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Princípios de Políticas Conjunturais e
Estruturais
FEUC
2005 - 2006
Adelaide Duarte
Sumário





V.2 Os desfasamentos nas políticas
V.3. Indicadores e objectivos intermédios
V.4 Incerteza e tipos de políticas
V.5 A questão da incoerência temporal da
política
V.6 O papel da Planificação
Adelaide Duarte
PECON
2
Tipologia dos desfasamentos de PE
Instrumentos
Instrumentos
Variáveis intermédias
Objectivos operacionais
Variáveis alvo
Objectivos finais
Objectivos finais
Os indicadores económicos são variáveis intermédias e a sua
classificação em objectivos operacionais ou em variáveis alvo
dependerá do tipo de política.
Adelaide Duarte
PECON
3
Tipologia dos desfasamentos de PE
desfasamento interno
d. reconhecimento
d. administrativo
Intervenção
necessária
Tomada de
consciência
Adelaide Duarte
desfasamento
intermédio
Intervenção
efectiva
PECON
desfasamento externo
Acção sobre
as variáveis
intermédias
Acção sobre
as variáveis
objectivo
4
Definição dos desfasamentos de PE





Desfasamento interno ou de política
Exprime a velocidade de reacção dos DPs. É o período de tempo entre o
momento em que os instrumentos de PE deveriam ter sido objectivamente
modificados e o momento em que foram modificados.
Desfasamento de reconhecimento
É o período de tempo entre o momento em que é necessário intervir e o
momento em que os DPs tomam consciência desse facto.
Desfasamento administrativo
É o período de tempo que separa a tomada de posição e a acção expressa
pela variação dos instrumentos.
Desfasamento intermédio
É o período de tempo que decorre entre as modificações dos instrumentos
e a modificação das variáveis intermédias daí decorrente.
Desfasamento externo
É o período de tempo que decorre entre as modificações das variáveis
intermédias e a modificação das variáveis objectivo de PE.
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PECON
5
Métodos de determinação da
duração dos desfasamentos

Métodos descritivos e econométricos





Datas (período) em que a PE deveria ter sido modificada
Datas (período) de inflexão da PE - utilização de
indicadores económicos
Modelo(s) de PE que relacionem variáveis instrumento,
intermédias e variáveis objectivo.
Importância da datação do ciclo de negócios, da
determinação da sua duração, amplitude, ....
Importância dos institutos de previsão
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PECON
6
Ciclo de negócios

Metodologias de quantificação dos ciclos
Metodologia do NBER
Metodologia de filtros: ex: o filtro HP
Metodologia da função de produção
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PECON
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Instrumentos instáveis e eficácia da PE



Diz-se que um instrumento de PE, (x), é instável quando a vontade
de corrigir os efeitos de variações passadas Dxt-1, Dxt-2,..., Dxt-n conduz a
manipulações crescentes, em valores absolutos do instrumento no futuro,
Dxt < Dxt+1 < ... < Dxt+m
Ou seja, o nível óptimo do instrumento não converge para um
valor finito.
Ilustração: a estabilização do instrumento compromete a realização do
objectivo
se (b1/b0)>1,
Dyt  b 0 Dxt  b1Dxt 1  t
Dyt  0  Dxt  
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b1
Dxt 1  e'
b0
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Acção de PE em contexto de
incerteza
Max W(Y,Y)
s.a: Y=AX+D
condições limite para Y e X

Incerteza aditiva
 Conhecimento de W( ) e A e incerteza quanto a D

Incerteza multiplicativa
 Conhecimento de W( ) e D e incerteza quanto a A

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PECON
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Questões prévias

Definição de certeza equivalente



Alterações estruturais que modificam a dimensão das respostas às
variações dos instrumentos não alteram o nível de utilidade obtida
pelos responsáveis da política desde que as variáveis instrumento não
façam parte da função utilidade.
Este princípio apenas considera efeitos multiplicativos de alterações de
instrumentos
Economia com incerteza à Brainard e a não aplicação do princípio
da certeza equivalente. Quais as consequências para a condução
da PE?
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PECON
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Maximização da utilidade dos DPs numa economia
com incerteza à Brainard
Y P  
U   Y  Y
D

2
Y2  2 P2   2  2  P
2
  _

D 
2
E U   E    Y  Y    Y   

 
 
2

 

D 
2
2
2
    P    Y     P     2     P 



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PECON
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Valor óptimo do instrumento
 D 
  Y        

PD  
2

2
   
 

Valor óptimo do instrumento
c/ incerteza à Brainard
g
P 
1V 2
 D 
Y - 

onde g=    e V= 
D

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Valor óptimo do instrumento
com ρ , =0

