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Formação em Ação

A Música no Ensino de História

Maio 2012

Objetivos da Oficina:

Apresentar o conceito de objetos de aprendizagem; Compreender a música como fonte histórica; Usar a canção enquanto objeto de aprendizagem no ensino de história;

1. Objetos de aprendizagem

São recursos educacionais , em diversos formatos e linguagens, que podem ser utilizados durante o aprendizado suportado por tecnologias.

As mídias digitais são objetos de aprendizagem quando utilizadas como recursos que apóiam processos de ensino e aprendizagem.

Características:

 Durabilidade  Reusabilidade  Flexibilidade  Portabilidade.

Funções dos objetos de aprendizagem:

 Mobilizar  Explicar  Facilitar  Comprovar  Sensibilizar

Tais objetos contribuem para:

 Desenvolver cognitivas: interpretar, várias operações capacidade de observar, descrever, conceituar, memorizar.

explicar,  Estudar diferentes materiais, formatos e linguagens.

estratégia que contribui para que o aluno combine e compare informações de diversos

Conceitos: Espontâneos

X

Específicos

A interação do aluno com a mídia leva no a formular conceitos espontâneos .

Através da aprendizagem formal, os mesmos instrumentos que levam à construção do conceitos espontâneos podem ser retomados para a caminhada em dos conceitos direção à construção científicos .

Qual objeto de aprendizagem você mais utiliza nas aulas de História?

Enquete: HAI de História

Enquete: HAI de História

EXEMPLOS

Filme: O Triunfo da Vontade (1935)

Trecho de Documentário: History Channel: A vida de Adolf Hitler

Videoclipe:

Burning Heart - Survivor (1985)

Desenho animado:

Capitão América – O caminho para a destruição (1966)

Música:

Wind of Change - Scorpions (1990)

Programa de TV / Noticiário:

Jornal Nacional – Queda do Muro de Berlim (1989)

Tiras: Mafalda

Documentos – Divisão de Censura de Diversões Pública (DCDP)

Fonte:

www.censuramusical.com

Autor:

Chico Buarque e Augusto Boal

Música:

Mulheres de Atenas

Parte(s): Páginas:

Parte 1; Parte 2; Parte 3 8

Resumo:

A censura (DCDP) considerou que o objetivo dos autores era comparar o comportamento submisso da mulher ateniense na Grécia Antiga à mulher brasileira nos tempos de ditadura.

Game – Call of Duty (2008)

História em Quadrinhos Maus, Art Spiegelman (1986/91)

Fotografia

Joe Rosenthal: Raising the Flag on Iwo Jima

(23/02/1945)

Combinação de recursos

Exemplo: Revolução Francesa Documentário History Channel + HQ – André Diniz + A Marselhesa + Sinfonia N o 3 - Eroica (Beethoven)

Combinação de recursos

Exemplo: Inconfidência Mineira Série Construtores do Brasil + HQ – André Diniz + Alferes – João Bosco e Aldir Blanc

2. Música como Fonte Histórica

“É espantoso constatar que, apesar da riqueza de informações que boa parte das músicas compostas ao longo da nossa história oferecem, elas foram deixadas de lado, descartadas enquanto documentos vivos da nossa História” (WORMS, Luciana; COSTA, Wellington, 2002).

O uso de fonte canções populares como histórica permaneceu por muito tempo rejeitado no meio acadêmico.

Com o advento das novas correntes historiográficas isso foi superado. Na historiografia atual “tudo que o homem diz ou escreve tudo que fabrica, tudo que toca pode e deve informar sobre ele” (BLOCH).

Nova Esquerda Inglesa (1956)

História vista de baixo – enfoque na classe trabalhadora, na voz dos “excluídos’’; Introdução de múltiplos sujeitos e novas temporalidades; as pesquisas incorpora-ram de consciência, os novas formas costumes, tradições populares e culturais, etc.

às

Nova História Cultural (1980)

 Microanálise  Valoriza as ações e concepções de mundo das classes populares que sofrem os condicionamentos dos processos históricos mais amplos;  Leva em conta várias práticas culturais e documentos diversos.

