Powerpoint - Osteopatia Vanessa Faria Lopes

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Transcript Powerpoint - Osteopatia Vanessa Faria Lopes

Gravidez Nascimento e
Parentalidade
Consequências do parto e a
intervenção da osteopatia no bebé.
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1- O que é a Osteopatia?
O início da Osteopatia
O Dr. Andrew Taylor Still, médico cirurgião na guerra civil Norte Americana,
iniciou a Osteopatia em 1874. Desiludido com a medicina convencional
procurou outra forma de poder ajudar as pessoas.
Ele via o corpo humano como uma máquina complexa e como qualquer
máquina necessitava do devido alinhamento e lubrificação.
Começou a estudar o corpo como uma unidade, dando uma grande
importância ao sistema musculo-esquelético (que ocupa 2\3 da massa
corporal), considerando-o um elemento chave para o equilíbrio do corpo, com
capacidade para curar-se sozinho devido à perfeição da estrutura e das suas
funções.
A Osteopatia auxilia o corpo a equilibrar e restaurar a função fisiológica,
tirando proveito da sua tendência natural de procurar/encontrar saúde e
homeoestasia.
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Inicio da Osteopatia
As técnicas osteopáticas promovem uma maior
mobilidade dos fluidos corporais, eliminando a
disfunção e libertando compressões ósseas e
articulares.
“Um fluxo sanguíneo natural é saúde; a doença é o
efeito local ou geral do distúrbio do sangue que para
excitar os nervos contrai os músculos que por sua vez
comprimem o retorno venoso. Os ossos podem assim
ser usados como alavancas para aliviar a pressão aos
nervos, veias e artérias.” A.T.Still
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Osteopatia Pediátrica
A Osteopatia enfatiza o estudo detalhado da anatomia, fisiologia e do
conhecimento de técnicas palpatórias, assistindo o corpo e
facilitando-lhe a correcção de desequilíbrios.
Dr. William G. Sutherland (1899), um dos primeiros estudantes do
Dr.Still, iniciou o estudo do crânio e constatou que as suturas
cranianas eram biseladas e articuladas permitindo a mobilidade dos
ossos do crânio, sendo que a ausência desta mobilidade implicava
efeitos profundos na saúde do corpo.
Foi então o inicio do desenvolvimento do conceito da Osteopatia
Craniana.
Baseando-se nos ensinamentos de Still, na importância e ligação da
estrutura e função, Sutherland estudou os efeitos dos ossos do crânio
e a maneira como o processo do parto os influenciava, dobrando-os,
moldando-os e analisando as repercussões que estes tinham no
crescimento e desenvolvimento do corpo.
Osteopatia Pediátrica
Sutherland observou que se o crânio apresentava distorções no inicio da vida
do bebé, devido ao parto ou a uma inadequada posição intra-uterina, então
um padrão de distorção era susceptível de se apresentar ou manifestar em
qualquer parte do corpo. Com o crescimento estes padrões poderão
aumentar comprometendo a função do corpo.
Ex:
Uma pequena disfunção/alteração da mecânica das partes condilares do
occipital, frequente consequência do parto (o occipital é um dos ossos que
está sujeito a mais compressões, devido às contracções e ao contacto com as
superfícies ósseas da bacia da mãe que surgem na passagem do canal de
parto), tem repercussão por todo o corpo, nomeadamente: no sistema
digestivo, na irritação do nervo craniano (Vago) e também por uma
alteração postural assimétrica, ou uma escoliose decorrente do crescimento
distorcido do crânio.
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Como é que o corpo consegue
se auto-equilibrar?
A mobilidade rítmica do cérebro e da medula vertebral, em conjunto com os
movimentos respiratórios, transmite ao resto do corpo, através das
membranas (dura e faiscia), eliminando tensões e restrições tecidulares,
movendo-as puxando-as (pulling) e libertando-as.
Este mecanismo está mais forte, ou realçado quando se dorme, sendo que os
efeitos da gravidade estão reduzidos.
Os 5 princípios do Mecanismo Respiratório Primário:
a) flutuação do fluido cérebro-espinhal;
b) mobilidade das membranas de tensão recíproca;
c) motilidade do tubo neural;
d) mobilidade articular dos ossos do crânio;
e) mobilidade involuntária do sacro;
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Mecanismo Respiratório
Primário
A osteopatia não só utiliza este mecanismo como diagnóstico
(através da análise da potência ou mobilidade), como utiliza
técnicas que realçam a ressonância e sua sincronização.
Este mecanismo é identificado por diversas frases;
“mobilidade involuntária e da alteração da forma do corpo”
(flexão\extensão)
“a potencia é a força ou forças que tendem a mover o corpo no
sentido da homeostasia/equilíbrio”
A tarefa do osteopata consiste em facilitar a mudança para o
equilíbrio.
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2- Gravidez
A gravidez e gestação é o inicio da vida do bebé, a mãe é a sua primeira
ligação com o mundo, dai a importância do bem estar e conforto da mãe.
Muitas das alterações que a mãe sente o bebé também sente, sendo estas
susceptíveis de perturbar o seu desenvolvimento e bem estar.
Condição da mãe:
a) Emocional;
b) Física;
c) Económica;
Expectativa do parto:
a) Ansiedade / medo;
b) Importância dos cursos pré-natais;
c) Idealização de parto;
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3 - Condições que podem levar a
um parto mais difícil - trauma de
parto
I. Medo, ansiedade
Alteração do tónus muscular incluindo o do útero
II. Posição do trabalho de parto
III. Mecanismos que podem alterar o ritmo do nascimento do
bebé:
a) oxitocina – epidural;
b) fórceps e ventosas;
c) cesariana.
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4 - Trauma do parto

