III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
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Transcript III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
III Diretrizes da
Sociedade Brasileira de
Cardiologia Sobre Teste
Ergométrico
Mônica Roselino Ricci - Sta Casa de Misericórdia de
Ribeirão Preto-2011
Alterações normais ao exercício
Aumento da FC por supressão vagal
Aumento da ventilação alveolar
Aumento do retorno venoso por venoconstrição
simpática
Aumento do débito cardíaco
Resposta dependente da intensidade do exercício
e massa muscular envolvida
Inicio do exercício:
Aumento do DC pelo mecanismo de F. Starling e
aumento a FC
Aumento do volume sistólico
Exercício tardio:
Aumento simpático mediado pela Frequencia VE
Liberação de catecolaminas
Aumento da contração ventricular
Com a progressão do exercício ocorre aumento
do consumo de O2 cerca de 3x
Redução da resistência vascular periférica
Aumento de PAS /PAM
PAD se mantém ou pode cair
DC aumenta cerca de 4-6 x
Pós exercício = reativação vagal
Rápida em atletas
Lenta em individuos com ICC
Objetivos
Provocar
estresse físico, para avaliar resposta
clínica, hemodinâmica, eletrocardiográfica e
metabólica ao esforço.
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Avaliando:
Isquemia
Arritmias
Dist. Hemodinâmicos induzidos por esforço
Capacidade funcional
Diagnóstico e Prognóstico nas DCV
Prescrição de exercícios
Avaliação pós procedimentos
Perícia médica
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Probabilidade Pré-teste:
Avaliação criteriosa da história clinica, fatores de risco e
sintomas.
Exame clínico pré e pós exame
Sensibilidade e especificidade dependem da incidência de
DAC na população a ser estudada
IBGE (mortalidade por doenças cardiovasculares no ano de
2008)
16,33% do total de óbitos em Ribeirão Preto-2008
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Avaliação de DAC
Recomendação I
Risco pré teste moderado, incluindo BRD ou
ST<1mm
SCA baixo risco adequadamente estabilizada
DAC conhecida antes da alta para avaliação de
risco e programação de atividade física
Sintomas atipicos com risco de DAC
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Recomendação III
DAC com BRE
WPW / MP
Infra de ST >1mm ao repouso
Hipertrofia de VE
Uso de digitálicos
SCA não estabilizada
Lesão de tronco de CE ou equivalente
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Assintomáticos ou atletas:
Não deve ser rotina
Risco moderado pelo E. Framinghan
Classe I
HF + para DAC precoce
Alto risco pelo Framinghan
Pré operatório cirurgia de médio a alta complexidade com
HF + para DAC
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Classe IIa
Homens >40 e mulheres >50 para atividade física
Ocupações especiais – motoristas e pilotos
Classe IIb
Atletas de competição – ajuste da carga de exercícios
Obs: ideal teste cardio pulmonar – medida direta dos gases
respiratórios
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Na HAS:
Em pacientes com alterações ao ECG de repouso
sugestivas de SVE existe maior incidência de
infradesnivelamento, que pode ser devido a isquemia
secundária a desproporção entre oferta e demanda
de O2, no miocárdio já sobrecarregado
Na avaliação de DAC é necessária suspensão de
medicações (nitratos, BCa, Betabloqueadores)
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Respostas pessóricas ao esforço, visando
treinamento físico com cargas adequadas.
Classe I:
DAC em hipertensos com mais de 1 FR
Classe IIa:
Comportamento de PA no esforço em pessoas com HF +
para HAS ou Sd. metabólica
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Classe III:
Exame de pacientes com PA descontrolada
(> 240/120mmHg)
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Valvopatias:
Objetivos: definir indicação cirúrgica, avaliação de
capacidade funcional.
Ao ECG podem existir alterações de repolarização
ventricular pelas valvopatias
Contra indicado na EAo grave sintomática
EAo moderada, pouco sintomática: avaliação de PA
e CF para melhor decisão terapêutica.
