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TECIDO MUSCULAR
Profª Marília Scopel Andrighetti
CARACTERÍSTICAS
Células alongadas com filamentos de proteínas
contráteis (miofilamentos).
Distinguem-se três tipos de tecido muscular:
Músculo estriado esquelético: feixes de
células cilíndricas longas e multinucleadas com
estrias transversais. Contração rápida e
vigorosa sujeitas ao controle voluntário.
CARACTERÍSTICAS
Músculo estriado cardíaco: células alongadas,
com estrias transversais e ramificadas que se
unem através
dos discos intercalares.
Contração involuntária, vigorosa e rítmica.
Músculo liso: aglomerados de células
fusiformes sem estrias. Contração lenta e
involuntária.
CARACTERÍSTICAS
Certos componentes das células musculares
recebem nomes especiais:
o
Membrana plasmática
sarcolema;
Citossol
sarcoplasma;
Retículo endoplasmático liso
retículo
sarcoplasmático.
Mitocôndria
sarcossoma.
o
o
o
MÚSCULO ESQUELÉTICO
Feixes
de
células
longas,
cilíndricas,
multinucleadas e contendo miofilamentos –
miofibrilas.
Nas fibras musculares estriadas esqueléticas os
numerosos núcleos se localizam na periferia.
ORGANIZAÇÃO DO MÚSCULO
ESQUELÉTICO
•
Fibras musculares estão organizadas em grupos de
feixes, sendo envolvidos por uma camada de tecido
conjuntivo – epimísio que recobre o músculo inteiro.
•
Epimísio
separando feixes
fibra.
•
Endomísio
muscular
finos septos
perimísio
interior músculo
envolve feixes de
envolve individualmente cada fibra
lâmina basal da fibra muscular.
ORGANIZAÇÃO DO MÚSCULO
ESQUELÉTICO
Tecido conjuntivo mantém as fibras musculares
unidas, além de:
permitir que a força de contração, gerada por cada
fibra, atue sobre o músculo inteiro;
permitir que a força de contração do músculo seja
transmitida a outras estruturas, tendões e ossos.
permitir que vasos sanguíneos penetrem no
músculo entre as fibras.
possuir vasos linfáticos e nervos.
Corte transversal de tecido muscular
estriado esquelético.
Corte longitudinal de tecido muscular
estriado esquelético.
ORGANIZAÇÃO DAS FIBRAS
MUSCULARES ESQUELÉTICAS
Fibras musculares esqueléticas mostram estriações
transversais (alternância de faixas claras e
escuras).
Faixa escura
anisotrópica
banda A.
Faixa clara
isotrópica
banda I
no centro de cada banda
linha transversal
escura
linha Z.
Corte longitudinal de fibras musculares esqueléticas. Notar as bandas A, coradas em
Escuro, e as bandas I, claras e atravessadas por linha Z, finas e escuras.
ORGANIZAÇÃO DAS FIBRAS
MUSCULARES ESQUELÉTICAS
Estriações da miofibrila é devida à repetição de
unidades iguais – sarcômeros.
Cada sarcômero é formado pela parte da miobifrila
que fica entre duas linhas Z e contém uma banda A
separando duas semibandas I.
A banda A apresenta uma zona mais clara no seu
centro, a banda H.
ORGANIZAÇÃO DAS FIBRAS
MUSCULARES ESQUELÉTICAS
Cada fibra muscular contém muitos feixes
cilíndricos de miofilamentos – miofibrilas –
paralelas ao eixo maior da fibra e consistem no
arranjo repetitivo de sarcômeros.
Presença de filamentos finos de actina e grossos
de miosina dispostos longitudinalmente nas
miofibrilas e organizados simétrica e paralelamente.
ORGANIZAÇÃO DAS FIBRAS
MUSCULARES ESQUELÉTICAS
Organização dos filamentos miofibrilares é mantida
por diversas proteínas:
Desmina: ligam as miofibrilas umas às outras.
Distrofina: prende o conjunto de miofibrilas à
membrana plasmática da célula muscular.
Da linha Z partem os filamentos de actina que vão
até a borda externa da banda H.
