realismo / naturalismo / parnasianismo
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REALISMO /
NATURALISMO
O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo
era a apoteose do sentimento; – o Realismo é a anatomia do
caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos
próprios olhos – para condenar o que houver de mau na nossa
sociedade.
Eça de Queirós
O Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo são as correntes
artísticas que refletem a consolidação da burguesia e seu
fortalecimento, em função da “implementação” do capitalismo
avançado.
A exaltação da liberdade individual, da rebeldia, são substituídas
por novas palavras de ordem: ciência, progresso, razão.
O
apogeu
da
Revolução
Industrial
marcou
transformações na vida, na arte e no pensamento.
profundas
O capitalismo se estrutura em moldes modernos, com o
surgimento de grandes complexos industriais – por outro lado, a
massa
operária
avolumava-se,
formando
uma
população
marginalizada, que não partilhava dos mesmos benefícios gerados
por esse progresso industrial, sendo submetida a condições
precárias de trabalho.
Essa nova sociedade serve de pano de fundo para uma
reinterpretação da realidade, que gera teorias de variadas correntes
ideológicas.
POSITIVISMO
Augusto Comte defendia o cientificismo no pensamento
filosófico e a conciliação entre “ordem” e “progresso” – o
que originou a expressão da bandeira do Brasil.
Comte atribuía à constituição e ao processo da ciência
positiva importância capital para o progresso de qualquer
sociedade.
SOCIALISMO
Marx e Engels, “Manifesto comunista”, 1848 – definição do
materialismo histórico e da luta de classes.
“O que distingue nossa época – a época da burguesia – é ter
simplificado a oposição de classes. Cada vez mais, a sociedade inteira
divide-se em dois grandes blocos inimigos, em duas grandes classes
que se enfrentam diretamente: a burguesia e o proletariado.”
EVOLUCIONISMO
Darwin, 1859, “A origem das espécies” – a evolução das espécies
pelo processo de seleção natural, negando a origem divina difundida
pelo Cristianismo.
O homem passa a ser tomado como um ser animal, regido pelo
instinto biológico.
DETERMINISMO
Taine propõe que o comportamente humano é determinado por
forças biológicas, sociológicas e ambientais e históricas.
Todos os fatos psicológicos e sociais são manifestações naturais
que nada têm de transcendência.
“As respigadeiras”, 1857 - Millet
REALISMO NO BRASIL
Na década de 1870 surge a Escola de Recife, com Tobias Barreto, Silvio Romero
e outros, cujas ideias se aproximavam do pensamento europeu.
Considera-se 1881 como o ano inaugural do Realismo no Brasil, com
“Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis.
Na divisão tradicional da literatura brasileira, considera-se como data final do
Realismo o ano de 1893, com a publicação de “Missal” e “Broquéis”, de Cruz e
Souza. Essas obras registram o início do Simbolismo, mas não o término do
Realismo e suas manifestações.
ROMANCE REALISTA
Narrativa voltada para a análise psicológica e crítica da sociedade a
partir do comportamento dos personagens.
O romance realista é o retrato de uma época.
NATURALISMO
É um desdobramento do Realismo – há muitos pontos em comum entre
ambos.
A visão do naturalismo é mais determinista, ressalta-se o aspecto
biofisiológico do homem, visto como animal, regido pelo instinto e pela
fisiologia, não pelo espírito e pela razão.
Tem início também em 1881, com a publicação de “O mulato”, de Aluísio
de Azevedo.
ROMANCE NATURALISTA
Marcada pela vigorosa análise social a partir de grupos humanos
marginalizados, em que se valoriza o coletivo.
Autores: Aluísio de Azevedo, Júlio Ribeiro, Raul Pompéia.
Obras: “O mulato”, “O cortiço”, “Casa de pensão”, “O Ateneu”.
O Realismo se tingirá de naturalismo, no romance e no conto, sempre
que fizer personagens e enredos que submeterem-se ao destino cego das
“leis naturais” que a ciência da época julgava ter codificado; ou se dirá
parnasianismo, na poesia, à medida que se esgotar no lavor do verso
tecnicamente perfeito.
Alfredo Bosi