Palestra 01: Economia - Cenário Nacional
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Transcript Palestra 01: Economia - Cenário Nacional
CENÁRIO DA ECONOMIA E
TENDÊNCIAS
GUSTAVO LOYOLA
Estrutura
Cenário internacional
Situação doméstica atual
Cenário de médio prazo – 2015 a 2018
Conclusão
CENÁRIO INTERNACIONAL
Cenário internacional
Há importantes fatores de incerteza globais para os próximos anos
Normalização da política monetária nos EUA
Ritmo de desaceleração da economia da China
Recuperação da Zona do Euro
Estas questões irão definir alguns aspectos cruciais: ritmo de
crescimento da economia mundial e taxas globais de juros e de
câmbio
4
Cenário internacional
Tema da “estagnação secular” voltou ao debate após relatório do
FMI.
Retomada mais lenta que o esperado mantém postura cautelosa dos
principais BCs – custo do capital deve demorar mais para subir
5
Cenário Internacional
Desaceleração suave nos próximos anos, mas ainda
com crescimento em ritmo elevado
Crescimento moderado, limitado pela necessidade
dos ajustes monetários
Melhora lenta e instável, com desequilíbrios entre
os países
6
Cenário internacional
Média de crescimento global entre 2014 e 2019: 3,7%
7
Cenário Internacional
8
Euro
EUA 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
1,6% 2,3% 2,2% 2,3% 2,9% 2,6% 2,5% 2,2%
2011
1,6%
3,4%
1,1%
2012
-0,7%
0,9%
0,3%
2013
-0,4%
0,5%
1,7%
2014
0,7%
1,2%
2,9%
2015
0,9%
1,0%
2,4%
2016
1,1%
1,0%
2,3%
2017
1,3%
1,3%
2,3%
2018
1,5%
1,2%
2,2%
Asia 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
9,3% 7,7% 7,7% 7,3% 6,9% 6,7% 6,5% 6,5%
6,6% 4,7% 5,0% 4,5% 5,0% 5,2% 4,5% 4,3%
-0,5% 1,5% 1,5% 0,9% 0,8% 1,2% 1,1% 1,1%
LatAm 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
2,7%
8,6%
5,8%
4,0%
0,9%
0,9%
5,5%
4,0%
2,5%
2,9%
4,2%
1,1%
0,3%
-2,5%
1,8%
2,6%
1,2%
-1,5%
2,7%
3,5%
3,0%
3,0%
3,9%
3,5%
3,5%
3,5%
4,0%
3,6%
Fonte: FMI (Projeções: Tendências)
3,5%
2,5%
4,0%
3,7%
Mundo 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
4,1% 3,4% 3,3% 3,4% 3,7% 3,9% 3,9% 3,8%
CENÁRIO DOMÉSTICO 2015
Crescimento do PIB
Crise internacional?
Fonte: FMI (elaboração Tendências)
10
Desequilíbrios macroeconômicos
• Desequilíbrios e incerteza gerados pela política econômica do governo
Dilma explicam em grande medida o baixo crescimento
• Política de estímulo ao consumo tem gerado inflação
persistentemente alta e déficit em transações correntes.
Fonte: IBGE e Banco Central (elaboração Tendências)
11
Desafios do segundo mandato de Dilma
•
•
•
•
•
•
•
O desafio principal e imediato de Dilma é a recuperação da confiança dos
agentes econômicos.
Contudo, a agenda negativa da campanha eleitoral dificultará o atingimento
deste objetivo.
Indicação do novo ministro da Fazenda será elemento-chave desta estratégia.
Há necessidade de ajustes imediatos nas políticas fiscal e monetária. Alta da Selic
pode ser o início deste processo, mas ainda é cedo para extrapolar.
Situação fiscal é crítica para a manutenção do “investment grade”. Espera-se a
divulgação de um programa de ajuste fiscal nas próximas semanas. A recepção
do mercado tenderá a ser fria, tendo em vista as frustrações anteriores e a perda
de transparência na política fiscal.
A adoção de uma agenda de longo prazo voltada para o crescimento da
economia será dificultada por dificuldades políticas e pela postura ideológica
equivocada de setores do governo.
O nosso cenário básico não antecipa graves crises; porém projeta um
crescimento médio mediocre para os próximos anos.
