MOÇAMBIQUE Arte e História

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MOÇAMBIQUE
Arte e História
Iniciativa OSCIP Imagem da Vida
Curadoria Dirce Carrion e Nilson Moulin
Síntese do projeto “Moçambique Arte e História”
Realização de evento sobre Moçambique, envolvendo exposição de artes plásticas
(cerâmica, xilogravura, artesanato e fotografia), mostra de cinema
e um ciclo de debates sobre variados aspectos da cultura do país e das suas
relações com o Brasil através dos tempos.
Objetivos do projeto
O projeto “Moçambique – 35 anos depois” é uma iniciativa da OSCIP Imagem
da Vida que vem promovendo várias formas de intercâmbio entre o Brasil e
vários países africanos. Muito embora, já sejam visíveis alguns avanços, ainda
podemos observar a dimensão dos equívocos que cercam o conhecimento do
continente africano entre nós. Muito freqüentemente, nos deparamos com visões
ancoradas num passado distante, que refletem imagens estereotipadas dos
países africanos. Entre eles, aparece Moçambique, visto predominantemente
num contexto de carência, limitado por sua pobreza e seu atraso, observado por
um olhar redutor, incapaz de considerar a força que pôde colocar fim à
exploração colonial, a sua capacidade de recuperação econômica, depois de anos
e anos de guerra, e a vitalidade de sua população que reinventa formas de
resistência e exercita sua criatividade.
Com base na multiplicidade de enfoques, a realização pretende:
1. A partir de manifestações variadas, divulgar o patrimônio artístico do país,
dando visibilidade a uma produção de valor reconhecido;
2. Apresentar manifestações culturais que componham um panorama do
presente das populações moçambicanas;
3. Revelar a grande diversidade cultural do país, e, desse modo, contribuir para
romper com a idéia de homogeneidade das culturas africanas;
4. Contribuir para uma reflexão a respeito independência do país, com base na
interlocução entre moçambicanos e brasileiros.
5. Dinamizar os debates em torno das relações entre o Brasil e Moçambique, de
modo a identificar novas formas de aproximação.
Justificativa do projeto
Os laços entre Moçambique e o Brasil, cuja origem localiza-se num passado muito
distante, vêm se renovando no presente dos dois países. A mudança de eixo da
nossa política externa tem permitido que se revitalize uma ligação que em vários
momentos foi tão importante para os dois lados. A vinda de moçambicanos
escravizados, sobretudo para o trabalho nas minas e na agricultura, o acolhimento
de Tomás Antonio Gonzaga na Ilha de Moçambique, a importância de Jorge
Amado, Graciliano Ramos e Rachel de Queirós, entre outros, na formação da
literatura nacionalista moçambicana, o sucesso da revista O Cruzeiro e da nossa
música nas festas dos anos 50 e 60, a participação de nossos refugiados políticos no
país recém-independente são fatos que marcam a história de uma relação que,
sendo evidente, pode e precisa ser reforçada pela via do conhecimento e das trocas
culturais.
A exposição de produtos culturais e a organização de debates que
incorporem as vozes de artistas e intelectuais moçambicanos que vêm
contribuindo para o desenvolvimento do jovem país certamente oferecem
ao público brasileiro a oportunidade de estabelecer um diálogo com
visões pouco contempladas entre nós. A qualidade do trabalho artístico e
o refinamento das reflexões compõem um quadro importante para a
relativização dos paradigmas eleitos pelo discurso ocidental, sempre
empenhado em excluir a diferença. O contato com outras formas de arte
pode ser um modo de alterar a leitura do mundo.
A realização de um projeto multifacetado que possa indicar dimensões
ainda desconhecidas desse país que tem vivido períodos conturbados,
enfrentando e superando grandes dificuldades justifica-se ainda pela
necessidade de se quebrar uma corrente de preconceitos que ainda
envolve as sociedades africanas e marca negativamente a presença da
África em nosso patrimônio cultural. A revelação de aspectos que
demonstrem a vitalidade das sociedades moçambicanas, na sua grande
capacidade de articular uma tradição poderosa com a apropriação de
signos da modernidade, constitui uma estratégia eficaz para a construção
de imagens positivas de um país relevante na formação da nossa cultura.
Proposta da Exposição
Paralelamente às exposições em São Paulo serão abertas ao público cinco
sessões de debates e discussões com escritores, educadores,
sociólogos, cineastas e críticos de arte sobre a cultura moçambicana.
