Gestão do Trabalho em Enfermagem
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Transcript Gestão do Trabalho em Enfermagem
GESTÃO DO TRABALHO EM
ENFERMAGEM
Enfª Marília M. Varela
OBSERVAÇÕES
O Técnico em Enfermagem, é preparado para atuar
com competências técnico cientificas nas várias áreas
de abrangência de atenção à Saúde individual e
coletiva.
O exercício da profissão estará alicerçado numa visão
global desde a promoção da saúde, prevenção de
agravos, recuperação de saúde e gestão dos serviços
de forma humanizada garantido a atenção integral à
saúde do cidadão.
O Técnico em Enfermagem é o profissional que vai
atuar na área da saúde com estas competências:
Desenvolver em equipe atividades de promoção da
saúde e de prevenção de agravos ao individuo nas
diferentes faixas etárias, a família, a grupos e a
comunidade.
Desenvolver em equipe as atividades de recuperação
/reabilitação da saúde de pacientes/ clientes graves
de qualquer faixa etária, que estejam em estado
critico e que exigem cuidados de enfermagem que
envolva ambientes e procedimentos de maior
complexidade e suporte tecnológico.
Desempenhar ações de gestão, planejamento e
administração, com vistas à eficiência e a eficácia de
processo de trabalho da enfermagem.
Deverá oferecer uma prestação de serviços de forma
dinâmica, atual e contextualizada para com as
transformações esperadas no exercício dessa profissão
sempre de forma ética, crítica e relevando o caráter
social da enfermagem.
O Cuidar é o eixo central de todas as atividades
desenvolvidas pelo profissional de enfermagem.
O desempenho dessas atividades profissionais exige
competências técnicas, competências organizacionais
ou metódicas, competências comunicativas e
competências sócio-políticas que em conjunto vão
contribuir com a qualidade dos serviços de saúde.
Hoje, a qualidade em saúde inclui a humanização da
assistência; o respeito à autonomia do paciente/cliente
bem como os seus direitos de consumidor; a satisfação
das necessidades e expectativas individuais deles; a
tecnologia em seu sentido global e a valorização da
autonomia das pessoas na gestão das questões da sua
saúde.
COMPETÊNCIAS DO TÉCNICO DE
ENFERMAGEM
Desenvolver, em equipe, ações de saúde e prevenção de
agravos, visando à melhoria da qualidade de vida da
população.
Realizar ações de observação, coleta de dados e
registros das informações pertinentes aos cuidados de
enfermagem, interagindo com a equipe, com o usuário e
com os seus familiares.
Realizar procedimentos e técnicas de enfermagem e
relacioná-los às suas finalidades, seus efeitos e riscos.
Reconhecer situações de urgência e emergência e
realizar, prontamente, ações que busquem a
preservação da vida.
Organizar o próprio trabalho, considerando a natureza,
as finalidades, os resultados e os riscos das ações.
Atuar, em equipe, no desenvolvimento das atividades de
planejamento e avaliação das unidades de saúde.
CABE AO TÉCNICO EM ENFERMAGEM:
Identificar a estrutura e organização do sistema de saúde
vigente;
Identificar funções e responsabilidades dos membros da
equipe de Planejar e organizar o trabalho na perspectiva
do atendimento integral e de qualidade;
Realizar
trabalho
em
equipe,
correlacionado
conhecimento de várias disciplinas ou ciências, tendo em
vista o caráter interdisciplinar da área;
Aplicar princípios ergonômicos na realização do trabalho;
Avaliar riscos ao executar procedimentos técnicos;
Interpretar e aplicar normas do exercício profissional e
princípios éticos que regem a conduta do profissional de
saúde;
Identificar e avaliar rotinas, protocolos de trabalho,
instalações e equipamentos;
Operar equipamentos próprios do campo de atuação;
Registrar ocorrências e serviços prestados de acordo com
exigências do campo de atuação;
Prestar informações ao cliente, ao paciente, ao sistema
de saúde e a outros profissionais sobre os serviços que
tenham sido prestados;
Orienta clientes ou pacientes a assumirem, com
autonomia a própria saúde;
Coletar e organizar dados relativos ao campo de
atuação;
Utilizar recursos e
específica da área;
Realizar
primeiros
ferramenta
socorros em
emergência.
