CIÊNCIAS E GEOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS:
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Transcript CIÊNCIAS E GEOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS:
Prof. Ms. Juliana Pinto Viecheneski
Objetivos
Refletir sobre o Ensino de Ciências e Geografia
nos anos iniciais do Ensino Fundamental;
Compartilhar conhecimentos e práticas
pedagógicas, que integram os diferentes
componentes curriculares no ciclo de
alfabetização.
CIÊNCIA?
CIENTISTA?
O que as pessoas
pensam quando
essas palavras são
mencionadas?
Faça um exercício…
Feche os olhos e veja que imagens
surgem em sua mente….
O cientista virou um mito…
Cientista é uma pessoa que pensa melhor
que as outras…(ALVES, 2000).
Superioridade do modelo de decisões
tecnocráticas
Status de superioridade da ciência
[…] status de superioridade da ciência para
a leitura do mundo, tem propiciado a
utilização aleatória da linguagem da ciência
como garantia de qualidade de produtos e
também a disseminação dos termos como
“comprovado cientificamente”, “testado
cientificamente” etc., como identificadores
de um discurso de verdade […] (LOPES;
DULAC, 2007, p. 44)
Testado
científicamente:
seus cabelos
agora mais lisos
e brilhantes!
Parece mágica!!
Enzima XX garante
ação branqueadora: Suas
roupas limpas como nunca!
CIÊNCIA
NÃO É
Detentora
da verdade
dos fatos
Neutra
Serve a quem a domina…
(LOPES; DULAC, 2007)
Ciência e tecnologia = construções humanas
Nem sempre trazem apenas benefícios, mas implicações
e consequências ( CHASSOT, 2003).
Contradição: ciência e a tecnologia estão presentes no
cotidiano, valorizadas socialmente – seu entendimento
continua sendo negado à maioria das pessoas (LEAL;
GOUVÊA, 2002; LLÓRENS, 1991; )
Tecnologias - parte da vida da população - isso não
significa que a sua compreensão já esteja incorporada
como parte da cultura (SOUZA et al., 2007; DELIZOICOV
et al., 2009).
Qual é a nossa visão sobre a Ciência, a
Geografia?
Qual o lugar da Geografia e das Ciências
nos anos iniciais?
Privilegiamos quais conteúdos?
Como integramos essas áreas à
alfabetização nos anos iniciais?
Para além da leitura da
palavra…Leitura do mundo…
Apropriar-se das diversas formas de pensar
Diversas formas de explicar os fenômenos
Estabelecer relações entre os diferentes
saberes que fazem parte da nossa cultura
(LOPES; DULAC, 2007, p. 34)
“[...] aprender a ler, aprendendo
a ler o mundo; e escrever, aprendendo a
escrever o mundo.” (CALLAI, 2005, p.
228)
Alfabetização e alfabetização espacial
Alfabetização e alfabetização científica
Ler o mundo da vida, ler o espaço e compreender
que as paisagens que podemos ver são resultado
da vida em sociedade, dos homens na busca da sua
sobrevivência e da satisfação das suas
necessidades. (CALLAI, 2005, p. 228-229)
Alfabetização cartográfica - “é um processo que se
inicia quando a criança reconhece os lugares,
conseguindo identificar as paisagens” (Castelar,
2000, p. 30)
Para tanto, a criança “[...] precisa saber olhar,
observar, descrever, registrar e analisar”. (CALLAI,
2005, p. 229)
Alfabetização científica - definição ampla e por
vezes, controversa (SASSERON; CARVALHO, 2008).
Alfabetização científica X Letramento científico
Apesar das distinções – preocupação central:
Ciência
Tecnologia
Sociedade
Alfabetização científica nos anos iniciais
[...] como o processo pelo qual a linguagem das
Ciências
Naturais
adquire
significados,
constituindo-se um meio para o indivíduo
ampliar o seu universo de conhecimento, a sua
cultura, como cidadão inserido na sociedade.