Atualmente, a de autores música popular tem sido uma fonte onde se revela o registro da vida cotidiana , na visão que observam o contexto social no qual vivem.

“A canção popular certamente é a que mais embala e acompanha as diferentes experiências humanas”.

(MORAES, 2000, p. 204)

“Toda gente sabe: verso e música são as expressões de arte mais próximas do analfabeto. Conjugados assumem um poder de comunicação que fura a sensibilidade mais dura’’

(Antonio Alcântara Machado)

A canção popular é claramente, muito mais do que um texto.

O poder significante e comunicativo desses sons só é percebido como um processo social ato à medida em que o performático é capaz de articular e engajar uma comunidade de músicos e ouvintes comunicação 2001).

numa social forma de (NAPOLITANO,

Análise: Performance + Circuito Social + Veículo Comunicativo

Elementos histórico-conjunturais construção do sentido social e histórico das canções: na     A performance do cantor; A performance dos O meio músicos; técnico de divulgação; Um tipo específico de audiência (a platéia com todas as suas carac_ terísticas sociológicas e sua inserção histórica específica).

Exemplo: anos 60.

Festivais da canção dos A memória é inseparável do sentido das imagens televisivas destes eventos, que imortalizou uma determinada platéia. Esta relação de artistas e relação, ora de comunhão, ora de conflito, é parte constituinte pelas do “canções sentido (NAPOLITANO, 2001).

de adquirido festival”.

3. A Música no Ensino de História

Fontes como objetos de aprendizagem

“(...) no processo de aprendizagem as fontes se transformam em recursos didáticos, na medida em que são chamadas para responder os questionamentos da história ensinada”. (ABUD, 2005, p. 309)

“O registro, documento tratado como histórico em linguagem alternativa, é um instrumento para o desenvolvimento de conceitos históricos e para a formação histórica dos alunos, conduzindo os à elaboração da histórica

consciência (ABUD, 2005, p. 313)

“As representações sociais de autores e intérpretes serão instrumentos na transformação de conceitos espontâneos porque em conceitos científicos , são evidências que facilitam a compreensão histórica pelos alunos, pela empatia que estabelecem entre eles e aqueles que viveram em outros contextos históricos” (ABUD, 2005, p.

309)

Empatia Histórica

Segundo Peter Lee (2003, p.19) , a empatia histórica pode ser entendida como algo que acontece sabemos o que o agente quando histórico pensou , quais seus objetivos, como entenderam aquela conectamos tudo isso situação e às ações dos agentes.

A utilização da música em sala de aula pode contribuir para:

 Utilizar métodos de pesquisa, aprendendo a ler diferentes registros.

Assim compreende-se alguns processos de construção do conhecimento Histórico e métodos de investigação.

 O trabalho trabalho com menos participativo.

fontes propõe um expositivo e mais

Seleção de canções em função de temas trabalhados nas aulas de História

All i need (2008) Radiohead Pindorama – Palavra Cantada Campanha da MTV contra a exploração do trabalho infantil Descobrimento do Brasil Do the Evolution (1998) - Pearl Jam Desde os primórdios até hoje em dia...

Tributo a Martin Luther King (1967) - Wilson Simonal Homenagem ao líder negro

Rosa de Hiroshima (1973) – Secos e Molhados Mestre Sala dos Mares (1975) João Bosco e Aldir Blanc Alferes (1973) – João Bosco e Aldir Blanc Explosão da bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki Revolta da Chibata Inconfidência Mineira Mulheres de Atenas (1976) - Chico Buarque Papel da mulher na sociedade grega

Pride / In the name of love (1984) – U2 Sinhá – Chico Buarque e João Bosco (2011) Todo camburão tem um pouco de navio negreiro – Rappa (1994) Fábrica (1986) - Legião Urbana Mão da limpeza – Gilberto Gil (1994) Idem Escravidão no Brasil Relação senhor / escravo Herança da Escravidão no Brasil – marginali_ zação dos negros Exploração do trabalhador Comparação passado/ presente - preconceito e discriminação aos negros