de
informática
situações
de
ÁREAS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL:
O profissional Técnico em Enfermagem poderá atuar na
assistência primária, secundária ou terciária sob a
supervisão do enfermeiro, nas seguintes atividades:
a)
do
apoio
ao
diagnóstico
(preparação
acompanhamento de exames diagnósticos);
e
b) na proteção e prevenção (promoção da biossegurança
nas ações de enfermagem e assistência em saúde
coletiva);
.
c) na recuperação e reabilitação (assistência a
clientes/pacientes em tratamento cirúrgico, assistência
em saúde mental, assistência em situação de urgência e
emergência, assistência à criança, ao adolescente e à
mulher, assistência a paciente em estado grave);
d) na gestão em saúde (organização do processo de
trabalho em saúde e em enfermagem) sob a supervisão
do enfermeiro.
TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO NO PROCESSO
DA ENFERMAGEM
Administrar:
“é um processo de planejamento, organização,
liderança e controle do trabalho dos membros da
organização e do emprego de todos os outros
recursos organizacionais para se atingir os objetivos
estabelecidos” (STONER apud FONTINELE JÚNIOR,
2002).
ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM
“...refere ao cuidar indireto e que, este modo de
cuidar, é fundamental para o processo de atenção
à saúde, pois é mediante as práticas
administrativas que o enfermeiro viabiliza o cuidado
de qualidade”
(FELLI e PEDUZZI apud KLASSMANN et all, 2005).
TEORIAS ADMINISTRATIVAS
•
Teoria Científica (Taylor) – ênfase nas tarefas;
•
Teoria Clássica (Fayol) – ênfase na estrutura;
•
Teoria das Relações Humanas – ênfase nas pessoas;
•
Teoria Burocrática;
•
Teoria Comportamentalista;
•
Teoria de Sistemas;
•
Teoria Contingencial.
TEORIA CIENTÍFICA
•
Os princípios da Administração Cientifica, segundo
Taylor, são quatro, nonotadamente:
–
–
–
–
•
Princípio do Planejamento
Princípio da Preparação dos trabalhadores
Princípio do Controle
Princípio da Execução
Características: As tarefas, a estrutura organizacional,
as relações humanas, a tecnologia, o ambiente,
enfoque mecanicista, administração como ciência e e
divisão e especialização do operário.
Aspectos positivos: Incentivos/Salários elevados
(Homo economicus); tarefas de acordo com as
aptidões;
objetivos/interesses
comuns
aos
funcionários
e
gerentes;
rapidez
de
produção/execução e eficiência de produção.
Aspectos negativos: Visão Mecanicista da pessoa;
desconsideração do reconhecimento do trabalho,
incentivos morais e da auto – realização; organização
vista de forma fechada, desvinculada do mercado;
bloqueio a iniciativa e criatividade.
Contribuição para a enfermagem:
Melhorar a produtividade;
Divisão do trabalho;
Análise de como analisar o tempo de execução de
tarefas e a qualidade dos profissionais;
Elaboração e adoção de manuais;
•
Funções básicas da empresa, segundo Fayol (
Teoria Clássica) :
1. Funções Técnicas: relacionadas com a produção de
bens ou de serviços da empresa.
2. Funções Comerciais: relacionadas com a compra,
venda e permutação.
3. Funções Financeiras: relacionadas com a procura e
gerência de capitais.
4. Funções de Segurança: relacionadas com a proteção
e preservação dos bens e das pessoas.
5. Funções Contábeis: relacionadas com inventários,
registros, balanços, custos e estatísticas.
6. Funções Administrativas: coordenam e sincronizam
as demais funções.
TEORIA CLÁSSICA
Funções universais da Administração: Previsão,
organização, comando, coordenação e controle.