A coordenação e mediação dos debates estará a cargo da professora Doutora
Rita Chaves, do departamento de Literatura Africana de Língua Portuguesa e
o debate contará com a presença de renomados escritores e críticos de arte
brasileiros e moçambicanos: Rui Guerra, Tânia Macedo, Mia Couto,
Francisco Noa, entre outros.
Os temas previstos são:
1) Relações Brasil-Moçambique;
2) Cinema;
3) Arte;
4) Literatura.
Divisão Temática da Mostra
Bloco I - Cabo Delgado
* Exposição de Cerâmica Makonde – Serão expostas sobre mobiliário expositivo
individual confeccionado em madeira pintada, 30 peças da ceramista Reinata
Sadimba, maior e mais original ceramista moçambicana, com diversas
exposições realizadas em diversos países da Europa. Natural de Cabo Delgado –
norte de Moçambique – é um dos grandes nomes da Arte Makonde,
característica do norte de Moçambique e sul da Tanzânia é considerada uma das
mais importantes correntes de arte da África. Mantém um atelier permanente no
Museu de Arte Nacional em Maputo.
*Exposição de Xilogravura Makonde – Serão expostas sobre painéis autoportantes 30 gravuras do artista Mathias Ntundu, importante gravador
moçambicano, tem seu trabalho exposto e reconhecido há mais de 30 anos
tanto em Moçambique quanto no exterior.
* Exposição de Fotografia sobre Cabo Delgado - será uma coletiva composta por 30
fotografias sobre esta região localizada no norte de Moçambique – incluindo
imagem do planalto da Mueda e Pemba. As fotografias serão selecionadas do
acervo de renomados fotógrafos moçambicanos com o apoio da Associação
Moçambicana de Fotografia, que possui uma galeria permanente em Maputo e
reúne os maiores fotógrafos do País, e é responsável pela mostra Photo Festa que
de dois em dois anos apresenta o melhor da fotografia moçambicana.
* Exposição de Bonecas Indumentárias - No total serão selecionadas 45 bonecas
artesanais que serão expostas sobre mobiliário expositivo individual
confeccionado em madeira pintada. Neste bloco 15 estarão representando a
região de Cabo Delgado vestidas com indumentárias tradicionais. A mostra é de
autoria da artista Suzete Honwana, que fez uma larga pesquisa sobre o uso da
capulana, percorrendo vários estilos de indumentárias na história das
populações moçambicanas. A mostra será acompanhada de textos informativos
de Benigna Zimba sobre a história da capulana em Moçambique.
* Apresentação de filmes Moçambicanos - No total serão exibidas 12 obras de
ficção e documentários representativos do melhor do cinema moçambicano,
realizados por moçambicanos, que abordam temáticas atuais, desde a
problemática do HIV-Sida, até questões culturais e literárias, portanto, longas
e curta metragens. A seleção dos filmes da mostra esta a cargo de Licinio
Azevedo, Camilo de Souza e Jose Luis Cabaço. Todos com larga vivencia na
produção de cinema e documentários.
Brasil-África Similaridades.
Brasil e África, uma mesma terra e um mesmo continente no passado
remoto, hoje são unidos pelo Atlântico. As águas que trouxeram escravos e
aproximaram culturas diferentes, criaram também uma sólida ponte entre
os brasileiros e os povos africanos. Agora é chegado o momento de
estabelecer um maior conhecimento recíproco.
A mostra Brasil e África Similaridades colocar lado a lado imagens daqui e
de lá, evidenciando nossas raízes comuns.
BLOCO II - Ilha de Moçambique
* Exposição de Fotografias sobre a Ilha de Moçambique – localizada no oceano
Índico, na província de Nampula, a Ilha de Moçambique foi a primeira capital
do país. Foi para lá que também foi enviado para exílio o poeta Tomás Antonio
Gonzaga.
Possui uma cultura própria e tradicional com destaque para as mulheres
Macuas. A exposição será uma coletiva composta por 30 fotografias. As
fotografias serão selecionadas dos acervos de renomados fotógrafos
moçambicanos com o apoio da Associação Moçambicana de Fotografia, que
possui uma galeria permanente em Maputo e reúne os maiores fotógrafos do
país, e é responsável pela mostra Fato Festa que de dois em dois anos
apresenta o melhor da fotografia moçambicana.
