Idade Média - Colégio Mãe de Deus
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IDADE MÉDIA
Economia e Sociedade
Professor Ricardo
Idade Média: cronologia
Início: 476 d.C.- queda do Império Romano do
Ocidente
Fim: 1453 d.C.- queda do Império Romano do
Oriente (tomada de constantinopla pelos Turcos).
A Idade Média é dividida nas seguintes fases:
Primeira Idade Média (séculos V-VIII d.C.): fim
do Império Romano até a formação dos reinos
bárbaros e do Império Muçulmano.
Idade Média: cronologia
Alta Idade Média (séculos VIII-X d.C.):
Império Carolíngio até a segunda grande onda
de invasões (Vikings, muçulmanos e
magiares).
•Igreja Católica como poder religioso, político
e econômico.
•Cristianização da Europa Ocidental.
Idade Média: cronologia
Idade Média Central (séculos XI-XIII d.C.):
Feudalismo:crescimento econômico, urbano e
intelectual.
Baixa Idade Média (XI-XV d.C.): crise do
feudalismo e transição para a Idade moderna.
Elementos que definiram o período medieval:
herança romana clássica, herança germânica e
cristianismo.
Idade Média: fundamentos
Ruralização: o mundo rural supera o mundo urbano.
Tendência à auto-suficiência: produção para a
subsistência não para o comércio.
Descentralização do poder: ausência de poder
centralizado (Estado).
Fragmentação e privatização do poder político: a
ausência do poder estatal transfere para o poder
privado (senhor feudal) a administração local, a
aplicação da justiça, a cobrança de impostos, a
segurança pública e o direito à guerra.
Idade Média: fundamentos
• Clericalização da sociedade: a Igreja Católica
Romana é a referência religiosa, política,
ideológica e social da Europa Ocidental.
• Sociedade de Ordens: divisão da sociedade em
categorias sociais permanentes: Clérigos (Igreja),
Guerreiros (Senhores Feudais) e Camponeses
(servos). As classes sociais são definidas pelo
nascimento. Exemplo: um filho de camponês vai
ser sempre camponês.
Idade Média: Feudalismo
Origens: o feudalismo europeu é resultado da síntese
entre a sociedade romana em decadência e a sociedade
bárbara em evolução. Esta síntese resulta nos chamados
fatores estruturais para a formação do feudalismo.
Roma contribui para a formação do feudalismo através
dos seguintes elementos:
a) a "villa", ou o latifúndio auto-suficiente;
b) o desenvolvimento do colonato, segundo o
qual o trabalhador ficava preso à terra;
c) a Igreja Cristã, que se tornará na principal
instituição medieval.
Idade Média: Feudalismo
A crise romana reforça seu poder político local e
consolida o processo de ruralização da economia. Os
Bárbaros contribuem com os seguintes elementos:
a)uma economia centrada nas trocas naturais;
b) o comitatus, instituição que estabelecia uma relação de
fidelidade e reciprocidade entre os guerreiros e seus chefes;
c) a prática do chamado benefício (beneficium), dando
imunidade ao proprietário deste;
d) o direito consuetudinário, isto é, os costumes herdados
dos antepassados possuem força de lei.
Idade Média: Feudalismo
Além destes elementos estruturais (internos), contribuíram
também os chamados elementos conjunturais (externos),
que foram as Invasões Bárbaras dos séculos VIII ao IX - os
normandos e os muçulmanos. Os normandos efetuam um
bloqueio do mar Báltico e do mar do Norte e os
muçulmanos realizam o bloqueio do mar Mediterrâneo.
Estas invasões aceleram o processo de
ruralização européia - em curso desde o século
III - acentuando a economia agrária e autosuficiente.
Idade Média: Feudalismo
Feudo: Reserva Senhorial (mansus indominicatum):
casa do senhor, oficinas, celeiros, estábulos, moinhos,
bosques, prados, vinhas, terra cultivada (25 a 50 %).
Mansus (tenências camponesas): casa, horta, terras de
cultivo, usufruto dos bosques e prados da reserva. 2/3 a
2/5 da reserva senhorial. São divididos em livres e
servis.
