Transcript Dom Pedro

Brasil IV
Fonte: Museu Imperial, Petrópolis
Índice
De colônia a sede do Império Português
A Independência do Brasil
O Primeiro Reinado (1822-1831)
As Regências (1831-1840)
Rebeliões provinciais
Retrato de Dom João VI e sua mulher, Carlota Joaquina,
de 1815. Quadro do pintor Manuel Dias de Oliveira
Internet
A Independência do Brasil
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De colônia a sede do Império Português
Passagem do
século XVIII para o século XIX
A colônia portuguesa na América
encontrava-se em situação bem
diferente
daquela
que
os
colonizadores portugueses haviam
encontrado trezentos anos antes.
Em boa parte do nosso litoral já
havia vilas e cidades, e até no
interior
podiam-se
encontrar
núcleos urbanos.
As atividades econômicas haviam
passado
por
um
processo
expansão e diversificação.
de
O mercado interno crescera tanto que a comercialização de
.
gêneros alimentícios e a formação de rotas de comércio
escapavam ao controle da metrópole.
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Janeiro de 1808 - Portugal
estava preste a ser invadido
pelas tropas francesas
comandadas por Napoleão
Bonaparte. Sem condições
militares para enfrentar os
franceses, o príncipe regente
de Portugal, Dom João decidiu
transferir a família real e a
Corte para o Brasil. Nobres e
familiares do príncipe
recolheram às pressas tudo o
que podiam carregar – joias,
obras de arte, livros, móveis,
roupas, animais domésticos,
alimentos, etc. – e
embarcaram, rumo ao Rio de
Janeiro. Eram quase 15 mil
pessoas – entre altos
funcionários, nobres,
sacerdotes, militares de alta
patente e toda a família real.
Março de 1808 - a corte portuguesa foi instalada
no Rio de Janeiro. Muitos moradores, sob ordem
de D. João, foram despejados para que os imóveis
fossem usados pelos funcionários do governo.
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A presença da Corte no Rio de
Janeiro imprimiu uma nova
dinâmica à vida da cidade.
Ruas foram pavimentadas e
equipadas com iluminação
pública, novos chafarizes e
prédios foram construídos.
A abertura dos portos ao
comércio internacional fez
com que uma grande
quantidade de artigos de luxo
começasse a chegar ao Rio de
Janeiro. Lojas de roupas finas,
joalherias, salões de
cabeleireiros passaram a
funcionar tendo como
clientela pessoas da Corte e
da elite local. A população
assistia a
tudo admirada.
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A Independência do Brasil
1808 - Ao chegar ao Brasil, dom
João foi recebido com festa pela
população. A “lua de mel”,
entretanto, não durou muito tempo.
Uma das queixas da população era
com relação à pesada carga
tributária.
Dezembro de 1815 - Dom João
assinou um decreto criando o
Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves. Para muitos
historiadores, essa medida é o
marco inicial do processo de
emancipação política e
administrativa do Brasil.
Em Portugal - O descontentamento não era
pequeno. Com a queda de Napoleão os
portugueses não viam mais razão para dom João
continuar em terras brasileiras. Em 1818 ainda
no Rio de Janeiro, foi aclamado rei, recebendo o
título de dom João VI.
Agosto de 1820 - Uma guarnição do exército do
Porto se rebelou e deu início a uma revolução liberal
e antiabsolutista. Em Lisboa, uma junta provisória
assumiu o poder e convocou as Cortes para elaborar
uma Constituição. A junta exigia o retorno da família
real e da Corte para Portugal e a restauração do
monopólio comercial com o Brasil.
26 de abril 1821- A família real e mais 4 mil nobres e funcionários zarparam rumo a Portugal.
Levavam consigo todo o ouro guardado no Banco do Brasil e muitas outras riquezas.
Em seu lugar, o rei deixou o filho, dom Pedro, que assumiu o poder como príncipe regente.
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Dom Pedro - Procurava atrair
pessoas com experiência
administrativa para ajudá-lo a
governar. Uma das figuras
mais destacadas desse grupo
era José Bonifácio de Andrada
e Silva, que defendia a ideia
de que o Brasil deveria
manter-se unido a Portugal,
mas com um governo próprio
e autônomo.
A opinião pública se dividiu em
duas correntes: a que apoiava
.
José Bonifácio, e a que
apoiava Gonçalves Ledo, que
defendia o rompimento com
os portugueses. Ambas as
correntes concordavam que
dom Pedro deveria resistir às
pressões das Cortes de Lisboa,
recusando-se a voltar a
Portugal.
José Bonifácio - Enviou
de São Paulo
representação a dom
Pedro na qual pedia que o
príncipe permanecesse no
Brasil. No dia 29 de
dezembro era entregue a
dom Pedro um abaixo-assinado com a mesma
exigência subscrito por 8
mil assinaturas. Onze dias
depois, o príncipe
anunciou sua decisão de
ficar no Brasil.
O episódio, conhecido
como Dia do Fico (9 de
janeiro de 1822), foi o
primeiro de uma série de
atos que levariam à
ruptura definitiva entre
brasileiros e portugueses.