* Exposição de Bonecas Indumentária - No total serão selecionadas 45
bonecas artesanais que serão expostas sobre mobiliário expositivo
individual confeccionado em madeira pintada. Neste bloco, estarão
representando a região da Ilha de Moçambique, vestidas com
indumentárias tradicionais. A mostra é de autoria da artista Suzette
Honwana que fez uma larga pesquisa sobre o uso da capulana,
percorrendo vários estilos de indumentárias na história das populações
moçambicanas. A mostra será acompanhada de textos informativos de
Benigna Zimba sobre a história da capulana em Moçambique.
* Apresentação de filmes Moçambicanos - A mostra e composta por 12
obras de ficção e documentários representativos do melhor do cinema
moçambicano, realizados por moçambicanos que abordam temáticas
atuais, desde a problemática do HIV-Sida, até questões culturais e
literárias, portanto, longas e curtas metragens. A seleção dos filmes da
mostra esta a cargo de Licinio Azevedo, Camilo de Souza e Jose Luis
Cabaço. Todos com larga vivencia na produção de cinema e
documentários.
BLOCO III – Maputo
* Exposição Brasil-Moçambique Similaridades – Essa mostra é composta por
10 pares de fotografias que apresentam similaridades visuais entre si,
entretanto, uma delas é no Brasil e a outra em Moçambique. A idéia é
apresentar as semelhanças identificadas em nossas raízes em comum.
A seleção de imagens está a cargo da curadora Dirce Carrion, que há mais de
15 anos realiza exposições sobre o Brasil no continente africano.
* Exposição de Bonecas Indumentárias - No total serão selecionadas 45
bonecas artesanais que serão expostas sobre mobiliário expositivo individual
confeccionado em madeira pintada. Neste bloco 15 estarão representando a
região de Maputo, vestidas com indumentárias tradicionais. A mostra é de
autoria da artista Suzete Honwana, que fez uma larga pesquisa sobre o uso da
capulana, percorrendo vários estilos de indumentárias na história das
populações moçambicanas.
A mostra será acompanhada de textos informativos de Benigna Zimba sobre a
história da capulana em Moçambique.
* Apresentação de filmes Moçambicanos - A mostra é composta por 12 obras
de ficção e documentários representativos do melhor do cinema moçambicano,
realizados por moçambicanos, que abordam temáticas atuais, desde a
problemática do HIV-Sida, até questões culturais e literárias, portanto, longas
e curtas metragens. A seleção dos filmes da mostra está a cargo de Licinio
Azevedo, Camilo de Souza e Jose Luis Cabaçoo. Todos com larga vivencia na
produção de cinema e documentários.
DEBATE
Paralelamente às exposições em São Paulo serão abertas ao público cinco
sessões de debates e discussões com escritores, educadores,
sociólogos, cineastas e críticos de arte sobre a cultura moçambicana.
A coordenação e mediação dos debates estará a cargo da professora Doutora
Rita Chaves, do departamento de Literatura Africana de Língua Portuguesa e
o debate contará com a presença de renomados escritores brasileiros e
moçambicanos: Rui Guerra, Francisco Noa, entre outros.
Os temas previstos são:
1) Relações Brasil-Moçambique;
2) Cinema;
3) Arte;
4) Ilha de Moçambique;
5) Literatura.
A “Imagem da Vida” é OSCIP, uma Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público, criada em 2005 e tem entre os seus membros
fundadores profissionais graduados, mestres e doutores de diferentes
áreas de formação: arquitetura, antropologia, jornalismo, fotografia,
filosofia, engenharia florestal, assistência social.
Os objetivos da “Imagem da Vida” é promover e divulgar ações que
contribuam para o desenvolvimento educacional, cultural, econômico e
social a nível nacional e internacional, em especial com países africanos e
países de língua portuguesa. Pesquisar, registrar e popularizar práticas
culturais que contribuam para o desenvolvimento da sociedade, de forma
ética e solidária, nas áreas de educação, cultura, e proteção ao meio
ambiente. Desenvolver e realizar projetos e promover atividades
educacionais, culturais e ambientais, com ênfase nos objetivos
anteriormente delimitados.
Entre os principais projetos realizados pela Oscip Imagem da Vida está a
série Olhares Cruzados que, desde o ano 2004 desenvolve ações de
intercâmbio cultural entre o Brasil, a África, a América Latina e o Caribe,
com o objetivo de ampliar o conhecimento recíproco e de divulgar uma
imagem positiva dos povos africanos e indígenas, valorizando as suas
contribuições na formação da identidade cultural das sociedades
americanas.