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
IAo com sintomas duvidosos, pode avaliar,
associado ou não a outros métodos, a insuficiência
ventricular esquerda mais precoce, através dos
sintomas (classe I)
Na estenose mitral o comportamento inadequado de
FC, PA e indução de dor pode ser devido a
obstrução de via de entrada do VE.
Na insuficiência mitral grave com poucos sintomas a
queda de PA no esforço e redução da CF ajudam na
terapêutica
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Classe I:
Classe II a:
CF e sintomas em IAo com sintomas duvidosos
Valvopatia leve a moderada para esclarecer sintomas, na
prescrição de exercícios e indicação cirúrgica
Classe III:
DAC em pacientes com valvulopatia
CF em EAo grave e EM
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
ICC e Cardiomiopatias:
Na IC esta mais indicada a ergometria associada a
análise dos gases respiratórios – Ergoespirometria.
Avalia : isquemia, classe funcional, indicação de
transplante, reabilitação cardíaca, diagnóstioco
diferencial da dispnéia ao esforço, com medida direta
do VO2 máximo.
Nas cardiomiopatias: avalia arritmias desencadeadas
pelo esforço
É contra indicada nas CM restritivas e Hipertróficas
com acometimento da VSVE
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Nas obstrutivas pode se usar protocolos
convencionais, atentando para arritmias
ventriculares, queda de PA e sinais de baixo
débito.
Na Cardiopatia Chagásica arritmias ventriculares
no repouso não contraindicam o exame
VO2 pico e Prognóstico da IC
>18ml/Kg/min – bom prognóstico
<10ml/Kg/min – indicação de transplante
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Serviço de Transplante: pacientes com VO2 abaixo
de 14ml/Kg/min já são aceitos na lista
Melhor avaliação é feita com protocolo de Rampa
ou rampeados com incremento de ate 1 MET por
estágio
Para avaliação funcional: incremento de até 1 MET
por minuto, com duração entre 8-12min, se possível
realizar antes o Teste de caminhada de 6 minutos
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Classe I
DAC como causa de IC sem etiologia definida
Teste + gases para indicação de Transplante
Esclarecimento de sintomas (NE 2)
Classe II
Prescrição de exercícios
Necessidade de monitorização e supervisão em
programa de exercícios
Gravidade e respostas terapêuticas
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Classe III
Miocardite e pericardite agudas
Seleção para TC obtendo VO2 indireto
MCH com obistrução de via de saída de VE
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Arritmias cardíacas:
As respostas fisiológicas ao esforço favorecem
aparecimento de arritmias
Na displasia arritmogênica de VD ou na Sd. Do QT
longo pode avaliar aparecimento de TV
WPW risco de aparecimento de TSV
FA avaliar controle de FC adequado pela medicação
em uso
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Arritmias induzidas pelo esforço
Durante ou imediatamente após o esforço
Podem ser assintomáticas ou apresentar palpitações,
ou síncope
Classe I
palpitações , síncope, ou pré síncope relacionadas ao
esforço físico
Suspeita de arritmia após esforço
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Classe IIa
Avaliação de terapêutica – medicamentosa ou
ablação
Arritmia ventricular em paciente com risco
moderado ou alto para DAC
Avaliação de Morte Súbita
Classe I
Arritmia ventricular com risco moderado a alto para
DAC
TV catecolaminérgica suspeita e avaliação de terapia
com beta bloqueador
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Classe IIa
Recuperados de PCR antes da alta para liberação de
atividades e exercícios
Classe IIb
Risco para arritmias no WPW
MCH não obstrutiva – detecção de arritmias
Displasia de VD - liberar para atividade e avaliar
potencial arritmogênico
QT longo avaliação de terapia com B bloqueador
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Casse III
Arritmias não controladas com sintomas ou
alterações hemodinâmicas
Fibrilação Atrial permanente
O comportamento da FC é geralmente anormal
Pode ocorrer rápida elevação de FC em baixas
cargas, e demorar para cair na fase de recuperação
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Não existe classe I de recomendação
Classe IIb
Resposta de FC em uso de medicação
Avaliação para atividade física
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Bradiarritmias/Marcapasso/ DNS