Panorama da atividade econômica
•
Brasil perdeu ritmo econômico nos últimos anos – média de crescimento 2011 a 2014 ficará
em apenas 1,6% (expectativa 0,2% em 2014)
•
Crise de confiança acentuou fraqueza da economia neste ano, derrubando os investimentos e
arrefecendo o consumo.
•
Desta forma, desafio inicial para 2015 é recuperar a confiança dos agentes, o que será
dificultado pela agenda negativa da campanha eleitoral.
•
•
Retomada da alta da Selic pelo BC insere-se no propósito de recuperação da confiança
Governo deve anunciar em breve medidas na área fiscal, inclusive aumento de impostos
Fonte: IBGE e FGV (elaboração e projeções Tendências)
Panorama de curto prazo - Indústria
•
Setor industrial tem exibido desempenho decepcionante. Para 2014, projeção é de queda de 1,8%
no PIB da indústria.
•
Para 2015, há a expectativa é de alguma reação do PIB industrial, ainda que não suficiente para
neutralizar a expressiva retração deste ano. Uma demanda externa pouco mais favorável,
depreciação do câmbio e menores pressões salariais dariam algum fôlego ao setor.
•
Porém, as dificuldades estruturais devem persistir nos próximos anos; o comportamento será
muito dependente da agenda do próximo governo.
(Q/Q-4)
Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)
Panorama de curto prazo - Mercado de trabalho
• Taxa de desemprego exibe tendência
de elevação, com baixa geração de
empregos e quadro econômico adverso.
• Comportamento atípico da força de
trabalho tem evitado alta maior, já que a
ocupação segue com baixo dinamismo.
• Menor aquecimento do mercado de
trabalho também se reflete em ganhos
reais mais modestos da renda e massa
salarial.
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Tx. de desemprego
6,7%
6,0%
5,5%
5,4%
4,9%
5,4%
Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)
(Q/Q-4)
PEA
2,0%
1,2%
1,7%
0,6%
-0,6%
0,7%
Emprego Renda Massa
3,5%
3,8%
7,4%
2,1%
2,7%
4,8%
2,2%
4,1%
6,3%
0,7%
1,8%
2,6%
-0,1%
2,1%
1,8%
0,2%
0,4%
0,5%
Panorama de curto prazo - Mercado de trabalho
• Comportamento atípico da força de
trabalho tem evitado alta maior, já que a
ocupação segue com baixo dinamismo.
• Menor aquecimento do mercado de
trabalho também se reflete em ganhos
reais mais modestos da renda e massa
salarial.
(Q/Q-4)
Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)
Panorama de curto prazo - Inflação
•
•
•
Inflação segue acima do teto da meta, com persistência da inflação de serviços e
alta de preços administrados.
Para 2015, pressão maior de administrados ajuda a explicar inflação próxima ao
teto da meta.
Mercado de câmbio também se constitui em elemento de pressão (R$ 2,75, em
dezembro de 2015)
(Q/Q-4)
Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)
18
Panorama de curto prazo - Crédito
•
•
Direcionado deve continuar em processo de desaceleração em 2014 e 2015,
diante das restrições fiscais. Crédito livre ex-veículos também deve reduzir ritmo,
frente à desaceleração da massa de renda, aumento dos juros e manutenção de
cautela dos bancos privados
Aceleração da carteira PF livre deve-se à perspectiva de recuperação da
modalidade de financiamento de veículos
Credito PF Total (R$ bi)
SALDO DE CRÉDITO – PESSOA FÍSICA TOTAL
(DEFLACIONADO)
Tri
R$ bi
30%
25%
26.0%
(Q/Q-4)
2T12 1,132.79
13.0%
7.5%
25.9%
1,390
3T12 1,152.25
10.5%
5.0%
22.7%
4T12 1,185.15
10.4%
4.1%
23.7%
1T13 1,196.61
9.0%
2.4%
22.5%
2T13 1,237.50
9.2%
1.3%
25.1%
3T13 1,274.33
10.6%
2.5%
26.2%
4T13 1,301.45
9.8%
1.6%
24.7%
1T14 1,305.20
9.1%
0.8%
23.2%
2T14 1,328.14
7.3%
-0.6%
20.2%
3T14 1,358.96
6.6%
-0.2%
17.3%
4T14 1,384.46
6.4%
1.1%
14.2%
670
1T15 1,390.82
6.6%
1.7%
13.4%
550
2T15 1,413.57
6.4%
2.5%
11.7%
3T15 1,437.26
5.8%
2.3%
10.4%
4T15 1,458.31
5.3%
2.3%
9.3%
1,030
910
790
5%
0%
jan-08 jan-09 jan-10 jan-11 jan-12 jan-13 jan-14 jan-15
Var. YoY (esq.)
Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)
Saldo PF total
Direcionado
7.8%
Proj
10%
Livre
13.1%
1,150
15%
T/T-4
1T12 1,097.72
1,510
1,270
20%
Total
19
Panorama de curto prazo - Crédito
•
Para o período 2014 e 2015, o comprometimento deve continuar em trajetória de
alta, revertendo a tendência baixista anterior
•
Subida do comprometimento deve decorrer da desaceleração da massa de renda e
da elevação adicional das taxas de juros.
36%
65%
59%
33%
Proj.
30%
(Q/Q-4)
53%
47%
27%
41%
35%
Endividamento das famílias - Tendências
Comprometimento da renda - Tendências
Comprometimento da renda - BC
Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)
Endividamento das famílias - BC
jan-14
jan-13
jan-12
jan-11
jan-10
jan-09
jan-08
jan-07
jan-06
Proj.
jan-05
jan-15
jan-14
jan-13
jan-12
jan-11
jan-10
17%
jan-09
15%
jan-08
23%
jan-07
18%
jan-06
29%
jan-05
21%
jan-15
24%
Panorama de curto prazo - Consumo
• “Ritmo chinês” observado no varejo entre 2004 e 2012 não se repetirá,
diante de condicionantes mais fracos.
(Q/Q-4)
Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)
20
Desafios para a política econômica
Reverter a crise de confiança dos agentes - investimentos
Retomar tripé macroeconômico (foco na meta de inflação, aumento do
superávit primário e menos intervenções no câmbio)
Acabar com a “contabilidade criativa” nas contas públicas
Eliminar a prática de controle de preços administrados e criar regras
transparentes de reajustes
Evitar ao máximo o intervencionismo nos setores e as mudanças
constantes nas regras tributárias
Recuperar importância e caráter técnico das agências reguladoras
Retomar a agenda de longo prazo - produtividade
Reformas prioritárias (tributária e previdenciária)
Retomar a abertura da economia e desatar o nó do Mercosul
Promover programa amplo de concessões de infraestrutura
Agenda de desburocratização
21
CENÁRIO DE LONGO PRAZO
Hipóteses – cenários reeleição de Dilma
Elaboração: Tendências
23
PIB
Média 2015 – 2018
Básico: 1,6%
Pessimista: 0,6%
Otimista: 2,5%
Elaboração: Tendências
24
Primário efetivo
Média 2015 – 2018
Básico: 1,2%
Pessimista: -0,8%
Otimista: 1,8%
Elaboração: Tendências
25
Taxa de câmbio
Média 2015 – 2018
Básico: 3,15/US$
Pessimista: 3,59/US$
Otimista: 2,78/US$
Elaboração: Tendências
26
IPCA
Média 2015 – 2018
Básico: 6,2%
Pessimista: 7,0%
Otimista: 5,7%
Elaboração: Tendências
27
Selic
Média 2015 – 2018
Básico: 11,2%
Pessimista: 9,8%
Otimista: 10,5%
Elaboração: Tendências
28
Conclusão
29
Crescimento potencial do Brasil é próximo de 3%
“Festa do consumo” acabou – variável terá que crescer de forma mais próxima
ao PIB de agora em diante.
Simples redução da incerteza política deve favorecer alguma melhora da
confiança em 2015.
Ainda em relação a 2015, um ajuste fiscal é imperativo, além do aumento de
transparência. Parte importante do ajuste virá do aumento de impostos.
Condicionantes são de alta para a taxa de câmbio (alta de juros nos EUA, preços
de commodities e déficit em transações correntes)
Mesmo num cenário pessimista, instituições devem reagir para evitar
“argentinização”.
OBRIGADO