Disciplinamento dos Corpos

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Transcript Disciplinamento dos Corpos

O corpo humano tem tido o mesma ética e estética nos diferentes períodos da história?

 A maneira como lidamos com o corpo reflete questões sociais?

 A escola exerce algum papel na manutenção de certas maneiras de se lidar com o corpo?

 Conjunto de técnicas para adaptar o corpo à lógica social, política, econômica etc., tendo como principal dispositivo a escola (educação infantil: pré-escolas, creches); COM OBJETIVO DE...

 Tornar o corpo adequado ao perfil exigido de forma que seja útil e produtivo.

“O corpo passa a ser um instrumento analisado, estudado, manipulável, treinado, transformado, modificado e isto se dá pela coerção sem folga dos movimentos dos sujeitos. Só é dócil o corpo que pode ser utilizado, analisado, submetido e maquinado. Corpo visto como máquina que se constrói de acordo com a sua utilidade e docilidade.” (SOUZA, TUSSI, BERTICELLI, 2009)

 Concepção de criança já está pré-definida;  Assim como a concepção de mulher, louco, homem, periguete, professor etc.

VÍDEO 1 e 2

 A criança não possui, a princípio, abstração do que fazer em cada espaço-tempo do seu cotidiano, sendo elas “ET´s” que precisam ser instruídos na lógica do mundo em que acabaram de ingressar.

 Criança é vulnerável, o que autoriza nossas práticas e ações sobre elas. Frágeis e dependentes, oferecem raros obstáculos e oposição ao que lhe é imposto.

ASSIM...

 “A educação é o modo como as pessoas, as instituições, e as sociedades respondem à chegada dos que nascem e também a forma como o mundo os recebem. A recepção e a resposta aos que nascem representam a presença marcante do adulto no mundo infantil e a sua interferência sobre ele.” (SOUZA, TUSSI, BERTICELLI, 2009)

“A estrutura social e político-pedagógica está de tal forma posta e desenvolvida ao longo da história que “autoriza” a educadora às práticas de disciplinamento.” (SOUZA, TUSSI, BERTICELLI, 2009)  Temos, então, as rotinas escolares:   Hora e Lugar para pintar, brincar, lanchar, escrever, conversar etc.; A escola é cheia de regras e rotinas, objetivando criar um espaço útil e produtivo, acerca do qual a professora tenha o controle e que, no futuro, sirva de modelo para os demais espaços em que a criança deverá se encaixar.

 Quando a criança já é capaz de esperar pelo “tempo” determinado pela professora e se manter no “lugar” indicado sem reclamar, dizemos que ela manifestou o

disciplinamento.

 Quando a criança “dedura” o colega ao vê-lo burlando as regras, dizemos que ela manifestou o controle.

 A disciplina atua de modo imperceptível, na forma como organiza-se o espaço e o tempo escolar, com lugares cerceados não somente no sentido material, mas principalmente simbólico.

 Atualmente não se pune fisicamente na escola como forma de disciplinamento, já que os mecanismos de controle estão naturalizados, e a pessoa aprende a se autocontrolar e autopunir diante de “desvios” a norma estabelecida socialmente.

 O tempo passado na escola tem aumentado com o passar dos anos:   Tempo Integral Crianças ingressam cada vez mais novas “O capitalismo pretende mobilizar o máximo de pessoas, sejam quais forem sua idade e sexo, e é o mais cedo possível que a criança deve estar apta a decifrar os diferentes códigos do poder” (GUATTARI, 1981) VÍDEO 3

Disciplinamento e controle alienante: o que ou quem o mantém na atualidade?

Fazer uma revolução e realizar passeata nas ruas?

Alfabetizar as crianças em casa?

NÃO necessariamente...

Não é a técnica em si, mas os valores por trás das ações que indicam o “estilo” de disciplinamento oferecido;

 É a necessidade de fazer com que as pessoas conheçam os mecanismos de controle e possam fazer frente a eles;  Não se trata de proteger as crianças do mundo, mas de oferecer-lhes opções;  Não se trata também de opor um tipo de formação a outra, mas de problematizar, tendo em vista que não há a priores;  É se adequar ao processo capitalista (quase irreversível) em que se vive, mas sem perder de vista a criatividade, a inovação e a possibilidade de se reinventar;

É, finalmente , “ao atingir a vida adulta, num momento ou noutro ele decide assumir as roupas e papéis que o sistema lhe apresenta, convém que ele possa fazê-lo sem que eles lhe colem à pele a ponto de não mais poder desfazer-se deles e então passar a investir nos próprios valores repressivos de que estas roupas e papéis são portadores.” (GUATTARI, 1981)