Princípios gerais: Divisão do trabalho, autoridade e
responsabilidade, disciplina, unidade de comando,
unidade de direção, subordinação dos interesses
individuais aos gerais, remuneração do pessoal,
centralização, cadeia escalar, equidade, estabilidade
pessoal, iniciativa, espírito de equipe.
•
Aspectos positivos: comando único e equidade.
•
Aspectos negativos: modelo mecanicista da
organização; incapacidade da organização em se
adaptar a mudanças no seu meio; manipulação dos
trabalhadores; falta de comprovação científica; não
consideração do comportamento humano; prescritiva e
normativa; abordagem de sistema fechado.
•
Contribuição para a enfermagem:
– Criação de hierarquia com duas divisões (vertical e
horizontal);
•
Crítica na aplicação a enfermagem:
– hierarquia rígida;
– não contemplação das relações empáticas dos
trabalhadores;
– Rotina nas atividades;
– Avaliação das atividades sob a forma quantitativa e
não qualitativa;
TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS
Princípios:
1.
As relações humanas são a variável fundamental
no contexto das organizações;
2.
A principal motivação do indivíduo é «estar junto» e
«ser reconhecido pelos outros»;
3.
O comportamento do indivíduo no trabalho é
determinado pelo grupo a que pertence;
4.
O grupo a que o individuo pertence tem uma
natureza informal;
•
Contribuição para enfermagem:
–
A Teoria das Relações Humanas enquadra-se na
prática de enfermagem porque, com o
aparecimento desta teoria a administração passou
a tratar de temas relativos à motivação humana, à
liderança, à comunicação e dinâmica de grupo.
–
De acordo com a teoria das relações humanas o
trabalhador tem que ser visto como um todo na
perspectiva holística. Isto vai de encontro com a
enfermagem, que tem como principal foco o ser
humano enquanto ser bio – psico – social e
espiritual. A enfermagem trabalha com o indivíduo
vendo-o holisticamente.
TEORIA BUROCRÁTICA
•
Teoria da Burocracia
Max Weber (1864 – 1920)
– Compreende a organização do indivíduo num contexto
das sociedades industriais
– Falhas nas teorias Clássica e das Relações Humanas
– Desenvolvimento empresarial
– Aumento do número de trabalhadores
– Foca a estrutura e os indivíduos da organização
– Cria modelo de organização
• Regras racionais
• Descrever variáveis
• Descrever comportamento dos membros
–
Caracterização:
•
Máxima eficiência;
•
Racionalidade;
•
Adequação dos meios para atingir os fins;
•
Ajuste dos
esperados;
•
Organização minuciosa;
•
Normas impessoais e hierárquicas;
•
Controle exaustivo de atividades;
meios
de
acordo
com
resultados
•
A Burocracia fundamenta-se em seis dimensões:
–
Divisão do trabalho
–
Hierarquia de autoridade
–
Regulamentação
–
Comunicações formalizadas
–
Impessoalidade
–
Competência profissional
•
Aspectos positivos
–
Impessoalidade na distribuição de tarefas
–
Racionalidade
Objetivos:
Rapidez na execução de tarefas e
procedimentos
Redução de conflitos entre profissionais
Sob
uma
perspectiva
positiva,
existe
uma
impessoalidade na distribuição das tarefas de forma
que não haja ambiguidade na função de cada
elemento, assim sendo, permite que exista uma
clarificação do que se faz, de quem faz, como faz, onde
faz e porque faz.
Ao mesmo tempo, a racionalidade existente faz com
que os objetivos sejam alcançados, permite uma maior
rapidez na execução das tarefas e procedimentos e
permite ainda uma redução de conflitos entre os
profissionais.
Do ponto de vista negativo, existe uma extrema
valorização das normas e regras, que são demasiado
arcaicas, levando os enfermeiros a dar mais
importância aos registos (folhas de sinais vitais, notas
de evolução, preenchimento de formulários, …) do que
aos cuidados de enfermagem em si.
