Aula 4 16-04-2010 - FOD, ECOSSISTEMAS COSTEIROS

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Transcript Aula 4 16-04-2010 - FOD, ECOSSISTEMAS COSTEIROS

Fitogeografia – Eng. Florestal
Prof. Dr. Mauricio Romero Gorenstein
Aula 4 – Floresta Ombrófila Densa e
Ecossistemas costeiros
Dois Vizinhos, 16/04/2010
Objetivo da Aula de hoje
Apresentar a fitogeografia da Formação Floresta Ombrófila Densa
– Mata Atlântica;
Apresentar a Fitogeografia de Ecossistemas costeiros – Mangue,
dunas, Restingas
Bibliografia:
p. 372 a 384 - Tratado de Fitogeografia do Brasil, Florestas
Pluviais, Floresta Atlântica.
p. 604 a 606 – Restinga - Rizzini
p. 21 a 25, Manual Técnico da Vegetação Brasileira, IBGE. Pag. 1619.
FLORESTA OMBRÓFILA DENSA
FLORESTA OMBRÓFILA DENSA – nome dado a formações onde não há déficit hídrico
(de 0 a 4 meses secos < 60 mm de chuva). A pluviosidade é elevada (geralmente
maior que 2.000 mm). Ombrófila (amiga da chuva)
Outra denominação encontrada na literatura – Floresta Pluvial (chuva do latim)
Sugerido por Ellemberg & Müller-Dombois (1965/66).
Separação de floresta Ombrófila Densa (maior número de árvores: 2.000 por
hectare)
Separação de floresta Ombrófila Aberta (maior número de árvores: 500 a 1.000 por
hectare)
Separação em duas regiões no Brasil
AMAZÔNIA
MATA ATLÂNTICA
Floresta Ombrófila Densa
Fanerófitos (árvores e arbustos), principalmente macro (30 a 50 metros) e
mesofanerófitos (20 a 30 metros).
LIANAS LENHOSAS (cipós e arbustos escandentes) E EPÍFITAS (Bromeliaceae,
Orquidaceae, Pteridofitas, Araceae) que diferenciam a FOD de outras formas de
vegetação.
Ocorre em regiões com elevadas temperaturas (temperatura média anual de 25oC) e
precipitação bem distribuída ao longo do ano.
Solos predomintantes: Latossolos distróficos e raramente eutróficos (principalmente
amazônia). Podzólicos também distróficos (mais áreas montanhosas).
Divisão em cinco categorias topográficas, de acordo com as variações ecotípicas (de
espécies), formando ambientes distintos.
Para cada 100 m de altitude há uma variação na temperatura de 1oC.
Floresta Ombrófila Densa
Ao nível do mar a temperatura varia de 2oC a cada 10º de latitude e vai diminuindo
com maior intensidade na zona subtropical (devido a maior proximidade as correntes
frias vindas da antártida)
Nas latitudes maiores a temperatura também diminui de forma mais acentuada.
Assim as formações podem ser divididas em:
Formação Aluvial: não varia topograficamente e apresenta sempre ambientes nos
terraços aluviais dos flúvios (mais frequente na amazônia)
Formação das terras baixas (amazônia e mata de planície na mata atlântica):
altitude de 5 a 100 m entre 4oN e 16oS
De 5 a 50 m quando situada entre 16ºS e 24oS
De 5 a 30 m, quando situada entre 24oS e 32oS
Formação submontana: encostas dos planaltos e serras
altitude de 100 a 600 m entre 4oN e 16oS
De 50 a 500 m quando situada entre 16ºS e 24oS
De 30 a 400 m, quando situada entre 24oS e 32oS
Floresta Ombrófila Densa
Formação Montana: situada no alto dos planaltos e serras
altitude de 600 a 2.000 m entre 4oN e 16oS
De 500 a 1.500 m quando situada entre 16ºS e 24oS
De 400 a 1.000 m, quando situada entre 24oS e 32oS
Formação alto-montana: acima dos limites estabelecidos para a formação
montana.
Floresta Ombrófila Densa Aluvial
São as chamadas matas-ciliares, ocorrem nas beiras dos cursos d’ água e terraços
antigos das planícies quaternárias.
Macro (30 a 50m), meso (20 a 30 m) e microfanerófitos (5 a 20m) – Árvores
Rápido crescimento, em geral casca lisa, tronco cônico (na forma de cone,
diferenciando dos tortuosos de cerrado), as vezes em forma de botija
(engrossamento) e raízes tabulares (suporte).
Apresenta dossel emergente, porém aberta devido à exploração madeireira. Muitas
palmeiras no estrato intermediário. No submata (sobosque) é comum
nanofanerófitos (0,25 a 5m – arbustos e arvoretas) e caméfitos (ervas e subarbustos
até 1m de altura)
Muitas lianas lenhosas e herbáceas e muitas epífitas.
Floresta Ombrófila das Terras Baixas
Ocupam as planícies costeiras, tabuleiros pliospleistocênicos (do grupo Barreiras.
Amazônia, Nordeste até rio São João no RJ.
Florísticamente presentes os ECÓTIPOS dos gêneros Ficus (Moraceae), Alchornea
(Euphorbiaceae), Tabebuia (Bignoniaceae), espécie de distribuição ampla
OCHLOSPÉCIE, Tapirira guianensis (Anacardiaceae)
A partir do rio São João (RJ), ocupam as planícies quaternárias formadas pelo
assoreamento resultante da erosão das serras costeiras e enseadas marítimas, pouco
acima do nível do mar. Calophyllum brasiliense (guanandi) ocorre desde SP até SC.
