Como sugadores de sangue, transmitem várias doenças de
um animal para outro., podendo espécies selvagens constituírem
um reservatório.
Os carrapatos mais comuns do cavalo no Brasil pertencem à
família Ixodidae e a Argasidae. Os micuins são larvas, sobretudo
de gen. Ixodes. Causam bastante aborrecimentos àqueles que
penetram em pastagens infestadas.
As larvas das espécies Anocentor nitens e Otobius megnini têm
especial predileção pelas orelhas dos eqüinos, chegando a
deformá-las de modo permanente. Os ouvidos podem também ser
afetadas se não se tratar em tempo.
Para controlar os carrapatos nos animais usam-se os
carrapaticidas. As pastagens muito infestadas devem ser roçadas.
Uma boa prática é dispor de vários potreiros e fazer o rodízio dos
animais.
Miíases (Bicheiras)
A bicheira é uma parasitose produzida pôr larvas de
moscas que geralmente se desenvolvem em
cadáveres e noutros produtos em
decomposição(varejeiras) e que depositam seus ovos
em feridas já abertas, porque não têm capacidade
de picar.
A bicheira é fácil de reconhecer porque deixa
escorrer sangue e as larvas da mosca podem ser
vistas.
Como profilaxia, fazem-se pulverizações contra as
moscas comuns nas cocheiras e contra os carrapatos
nos próprios animais, o que tende a afastar também
as varejeiras. Não se deve deixar animais mortos ou
expostos à multiplicação da larva.
Dermatobiose (Berne)
O berne é uma miíase cutânea ou subcutânea, que,
na América do Sul, é devida ao desenvolvimento de
larvas de moscas do gen. Dermatobia.. O cavalo é
menos perseguido que os outros animais domésticos
e o muar um pouco mais que ele.
A “mosca berneira”não põe seus ovos diretamente
sobre a pele, mas sobre outros insetos que
costumam assentar sobre os animais. Com o calor, as
larvas saem, perfuram a pele, penetram-na e
desenvolvem-se no tecido sub-cutâneo, até se
transformarem em pupa. Daí caem ao solo, onde se
enterram até transformarem-se em moscas.
Os capões de mato, principalmente à beira de
cursos de água, constituem um abrigo procurado pôr
estes insetos.
Habronemose Cutânea (Esponja)
É devida às larvas dos vermes Habronema
microstoma, H. megastoma e H.muscae, que,
no estado adulto, parasitam o estômago do
cavalo. As larvas eliminadas com as fezes
são ingeridas pelas moscas das estrumeiras,
em cujo corpo completam seu ciclo
evolutivo.
Ao pousarem nas feridas, estas moscas
depositam as larvas, que penetram nelas,
transformando-as em chagas granulosas.
Esses grânulos contêm as larvas dos vermes
e são muito rebeldes ao tratamento.
PRINCIPAIS
DOENÇAS
CAUSADAS POR
PARASITOS
Endoparasitas
Ascaridíase
A lombriga do cavalo ou ascárida (Parascaris
equorum)é um verme grande, roliço, cujas fêmeas
atingem 35 cm e os machos a metade desse
comprimento. Vive no intestino delgado, mas pode
ser encontrado em qualquer parte do aparelho
digestivo. Pode ser visto nas fezes ocasionalmente.
Muitos animais que o hospedam não revelam
sintoma algum. Somente quando em grande
quantidade provoca emagrecimento, suores nos
flancos, irritação nervosa, cólica, etc.. podendo
chegar a obstruir o intestino ou perfura-lo,
determinando a morte do animal. Além da presença
dos vermes nas fezes, o diagnóstico pode ser feito
em laboratório, pesquisando seus ovos nesses
excremento.
As terras baixas e úmidas e os bebedouros de
poças(ao nível do chão) favorecem a infestação e
devem ser evitados.
Estrongilose
Muitas são as espécies de estrongilídeos que
freqüentam o intestino dos eqüídeos, determinado
perturbações mais ou menos graves de acordo com
seu número e a condição do animal. Esse número
pode chegar algumas vezes a um milhão em um único
cavalo. São mais nocivos aos animais novos e ocorrem
mais freqüentemente nas pastagens baixas.
Promovem em potros anemia quando criados em
banhados. Os animais emagrecem, perdem o apetite
e ficam com o pêlo seco e arrepiado.
Os Oxyurus, freqüentam principalmente o reto,
provocando um prurido que faz os animais
esfregarem a cauda nos postes, cercas, etc.
Gasterofilose
O Gasterophilus intestinalis é um dos parasitas
mais importantes e prejudiciais à criação dos
eqüinos. É uma mosca, cuja larva habita o estômago
do cavalo, provocando distúrbios mais ou menos
sérios(ulcerações, inflamações, etc.), de acordo com
a quantidade. Durante as horas mais quentes do dia
a mosca põe ovos disseminados que se prendem ao
pêlo do animal. Desses ovos saem larvas, que, sendo
lambidas, são engolidas. Elas são de cor amarelada,
parecendo um barrilzinho. Ficam grudadas na mucosa
cerca de 10 meses para então serem eliminadas nos
meses mais quentes, para, em 30 ou 40 dias,
transformarem-se novamente em moscas. Além de
seu efeito mecânico, as larvas produzem toxinas
hemolíticas, que determinam anemia.
Os principais sintoma desta parasitose são o
emagrecimento e o enfraquecimento, aparentemente
injustificados, principalmente dos potros. Nos casos
graves observam-se freqüentes cólicas.
Piroplamose
Pode atacar todos os eqüídeos. É
transmitida pelos carrapatos do
cavalo (Boophilus microplus, e
talvez pelo Rhipicephalus
sanguineus).
Os sintomas são febre
intermitente, sede exagerada,
icterícia, urina escura ou
amarelada, diarréia amarela,
emagrecimento profundo, andar
cambaleante, colapso e morte.
Afecções diversas
As cólicas ou dores gastro-intestinais é uma afecção
comum nos eqüinos. Surge de maneira brusca,
principalmente por indigestão ou sobrecarga, mas pode ser
devida a outras causas, como indigestão gasosa, ingestão
de ervas ou substâncias tóxicas, de areia, inflamação
gastro-intestinal aguda, verminoses, oclusões,
principalmente devidas a cálculos ou tromboses da
artérias mesentéricas, geralmente provocadas por vermes
(Strongilus).
O animal fica inquieto. Olha para trás com freqüência,
escava o solo com as patas dianteiras, deita-se e levantase tomando posição de urinar, sem o conseguir.
Aumentando as dores, rolam no chão e executam
movimentos desordenados e perigosos. A respiração é
acelerada, o pulso rápido, sudorese acentuada e as
mucosas congestionadas e escuras.
Nos casos fatais o pulso fica filiforme, a sensibilidade
geral diminuem, os suores ficam frios e a morte
sobrevivem após um curto período de relativa calma.
Contenção do animal
12345-
Contenção em tronco mecânico
Contenção em seringa (corredores)
Contenção em brete
Contenção por cordas e peias
Contenção do animal deitado
OBRIGADA PELA
ATENÇÃO