Como consequência, a capacidade de inovar diminui,
ao assimilarem de forma mecanicista as tarefas a
executar.
De igual modo, esta forma de administrar pode
provocar desmotivação e insatisfação na equipe de
trabalho, podendo refletir-se na prestação de cuidados
ao paciente.
Para uma maior eficácia e eficiência na prática de
enfermagem, torna-se necessária a integração de
novos conhecimentos e habilidades, direccionados
para uma prática administrativa mais aberta, mais
flexível e participativa, fundamentada não só na razão,
mas também na sensibilidade e na intuição.
TEORIA COMPORTAMENTAL
•
A Teoria Comportamental é a oposição ferrenha e
definitiva da Teoria das Relações Humanas (ênfase nas
pessoas) em relação à Teoria Clássica ( ênfase nas
tarefas e estrutura organizacional);
•
Representa um desdobramento da Teoria das Relações
Humanas, à qual faz críticas severas, reformulando os
seus conceitos e rejeitando as suas concepções
ingénuas e românticas;
•
Critica a Teoria Clássica, colocando-se como uma
antítese à teoria da organização formal, aos princípios
da administração, ao conceito de autoridade formal e ao
mecanicismo dos autores clássicos;
•
Incorporou a Sociologia da Burocracia, ampliando o campo
da teoria administrativa;
•
A Teoria Comportamental surge no final da década de 1940.
•
É também designada
Administração;
•
É a abordagem das ciências do comportamento, o abandono
das posições normativas e prescritivas das teorias anteriores
( Clássica, Relações Humanas e da Burocracia) e a adoção
de posições explicativas e descritivas;
•
Estuda o comportamento das pessoas e a sua motivação
(Motivação é a tensão persistente que leva as pessoas a agir
ou a fazer coisas de forma positiva. O processo de
motivação é a estimulação de um individuo a agir de uma
determinada forma para atingir determinado objetivo).
por
Teoria
Behaviorista
da
A
Teoria
Comportamental
fundamenta-se
no
comportamento individual das pessoas para explicar o
comportamento organizacional. Tornou-se necessário o
estudo da motivação humana para compreender o
comportamento das pessoas, sendo esta o estudo da
Teoria;
•
•
•
•
•
Para esta teoria foi fundamental o contributo da:
Teoria dos Sistemas de Decisão Herbert Simon;
Teoria das Necessidades de Maslow;
Teoria dos dois factores de Hertzberg;
Teoria X e Y de Mc Gregor;
A teoria
comportamental
apresenta
fragilidades, entre elas podemos citar:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
algumas
Ênfase nas pessoas;
Abordagem mais descritiva e menos prescritiva;
Profunda reformulação na filosofia administrativa;
Dimensões bipolares da Teoria Comportamental;
A relatividade das teorias de Motivação;
Influencia das ciências do comportamento sobre a
administração;
A organização como um sistema de decisões;
Análise organizacional a partir do comportamento;
Visão tendenciosa.
a)
Ênfase nas pessoas:
Esta teoria falha pela «psicologização» de determinados
aspectos organizacionais, como na Teoria das Decisões
defendida por Simon, ao considerar os participantes em
termos de racionais e não-racionais, eficientes e nãoeficientes, satisfeitos e insatisfeitos. Este exagero é
passível de críticas.
b) Abordagem mais descritiva e menos prescritiva:
Os behavioristas preocupam-se mais em descrever as
características do comportamento organizacional do que
construir modelos e princípios de aplicação prática.
Nisso reside a dificuldade de aplicação desta teoria.
c) Profunda reformação na filosofia administrativa:
O antigo conceito de organização, baseado no
esquema autocrático, coercitivo e de diferenciação de
poder é bastante criticado, e , em contraposição a ele,
os behavioristas mostram um novo conceito
democrático e humano de “colaboração-consenso” e de
“equalização de poder”.
d) Dimensões bipolares da Teoria Comportamental:
Os temas da Teoria Comportamental são abordados
em dimensões bipolares.
.