Os filamentos de miosina ocupam a região central
do sarcômero.
ORGANIZAÇÃO DAS FIBRAS
MUSCULARES ESQUELÉTICAS
A banda I é formada por filamentos de actina.
A banda A é constituída por filamentos de actina e
miosina (por isso anisotrópica).
A banda H é formada por filamentos de miosina.
As miofibrilas contêm quatro proteínas principais:
Miosina;
Actina;
Tropomiosina;
Troponina.
ORGANIZAÇÃO DAS FIBRAS
MUSCULARES ESQUELÉTICAS
Filamentos grossos são formados por miosina.
Filamentos finos são formados pelas outras três
proteínas.
Miosina e actina representam 55% do total das
proteínas do músculo estriado.
Actina: apresenta-se sob a forma de polímeros
longos (actina F) formados por duas cadeias de
monômeros globulares (actina G) torcidas umas
sobre a outra. Cada monômero possui uma região
que interage com a miosina.
ORGANIZAÇÃO DAS FIBRAS
MUSCULARES ESQUELÉTICAS
Tropomiosina: molécula longa e fina constituída
por duas cadeias polipeptídicas uma enrolada na
outra. Localizam-se ao longo do sulco existente
entre os dois filamentos de actina.
Troponina: complexo de três subunidades.
TnT: se liga à tropomiosina;
TnC: grande afinidade com íons cálcio;
TnI: cobre sítio onde actina e miosina interagem.
ORGANIZAÇÃO DAS FIBRAS
MUSCULARES ESQUELÉTICAS
Miosina: molécula grande, em forma de bastão,
formada por dois peptídios enrolados em hélice.
Numa de suas extremidades apresenta a cabeça
onde ocorre a hidrólise de ATP para a contração,
também é nessa parte que há combinação com a
actina.
Proteólise: miosina dividida em dois fragmentos.
Meromiosina leve: porção em bastão.
Meromiosina pesada: porção da cabeça mais uma
parte do bastão.
ORGANIZAÇÃO DAS FIBRAS
MUSCULARES ESQUELÉTICAS
Molécula de miosina se dispõe com partes em
bastão sobrepostas e cabeças para fora.
Parte central do sarcômero, banda H (bastões) tem
linha M no seu centro (ligações laterais entre
moléculas de miosina). Esta possui a enzima
creatina cinase que libera energia para contrações.
• A contração muscular se inicia pela
combinação de Ca+2 com a
subunidade TnC da troponina, o que
expõe o local ativo da actina que se
combina com a miosina.
• A cabeça da miosina liga-se à actina
e o ATP se decompõe em ADP e energia,
produzindo movimento da cabeça da miosina.
• Filamento de actina desliza sobre o filamento
de miosina.
• Ocorre sobreposição completa dos filamentos
de actina e miosina e ao encurtamento da fibra
Muscular.
RETÍCULO
SARCOPLASMÁTICO
Armazena e regula o fluxo de íons Ca+2.
Rede de cisternas do retículo endoplasmático liso,
que envolve feixes de miofilamentos.
Quando a membrana do retículo é despolarizada
pelo estímulo nervoso, os canais de Ca+2 se abrem
liberando esses íons que difundem-se atuando
sobre a troponina, possibilitando a formação de
pontes entre a actina e a miosina.
RETÍCULO
SARCOPLASMÁTICO
Quando cessa a despolarização, a membrana do
retículo, por processo ativo, transfere Ca+2 para
dentro das cisternas, o que interrompe a contração.
SISTEMA DE TÚBULOS
TRANSVERSAIS
Responsável pela contração uniforme de cada fibra
muscular esquelética.
Rede de invaginações tubulares da membrana
plasmática da fibra muscular, cujos ramos vão
envolver as junções das bandas A e I de cada
sarcômero.
Em cada lado de cada túbulo T existe uma
expansão do retículo sarcoplasmático. Este
complexo – túbulo T e duas expansões do retículo –
é conhecido como tríade.
Na tríade, a despolarização dos túbulos T é
transmitida ao retículo.