(LORENZETTI; DELIZOICOV , 2001, p.8-9)
Alfabetização científica - processo
desenvolvido ao longo de toda a vida.
a
ser
desenvolvimento
de atitudes e
valores
AC
aquisição de
conhecimentos
processo
diretamente
relacionado à
formação dos
cidadãos
Inter-relações
CTSA
entendimento
de práticas
científicas
Partindo do fato de que a gente lê o
mundo ainda muito antes de ler a
palavra, a principal questão é exercitar a
prática de fazer a leitura do mundo. E
pode-se dizer que isso nasce com a
criança (CALLAI, 2005, p. 232)
está interagindo com um espaço que é social, está ampliando o seu
mundo e reconhecendo a complexidade dele. (CALLAI, 2005, p. 233)
Crianças – curiosas, desejam compreender o
mundo.
Elaboram hipóteses e encontram maneiras
peculiares de explicar os acontecimentos do
seu meio.
“[...] Se não há pergunta, não pode haver
conhecimento científico. Nada é evidente.
Nada é gratuito. Tudo é construído”
(BACHELARD, 1996, p.12)
Capacidade de questionamento desenvolve-se
na infância - as crianças são perguntadoras por
excelência. (Rodrigues et al.)
Perguntas elaboradas por crianças
Universidade das crianças
- Projeto
http://www.universidadedascriancas.org/pergun
tas/perguntas.php?r=0&pagina=1
Projeto de extensão coordenado pelo Núcleo de
Divulgação Científica da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG)
A equipe envolve colaboradores vindos das
Ciências Biológicas, Medicina, Geografia, Belas
Artes, Ciências Sociais e Educação.
Imagens disponíveis em
http://www.universidadedascriancas.org/perguntas/perguntas.php?r=0&pagina=1
Educação como prática da liberdade (FREIRE)
[…] nela, o conhecimento existe para ajudar as
pessoas (também as crianças pequenas) a criar e a
imaginar, e não aprisioná-las em mesas e carteiras.
(KRAMER, 2003, p.79)
Trabalho pedagógico – dimensão cultural
Espaço para brincar, criar, imaginar, perguntar
ESCOLA:
Estimular nas crianças a compreensão de que
a ciência está em casa, no corpo, nas
atividades diárias, enfim, na maior parte das
vivências cotidianas (Bertelli et al.)
Incentivar o espírito investigativo e a
curiosidade epistemológica dos alunos:
Levantar novas suposições
Questionar
Confrontar ideias e construir, gradualmente,
conceitos científicos
Justificativas para o ensino de ciências nos
anos iniciais
As ciências podem ajudar as crianças a pensar de
maneira lógica sobre os fatos cotidianos e a
resolver problemas práticos simples
As ciências, e suas aplicações tecnológicas, podem
ajudar
a
melhorar
a
qualidade
de
vida das pessoas. As ciências e a tecnologia são ativi
dades socialmente úteis que esperamos sejam
familiares às crianças.
Dado que o mundo tende a orientar-se cada vez
mais num sentido científico e tecnológico, é
importante que os futuros cidadãos se preparem
para viver nele.
As ciências podem promover o desenvolvimento
intelectual das crianças.
As ciências podem ajudar positivamente as crianças em
outras áreas, especialmente em linguagem e matemática.
Numerosas crianças de muitos países deixam de estudar
ao acabar a escola primária, sendo esta a única
oportunidade de que dispõem para explorar seu ambiente
de um modo lógico e sistemático.
As ciências nas escolas primárias podem ser realmente
divertidas
(UNESCO apud HARLEN, 1994, p. 28-29)
Numa sociedade em que se convive com a
supervalorização do conhecimento científico e com a
crescente intervenção da tecnologia no dia-a-dia, não é
possível pensar na formação de um cidadão crítico à
margem do saber científico (BRASIL, 1997, p.21).