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Exemplificação numérica


0,87
YD=100
=0,07
0,29
=1,79
1,07


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PECON
13
Exemplificação numérica
CASO 1 – ECONOMIA
sem incerteza
P 
D
YD


55,86
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CASO 2 – ECONOMIA CASO 3 – ECONOMIA
com incerteza à Brainard com incerteza aditiva e
multiplicativa e =0

g
D
 D 
  Y         P 
1V 2


D
P 
2

2
   
 
41,06
41,13
PECON
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Regra de precaução

Em condições de incerteza, o valor da variável
instrumento virá inferior ao que seria em
condições de certeza. E se porventura se se
antecipasse um acréscimo de incerteza, o valor
da variável instrumento viria ainda inferior.
Quanto maior a incerteza e o seu possível
acréscimo, uma certeza menor será a variação
das variáveis instrumento que os responsáveis
estarão dispostos a fazer (se forem racionais...).
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PECON
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Ineficácia das políticas conjunturais
de estabilização da conjuntura

Debate entre monetaristas e keynesianos:
Os argumentos de Milton Friedman




Desfasamentos longos e variáveis
Os efeitos reais das políticas são transitórios
Hipótese: Expectativas adaptáveis
Os economistas das expectativas racionais (Lucas, Wallace, Sargent, Barro)
extremam as posições anteriores.




As políticas sistemáticas são antecipadas pelos indivíduos pelo que se tornam
ineficazes.
As políticas não sistemáticas são as únicas que poderão surtir efeitos.
Os modelos econométricos keynesianos não poderão estimar os efeitos sobre a
economia de uma mudança da Política.
As políticas discricionárias anunciadas sofrem do problema de incoerência
temporal das políticas sendo por isso políticas sub-óptimas
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PECON
16
Classificação das políticas


Políticas activas
Políticas passivas

Como conduzir a
política?

Regras




Adelaide Duarte
PECON
Regras simples
Regras com retroacção
Políticas discricionárias
Regras complexas e
discricionaridade
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Exemplos de regras simples e com retroacção


Regras simples
Regra de Milton Friedman

Regras com retroacção
 Ex.1
  3   (u  4)
 3
Regra de Taylor (1993)

i  i *  t   ( t   *)   xt
  1.5    0.05
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PECON
18
Regra de Taylor

Regra de Taylor

it  i *  t   ( t   *)   xt
it   t  i *  ( t   *)   xt
  1.5    0.05
1987-1992 - tx juro directora do FED
 i – taxa de juro nominal; i* – taxa
de juro real de equilíbrio; Pt –
taxa de inflação corrente (taxa de
inflação média dos últimos quatro
trimestres, na regra original); P* taxa de inflação objectivo;  coeficiente do desvio inflacionista;
 - coeficiente do hiato do
produto.
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Estabilização da taxa de juro real
  1.5    0.05
Se  t   * xt  0  it   t  i *
PECON
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Efeitos anúncio e surpresa

Efeitos de anúncio
É obtido quando a decisão de política transmitida aos
indivíduos pelos DPs modifica as expectativas daqueles
previamente a qualquer outro efeito da política.
Ex: Política monetária desinflacionista

Efeitos surpresa
É obtido quando os indivíduos não antecipam a política, e esta
só é comunicada pelos DPs depois de ter sido executada.
Ex: Política de desvalorização cambial
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PECON
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Incoerência temporal da política




Finn Kydland, Edward Prescott 1977, Guillermo Calvo,
1978
Política discricionária
Expectativas racionais
Anúncios de política não credíveis, as políticas escolhidas
são sub-óptimas.
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PECON
21
Ex:

Incoerência temporal da política de taxa de
inflação nula
Função de utilidade social e função de voto
()
()
Ut  U ( t , y t )

Curva de Phillips
yt  y  b ( t   )
e
t

Max. da função de voto dos DPs sujeita à curva de Phillips. Os DPs
utilizam a política monetária para maximizarem a sua função de voto
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PECON
22
Análise gráfica: Incoerência temporal da política de
taxa de inflação nula

Incoerência temporal da política de taxa de inflação nula
P
CP (P*t=P0)
P0
U0
B
U1
A
C
0
Y
Com U0<U1<U2
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CP (P*t=0)
U2
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23
Expectativas racionais


John Muth (1961) popularizado por Lucas Jr. nos anos 70
Definição

As expectativas racionais são as esperanças matemáticas
implicadas pelo modelo e condicionadas pela informação
disponível no momento em que são formadas.