Setembro de 1822 Despachos vindos de Lisboa
desautorizavam a
convocação da Assembleia
Constituinte e ordenavam o
imediato retorno de dom
Pedro a Portugal. José
Bonifácio enviou os
despachos ao príncipe, que
se encontrava em São Paulo,
aconselhando- o a romper
com os portugueses. No dia
7 de setembro, o mensageiro
alcançou dom Pedro nas
proximidades do riacho do
Ipiranga. Ao receber os
decretos, o príncipe
proclamou a independência
do Brasil, declarando a
ruptura dos laços com
Portugal.
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Aclamação de dom Pedro II - Segundo
imperador do Brasil, por Debret.
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Primeiro Reinado (1822-1831)
1822 - O imperador Pedro I reconhecia que “tudo está por
fazer. Não há Constituição, códigos legais, sistema de
educação.
Dom Pedro - Aprovou a convocação de uma Assembleia
Constituinte destinada a elaborar a primeira Carta Magna
do Brasil. Em novembro de 1823 o imperador dissolveu a
Assembleia e criou um Conselho de Estado, que se
encarregou de elaborar outra Constituição. Em 25 de março
de 1824 o imperador outorgou a primeira Carta Magna
brasileira.
No Recife - O jornalista Cipriano Barata (1762-1838) foi
preso por fazer críticas a dom Pedro e defender ideias
republicanas. Revoltados com a dissolução da
Constituinte e com o autoritarismo do imperador, os
habitantes do Recife deram início a uma rebelião que
logo se alastrou para as províncias da Paraíba, do Rio
Grande do Norte, Ceará e Piauí.
Em represália, dom Pedro I enviou para a região tropas
terrestres e em novembro de 1824 a resistência
pernambucana foi sufocada.
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As críticas ao imperador não
cessaram em diversas partes do
Brasil. Então, começaram a
ocorrer motins contra os altos
preços dos gêneros de primeira
necessidade.
Reaberta em 1826, a Assembleia
Geral, formada pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado, tornou-se uma das caixas de ressonância
da insatisfação popular contra o
absolutismo do imperador.
Um dos fatores que contribuíram
para o aumento da insatisfação
popular foi a guerra em 1825, pelo
domínio da Província Cisplatina.
Para os brasileiros, o ônus da
guerra foi extremamente elevado
– carestia, aumento da inflação e
a falência do Banco do Brasil –, o
que só fez aumentar o
descontentamento contra o
governo de dom Pedro I.
13 de março 1831- Brasileiros e portugueses entraram
em choque nas ruas do Rio de Janeiro. O episódio,
conhecido como Noite das Garrafadas, marcou o início de
uma série de conflitos entre oposicionistas e partidários do
imperador.
6 de abril - Dom Pedro destituiu seu ministério, composto
apenas de brasileiros, e o substituiu por outro, formado por
defensores do absolutismo
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As Regências (1831-1840)
•
Regência Trina Provisória - A abdicação de dom Pedro I ocorreu durante as férias
parlamentares. Para que não houvesse um vazio de poder, deputados e senadores
formaram uma Regência Trina Provisória, encarregada de governar interinamente o
Brasil. A Regência Trina Provisória governou até 17 de junho de 1831.
•
A Regência Trina Permanente - João Bráulio Muniz, José da Costa Carvalho e o
brigadeiro Francisco de Lima e Silva foram escolhidos para assumir a Regência Trina
Permanente. O novo governo assumiu em meio a um clima de tensão em diversos
pontos do país. Para manter a paz interna, medidas enérgicas foram tomadas, como a
proibição de ajuntamentos noturnos nas praças e ruas e a suspensão de algumas
garantias constitucionais. Foi criada a Guarda Nacional.
•
A Regência Una - Padre Diogo Antônio Feijó eleito por meio de voto popular, assumiu
o governos. Em algumas províncias, a situação era de guerra civil. Em setembro de
1837 Feijó renunciou à Regência. O cargo de regente foi ocupado pelo ministro do
Interior, Pedro de Araújo Lima. A imposição de uma política regressista não foi capaz
de diminuir as tensões que ameaçavam o Império. A partir de 1837, novas rebeliões
eclodiram em diferentes províncias - na Bahia, teve início a Sabinada (1837-1838); no
Maranhão, eclodiu a Balaiada (1838-1841).
•
Golpe da Maioridade - Em abril de 1840 formou-se o chamado Clube da Maioridade,
A campanha defendia a maioridade do jovem príncipe. No dia 23 de julho de 1840, a
Câmara e o Senado aprovaram o projeto liberal, concedendo a maioridade a dom Pedro
de Alcântara declarando o imperador do Brasil.
Coroação de dom Pedro II
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Rebeliões provinciais
O período regencial
caracterizou-se por ser uma
época de transição marcada
pela passagem do poder das
mãos dos portugueses para as
da elite nacional. As
acomodações e tensões
resultantes desse processo
político, o agravamento da
situação econômica, além das
condições precárias e
desumanas em que os pobres
e os escravos viviam, criaram
o clima para a eclosão de
rebeliões em quase todas as
regiões do país.
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