TEMPO DE
APRENDER
MUNDO
DA VIDA
SUJEITO
MUNDO
DA
ESCOLA
TEMPO DE
VIVER
Ciclo de Alfabetização: Para além da
leitura da palavra…Leitura do mundo…
A par do prazer de saber ler a palavra e saber
escrevê-la, podemos acrescentar o desafio de
ter prazer em compreender o significado social
da palavra – o que significa ler para além da
palavra em si, percebendo o conteúdo social
que ela traz, e, mais ainda, aprender a produzir
o próprio pensamento que será expresso por
meio da escrita. (CALLAI, 2005, p. 233)
Desde o início do processo de escolarização e
alfabetização, os temas de natureza científica e
técnica, por sua presença variada, podem ser de
grande ajuda, por permitirem diferentes formas de
expressão. Não se trata somente de ensinar a ler e
escrever para que os alunos possam aprender
Ciências, mas também de fazer usos das Ciências
para que os alunos possam aprender a ler e a
escrever. (BRASIL, 1997, p. 62)
Uso da literatura
sistematizada
infantil
de
maneira
Uso de diferentes gêneros textuais relacionados
ao tema em estudo
Músicas
Revistas (Ciência Hoje das Crianças, dentre
outras)
Compartilhando experiências…
Formar pequenos grupos para compartilhar
experiências de trabalhos realizados com gêneros
textuais na sala de aula.
Nos grupos, discutir e responder as seguintes
questões:
Quais
áreas
de
conhecimento
foram
contempladas nas experiências relatadas?
Quais gêneros textuais foram abordados ?
O que os alunos puderam aprender com essa
experiência?
Socializar as reflexões de todos os grupos.
“E carecia optar. Cada um optou
conforme seu capricho, sua ilusão,
sua miopia”.
Carlos Drummond de Andrade
Não importam as modalidades de leitura
ou escrita: o que importa é como a leitura
e a escrita influenciam e determinam
nossas vidas, como nos fazem sentir, ver e
construir realidades. Não se trata de ler
para viver, nem de viver para ler, mas sim
de viver quando se lê e ler, quando se
vive, no livro da vida.
(VINÃO FRAGO, [1993?] apud LOPES; DULAC, 2007, p. 45)
Referências
LOPES, C. V. M.; DULAC, E. B. F. Ideias e palavras na/da ciência
ou leitura e escrita: o que a ciência tem a ver com isso? In:
NEVES, I. C. B. et.al. (Orgs). Ler e escrever: compromisso de
todas as áreas. 8 ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007.
CHASSOT, A. I. Alfabetização científica: uma possibilidade para
a inclusão social. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, v.
23,
n.
22,
p.
89-100,
2003.
Disponível
em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n22/n22a09.pdf> Acesso em:
10 abr. 2013
LEAL, M. C.; GOUVÊA, G. Narrativa, mito, ciência e tecnologia:
o ensino de ciências na escola e no museu. Ensaio - Pesquisa
em Educação em Ciências, v.2, n.1, mar. 2002. Disponível em:
<
http://www.portal.fae.ufmg.br/seer/index.php/ensaio/article/
view/18/49>. Acesso em: 05 mar. 2013.
SOUZA, C. A.; et al. Cultura científica-tecnológica na educação
básica. Ensaio – Pesquisa em Educação em Ciências, v.9, n.1,
jul. 2007. Disponível em: <
http://www.portal.fae.ufmg.br/seer/index.php/ensaio/article/
view/121>. Acesso em 24 mar. 2013.
DELIZOICOV, D.; et al. Ensino de ciências: fundamentos e
métodos. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2009.
CALLAI, H. C. Aprendendo a ler o mundo: a geografia nos anos
iniciais do ensino fundamental. Cadernos Cedes, Campinas,
vol. 25, n. 66, p. 227-247, maio/ago. 2005.
Disponível em <http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em 15
jan. 2013.
SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. de. Almejando a
alfabetização científica no ensino fundamental: a proposição e
a procura de indicadores do processo. Investigações em
Ensino de Ciências, v.13, n.3, p.333-352, 2008. Disponível em:
<http://www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID199/v13_n3_a20
08.pdf>. Acesso em: 25 out. 2012.
LORENZETTI, L.; DELIZOICOV, D. Alfabetização científica no
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Ciências, v. 3, n. 1, jun. 2001. Disponível em:
<http://www.fae.ufmg.br/ensaio/v3_n1/leonir.PDF> Acesso em
10 mar. 2013.
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contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Rio de
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LLÓRENS, J. A. Comenzando a aprender química: ideas para
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Disponível em:
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Acesso em: 30 abr.2013.
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HARLEN, W. Enseñanza y aprendizaje de las ciencias. 2 ed.
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