Analise
teórica/empírica: o estudo do comportamento
organizacional volta-se tanto para os aspectos
empíricos como para aspectos teóricos. Há uma relação
simbiótica entre essas duas abordagens: os dados
empíricos não têm sentido sem um alinhamento teórico,
enquanto a teoria não avança só com a abstracção.
macro/micro: ambas as perspectivas – macro (a
unidade de análise é a organização) ou micro (a
unidade de análise é a pessoa) – são úteis para a
compreensão
dos
processos
humanos
e
comportamentais nas organizações.
Análise
Organização
formal/informal:
as
organizações
complexas
são
sistemas
sociais
previamente
construídos. Envolvem uma organização formal, porque
compreendem atividades e relações especificadas e
definidas, como também envolvem um organização
informal, porque compreendem atividades e relações
não-especificadas nem antecipadamente definidas que
ocorrem dentro e fora da organização formal.
Análise cognitiva/afetiva: para a teoria comportamental,
os fenómenos humanos na organização são
compreendidos quando os comportamentos cognitivoracionais são estudados em conjunto com os
comportamentos afetivo-racionais. Se o quociente
intelectual (QI) é importante, não menos importante é o
quociente emocional (QE).
e) A relatividade das teorias de Motivação:
A teoria comportamental produziu teorias da motivação
que influenciaram a teoria administrativa. As teorias de
motivação de Maslow e Herzeberg são relativas e não
absolutas. Pesquisas recentes mostraram resultados
duvidosos à sua validade.
f) Influencia das ciências do comportamento sobre a
administração:
A Teoria comportamental mostra a mais profunda
influencia das ciências do comportamento na
administração, seja através de novos conceitos sobre as
pessoas e suas motivações ou sobre a organização e
seus objetivos.
g) A organização como um sistema de decisões:
A criar e inovar, e isso exige virar o futuro e não os
problemas que estão a acontecer no quotidiano. Criar
condições inovadoras para um futuro melhor e não
apenas corrigir o presente através da solução dos seus
problemas atuais.
h) Analise organizacional a partir do comportamento:
A teoria comportamental analisa a organização sob o
ponto de vista dinâmico do seu comportamento e está
preocupada com o individuo. Porém, a analise
organizacional varia conforme o autor Behaviorista.
Visão tendenciosa:
A teoria comportamental procura explicar o
comportamento humano tal como os cientistas
explicam os fenómenos da natureza. Embora mais
descritiva do que prescritiva, ela derrapa ao enfatizar o
que “é melhor” para as organizações e para as
pessoas, como é o caso de organizar ou administrar as
pessoas.
•
É muito importante que a equipe de enfermagem sinta
confiança no seu enfermeiro, para que tal aconteça é
determinante a postura do mesmo.
Este pode adotar dois comportamentos distintos:
- Parceiro, dinâmico e inovador, motivando a equipe na
participação sobre as decisões da organização.
- Estar presente de forma inequívoca, centralizando em
si a organização do trabalho, com um estilo duro e
inflexível, implementando um sistema rígido de controle.
TEORIA DOS SISTEMAS
•
•
•
•
A Teoria do Sistema geral ou, mais simplesmente, Teoria
dos Sistemas foi criada nos anos 30 por um biólogo
chamado Ludwig von Bertalanffy, para tentar responder
á complexidade dos organismos vivos.
Entre os anos 40 e 70, a Teoria dos Sistemas veio a
desenvolver-se significativamente com a contribuição de
investigadores de outras disciplinas científicas bastante
diferentes da biologia.
A noção de sistema pode ser aplicada a qualquer objecto
ou fenómeno que queiramos estudar e distingue-se do
método cartesiano por colocar ênfase da análise não nos
componentes do sistema, mas na relação que existe
entre eles.
Um sistema é definido como um conjunto integrado de
partes, intima e dinamicamente relacionadas, que
desenvolve uma actividade ou função e é destinada a
atingir um objectivo especifico.