Ficus organensis até lagoa dos Patos (RS)
Formação das terras baixas (amazônia e mata de planície na mata atlântica):
altitude de 5 a 100 m entre 4oN e 16oS
De 5 a 50 m quando situada entre 16ºS e 24oS
De 5 a 30 m, quando situada entre 24oS e 32oS
Floresta Ombrófila Densa Submontana
Dissecamento do relevo montanhoso, solos profundos, fanerófitos com alturas
aproximadamente uniformes. Submata com regeneração natural, poucos
nanofanerófitos, caméfitos (plantas herbáceas), palmeiras de pequeno porte (Ex:
Bactris, Euterpe edulis, lianas herbáceas em maior quantidade.
Grande presença de fanefófitos de grande porte (50 m na Amazônia e 30 m na Mata
Atlântica). Variam muito a composição de espécies de acordo com a latitude.
Hyeronima alchornioides, Schefflera morototoni (famílias cosmopolitas Euphorbiaceae
e Araliaceae). Sapotaceas (Pouteria e Chrysophyllum) endemismo na Amazônia,
Nordeste e sul do País. Alchornea com várias espécies extra-amazônicas.
Formação submontana: encostas dos planaltos e serras
altitude de 100 a 600 m entre 4oN e 16oS
De 50 a 500 m quando situada entre 16ºS e 24oS
De 30 a 400 m, quando situada entre 24oS e 32oS
Perfil da vegetação. Fonte: Oliveira et al. (2001)
Floresta Ombrófila Densa Montana
Na Amazônia nos altos dos planaltos e serras entre 600 a 2.000 m e na Mata
Atlântica entre 500 e 1.500 m. Solos rasos com árvores menores. Dossel uniforme
(20 m).
No sul ocorre Podocarpus (gimnosperma), típica dessa formação juntamente com
Lauracéas (Ocotea e Nectandra).
Formação Montana: situada no alto dos planaltos e serras
altitude de 600 a 2.000 m entre 4oN e 16oS
De 500 a 1.500 m quando situada entre 16ºS e 24oS
De 400 a 1.000 m, quando situada entre 24oS e 32oS
Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana
No cume das altas montanhas com solos litólicos. Vegetação com 20 m de altura.
Acumulações turfosas nas depressões onde ocorre a floresta.
Fanerófitos com troncos e galhos finos, folhas miúdas e coriáceas e casca grossa
com fissuras. Apresenta florística endêmica por espécies adaptadas, refúgio
cosmopolita denominado de mata nebular ou nivígena. São pontos onde a água
evaporada se condensa em neblina (baixa temperatura devido a altitude) e
precipitando-se nas áreas elevedas.
Formação Alto-Montana:
Acima dos 1.500 m quando situada entre 16ºS e 24oS
Acima dos 1.000 m, quando situada entre 24oS e 32oS
Áreas de Formações Pioneiras
Em terrenos instáveis cobertos por vegetação ao longo do litoral, planícies fluviais e
ao redor de depressões fluviais (pântanos, lagunas e lagoas) há uma cobertura
vegetal em constante sucessão.
Ocorre sucessão edáfica devido a limitação do tipo de solo. “Complexo vegetal
edáfico de primeira ocupação”. Solo em constante rejuvenescimento (assoreamento,
deposição) não chega ao estado clímax. Além de fatores ecológicos limitantes (sal
(restinga), matéria orgânica elevada (mangues), encharcamento (pântanos)).
Ecótipos de distribuição universal (Typha – taboa), Rhizophora e Avicennia (mangue)
Vegetação com Influência Marinha
Comunidades que recebem influência direta das águas do mar. Gêneros
característicos das praias: Remirea e Salicornia
Afetadas apenas pelas mares altas: Ipomoea pes-caprae, Canavalia rosea, Paspalum
e Hidrocotyle. Fixadoras de dunas.
Salicornia
Restingas
Dominadas por nanofanerófitos. Schinus terebenthifolius e Lythraea brasiliensis
(Anacardiaceae) com caráter lenhoso. Destacam-se os gêneros Erythroxylum, Myrcia,
Eugenia (Myrtaceae).
Mais próximas às rochas encontram-se a Clusia criuva (Clusiaceae), Cactaceas dos
gêneros Cereus e Opuntia, muitas Bromeliaceae dos gêneros Vriesia, Bromelia,
Canistrum e Aechmea (mais na região sul).
Restinga
Manguezal
Microfanerófitos em ambiente salobro em desembocadura de rios e regatos de mar.
Nesses solos limosos, cresce uma vegetação especializada e adaptada a essa
condição. Rhizophora mangle, Avicennia (com espécies variando de acordo com a
latitude). Laguncularia racemosa em locais mais altos atingidas pela maré alta, onde
o solo é mais firme.
Manguezal
1- vegetação de praias e dunas
2- vegetação sobre cordões arenosos
3 - vegetação entre cordões arenosos
4 - vegetação associada às depressões (brejo)
5 - floresta baixa de restinga
6 - floresta alta de restinga
7 - floresta de transição restinga-encosta
8 - floresta de encosta (Mata Atlântica)
Fonte: www.ib.usp.br/.../restinga/caract/perfil2.jpg