Governo Provisório: - Curso e Colégio Acesso

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Transcript Governo Provisório: - Curso e Colégio Acesso

Governo Provisório
República Velha
Encilhamento
Constituição de 1891
Oligarquias Republicanas
Política do Café-com-Leite
Coronelismo, Currais Eleitorais e
Voto de Cabresto
Guerra de Canudos
Revolta do Contestado
Cangaço
Profº Hamilton Milczvski Jr.
Ensino Médio – Pré-Vestibular – História.
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Governo Provisório:
Marechal Deodoro da Fonseca
1889 – 1891
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No mesmo dia da proclamação
da República (15 de novembro
de 1889), foi organizado o
Governo Provisório e seu
primeiro decreto foi oficializar a
República Federativa sob a
denominação de República dos
Estados Unidos do Brasil.
Nos cinco anos iniciais, o Brasil
foi governado por militares.
Deodoro da Fonseca, tornou-se
Chefe do Governo Provisório.
Em 1891, renunciou e quem
assumiu foi o vice-presidente
Floriano Peixoto.
A República Velha:
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O período que vai de 1889 a 1930 é
conhecido como a República Velha. Este
período da História do Brasil é marcado
pelo domínio político das elites agrárias
mineiras, paulistas e cariocas. O Brasil
firmou-se como um país exportador de
café, e a indústria deu um significativo
salto. Na área social, várias revoltas e
problemas sociais aconteceram nos quatro
cantos do território brasileiro.
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O então ministro da
Fazenda, Ruy
Barbosa, declarou
uma reforma
financeira.
Substituía-se o lastroouro pelos títulos de
dívida federal como
lastro de emissões
bancárias. Ampliou-se
a emissão de dinheiro
por bancos
autorizados.
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Ruy Barbosa:coautor da
constituição da Primeira
República juntamente com
Prudente de Morais.
“A liberdade não é um luxo dos
tempos de bonança; é o maior
elemento da estabilidade.”
Encilhamento:
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A Crise do Encilhamento foi uma bolha
econômica que ocorreu no Brasil,
entre o final da Monarquia e início da
República, estourando durante o
governo provisório de Deodoro da
Fonseca (1889-1891), tendo em
decorrência se transformado numa
crise financeira. Os então respectivos
Ministros da Fazenda Visconde de Ouro
Preto e Rui Barbosa, sob a justificativa
de estimular a industrialização no País,
adotaram uma política baseada em
créditos livres aos investimentos
industriais garantidos por farta
emissão monetária.
Pelo modo como o processo foi
legalmente estruturado e gerenciado,
junto com a expansão dos Capitais
financeiro e industrial, vieram
desenfreadas especulação financeira
em todos os mercados, forte alta
inflacionária e, entre outros efeitos,
boicotes de empresas-fantasmas,
causados pelo lançamento de ações
sem lastro.
A Bolsa faliu, algumas indústrias que
forma implantadas fecharam as portas
e a população estava endividada. Essa
crise passou a ser chamada de
Encilhamento.
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O termo Encilhamento foi inspirado num procedimento adotado
no hipismo que é o ato de arrear (equipar) o cavalo, preparando-o
para a corrida. O termo foi utilizado para nomear o movimento
especulativo devido sua analogia em relação à crença de tentar se
aproveitar a qualquer custo oportunidades "únicas" de
enriquecimento quando as mesmas se apresentam.
A gravura mostra o ministro da Fazenda, Rui
Barbosa, sentado sobre a locomotiva de um
trem, simbolizando seu desejo de
industrializar o país. Não deu certo e, ainda,
provocou uma grave crise econômica.
Constituição de 1891:
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A primeira Constituição
Republicana foi promulgada
em 24 de fevereiro de 1891,
cujos dispositivos
fundamentais consistiam:
forma de governo: República;
forma de Estado: adoção do
federalismo, como queriam os
cafeicultores do Partido
Republicano Paulista;
sistema de governo:
presidencialismo;
divisão dos poderes: que
deveriam ter atuação
harmônica e independente.
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Alegoria sobre a promulgação
da Constituição:
Oligarquias republicanas:
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Eleito pelo voto popular, Prudente de Morais deu
início à chamada República Oligárquica.
Oligarquia: governo formado por pequeno
número de pessoas pertencentes a um mesmo
partido ou família. Esse grupo se perpetua no
poder, impedindo a alternância no governo por
meios autoritários e antidemocráticos.
As oligarquias locais controlam os partidos em
cada Estado, sem permitir o acesso de outras
camadas sociais à política, e resolvem entre si os
conflitos a nível estadual e federal. Daí a
República Velha ser conhecida como um 'sistema
político oligárquico'
Baseada no pavilhão (bandeira) norte-americano, a bandeira
provisória da Republica do Brasil foi adotada de 15 de
novembro a 19 de novembro de 1889, quando foi substituída
pela atual flâmula.