Aplicação na Enfermagem
Nas organizações de saúde e nos serviços de
Enfermagem encontramos, nos últimos anos como
propostas organizacionais inovadoras, estruturas com
características da Teoria de Sistemas.
As organizações são aceites como subsistemas do
sistema maior, o qual, no caso, é o sistema de saúde,
e com ela intercambiam matéria e energia.
Percebe-se, entretanto, que nessas organizações
coabitam, com relativa frequência, propostas
compatíveis com outras teorias. É assim que o
subsistema organizacional seleciona e aceita, do
sistema maior, apenas entradas compatíveis com
as suas politicas e diretrizes.
Contribuição na Terapia Familiar:
•
Todos os sistemas sociais e humanos são abertos e
hierarquizados. Estão inseridos num meio no qual
decorrem trocas permanentes;
•
O sistema familiar faz parte de um supra – sistema
mais amplo (comunidade e sociedade) e é composto
por vários subsistemas. Nesta perspectiva, as famílias
são descritas como unidades compostas por membros
cujos padrões de interacção são o foco de atenção.
TEORIA CONTINGENCIAL
•
Na Teoria da Contingência tudo é relativo, não há nada
de absoluto tanto nas organizações como na teoria
administrativa. Por conseguinte, há uma relação
funcional entre as condições do ambiente e as
técnicas administrativas apropriadas para alcançar
eficazmente os objectivos da organização.
•
Na Teoria da Contingência, o comportamento das
organizações depende das variáveis situacionais a
que esta está sujeita, como por exemplo: cultura
organizacional, factores tecnológicos, motivação e
ambiente externo.
Apreciação crítica :
Por ser uma nova concepção ainda é pouco
compreendida na prática da administração.
Deste modo, os aspectos negativos na adopção dos
princípios organizacionais dessa teoria ainda não são
passíveis de avaliação.
No entanto se não houver uma organização que vá de
encontro à tecnologia de ponta e à especialização
técnica dos profissionais, esta teoria perde a utilidade e
corre o risco de falhar nos seus objetivos.
Por outro lado é preciso ter em conta que com a
introdução da tecnologia e formação de respectivos
técnicos não leve a um retrocesso na visão da
enfermagem enquanto pessoa no todo e voltarmos à
visão particularizada da pessoa.
Por exemplo quando se quer adquire qualquer
material num serviço, deve-se ter em conta as
verdadeiras necessidades e prioridades desse mesmo
serviço antes de adquirir um aparelho que não terá
utilidade ou será pouco utilizado.
Na nossa opinião a Teoria da Contingência percute
que a administração tem que fazer uma boa alienação
com o ambiente e o plano tecnológico em vigor.
Quanto ao plano tecnológico, nos tempos que
decorrem, este está em constante mudança, ou seja,
o que atualmente pode ser a última tecnologia, no
futuro pode estar ultrapassada.
Nesta linha de ideias, uma administração
contingencial, tem que ser possuidora da tecnologia
mais recente, caso contrário não há rentabilização.
Apreciação crítica :
Relativamente aos aspectos positivos, desta teoria esta
é considerada integrativa por absorver conceitos de
diferentes teorias administrativas.
Um ponto bastante benéfico é que não admite
conceitos absolutos, mas sim relativos.
É de salientar que, segundo a Teoria da Contingência,
as teorias que dão ênfase à variável organizacional
“estrutura” e à variável “pessoas” não são consideradas
teorias diferentes, mas sim diferentes formas de se
perceber a organização.
Teoria da Contingência e a enfermagem, nas
instituições de saúde pode ser percebida como
referencial de propostas administrativas de um
ou mais administradores, mas não embaçando
políticas e directrizes institucionais.
BIBLIOGRAFIA
KURCGANT, Paulina; CUNHA, káthia C.;
MASSOROLLO, Maria C. K.B.; CIAMPONE, Maria
H.
T.
Administração
em
Enfermagem/
Coordenadora Paulina Kurcgant. São Paulo: EPU,
1991.
FONTINELE JÚNIOR, Klinger.
Hospitalar. Goiânia: AB, 2002.
Administração