Senhor feudal: Controle Fiscal (imposto)
Militar (guerra)
Judicial (justiça)
Político
Idade Média: Feudalismo
Estrutura Política: o poder político era
descentralizado, ou seja, distribuído entre os
grandes proprietários de terra (os Senhores
Feudais). Apesar da fragmentação do poder
político, havia os laços de fidelidade pessoal
(a vassalagem). Por esta relação estabelecia-se
o contrato feudo-vassálico.
Idade Média: Feudalismo
Estrutura Social: a sociedade feudal era do tipo
estamental, onde as funções sociais eram
transmitidas de forma hereditária. As relações
sociais eram marcadas pelos laços de dependência
e de dominação. Os estamentos sociais eram três:
Clérigos (Igreja), Guerreiros (Senhores Feudais) e
Camponeses (servos). As classes sociais são
definidas pelo nascimento. Exemplo: um filho de
camponês vai ser sempre camponês.
Idade Média: Igreja Medieval
A principal instituição medieval será a Igreja Católica. Esta
exercia um papel decisivo em todos os setores da vida
medieval: na organização econômica, na coesão social, na
legitimação da dominação política e nas manifestações
culturais. O clero estava organizado em clero secular (que
vivia no mundo cotidiano em contato com os fiéis) e o clero
regular (que vivia nos mosteiros, isolando do mundo) que
obedecia regras. Trata-se dos beneditinos, franciscanos,
dominicanos, carmelitas e agostinianos. O topo da hierarquia
eclesiástica era (e ainda é) ocupada pelo papa.
Idade Média: Igreja Medieval
Este exercia dois tipos de poderes:
• espiritual (autoridade religiosa máxima) e o
• temporal (poder político decorrente das grandes
extensões de terra que a Igreja possuía).
O exercício do poder temporal levou a Igreja a
envolver-se em várias questões políticas.
Conceitos
Recomendação: Quem se recomenda dá as mãos à
pessoa a qual se torna vassalo. O futuro vassalo coloca as
suas mãos juntas as mão do futuro senhor (que fecha as
mãos sobre as do vassalo).
Fidelidade: Passa a ser muito utilizado entre os séculos
VIII e IX. Promessa de ser fiel, confirmado pelo toque de
uma relíquia.
Senhorio: O conjunto de meios que dispõe o senhor para
apropriar-se do resultado do trabalho dos homens sob sua
dominação (poder fundiário e banal).
Conceitos
Feudo: a palavra deriva do germânico fehu, gado,
com o sentido de "um bem dado em troca de algo".
Inicialmente, fins do século IX, era dado pelo poder
público (rei, conde) em troca de serviços públicos
(guerra, administração). A Partir de fins do século
XI, ligado estreitamente à vassalagem, o feudo
torna-se um bem privado concedido em troca de
serviços privados. Essa concessão (terra, dinheiro,
direitos diversos) era feita por um nobre, intitulado
senhor, a outro nobre, chamado vassalo, em troca
essencialmente de serviço militar.
Conceitos
• Servo: tipo de trabalhador difícil de ser definido com precisão,
pois variava muito de local para local o elemento que o
caracterizava (...) De acordo com sua origem, fala-se em servidão
real, que pesava sobre a terra, e servidão pessoal, sobre o
indivíduo, ainda que ambas tenham quase sempre se confundido
após o século XI.
De qualquer forma, ser servo, implicava não gozar de
liberdade, ter incapacidades jurídicas. Ele podia ser
vendido trocado ou dado pelo senhor, não podia
testemunhar contra homem livre, não podia se tornar
clérigo, devia diversos encargos. Porém ao contrário do
escravo clássico, tinha reconhecida a sua condição
humana, podia ter bens e recebia proteção do seu senhor.
Conceitos
• Vassalagem: laço contratual que unia dois homens
livres, o senhor (dominus, recebedor de fidelidade
e serviços nobres, isto é, não produtivos, não
servis) e o vassalo (vassalus, termo derivado do
céltico gwas, homem, aquele que recebia sustento
de outro). Nos séculos VIII-IX prevalecia o
vínculo pessoal: alguém recebia uma terra porque
era vassalo. A partir do século XI prevaleceu o
elemento real: alguém fazia-se vassalo para
receber um feudo.
Fonte: FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média:
nascimento do Ocidente. 4ªed. São Paulo:
Brasiliense,1992.
Sistema de Vassalagem