Política do Café-com-Leite:
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A maioria dos presidentes desta época
eram políticos de Minas Gerais e São
Paulo. Estes dois estados eram os mais
ricos da nação e, por isso, dominavam o
cenário político da república.
Saídos das elites mineiras e paulistas, os
presidentes acabavam favorecendo
sempre o setor agrícola, principalmente do
café (paulista) e do leite (mineiro).
Coronelismo, Currais Eleitorais e
Voto de Cabresto:
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A denominação "coronel" refere-se aos coronéis da antiga
Guarda Nacional, que eram em sua maioria proprietários
rurais com grande base local de poder. A economia do país
era fundamentalmente agrícola e quase 70% da população
vivia no campo. Nesse tipo de sociedade os "coronéis"
(latifundiários com prestígio político local) exerciam notável
poder.
Na época das eleições, vislumbrava-se quais os
"coronéis" que efetivamente mandavam e em que região
mandavam. Nem todos eram amigos e nem todos tinham o
mesmo poder de influência. A prática eleitoral era
permeada pelo chamado "voto de cabresto": o eleitor,
tratado como gado, deveria votar no candidato do coronel
que mandava na região, e o grupo de eleitores a ele
vinculado constituía os "currais eleitorais".
Ilustração de 1927:
Legenda: Ella – É o Zé Besta?
Elle – Não, é o Zé Burro!
As próximas eleições... “de cabresto”. Na charge de Storni para a revista Careta (1927), uma das
mais famosas fraudes eleitorais da Primeira República, o voto de cabresto, recebe a devida crítica. O
eleitor recebia um papel com o nome do candidato escolhido pelo coronel da região, e apenas o
depositava na urna.
GUERRA DE CANUDOS
(1893-1897)
Líder: Antonio Conselheiro.
Localidade: interior da Bahia (comunidade de Belo Monte)
– Arraial de Canudos.
Presidente do Brasil na época: Prudente de Moraes.
Antônio Conselheiro:
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Antônio Vicente Maciel
líder social do
Nordeste brasileiro no final do
século XIX.
Promoveu o que os
historiadores chamam de
Guerra de Canudos.
As mensagens religiosas o
influenciaram tanto, que ele
passou a consolar as pessoas
que reclamavam de
dificuldades com trechos
bíblicos e uma diferente
interpretação de seu
conteúdo, conquistando fiéis
por onde passava. Por conta
de seus conselhos, ele ficaria
conhecido como Antônio
Conselheiro.
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Antônio Conselheiro – gravura
de 1895.
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Em contato com o povo, percebendo suas
reais necessidades e o descaso do
governo e dos latifundiários com toda essa
situação, Antônio Conselheiro saiu em
peregrinação a Canudos, no interior da
Bahia, com o objetivo de formar a
comunidade Belo Monte.
Quando Antônio Conselheiro cogitou criar
a comunidade Belo Monte, o Arraial de
Canudos, cerca de 15 mil a 25 mil pessoas
seguiam seus passos.
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O governo da República
recém-instaurada precisava
de dinheiro para materializar
seus planos, e só se fazia
presente no Sertão pela
cobrança de impostos.
A escravidão havia acabado
poucos anos antes no país, e
pelas estradas e sertões,
grupos de ex-escravos
vagavam, excluídos do acesso
à terra e com reduzidas
oportunidades de trabalho.
Assim como
os caboclos sertanejos, essa
gente paupérrima agrupou-se
em torno do discurso do
peregrino Antônio
Conselheiro, acreditando que
ele poderia libertá-los da
situação de extrema pobreza
ou garantir-lhes a salvação
eterna na outra vida.
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Caricatura na Revista Ilustrada,
retratando Antônio Conselheiro,
com um séquito de bufões
armados com antigos
bacamartes, tentando "barrar"
a República.
GUERRA DE CANUDOS (1893-1897)
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Movimento de protesto social dos pobres, que assume uma linguagem e uma visão
religiosa, chamada messiânica (a palavra vem de Messias).
Grande movimento de sertanejos, liderados por Antônio Mendes Maciel (Antonio
Conselheiro).
Fundaram o Arraial de Belo Monte (ou Canudos), no interior da Bahia.
Fugiam da miséria, do poder dos coronéis; buscavam uma vida melhor.
A população de Canudos vivia num sistema comunitário: os produtos das atividades
agrícolas e pastoris de subsistência eram repartidos entre todos; não havia impostos,
nem força policial.
A experiência de vida alternativa era uma ameaça a ordem vigente.
