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Teorias na Enfermagem
Diná Monteiro da Cruz
ENC 0200 - 2011
O que é teoria?

Teoria




sistema organizado
idéias e conceitos
explica um conjunto de fenômenos (ou
leis)
pode ser testado por meio de
experiências reprodutíveis.
O que é teoria?

Teorias têm conceitos que são relacionados aos
fenômenos de interesse da disciplina.

Esses conceitos relacionam-se uns com os outros para
formar afirmações teóricas.
(Meleis, 1997 p.12)
Teoria de enfermagem

São reservatórios em que achados sobre conceitos
(conforto, recuperação, mobilidade, repouso, cuidado, fadiga, p. ex.)
são armazenados.

São também reservatórios para perguntas relativas a
fenômenos significativos para a enfermagem, (cognição
após um AVE, processo de recuperação, recusa de programa de
reabilitação)
Meleis, 1997
Teoria de Enfermagem



Articulação de conceitos
Tem que ser comunicada
Desenvolve-se:

Realidade existente


Prática ideal de enfermagem


Vista pela teorista (processos históricos e filosóficos ou eventos)
Imaginada pela teorista (história pessoal, profissional, valores e da
disciplina e processos filosóficos)
Pode ser:



Representação coerente do fazer diário da enfermeira
Instrumento para desenvolvimento de proposições de pesquisa
Meta a ser alcançada – reservatório em que achados de
pesquisa se tornam mais coerentes e adquirem significados.
Teoria de enfermagem

Exemplos de fenômenos e relacionamentos representados em
teorias de enfermagem (Meleis, 1997):

Cliente como agente do autocuidado;

Cliente como ser biopsicossocial e cultural;

Cliente como um sistema com subsistemas comportamentais;

Interações pessoa-ambiente são o foco do cuidado de enfermagem;

A comunicação é um instrumento para o diagnóstico e para intervenções
em enfermagem

O ambiente é um composto de campos de energia

A enfermagem provê necessidades de autocuidado até onde o cliente ou
o outro significante seja capaz de prover o autocuidado;

Uma enfermeira é conceptualizada como desempenhando uma série de
funções designadas para atender as necessidades do paciente
Tipos de teorias

Grau de abstração




Grande teorias
Teorias de médio alcance
Teorias específicas (a situações)
Propósitos


Teorias descritivas
Teorias prescritivas
Tipos de teorias
Graus de abstração

Grande teorias


Teorias de médio alcance


Construções sistemáticas sobre a natureza da
enfermagem, a missão da enfermagem e sobre as metas
do cuidado de enfermagem
Tratam de fenômenos ou conceitos específicos e relfetem
a pratica (administrativa, de ensino ou clínica. Os
fenômenos permeiam vários campos de prática e refletem
várias situações de enfermagem.
Teorias específicas (a situações)

Fenômenos específicos de enfermagem que refletem a
prática clínica e que são específicos para determinadas
populações ou para um campo particular de prática
Tipos de teorias
Abstração
Características
Tipo
Ampla
Média
Abstração
Alta
Média/Alta
Fenômenos/
Conceitos
Campos de
aplicação
Exemplos
Natureza
Missão
Objetivos
Todos
Teorias do
autocuidado
Refletem práticas
(administrativa, clinica,
de ensino)
Vários
(Orem) (Tomey,
Alligood, 2002)
Teoria da
incerteza na
enfermidade
(Mishel, Clayton)
(Smith, Liehr, 2003
Específica
Média
Refletem a prática
clínica
Populações
ou campos de
prática
específicos
Respostas de
saúde-doença de
imigrantes e os
cuidados de
enfermagem
(Meleis, 1997)
Tipos de Teorias
Propósitos

Descritivas



Descrevem
eventos, situações,
fenômenos;
Identificam seus
componentes e
propriedades;
Circunstâncias em
que ocorrem.

Prescritivas


Tratam de
terapêuticas e de
conseqüências de
intervenções;
Controlar,
promover ou
mudar…
Teoria e Prática


Referência para o processo de
enfermagem
Guia e aprimora a prática dirigindo:



a observação de fenômenos;
o desenvolvimento de intervenções;
a definição dos resultados a esperar.
Conceitos centrais

Ser humano

Saúde

Ambiente

Enfermagem
Conceitos centrais

Ser humano







Ser com necessidades físicas, intelectuais,
bioquímicas e psicossociais;
Um campo de energia humana;
Ser holístico no mundo;
Um sistema aberto;
Um todo integrado;
Um sistema adaptativo;
Um ser que é maior que a soma de suas partes
(Wagner, 1986)
Conceitos centrais

Saúde




Capacidade funcional independente;
Adaptação bem sucedida aos
estressores da vida;
Alcance do total potencial de vida;
Unidade da mente, corpo e espírito
(Wagner, 1986)
Conceitos centrais