Todos os bebé nascem de maneira única; todos os partos são diferentes, para uns a
transição e a viagem do útero para o mundo é feita sem grande dificuldade, para
outros pode ser uma experiência traumática e dolorosa.

O processo do parto é muito engenhoso e eficiente, mas por vezes, quando algo
não corre como esperado, os seus efeitos podem ser traumáticos.

Ao navegar pelo canal do parto, forças consideráveis e potentes são exercidas no
corpo do bebé, especialmente ao nível do crânio, coluna vertebral, costelas,
clavículas e bacia.

Estudos (Viola Frymann DO. E uma das fundadoras do Osteopathic Center for
Children em San Diego – Califórnia) demonstraram que em 1000 bebés 80-90%
sofriam dos efeitos musculo-esqueléticos do trauma do parto.

O bebé está desenhado para nascer, os ossos do crânio sobrepõem-se e moldam-se
para acompanhar o trajecto da viagem do canal de parto, e o corpo é
suficientemente forte para resistir às forças das contracções.
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Trauma do parto
Quando o parto se complica os mecanismos de
adaptação e compensação são accionados, levando
muitas vezes a padrões de torção e compressão ao
nível do esqueleto.
Por vezes estes mecanismos não conseguem ser
equilibrados pelo corpo, no processo de
crescimento, pelo choro, sucção, o bocejar e pela
“primeira respiração” (inspiração)
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5 – Primeira Respiração/inspiração
Importância da primeira inspiração:

É o momento que o bebé nasce e dá entrada no mundo;
 A primeira inspiração/respiração é considerada uma
faísca, ou ponto de ignição, para que o bebé consiga ser
autónomo no seu processo de respiração;
 É a separação fisiológica da mãe, que até este ponto tem
sido quem lhe fornece o oxigénio;
 Alterações da qualidade da primeira inspiração podem ter
influencia na vida futura do bebé, tanto a nível respiratório
como ao nível mecânico do sistema músculo-esquelético.
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Primeira inspiração
A PRIMEIRA INSPIRAÇÃO ACONTECE DEVIDO A:

à remoção de inibidores respiratórios que são produzidos
pela placenta;
 alterações gasosas do sangue que afectam receptores
químicos no cérebro – CO2, O2 E PH;
 alterações sensoriais no bebé por diminuição da
temperatura corporal;
 aumento de hormonas e de adrenalina;
 alterações do coração, pulmões e da circulação do bebé
que permite uma inspiração de oxigénio, que até este
momento era feita pela placenta e de liquido amniótico.
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Factores que podem influenciar a
primeira inspiração
(não mencionando factores patológicos ou alterações neurológicas)






Intervenção no ritmo do parto;
Fórceps/ventosa;
Circular, cordão à volta do pescoço do bebé;
Stress (hiper) ou situações de choque, pode criar um espasmo no
diafragma e durante uns segundos ter dificuldade em respirar;
Primeira inspiração feita com o tronco do bebé ainda no canal de
parto, provocando restrições do tórax, costelas e diafragma;
Cesarianas programadas, devido à ausência de forças de contracção.
Neste caso o bebé é sujeito a uma maior força compressiva na sua
remoção da barriga da mãe, sem pré-aviso fisiológico do seu corpo a
nível hormonal. Esta alteração brusca de ambiente pode ocasionar
um choque para o bebé.
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Consequências da alteração da
primeira inspiração
A restrição do diafragma leva a uma respiração pouco profunda e ineficaz,
podendo implicar uma alteração do padrão do sono, não permitindo um
sono longo e profundo, o que inicia um ciclo de:
 irritabilidade;
 mamadas muito frequentes;
 cólicas devido ao pouco tempo de intervalo entre mamadas, levando a
uma hiper-estimulação do sistema digestivo;
 alteração da qualidade das mamadas, o bebé fica cansado rapidamente e
ingere apenas o suficiente para acalmar a fome, não chega a ingerir o
leite de mais substancia ao contrário do que acontece nas mamadas mais
prolongadas;
 ansiedade dos pais, devido ao pouco ganho de peso do bebé,
precipitação na introdução do biberão - “o meu leite não é bom”-;
 stress da mãe e ansiedade que se transmite para o bebé.
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Consequências da alteração da
primeira inspiração

Obstipação
O diafragma assiste na mobilidade abdominal para melhor
conseguir os movimentos intestinais e conseguir defecar.