Navio Negreiro Caetano Veloso (1997) Versão musicada do poema de Castro Alves Palmares (1999) Natiruts Contestação à derrota de Palmares – Crítica à História dos vencedores Índios (1986) – Legião Urbana Papai Noel Velho Batuta (1985) – Garotos Podres Chegada dos portugueses ao Brasil, a busca por ouro e a exploração dos povos indígenas Crítica ao capitalismo, à desigualdade social

Estado violência (1996)– Titãs Crítica Totalitarismo / Ditadura Toda forma de poder (1986) -Engenheiros do Hawai Idem Censura (1987)- Plebe Rude Inútil (1985) – Ultraje a Rigor Que país é este? (1987) – Legião Urbana Censura aos meios de comunicação Crítica ao atraso político e cultural do Brasil Decepção com os rumos da política após a redemocratização

Hoje eu to feliz matei o presidente (1992) Gabriel o pensador O Salto (2004) - Rappa Governo Collor Governo Collor Era uma garoto (1990) – Engenheiros do Hawaii Guerra do Vietnã War Pigs (1970) – Black Sabbath Canção anti-guerra

Jhonny vai à guerra (1985) – Plebe Rude One (1988) - Metallica Música baseada no filme Jhonny got his gun (1971) e no livro de Dalton Trumbo Idem When the man comes around (2002) – Jhonny Cash Canção do Senhor da Guerra (1992) Urbana – Legião Videoclipe com cenas da 1ª Guerra Mundial, produzido pelo Discovery Channel Denuncia o descaso com a vida e os objetivos econômicos que movem as guerras.

Carta aos missionários (1988) – Uns e Outros Remember the time (1992) – Michael Jackson A guerra como fonte de ódio e destruição Antigo Egito.

Canções cujo significado histórico é relevante para a compreensão da trajetória republicana brasileira

A seleção foi dividida em 6 partes, que representam nossa diferentes fases experiência republicana: da

      República Velha_____ (11 músicas); Revolução de 30_____(10 músicas); Estado Novo________ (17 Democracia -1945/54_ (09 músicas); músicas); De JK a Jango_______ (10 Ditadura Militar______ (13 músicas); músicas);

Disponíveis na página:

historianreldna.pbworks.com

> Seção

REFERÊNCIAS

ABUD, Katia Maria. Registro e cotidiano: a representação do música popular na aula de história.

Cad. CEDES, Campinas, v. 25, n. 67, Dez. 2005 LEE, P. “Nós fabricamos carros e eles tinham que andar a pé”: Compreensão da vida no passado. In: BARCA, I. (Org). Jornadas Internacionais de Educação Histórica, II, 2001. Portugal. Atas: Educação Histórica e Museus. Portugal: Lusografe, 2003. p. 19-36. COSTA, Wellington B.; WORMS, Luciana S.

Brasil século XX:

ao popular. Curitiba: Nova pé da letra da canção didática, 2002.

COSTA, Wellington B.; WORMS, Luciana S.

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MORAES, música: canção popular e conhecimento histórico.

José Geraldo Vinci de. História e

Revista Brasileira de

História, São Paulo, v. 20, n. 39, 2000.

NAPOLITANO, Marcos.

História e música

. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

______. AMARAL, Maria Cecília; BORJA, Wagner Cafagni. Linguagem e canção: uma proposta para o ensino de História.

Revista Brasileira de História

, São Paulo, v.7, n. 13, 1986-1987. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação.

Diretrizes Curriculares de História para a Educação Básica

. Curitiba: SEED, 2008. TREECE, David. A flor e o canhão: a bossa nova e a música de protesto no Brasil (1958/1968).

História Questões e Debates

, Curitiba, jun./jul. 2000.

Fábio Vinícius Gôngora Equipe de Educação Básica NRE / Londrina [email protected]

http://historianreldna.pbworks.com