Ambiente




Elementos externos que afetam a pessoa;
Condições externas e internas que influenciam
o organismo;
Outros significantes com quem a pessoa
interage;
Sistema aberto com limites que permitem a
troca de matéria, energia e informação com os
seres humanos.
(Wagner, 1986)
Conceitos centrais

Enfermagem

É


Ciência, arte, disciplina prática que envolve
cuidar.
Tem como metas






Cuidar do sadio, do enfermo;
Auxiliar nas atividades de autocuidado;
Auxiliar a realização do potencial humano;
Descobrir e usar as leis naturais da saúde;
Promover a adaptação;
...
(Wagner, 1986)
Teorias

Evolução





Conhecimento silencioso
Conhecimento recebido
Conhecimento subjetivo
Conhecimento procedimental
Conhecimento construído
(Kidd and Morrison, 1988)
O que é isso?
Como isso funciona?
Eu sei o que faço?
Eu faço o que sei?
Empírico
Explicando
Estruturando
Abrindo
Centrando
‘Eu’ genuíno
Estórias
Teorias
Modelos
Replicação
Validação
Diálogo
Justificação
Competência
Científica
Uso terapêutico
do self
Comportamento
Artes e atos
Ético/ Moral
transformadores
Princípios
Códigos
Ético
Isso é certo?
Isso é responsável?
Pessoal
Resposta
Reflexão
Apreciação
Inspiração
Criticismo
Trab. artist.
Valorando
Imaginando
Clarificando Ensaiando
Estético
O que isso significa?
Quão isso é significante?
Padrões do conhecimento

Fundamentais




Empírico
Ético
Estético
Pessoal
Chinn, Kramer, 1999
Conhecimento de enfermagem

Concepções primordiais (antes da
enfermagem moderna)





Visão holística da saúde e recuperação
Observação e registro de fatos
Senso de virtude do cuidar do enfermo
Apreciação da arte de enfermagem
Práticas influenciadas pelas tradições de
cura nas sociedades
Conhecimento de enfermagem

Nightingale (Enfermagem Moderna)





Cuidado de enfermagem com alta qualidade
Formação e certas características pessoais
Profissionalização da enfermagem como prática
distinta da medicina
“Uso do intelecto, emoção e atividade moral”
Guerra da Criméia / Notes on Nursing
Nightingale

Concepção de enfermagem



A enfermagem auxilia a natureza a recuperar
o doente
Ambiente externo e interno controlados de
uma forma “suportiva”
Contexto da enfermagem



enfermeiras treinadas - escolas, domicílios e
hospitais
ensino: observação, registro, técnicas
Enfermagem como vocação

mais que conhecimento de fatos e técnicas
Oposição à escola Nightingale
Sistema Médico - Capital / Lucro - EUA

Educação formal elevada

Independência econômica das
mulheres

Base específica de conhecimento

Aprendizado com planejamento
Reconstrução
Século XX

Uso e desenvolvimento de múltiplas
formas de saber




Convicções éticas - ÉTICO
Observações, registros e conclusões
derivadas – EMPÍRICO ou CIENTÍFICO
Manejo de contexto em mudança e por
vezes hostil - ESTÉTICO / ARTE
Características pessoais - PESSOAL
Saber empírico

Antes de 1950




Reconhecimento de que o conhecimento
científico era fonte de poder
Conhecimento dos princípios e técnicas
Compreensão das leis da natureza,
princípios da física, química, fisiologia e
psicologia
Observação formal
Saber empírico

Reconhecimento do valor da ciência
(empirismo)

Mas insuficiente para guiar a prática
Saber empírico

“a profissão de enfermagem é uma arte
que depende da ciência... Em
enfermagem a arte deve sempre
predominar apesar de a ciência
subjacente ser importante”
(Worcester, 1902 apud Chinn, Kramer, 1999)
Saber ético

Antes de 1950

Virtudes das enfermeiras


vida religiosa, auto-sacrifício, dever “quase
cego” às regras e prescrições
Origem da ética ‘relacional’

Questionamento das tradições, análise e
crítica dos preceitos básicos
Saber pessoal

Antes de 1950


Saber ético - valorização da pessoa virtuosa
Além da virtude



Cuidado especializado de enfermagem:
necessidade de personalidade integrada e bem
equilibrada
Consistência entre pensamentos, sentimentos e
comportamento
Personalidade da enfermeira quase tão importante
quanto os fatos que ela aprende
Saber pessoal

Antes de 1950

A prática de enfermagem requer um profundo
conhecimento pessoal que reconhece a validade dos
sentimentos, abertura para discutir sentimentos
livremente e o exame de emoções recíprocas pelo
diálogo e relação;