Projeto Olhares Cruzados
Teve início em 2004, e desde então envolveu crianças e adolescentes
brasileiros, latino-americanas e africanos. Foi realizado em dez estados
brasileiros (Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Maranhão, Pernambuco,
São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pará, Goiás, Amazonas, e Piauí), e em
nove outros países: Angola, Moçambique, Haiti, Senegal, Congo RDC,
Bolívia, Guiné Bissau, Cabo Verde e Mali. Este trabalho foi apresentado
em dezenas de exposições no Brasil e no exterior, três documentários em
vídeo, e em oito livros publicados e dois livros em fase de edição.
A coordenadora e idealizadora do projeto Olhares Cruzados, Dirce
Carrion, recebeu em 2010 a Comenda da Ordem do Rio Branco,
reconhecendo o mérito desta iniciativa em promover e dialogar com países
africanos e da diáspora africana.
Dirce Carrion com o presidente Lula e o vice-presidente José de Alencar
África-Brasil-África
Teve início no ano 2000, desenvolvendo ações de intercâmbio cultural entre o Brasil e a
África, tendo como objetivos principais ampliar o conhecimento recíproco entre o nosso
País e aquele continente. Foram realizadas diversas exposições apresentando as culturas
brasileira e africanas.
- Exposição fotográfica “Agudás - Os brasileiros do Benim” – fevereiro de 2006 Visita do Presidente Lula ao Benin – Musse Historique de Ouida Benim
- Agudás ações para a visita do Presidente Lula a África em 2003.
- Conjunto de exposições da visita oficial do Presidente Lula à África – novembro
de 2003
-Exposição fotográfica “Terras de Preto” de Ricardo Teles - Windoek - Namíbia
-Exposição fotográfica “Brasil Terra e Gente” - Centro Cultural
Brasileiro Pretória - África do Sul
- Exposição fotográfica “Imagens Fiéis” de José Bassit - Centro de Estudos
Brasileiros - Maputo - Moçambique
- Exposição fotográfica “Artesanato no Brasil” - Centro Cultural Brasileiro Luanda - Angola
-Biblioteca Nacional do Cabo Verde – Praia – Cabo Verde – setembro de 2004
- Centro de Estudos Brasileiros – Bissau – Guiné Bissau – setembro de 2004
- Exposição fotográfica “África-Brasil-África” Palácio dos Congressos – São Tomé
e Príncipe – São Tomé e Príncipe na Cimeira dos PALOPS– junho de 2003
- Concepção, coordenação e montagem da exposição “Brasil e África –
Similaridades”
- Centro Cultural São Paulo – maio de 2003 – Fórum África
- Centro de Estudos Brasileiros de Maputo – Moçambique – abril de 2003 Ministério de Relações Exteriores e Embaixada do Brasil
- Câmara dos Deputados – Brasília – DF – novembro de 2002 – I Jornada África
Brasil
- Centro de Cultura Negra do Macapá – AP Semana da Consciência Negra –
novembro de 2001
- Mês Internacional da Fotografia - Estação Sé do Metrô – S. Paulo - maio de 2001
Ações desenvolvidas em Moçambique
*Exposição e lançamento do livro “Moçambique-Brasil: Olhares Cruzados”–
Centro de Estudos Brasileiros – Maputo, Moçambique, comunidades de Matole
Boque e Miteme na província de Manica – Moçambique - maio de 2008
*Livro “Moçambique- Brasil: Olhares Cruzados” – maio de 2008
*Exposição e lançamento do livro “Brasil - África: Olhares Cruzados”–
Centro de Estudos Brasileiros – Maputo, Moçambique, sobre o bairro de
Miteme em Maputo e Port o Alegre no Rio Grande do Sul - maio de 2006.
*Exposição fotográfica “Olhos do Bairro” projeto realizado com crianças na
periferia de Maputo-Moçambique. Espaço Cultural da Câmara dos
Deputados – Brasília – DF – novembro de 2004
*Exposição fotográfica “Moçambique - África-Brasil-África” - Memorial do
Rio Grande do Sul para a visita do Presidente de Moçambique ao Brasil –
Porto Alegre – Rio Grande do Sul -setembro de 2004
FOTOFESTA – Centro de Estudos Brasileiros – Maputo – Moçambique –
outubro de 2004
*Concepção, coordenação e montagem da exposição “Brasil e África –
Similaridades”, Centro de Estudos Brasileiros de Maputo – Moçambique –
abril de 2003 - Ministério de Relações Exteriores e Embaixada do Brasil
*Exposição fotográfica “África-Brasil-África” - Moçambique e Angola,
Palácio do Planalto – Brasília – DF – 19 a 30 de novembro de 2003
www.olharescruzados.org.br