Figuras de Som Aliteração
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Transcript Figuras de Som Aliteração
LINGUAGEM LITERÁRIA
Figuras de Linguagem
Figuras de Linguagem
Recursos ou estratégias utilizadas para
tornar o texto mais expressivo;
Subdividem-se em:
figuras de som
figuras de palavras
figuras de pensamento
figuras de construção
Figuras de Som
Aliteração: repetição de sons consonantais
idênticos ou semelhantes para intensificar o ritmo
ou produzir efeito sonoro significativo.
“Chove chuva choverando
Que a cidade de meu bem
Está-se toda se lavando”
Oswald de Andrade
“Vozes veladas, veludosas vozes
Volúpias dos violões, vozes veladas
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas”
Cruz e Sousa
“Acho que a chuva ajuda a gente a se ver”
Caetano Veloso
Figuras de Som
Assonância: repetição de sons vocálicos em
sílabas tônicas de palavras distintas ou na mesma
frase para obter certos efeitos de estilo.
Pássaro da rua
Que queres cantar
Nessa terra tua
Sem flor e sem mar?
Cecília Meireles
"Sou Ana, da cama
da cana, fulana, bacana
Sou Ana de Amsterdam.“
Chico Buarque
“É um pássaro, é uma rosa
É o mar que me acorda?”
Eugênio de Andrade
Figuras de Som
Onomatopéia: imitar um som com um fonema ou
uma palavra. Ruídos, gritos, canto de animais, sons
da natureza, barulho de máquinas, o timbre da voz
humana fazem parte do universo das onomatopéias.
“Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r
eterno!
Forte espasmo retido dos
maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,”
(Álvaro de Campos)
Figuras de Palavras
Comparação: consiste em aproximar dois elementos
a partir de uma característica em comum, dá-se a
partir de conetivos comparativos explícitos.
“Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico”
Chico Buarque
As solteironas, os longos vestidos negros fechados no
pescoço, negros xales nos ombros, pareciam aves
noturnas paradas..."
Jorge Amado
Figuras de Palavras
Metáfora: empregar um termo com significado diferente
do habitual, com base na relação de similaridade entre o
sentido próprio e o figurado. A metáfora implica uma
comparação subjetiva com ausência do conetivo.
O relógio pingava as horas, uma a uma, vagarosamente
“Amor é fogo que arde sem se ver”
Camões
"Supondo o espírito humano uma vasta concha, o
meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas,
que é a razão." Machado de Assis
Figuras de Palavras
Metonímia: um termo substitui outro não porque a nossa
sensibilidade estabelece uma relação de semelhança entre
os elementos (caso da metáfora), mas porque eles têm, de
fato, uma relação de dependência. Na metonímia, há uma
relação de contiguidade entre sentido de um termo e o
sentido do termo que o substitui.
“Ganharás o pão com o suor de teu rosto”
O bonde passa cheio de pernas
pernas brancas pretas amarelas.
Carlos Drummond
Figuras de Palavras
Sinestesia: consiste em mesclar numa mesma
expressão sensações percebidas por diferentes
órgãos do sentido.
“Um grito áspero revelava todo o seu medo.”
“O sol de outono caía com uma luz pálida e macia”.
Minhas mãos ainda estão molhadas do azul das ondas
entreabertas e a cor que escorre dos meus dedos, colore as
areias desertas... Cecília Meireles
Figuras de Pensamento
Antítese: aproximação de palavras ou expressões
de sentidos opostos.
(..)tudo isso em ti
se deposita
e cala.
Até que de repente
um susto
ou uma ventania
chama esses fósseis à fala.
(Ferreira Gullar)
Não existiria som se não
Houvesse o silêncio
Não haveria luz se não
Fosse a escuridão
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim
(Lulu Santos)
Figuras de Pensamento
Paradoxo: ao aproximar palavras de sentidos
opostos, gera uma contradição.
Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer
“Bastou ouvir o teu silêncio
para chorar de saudades”
Figuras de Pensamento
Ironia: consiste em usar um termo em sentido
oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico
ou humorístico.
Moça linda bem tratada,
três séculos de família,
burra como uma porta:
um amor!
(Mário de Andrade)
“Se você gritar mais alto, eu agradeço.”
Figuras de Pensamento
Eufemismo: É a atenuação ou suavização de idéias
consideradas desagradáveis, cruéis, imorais,
obscenas ou ofensivas.
“Era uma estrela divina que ao firmamento voou!”
“Si alguma cunhatã se aproximava ele pra fazer festinha,
Macunaíma punha a mão nas graças dela.”
Hipérbole: consiste no exagero.
“Rios te correrão dos olhos, se chorares (…)”
“Queria querer gritar setecentas mil vezes
Como são lindos, como são lindos os burgueses” (Caetano Veloso)
Figuras de Pensamento
Prosopopéia: Consiste em atribuir linguagem,
sentimentos e ações de seres humanos a seres
inanimados ou irracionais.
“O vento beija meus cabelos
As ondas lambem minhas pernas
O sol abraça o meu corpo.” (Lulu Santos)
“Vai passar
na avenida um samba popular
Cada paralelepípedo / Da velha cidade
Essa noite vai / Se arrepiar” (Chico Buarque)
Figuras de Pensamento
Apóstrofe: Consiste no chamamento ou
interpelação a uma pessoa ou coisa que pode ser
real ou imaginária, pode estar presente ou
ausente; usada para dar ênfase.
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal.”
(Fernando Pessoa)
“Maria, não chores!”
Figuras de Construção
Anáfora: repetição de uma mesma palavra ou construção
no início de versos ou frases.
"Olha a voz que me resta
“Tudo cura o tempo, tudo gasta,
tudo digere.” (Vieira)
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho que falta
Por favor." (Chico Buarque)
Pleonasmo: é também um caso de repetição, mas que
envolve uma redundância, uma repetição desnecessária,
tanto do ponto de vista sintático quanto do semântico.
“Aos rapazes, deu-lhes dinheiro.”
“Chove chuva, chove sem parar.”
Identifique a figura de linguagem:
“Parece que toda a cidade precisava ter um louco na
rua para chamar o povo à razão.” (J.J Veiga)
“E me beija com calma e fundo / até minh’alma se
sentir beijada...” (Chico Buarque)
“Holanda defenderá a verdade de vossos
sacramentos. Holanda edificará templos, Holanda
levantará altares...” (Vieira)
Colombo, fecha a porta de teus mares.” (Castro Alves)
Tendes a volúpia suprema da vaidade, que é a
vaidade da modéstia.” (Machado de Assis)
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague.” (Chico Buarque)