A enfermeira é livre de pensamentos subjugados e é
livre para mudar o ‘status quo’.
Oettinger (1939) apud Chinn, Krammer (1999)
Saber estético

Antes de 1950




Combinação de conhecimento,
experiência, intuição e compreensão
Criatividade,
Sensibilidade subjetiva às diferenças
individuais;
Especulação, imaginação e sobreposição
das impressões aos fatos.
Enfermagem como ciência
1950 - 1960
Competência técnica, dever, e virtude
feminina
X


Enfoque da prática de enfermagem com
ênfase no saber empírico (científico)
Desenvolvimento
•da ética da prática individual e coletiva
•do caráter da enfermeira
•das dimensões artísticas e estéticas da prática
Enfermagem como ciência
1950 - 1960





Fatores relacionados
Guerras mundiais X Papéis das mulheres
Educação universitária
Exigências acadêmicas para os professores
universitários
Pesquisas na perspectiva empírica e títulos
em outras áreas
Desenvolvimento de habilidades nos
métodos científicos
Enfermagem como ciência
1950 - 1960



Fatores relacionados
Desenvolvimento de habilidades nos
métodos científicos
Teorias de enfermagem e outros tipos de
produções teóricas
‘Essas conceptualizações em enfermagem seguiram a tradição
das disciplinas em que as enfermeiras haviam se doutorado.
Apesar disso, as teorias de enfermagem não seguiram as
regras da teoria científica tradicional’ (Chinn, Kramer, 1999
p.30).
Enfermagem como ciência
1970
Concepções predominantes



Serviço que requeria uma base sólida na ciência
Diferentes visões da ciência
Base de conhecimento ampla envolvendo todos
os padrões do saber (concepção não explicitada nos
debates)

Necessidade de legitimação política e social


Acadêmicas - comunidade universitária
Assistenciais - medicina e sociedade em geral
Conhecimento de enfermagem
Segunda metade do século XX

Centrado no padrão empírico




Aplicação de teorias de outras disciplinas
Desenvolvimento de teorias e filosofias
definindo a enfermagem
Desenvolvimento de teorias de “médio
alcance” (mid-range theories)
Aspectos refletindo saber ético, estético e
pessoal
Conhecimento de enfermagem
Segunda metade do século XX

Reconhecimento da aplicabilidade de
teorias de outras disciplinas em situações
de enfermagem

Precauções contra o uso arbitrário
“Apesar de teorias emprestadas poderem ser úteis, sua
utilidade não pode ser assumida até que a teoria seja
examinada na perspectiva de enfermagem, em situações de
enfermagem” (Whall, 1980).
Conhecimento de enfermagem
Segunda metade do século XX

A natureza da enfermagem e o propósito da sua
existência à luz da ciência



Visão idealizada
O que poderia ser a enfermagem
Primeiros modelos conceituais e filosofias

Descrições do processo de enfermagem



substituiu a abordagem orientada por princípios e regras;
estrutura para ver a enfermagem como um sistema
deliberado, critico, e auto-direcionado;
diagnóstico de enfermagem - distanciam a enfermagem da
dependência teórica da medicina;
Conhecimento de enfermagem
Segunda metade do século XX





1960 / 1970 proliferação de modelos conceituais
para a educação e prática de enfermagem
Callista Roy, Betty Neuman, Imogene King,
Dorothea Orem
Modelos, Teorias ou Filosofias?
Ensino, assistência e pesquisa
Reconhecimento tácito da significância dos
componentes ético, estético e pessoal
Perspectiva funcional X Perspectiva essencial
O que faz X O que é
Conhecimento de enfermagem
Final do século XX

1960 / 1970 - Dickoff and James





Nova visão da teoria prática
Descreveram a natureza de teorias para uma disciplina
prática
A idéia de que teoria é mais um guia flexível para a
prática provocou uma visão revolucionária do
conhecimento empírico
Questiona-se o valor de teoria científico-empírica para a
enfermagem
Necessidade de clarificar o conceito de prática de
enfermagem
Conhecimento de enfermagem
Final do século XX





1980 - Afaf Meleis
Teorias sobre conceitos específicos da prática
Teorias que garantam direcionamento mais
específico
Teorias norteadas por problemas da prática
Giram em torno de conceitos específicos
(suporte social, dor, pesar, fadiga...)
Teorias de médio alcance
Teoria de enfermagem

Conceptualização de algum aspecto da
realidade (inventado ou descoberto) que
seja pertinente à enfermagem.

A conceptualização é feita com o
propósito de descrever, explicar, predizer
ou prescrever cuidados de enfermagem.
(Meleis, 1997)
Teorias de enfermagem
Conceitos centrais




Enfermagem
A pessoa
Sociedade e Ambiente
Saúde