Classe I
Avaliar resposta do Nó sinusal
Resposta cronotrópica no BAVT congênito
BAVT congênito – momento para implante de MP
Tipo de MP a ser colocado
Resposta atrial adequada – DDD
Ausência de resposta atrial – biossensores para resposta
de FC
CDI – conhecer limiar de deflagração para evitar
descarga, interromper exame 10 a 20 batimentos abaixo
do limiar
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Classe III
Avaliação de MP com frequência fixa
BAV de grau elevado com baixa frequência
ventricular
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Teste ergométrico na sala de emergência:
Baixo risco para desenvolvimento de eventos em
30dias:
Hipotensão arterial
Terceira bulha
Estertores crepitantes em bases pulmonares
Dor como exacerbação de DAC prévia
ECG com alterações de isquemia em evolução
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Pré requisitos:
2 amostras normais de marcadores (CKMB
/troponina) em 6-12 horas de sintomas
Ausência de alterações ao ECG da admissão e
imediatamente antes do exame
Ausência de alterações de ST que impossibilitem
avaliação acurada no ECG de esforço
Ausência de sintomas entre coleta e resultado da
segunda amostra
Ausência de dor sugestiva de isquemia no inicio do
teste
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Contra-indicações:
Alterações de ST novas ou em evolução
Marcadores acima dos valores normais
Incapacidade de realizar exame através de esforço
Piora ou persistência do sintomas de dor sugestiva
de isquemia ate o exame
Perfil clínico de alta probabilidade para realizar
coronáriografia
Arritmia complexa
Sinais de disfunção ventricular
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Contra-indicações para realização do exame:
Embolia pulmonar
Doença aguda, febril, ou grave
Limitação física ou psicológica
Intoxicação medicamentosa
Disturbios metabólicos ou hidroeletrolíticos não
corrigidos
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Contra-indicações relativas:
Dor torácica aguda
Estenoses valvares moderadas e graves
Insuficiência valvares graves
Taqui, Bradi ou arritmias ventriculares complexas
Disturbios hidor-eletrolíticos e metabólicos
Afecções não cardíacas(infecções, hipertireoidismo,
insuficiência renal, hepática ou respiratória, DAOP,
doenças musculares ou ortopédicas, desolamento de
retina, doenças psiquiátricas)
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Critérios para interrupção do esforço:
PAD até 120mmHg – normotensos, até 140mmHg
em hipertensos
PAS até 260mmHg
Desconforto torácico exacerbado com aumento da
carga, ou associada a alteração ao ECG
Ataxia, tonturas, palidez, pré-síncope, dispnéia
desproporcional ao esforço
Infra de ST adicionais de 3mm na presença de DAC
conhecida ou suspeita
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Supra de 2mm em derivações sem onda Q
TSV sustendada, taquicardia atrial, FA, BAV de 2°
ou 3°grau
Falência na monitorização e/ou registros
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Respostas ao esforço físico
Frequência Cardíaca: aumenta linearmente
com o esforço, e com o consumo de O2, é
calculada de acordo com a idade do paciente
Equação de Karvonen: 220- idade = FC máx
Equação de Inbar: 205,8 - 0,685(idade) = FC máx
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Elevação rápida:
Sedentários
Ansiedade
Distonia neurovegetativa
Hipertireoidismo
Estado anêmico
Incompetência cronotrópica: é a incapacidade de
elevar a FC a 2 desvios padrões da FC prevista
(cerca de 24 batimentos)
Coronáriopatia
Miocardiopatia
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Queda de FC :
Doença isquêmica
Critério de interrupção do esforço
Recuperação lenta de FC na recuperação:
redução de 12bpm no 1°min, ou 22bpm no 2°
min dependendo da forma de recuperação
Diminuição no tonus vagal
Aumento da mortalidade total
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Em jovens sadios podem ocorrer bardicardias,
pausas e até segundos de assitolia (síncope vaso vagal), no pós esforço
Pressão arterial
Avaliação indireta da resposta inotrópica do coração,
PAS aumenta com a intensidade do trabalho, e PAD
fica constante ou altera cerca de 10mmHg
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Ainda não existe consenso para valores normais
de variações de PA ao esforço.