A informação disponível apresenta três componentes:
conhecimento do modelo
conhecimento das políticas do Governo
conhecimento dos valores passados das variáveis
económicas
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PECON
24
Propriedades das expectativas racionais

Propriedade A


A) E  E ( yt i  j / I t i ) / I t  =E ( yt i  j / I t )

Propriedade B
B) E  yt i  E  yt i / It  / St  0  St  It

Propriedade C
C ) E  y t+i -E  y t+i /I t    E (ut 1 )  0
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PECON
25
Eficácia das políticas

Equação da oferta macro-económica de Lucas-Sargent
1) yt =y+ ( pt  t 1 pte )  1t com   0

Equação de tipo Phillips
2) u t =u+b ( pt  t 1 pte )   2t com   0

Equação dos preços
3) pt  t 1 pte t

Equação da oferta rescrita
1') yt =y+t  1t com  >0
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PECON
26
Eficácia das políticas (cont.)





Regra de política monetária 1
4)mt   mt 1  3t
Regra de política monetária 2
Políticas sistemáticas
4)mt   1mt 1   3t com  1  
Políticas não sistemáticas
Conclusões : A tese da ineficácia das políticas (sistemáticas)
depende da estrutura do modelo e da regra das expectativas
racionais. Não depende exclusivamente da regra de expectativas.
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PECON
27
O papel da planificação económica


O papel da planificação económica

Instrumento de análise que permite testar a coerência de cenários
macroeconómicos propostos pelos decisores públicos, porque se trata de uma
análise desagregada sectorial, a nível nacional ou regional

Teste de coerência ao investimento

Teste de coerência ao emprego

Teste de coerência às exportações

Teste de coerência regional
O modelo de Leontief estático aberto

Principais propriedades

Solução




Multiplicador parcial da produção
Multiplicador parcial de emprego
Multiplicador parcial das exportações
Modelo regional
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PECON
28
O papel da planificação económica

Variação da produção bruta devido a uma variação da procura final
 f11 f12 f13   DY1   f11 f12 f13   0   f11 f12 f13   0 
 f f f   0    f f f   DY    f f f   0 
 21 22 23     21 22 23   2   21 22 23   
 f31 f32 f33   0   f31 f32 f33   0   f31 f32 f33  DY 3 
 f11 
 
 f 21 .DY1
 f31 
Adelaide Duarte
 f12 
 
 f 22 .DY2
 f32 
PECON
 f13 
 f .DY
 23  3
 f33 
29
O papel da planificação económica

Multiplicador parcial da produção: x0j com j=1,2,3
 f11 
 f12 
 f13 
 f  .DY e 1 1 1  f  .DY e 1 1 1  f  .DY
1
1
1

  21  1 
  22  2 
  23  3
 f31 
 f32 
 f33 
3
3
 fk 1DY1
 fk 2DY2
k 1
3
x01   f k1;
k 1
Adelaide Duarte
3
 fk 3DY3
k 1
3
x02   f k 2 ;
k 1
PECON
k 1
3
x03   f k 3 ;
k 1
30
O papel da planificação económica

O impacto de uma variação da procura final sectorial no emprego
 l1 f11 l1 f12 l1 f13  DY1   l1 f11 l1 f12 l1 f13   0   l1 f11 l1 f12 l1 f13   0 
l f l f l f   0   l f l f l f  DY   l f l f l f   0 
 2 21 2 22 2 23     2 21 2 22 2 23   2   2 21 2 22 2 23   
l3 f31 l3 f32 l3 f33   0  l3 f31 l3 f32 l3 f33   0  l3 f31 l3 f32 l3 f33  DY 3 
 l1 f11 
 
l2 f21 .DY1
l3 f31 
Adelaide Duarte
 l1 f12 
 
l2 f 22 .DY2
l3 f32 
PECON
 l1 f13 
l f .DY
 2 23  3
l3 f33 
31
O papel da planificação económica
 l1 f11 
l f  .DY ;
 2 21  1
 l3 f 31 
 l1 f12 
l f  .DY ;
 2 22  2
 l3 f 32 
 l1 f13 
l f  .DY
 2 23  3
 l3 f 33 
3
3
3
k 1
k 1
k 1
d 01   lk f k 1 ; d 02   lk f k 2 ; d 03   lk f k 3 ;
Adelaide Duarte
PECON
32
O papel da planificação económica



Impacto de um acréscimo das exportações por sector sobre a produção
Impacto de um acréscimo das exportações por sector sobre o emprego
Modelo de input-output regional
X
Y
região i
exterior
Adelaide Duarte
A
Y
região i
externa
X
região i
Y
Y
região i
Y
exterior
outras regiões do país
PECON
33