O governo federal mobilizou-se contra Canudos. As três primeiras expedições foram
derrotadas pelos sertanejos do Arraial. Porém, em 1897, o Exército enviou 8 mil
homens armados (inclusive de canhões). Foi um massacre. A saga de Canudos foi
narrada por Euclides da Cunha no livro Os Sertões. " Canudos não se rendeu.
Exemplo único em toda a História, resistiu até o esgotamento completo..."
Nesta guerra não houve prisioneiros.
”O sertão virará praia e a praia virará sertão".
Antonio Conselheiro
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Os latifundiários e
padres o acusavam 
de incitar os
trabalhadores a
largarem suas
obrigações. Suas
idéias políticas, mais
inclinadas à
restauração da
monarquia no Brasil,
indignavam a recéminstaurada
República.
Arraial de Canudos – gravura.
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Para evitar a propagação dos
ideais de Antônio Conselheiro,
uma tropa baiana invadiu o
território de Canudos, mas foi
facilmente derrotada. A partir
daí, em 1896, iniciava um
conflito que atingiria enormes
proporções, conhecido
como Guerra dos Canudos.
Após três expedições
fracassadas, devido às táticas de
guerrilha dos canudos que
lutavam, inicialmente, a pau e
pedra, o governo enviou uma
quarta expedição munida de
canhões e fortalecida por
milhares de soldados.
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Canudos – 1897.
O 40º Batalhão de Infantaria, da província
do Pará, em Canudos, 1897.
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Em 5 de outubro de
1897, o capitão Antônio
Moreira César derrota os
canudos, devastando
tudo o que via pela
frente. O massacre foi
tão imenso, que nem as
crianças e mulheres
foram poupadas da
crueldade do Exército.
Antônio Conselheiro, que
liderava a construção
dessa utópica sociedade
igualitária, foi morto,
provavelmente, em
decorrência da explosão
de uma granada, em 22
de outubro de 1897.
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Antônio Conselheiro morto, em sua única
foto conhecida, tirada por Flávio de Barros
no dia 6 de outubro de 1897.
Guerra do Contestado
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A Guerra do Contestado foi um
conflito armado entre a população
cabocla e os representantes do poder
estadual e federal brasileiro travado
entre outubro de 1912 a agosto de
1916, numa região rica em ervamate e madeira disputada pelos
estados brasileiros do Paraná e de
Santa Catarina.
Caboclos revoltosos
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Numa região em
que a presença do
poder público era
pífia, o embate foi
agravado ainda pelo
fanatismo religioso,
expresso
pelo messianismo e
pela crença, por
parte dos caboclos
revoltados, de que
se tratava de
uma guerra santa.

A região fronteiriça entre os estados
do Paraná e Santa Catarina recebeu
o nome de Contestado devido ao fato
de que os agricultores contestaram a
doação que o governo brasileiro fez
aos madeireiros e à Southern Brazil
Lumber & Colonization Company.
Caráter Messiânico
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Monge João Maria D´Agostin
João Maria, um monge que
galgou fama que peregrinando e
pregando, atendendo doentes
de 1844 a 1870. Fazia questão
de viver uma vida
extremamente humilde, e sua
ética e forma de viver
arrebanhou milhares de crentes,
reforçando o messianismo
coletivo. Sublinhe-se, porém,
que não exerceu influência
direta nos acontecimentos da
Guerra do Contestado que
ocorreria posteriormente.
Segundo Monge
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Monge Atanás Marcaff
O segundo monge também
adotou o codinome de João
Maria, mas seu verdadeiro
nome era Atanás Marcaff,
provavelmente de origem síria.
Aparece publicamente com a
Revolução Federalista de 1893,
mostrando uma postura firme
e uma posição messiânica,
sobre sua situação política,
dizia ele "estou do lado dos
que sofrem". Atuava na região
entre os rios Iguaçu e Uruguai.
É de destacar a sua influência
inquestionável sobre os
caboclos e caboclas, a ponto de
estes esperarem a sua volta
através da ressurreição, após
seu desaparecimento em 1908.
Terceiro Monge
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A espera dos fiéis acaba em 1912, quando
apareceu publicamente a figura do
terceiro monge. Este era conhecido
inicialmente como um curandeiro de
ervas, tendo se apresentado com o nome
de José Maria de Santo Agostinho. Tinha
uma vida reta e honesta, não lhe foi difícil
granjear em pouco tempo a admiração e a
confiança do povo. Um dos fatos que lhe
granjearam fama foi a presunção de ter
ressuscitado uma jovem. Teria também
curado a esposa do coronel Francisco de
Almeida, vítima de uma doença incurável.
Com este episódio, o monge ganha ainda
mais fama e credibilidade ao rejeitar
terras e uma grande quantidade de ouro
que o coronel, agradecido, lhe queria
oferecer.
A partir daí, José Maria passa a ser
considerado santo: um homem que veio à
terra apenas para curar e tratar os
doentes e necessitados.