Hiperreativa: PAS > 220 e/ou elevação e 15mmHg
ou mais na PAD, partindo de valores normais de PA
ao repouso
Probabilidade 4-5x maior de ser hipertenso
Elevação inadequada: variação < 35mmHg durante o
esforço
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Hipotensão ao esforço: PAS do esforço < que no
repouso
Relacionado a pior prognóstico
Elevação da PA nos três minutos iniciais da
recuperação: correlacionada com DAC
Recuperação lenta de PA : razão da PAS R3/pico
>0,95; ou PAS R3/R1 >1,0
Relacionada a DAC
Mulheres: platô, ou até queda de PA no esforço
podem ocorrer sem correlação com cardiopatias
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
ECG:
Onda P: aumento da fase negativa V1 e/ou V2,
associada a disfunção de VE
PR: encurta duração no esforço
Onda Q: redução da amplitude, ou desaparecimento
está relacionado a isquemia septal
Onda R: sem valor diagnóstico
Onda S: sem valor específico
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Segmento ST:
Supradesnível de ST é comum em IAM com Q
Anormal se maior que 1,0mm na junção J/ST, em 4
complexos sucessivos
Controverso em IAM com Q associado a viabilidade
miocárdica, ou anormalidades de contração
Na ausência de onda Q, correlacionado a tronco de CE
ou equivalentes, ou lesões proximais de DA
Em ST normal = isquemia trans-mural
Elavação de V2 a V4: envolvimento de DA
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Derivações laterais: envolvimento de Cx
Inferiores : envolvimento de CD
Infra de ST na recuperação mesmo valor que no esforço
Pseudonormalização de ST e importante em vigência de
dor ou equivalente anginoso
Onda T:
Positivação ou negativação inversas não tem relação com
isquemia
Pseudonormalização de T em zona elétrica inativa de IAM
prévio está associada a miocárdio viável
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
BRE:
É invalida análise de segmento ST/T para avaliação de
isquemia.
Obs: BRD não valorizar alterções de ST em V1 a V3
Arritmias ventriculares:
Podem ser induzidas ou suprimidas pelo esforço
Induzidas pelo esforço são anormais quando
>10EV/min, no exercício ou recuperação
Quando presentes no repouso o aumento da
complexidade nas fases seguintes deve ser valorizado
Dois batimentos consecutivos, ou mais de 10% dos
batimentos em 30segundos indica, em homens
assintomáticos, maior risco de mortalidade cardiovascular
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
A escolhas dos protocolos a serem utilizados
deve ser individualizada para cada paciente
Rampa: avalia melhor capacidade funcional, pode ser
individualizado a cada paciente
Bruce e Ellestad: avaliação de pacientes ativos, ou
jovens saudáveis
Naughton ou Balke: pacientes mais limitados
A duração do exame deve estar entre 8-12min.
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
A elaboração do laudo deve levar em
consideração as limitações encontradas ao
exame na tentativa de auxiliar na conduta clínica
Devendo o exame ser classificado como:
Normal, limítrofe, anormal ou inconclusivo
Baixo, moderado ou alto risco para DAC
III Diretrizes SBC sobre Teste Ergométrico
Critérios de mau prognóstico
Capacidade funcional abaixo dos 5 METs
PAS que não atinge 120 mmHg
Infra ST descendente >2mm por mais de 5 minutos
Queda de PAS > 10mmHg, ou valores abaixo do
repouso
TV sustentada ( >30 seg) sintomática
Obrigada