MECANISMO DA CONTRAÇÃO
Contração: deslizamento dos filamentos uns sobre
os outros, o que aumenta o tamanho da zona de
sobreposição entre os filamentos e diminui o
tamanho do sarcômero.
A contração se inicia na faixa A, onde os filamentos
finos e grossos se sobrepõem.
Durante o ciclo de contração a actina e a miosina
interagem da seguinte forma:
MECANISMO DE CONTRAÇÃO
Durante o repouso, ATP liga-se à ATPase das
cabeças da miosina. Miosina necessita da actina
que atua como co-fator.
Quando há disponibilidade de íons Ca+2, estes
ligam-se com a unidade TnC da troponina.
Isto muda a conformação espacial das três
subunidades de troponina e empurra a molécula de
tropomiosina mais para dentro do sulco da hélice de
actina.
MECANISMO DA CONTRAÇÃO
Ficam expostos os locais de ligação entre miosina e
actina, ocorrendo interação das cabeças da miosina
com a actina.
Combinação de íons de Ca+2 com subunidade TnC
ativa o complexo miosina-ATP que libera energia.
Ocorre deformação da miosina, aumentando a
curvatura da cabeça.
MECANISMO DA CONTRAÇÃO
O movimento da cabeça da miosina empurra o
filamento da actina, promovendo o deslizamento
sobre o filamento de miosina.
À medida que as cabeças de miosina movimentam
a actina, novos locais para formação da pontes
actina-miosina aparecem.
As pontes antigas só se desfazem depois que a
miosina se une à nova molécula de ATP,
preparando-se para um novo ciclo.
MECANISMO DA CONTRAÇÃO
Não existindo ATP, o complexo actina-miosina tornase estável. Isto explica a rigidez muscular que
ocorre logo após a morte.
Uma única contração muscular é o resultado de
milhares de ciclos de formação e destruição de
pontes de actina-miosina.
A atividade contrátil, continua até que os íons Ca+2
sejam removidos e o complexo de troponinatropomiosina cubra novamente o local de
combinação da actina com a miosina.
MECANISMO DA CONTRAÇÃO
Durante a contração a banda I diminui de tamanho,
porque os filamentos de actina penetram na banda
A.
Ao mesmo tempo, a banda H também se reduz.
Como resultado, cada sarcômero, e em
consequência a fibra muscular inteira, sofrem
encurtamento.
INERVAÇÃO
Contração das fibras musculares esqueléticas é
comandada por nervos motores que se ramificam
no perimísio.
Placa motora: local onde o nervo penetra na
superfície da fibra muscular.
Quando uma fibra do nervo motor recebe um
impulso nervoso, o terminal axônico libera
acetilcolina que se difunde e se prende aos
receptores do sarcolema.
INERVAÇÃO
A ligação com o neurotransmissor faz o sarcolema
ficar mais permeável ao cálcio, o que resulta na
despolarização do sarcolema.
Colinesterase hidrolisa a acetilcolina, o que é
necessário para o restabelecimento do potencial de
repouso.
Uma fibra nervosa pode inervar uma única fibra
muscular ou várias.
INERVAÇÃO
Unidade motora: fibra nervosa e fibras musculares
por ela inervadas.
O número de unidades motoras acionadas e o
tamanho de cada unidade controlam a intensidade
da contração do músculo.
FUSOS MUSCULARES
Receptores que captam modificações no próprio
músculo (proprioceptores).
Constituídos por uma cápsula de tecido conjuntivo
que delimita um espaço contendo fluido e fibras
musculares modificadas – fibras intrafusais.
Fibras nervosas sensitivas penetram nos fusos e
detectam modificações no comprimento das fibras
musculares e transmitem a informação para a
medula espinal.
FUSOS MUSCULARES
Atuam sobre certos grupos musculares.
Participam do mecanismo de controle da postura e
da coordenação de músculos opostos durante as
atividades motoras – caminhar, correr, etc.
CORPÚSCULOS TENDINOSOS
DE GOLGI
Feixes de fibras colágenas, onde penetram fibras
nervosas sensoriais, nas proximidades da inserção
muscular.
Respondem às diferenças tensionais exercidas
pelos músculos sobre os tendões.