O monge e as 3 virgens.
Exército de São Sebastião
Maria Rosa é como ficou
conhecida a personagem
brasileira que foi uma das
líderes da Guerra do
Contestado
Dizem os historiadores que,
com apenas 15 anos, Maria
Rosa lutou como homem
nesta guerra. Considerada
como uma Joana D'Arc do
sertão, "combatia montada
em um cavalo branco com
arreios forrados de veludo,
vestida de branco, com
flores nos cabelos e no
fuzil".
A Guerra
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Os camponeses/caboclos que tinham sido
expulsos das terras que ocupavam e os
trabalhadores que foram demitidos pela
companhia da estrada de ferro decidiram,
então, ouvir a voz do monge José Maria,
sob o comando do qual organizaram uma
comunidade, chamadas de redutos.
Resultando infrutíferas quaisquer
tentativas de retomada das terras, que
até o início das obras eram oficialmente
consideradas "terras devolutas", cada vez
mais passou-se a contestar a legalidade
da desapropriação.
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Bandeira da "Monarquia
Celestial". Branca com uma
cruz verde, evoca os
estandartes das antigas
ordens monástico militares
como as dos templários, por
exemplo.
Em 8 de fevereiro de
1914, numa ação
conjunta de Santa
Catarina, Paraná e
governo federal, foi
enviado a Taquaruçu
(hoje município de
Fraiburgo) um efetivo
de 700 soldados,
apoiados por peças de
artilharia e
metralhadoras.
Tropas governistas partem da estação
então chamada de Canoinhas para
atacar os rebeldes no interior de Santa
Catarina.
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Avião utilizado durante a
Guerra do Contestado
General Setembrino, Coronel Ricardo Kirk, Tenente Dariolli e os Oficiais
Adeodato Manoel Ramos Preso em Desterro
Cangaço
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Embora considerado banditismo
social, refletia as duras condições
sociais dos sertanistas da época.
Representava uma opção de meio de
vida e oposição contra o coronelismo
e o descaso do governo republicano
com os pobres do Nordeste.
Virgulino Ferreira
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Localizou-se
predominantemente
no Nordeste, tendo
como principal
chefe, Virgulino
Ferreira, o Lampião.
Virgulino Ferreira, o Lampião
e Maria Bonita
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O bando de Lampião era bastante valorizado pela
população sertaneja, que os considerava como
heróis.
Lampião e o seu bando foi o mais famoso,
talvez porque criou uma forte identidade
visual, verdadeira moda do cangaço.
Vestidos em roupas de couro, para poder
enfrentar os espinhos da caatinga,
portavam um chapelão, dobrado em forma
de meia-lua e todo contornado por moedas
de ouro e prata, sustentado por uma tira de
couro, na testa, também fulgurante desses
metais, assim como outras tiras cruzadas
no peito, para levar a munição, igualmente
recobertas de brilhos, o que criava um
conjunto impressionante, fulgurando ao sol,
junto com os rifles.
Maria Gomes de Oliveira
A Maria Bonita
Maria Bonita morreu em 28 de
julho de 1938, quando o bando
acampado na Grota de Angicos,
em Poço Redondo (Sergipe),4 foi
atacado de surpresa pela polícia
armada oficial (conhecida como
"volante"). Tal como Lampião e
outros nove cangaceiros, Maria
Bonita foi degolada. O detalhe é que
ela foi decapitada ainda viva. Seu
companheiro já estava morto quando
sua cabeça foi cortada.
O fenômeno do cangaço é caracterizado pela
formação de um grupo armado, exercendo seu poder
tradicional sobre regiões excluídas da modernização.
Cabeças de Lampião e Maria Bonita
Revolta da Vacina
Figura 1: “Na hygiene dando ordens”. Charge publicada em 1904 por J. Carlos, a qual ironiza a campanha de
Oswaldo Cruz contra a varíola.
Figura 2: Capa da Revista da Semana sobre a Revolta da Vacina, outubro de 1904.
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O movimento foi marcado pelo receio das classes
populares contra os possíveis vexames, violações
e abusos decorrentes da ação dos agentes de
saúde, no esforço de impor a vacinação a todos
os moradores da cidade.
As imagens retratam as manifestações nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década do século XX,
que integraram a Revolta da Vacina. Considerando o contexto político-social da época, essa revolta revela
a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana autoritária.
Figura 1: “O espeto obrigatório”. Charge publicada em 1904 a qual ironiza a campanha de vacinação obrigatória
de Oswaldo Cruz contra a varíola.
Figura 2: “Luis XIV da vacinação”. "Le tas c’est moi" (Essa bagunça sou eu). Kalixto, 1904 (em Falcão, p. xii).
FIM.
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Profº Hamilton Milczvski Jr.