Infecções respiratórias
Podem surgir nos primeiros meses de vida do bebé,
devido à pouca expressão do aparelho respiratório, o qual,
sendo menos capaz de libertar secreções, fica mais
exposto a infecções de repetição.
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Consequências da alteração da
primeira inspiração
A alteração do diafragma
Leva a uma diminuição da mobilidade torácica, dos músculos
acessórios da respiração, dos músculos do pescoço e da base do
crânio. Esta situação pode levar a que o bebé comece a bolçar muito –
refluxo gástrico -, e também pode iniciar um processo de torcicolo
(não congénito).
As alterações da primeira inspiração podem, no bebé e na sua família,
dar origem a ciclos de:
“dorme mal”, “está sempre com fome e chora muito, mas come
pouco”, “começou a ter muitas cólicas”, “não conseguimos dormir, e
estamos a ficar muito preocupados”, “será que o bebé está doente?”
“O bebé chora muito, só se acalma no colo e tem que ser a andar.
Não posso estar parada…”
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Consequências da alteração da
primeira inspiração
A
primeira respiração (o momento de ignição do corpo), aumenta
a pressão interna do crânio, inflacionando-o de dentro para fora e
equilibrando toda a potência da mecânica craniana.
 Método Leboyer – (moderação da mudança do padrão circulatório
no bebé) - neste método o objectivo é melhorar a capacidade de
inalação da primeira respiração através do relaxamento e conforto,
permitindo uma maior abertura das vias respiratórias e
conseguindo uma primeira respiração mais completa e eficaz com
uma expansão completa de todo o corpo.
 Os ossos que foram comprimidos e sobrepostos pelo processo do
parto, se não tiverem uma primeira inspiração eficaz, podem ficar
fixos ou com pouca expressão da sua mobilidade, levando a um
padrão de alteração da mecânica craniana.
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6 - Disfunção do equilíbrio ou
mecânica craniana
O crânio do bebé reorganiza-se e ganha uma forma mais
redonda, recuperando da moldagem e compressões a que foi
sujeito durante o parto, tendendo a ficar uniforme nos
primeiros dias/semanas de vida, muito devido à função
respiratória, ao choro, à sucção, ao bocejar e sono.
A forma do crânio e a quantidade de moldagem depende
de diversos factores;
 moldagem intra-uterina;
 apresentação do bebé na fase final do parto;
 maturidade do bebé – grau de ossificação e resistência dos
ossos;
 tempo/ duração do parto / alteração do ritmo do parto;
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Disfunção Craniana
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posição da mãe durante o trabalho de parto;
forma e tamanho da pequena bacia da mãe
e da sua capacidade de dilatação durante o
trabalho de parto;
tamanho do bebé, especialmente em
relação à bacia/estrutura da mãe;
fórceps e ventosa – por aumento da
compressão craniana;
cesariana – por mais compressão aplicada.
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A
razão pela qual as compressões cranianas podem
iniciar ou apresentar tão variadas sintomatologias, é
porque o crânio abriga os órgãos sensoriais – olhos,
nariz, boca, ouvidos (audição e equilíbrio) - e dele
saem os nervos cranianos.
O
cérebro controla muitos dos processos básicos do
corpo através dos nervos cranianos, especialmente o
Vago.
 Se
os sinais nervosos ficam alterados, então o corpo
não irá funcionar a 100%. Esta interferência deve-se
ou provém de factores mecânicos, nomeadamente por
diminuição da mobilidade óssea craniana
Sintomas que podem surgir
da disfunção craniana
- Otites;
- Sinusites;
- Choro prolongado;
- Alterações do sono;
- Alteração da forma da cabeça;
- Dificuldade na sucção;
- Cólicas;
- Obstipação;
- Torcicolo;
- Escoliose;
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Conclusão

O tratamento osteopático envolve um suave suporte ao
sistema neuro-musculo-esquelético. As forças
utilizadas são suaves e aplicadas por um período de
tempo suficiente que permita uma correcção das
disfunções.

A osteopatia trata das estruturas de todo o corpo,
eliminando tensões/restrições através do sistema do
tecido conjuntivo e articular.

Resultando ou tendo como objectivo um corpo
funcional, eficiente, melhorando a vitalidade e saúde
do bebé/criança e da sua família, fazendo com que
consigam funcionar melhor na sociedade.
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FIM
Maio 2009
Vanessa Faria Lopes
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