Essas informações são transmitidas ao SNC e
participam do controle das forças necessárias aos
diversos movimentos.
SISTEMA DE PRODUÇÃO DE
ENERGIA
A célula muscular esquelética é adaptada para a
produção de trabalho mecânico intenso e
descontínuo, necessitando depósitos de compostos
ricos em energia (ATP).
Quando o músculo exerce atividade intensa, pode
haver insuficiência de oxigênio, e a célula recorre ao
metabolismo anaeróbio da glicose, com produção
de ácido lático. O excesso de ácido lático pode
causar cãibras.
SISTEMA DE PRODUÇÃO DE
ENERGIA
As fibras musculares esqueléticas podem ser
identificadas como:
Tipo I: ricas em sarcoplasma e têm cor vermelhoescura, adaptadas para contrações continuadas,
fibras lentas, sua energia obtida dos ácidos graxos.
Tipo II: fibras rápidas, adaptadas para contrações
rápidas e descontínuas, cor vermelho-clara, utilizam
a glicose como fonte de energia.
OUTROS COMPONENTES DO
SARCOPLASMA
Grânulos de glicogênio: depósito de energia.
Mioglobina: responsável pela coloração das fibras.
MÚSCULO CARDÍACO
Células ramificadas e alongadas.
Fibras possuem um ou dois núcleos centrais e são
circundadas por tecido conjuntivo.
Característica exclusiva: linhas transversais
fortemente coráveis em intervalos irregulares ao
longo da célula. Discos intercalares são complexos
juncionais.
MÚSCULO CARDÍACO
Presença de díades: túbulo T e cisterna do retículo
sarcoplasmático.
Fibras cardíacas apresentam grânulos secretores.
Estes grânulos contêm molécula precursora do
hormônio ou peptídeo atrial natridiurético.
Atua nos rins aumentando a eliminação de sódio
(natriurese) e água (diurese) pela urina.
MÚSCULOS CARDÍACOS
Contrações rítmicas são geradas e conduzidas por
uma rede de células musculares cardíacas
modificadas, acopladas às outras células do órgão
(endocárdio).
Geram e conduzem estímulo cardíaco permitindo
que contrações dos átrios e ventrículos ocorram em
determinada sequência bombeando o sangue.
MÚSCULO LISO
Células longas, mais espessas no centro e afiladas
nas extremidades, núcleo único e central.
Fibras musculares lisas são revestidas por lâmina
basal e mantidas unidas por fibras reticulares.
Contração de algumas fibras se transforma na
contração do músculo inteiro.
MÚSCULO LISO
Possuem cavéolas que contêm Ca+2 usado nas
contrações.
Mecanismo de contração deste músculo é diferente
do músculo estriado esquelético.
No sarcoplasma:
tropomiosina.
Não existem sarcômeros nem troponina.
filamentos
de
actina
e
MÚSCULO LISO
Filamentos de miosina só se formam no momento
da contração.
Miosina II que se conserva enrolada e só se estira
em combinação com fosfato.
Contração nas células musculares lisas.
MÚSCULO LISO
1.
2.
3.
4.
Sob estímulo do sistema nervoso autônomo, íons
Ca+2 migram do meio extracelular para o
sarcoplasma.
Íons Ca+2 se combinam com calmodulina que ativa
fosforilação das moléculas de miosina II.
Essas moléculas se distendem e se combinam
com actina.
Ocorre o deslizamento da actina e miosina II uns
sobre os outros isso provoca a contração do
músculo.
MÚSCULO LISO
Célula muscular lisa pode sintetizar colágeno
III, fibras elásticas e proteoglicanos.
Recebem fibras nervosas
dilatações entre as células.
que
formam
REGENERAÇÃO DO TECIDO
MUSCULAR
Músculo cardíaco: não se regenera. As lesões são
invadidas por fibroblastos que produzem fibras
colágenas, formando uma cicatriz de tecido
conjuntivo denso.
Músculo esquelético: através de células satélites
que se proliferam após lesão ou estímulo originando
novas fibras musculares.
Músculo liso: ocorrendo lesão, as células viáveis
entram em mitose e reparam o tecido destruído.